
O que há nos seres humanos que causa tanto interesse em outras espécies cósmicas? Que razões podem existir por trás das abduções alienígenas. Para entendermos tais questões, é importante conhecermos um pouco melhor esse importante aspecto do Fenômeno UFO. Primeiramente, o que é uma abdução? No Aurélio encontramos a seguinte definição: “Rapto com violência, fraude ou sedução”. Já no meio ufológico nós a definimos como os relatos de pessoas que afirmam ter sido levadas para o interior de naves extraterrestres, sem seu consentimento ou por persuasão. Muitas vezes, as vítimas passam por algum tipo de experiência a bordo dos veículos, na maioria das vezes traumáticas. Também há alguns casos onde as incursões são feitas na própria casa e até na cama do abduzido.
Naturalmente, esses relatos são abordados pelos pesquisadores de duas maneiras radicais. Uma delas afirma que existe explicação científica — e simples — para todos esses casos, enquanto a outra garante que a única elucidação é a ação de alienígenas. Aqueles que defendem a explicação científica das abduções têm várias teorias para apresentar, desde traumas causados nos abduzidos por abusos diversos na infância — inclusive sexuais — até distúrbios no sono, que são capazes de fazer com que uma pessoa confunda sonhos com a realidade, misturando um ao outro e criando uma nova verdade, na qual ela acredita sem dúvidas. Ainda no primeiro caso, o relato dos abduzidos seria uma forma da pessoa exteriorizar seu trauma e o medo que sentiu durante o suposto abuso na infância, transpondo-o para algo fora do seu controle, assim como a figura alienígena.
Hipnotizadores
Outras teorias conjecturam que em sessões de hipnose, com hipnotizadores mal intencionados ou preparados, estes acabam por influenciar o hipnotizado, criando nele lembranças que, na verdade, não existem — entre elas, as abduções. Há muitos casos documentados sobre os fatos ditos acima. Existe um estudo feito pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) e pela própria NASA sobre os efeitos da falta de oxigênio no cérebro, que conduz a resultados semelhantes a uma abdução. Após submeter um piloto à ação da poderosa força gravitacional, até que perca a consciência, ao voltar a ela, seu relato do que passou guarda muita semelhança com aqueles de abdução e experiências de pós-morte. Análises feitas em seções de hipnose também mostram que realmente alguns hipnotizadores conduziam seus pacientes. E assim por diante.
Como se vê, existem relatos de abdução que podem, na verdade, não ser nada do que parecem. Mas, ao mesmo tempo, também não podemos simplesmente pegar o resultado dessas experiências e supor que todos os casos de abdução se encaixem nelas, porque são aparentemente iguais, e assim concluir que o rapto por alienígenas não existe — outra atitude equivocada parte daqueles que advogam essa tese. Muitos pesquisadores acreditam em qualquer relato de abdução ou contato com ETs pura e naturalmente, desprezando por completo a possibilidade de que existam casos com explicação convencional. Para estes, qualquer esclarecimento lógico é contestado porque, em sua forma de ver a verdade, ele seria uma maneira de acobertar a realidade. Agem segundo o ditado de que “quem crê na verdade não precisa de provas, e quem pede provas é porque ainda não enxergou a verdade”. Aí então tudo se torna possível. Mas existe um ditado ainda mais velho e sábio que diz que “a verdade se encontra no ponto médio entre dois extremos”.
É fato que existem relatos de abdução que realmente são frutos de experiências normais. Mas ainda assim existem também os legítimos raptos por emissários de civilizações de outros planetas — ou até mesmo do nosso. Uma circunstância não anula a outra, e as duas situações podem acontecer independentes uma da outra. Existe um tipo clássico de relato de abdução que ilustra bem o que estamos argumentando. Vamos apresentar um relato genérico desse fenômeno e depois analisar explicações encontradas. Inicialmente, é importante se dizer que as narrativas de abdução existem desde tempos mais remotos, na Idade Média e talvez até antes. O único fator que muda nesses casos é o agente abdutor, mas a maneira como o abduzido é abordado e como se processa a abdução continua igual. Primeiro, uma luz invade o ambiente em que o abduzido está e ele é paralisado, às vezes fica horrorizado e, sem poder se mexer, consegue apenas observar e entender o que está acontecendo a sua volta.
Paralisia nos movimentos
Durante uma abdução alienígena, geralmente o indivíduo também vê seres estranhos fazerem experiências com seu corpo e, apesar da dor, nada pode fazer. Nas lendas antigas, eram os demônios que faziam isso para possuir a alma das pessoas. Em alguns lugares da Europa — e curiosamente onde a religião católica não prosperava —, estas lendas contam ainda que bruxas vinham à noite buscar a alma das pessoas, utilizando-se desse método. Nos dias de hoje são os grays que fazem esse trabalho. Alguns cientistas encontraram uma explicação realmente satisfatória para estes relatos. Em documentário exibido pelo canal Discovery Channel é explicado que existe um distúrbio do sono que causa paralisia nos movimentos da pessoa, que ocorre geralmente no estágio intermediário entre a vigília e o despertar. Como ela não está efetivamente acordada, mas também não está dormindo, os sonhos se confundem com a realidade, acontecendo uma mescla entre ambos.
O fato de existirem descrições de diferentes tipos de abdutores é explicado como sendo fruto do subconsciente, sendo que em cada cultura, em cada época, as alucinações assumem formas diferentes. Em experiências com vítimas desse distúrbio conseguiram-se relatos que foram quase idênticos aos dos abduzidos. Daí a conclusão de uma parcela da comunidade científica de que a abdução alienígena simplesmente não existe. Para ela, todas as pessoas que relataram fatos como estes sofriam, na verdade, de uma doença que existe desde a remota Idade Média até os dias de hoje.
“Uma parcela da comunidade ufológica atribui os atuais relatos de abdução a uma espécie de alienígena que teria interesses pouco nobres em relação a nós, os temidos grays ou cinzentos”
Já os que se dedicam à pesquisa do Fenômeno UFO atribuem os relatos a abduções feitas por seres de outros planetas ou dimensões, conforme sua corrente de pensamento. Eles raptariam seres humanos com o objetivo principal de fazer experiências diversas, cujos pro
pósitos ainda não entendemos. Entre seus métodos, paralisam-nos com um raio de luz que impede de nos movermos, manipulam nossos corpos e depois vão embora. Para validar estas teorias existem depoimentos de pessoas confiáveis, que afirmam estar plenamente acordadas quando os fatos se deram. O mais impressionante é que em alguns casos os abduzidos apresentam marcas no corpo, sem causa conhecida, e até mesmo objetos estranhos implantados em seus organismos. Estas são evidências difíceis de serem causadas por distúrbios do sono. A explicação dessa vez para a variação entre os tipos de abdutores não é muito diferente da anterior: como o abduzido não reconhece seu algoz, interpreta-o como sua cultura permite. E por acreditar que está sendo torturado e maltratado, o perpetrador do ato só pode ser alguém hostil — antigamente os agentes do mal eram demônios e bruxas.
Uma nova religião?
Uma parcela da comunidade ufológica atribui os atuais relatos, assim como os antigos, a uma espécie de alienígena que teria interesses pouco nobres em relação a nós — os temidos grays ou “cinzas” da literatura ufológica. Temos ainda outra interpretação para esse fato, feita por algumas correntes de igrejas protestantes. Para elas, na verdade, os UFOs não são naves de outros planetas, mas sim satã e seus seguidores, que estariam voltando à Terra para uma batalha final. Segundo seu entendimento, eles estariam também usando histórias sobre alienígenas maus para afastar o povo cristão da verdade e ajudar, assim, a derrotar Jesus e Deus. Estes demônios se fariam passar por aliens e perverteriam as almas das pessoas durante estas abduções alienígenas. Se olharmos com cuidado, veremos que, de fato, a febre de ETs está gerando movimentos que se assemelham a uma nova religião.
Algumas correntes defendem até que Jesus tenha sido um extraterrestre, enquanto outras alegam que nem sequer existiu, e que seria apenas uma invenção para se dominar a população [Veja edição UFO 089, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Mas não vamos entrar nestas questões. Diferente das situações anteriores não existem provas para sustentar estas afirmações e o que as valida mesmo é a fé de cada um. É fácil se observar que temos o mesmo tipo de relato de abdução sendo utilizado para a defesa de três teorias radicalmente diferentes, sendo que cada um de seus defensores se acha plenamente com razão e os demais, errados. Será que alguém está mentindo para acobertar fatos e não divulgar a verdade sobre a presença alienígena na Terra? Seriam fanáticos seguidores de seitas ufológicas aqueles que tudo fazem para comprovar que os aliens existem? Ou será que algumas religiões temem perder seus seguidores e estão tentando intimidá-los para que não se afastem delas?
O ponto a ser entendido neste questionamento é que várias situações podem acontecer conjuntamente. Ou seja, ao mesmo tempo em que existe um distúrbio do sono capaz de fazer uma pessoa sofrer uma alucinação parecida com uma abdução, um extraterrestre pode estar efetuando o rapto de um ser humano para estudo, e também — por que não? — algum espírito malévolo pode estar atormentando a cabeça de algum pobre coitado. O que não se pode fazer é partir de um único exemplo e generalizar sua aplicação a todos os relatos de abdução, ignorando seus detalhes porque não condizem com o que acreditamos. Temos que estudar cada caso e separar o joio do trigo. Feitas estas pequenas considerações e concentrando-nos naqueles relatos de abduções alienígenas que realmente envolvem raptos e experiências com humanos, vamos partir para examinar os motivos que estariam por trás desses fatos.
Futuro longínquo e tecnológico
Por que, afinal, um membro de uma civilização superior viria até a Terra para sequestrar e fazer experiências conosco? Vamos analisar algumas das teorias mais difundidas. Para entender corretamente o motivo que leva uma pessoa a fazer qualquer coisa, entre elas um sequestro, temos antes que conhecer esse alguém, saber quais são seus valores, o que busca, como nos vê, como é seu sistema de moral e ética etc. No caso do perpetrador ser de uma civilização alienígena, cuja existência ainda não conseguimos provar materialmente, e mesmo entre aqueles que afirmam saber ao certo quem são e porque estão aqui, existem divergências enormes. Assim, temos que especular sobre quem seria o responsável pela abdução antes de apresentarmos a teoria que os envolve.
Existe uma peculiar corrente de pensamento que enxerga o Fenômeno UFO de uma forma diferente da maioria vigente. Para ela, nem as naves nem seus tripulantes são de outros planetas, mas terrestres como nós. Não terrestres simples, mas nossos descendentes que, vindos de futuro longínquo e tecnológico, estariam voltando ao passado para fazer experiências e saber como somos. Vamos esquecer por um instante as discussões acerca da impossibilidade de viagem no tempo, e assumir simplesmente que em um futuro remoto nossos descendentes tenham conseguido de alguma forma viajar pelo tempo. Isso pode se dar de uma maneira tão inacessível e incompreensível para nós como seria para o povo da Terra, há três mil anos, entender o funcionamento do computador. Afinal, se estamos dispostos a acreditar que uma civilização consegue viajar entre galáxias, devemos estar abertos à possibilidade da viajem temporal.
Para essa corrente de ufólogos, os abdutores viriam do futuro e estariam fazendo experiências conosco. Só resta tentar entender por que eles fariam isso com seus parentes do passado. Curiosidade? Ou para saberem como eram seus antepassados e como evoluíram até chegar onde estão? Talvez fosse um modo de entenderem melhor a história que se perdeu com o tempo. Em uma elucubração, se tivéssemos hoje em dia a capacidade de viajar ao tempo, com certeza não perderíamos a chance de encontrar o tal elo perdido entre o macaco e o ser humano. Ou mesmo de voltar até a época de Jesus e ver se a Bíblia tem mesmo razão. Ainda assim, sejam quais forem os motivos de nossos futurísticos descendentes, eles não precisariam abduzir nem fazer experiências com alguém vivo — nem sequer necessitariam aparecer fisicamente para nós, pois, afinal, se conseguem viajar no tempo, com certeza devem ter tecnologia para se es
conder atrás da invisibilidade [Veja detalhes no DVD Destino Terra, código DVD-024 da coleção Biblioteca UFO. Veja seção Shopping UFO desta edição ou no Portal UFO: ufo.com.br].
Planeta inóspito para humanos
Então a resposta deve ser outra. Mas qual? Imagine que em algum momento da história uma praga tenha assolado a humanidade, algo tão terrível que teria dizimado a maioria da população, restando uma parcela viva. Depois de muito tempo sem saber por que estes poucos seres humanos sobreviveram, descobre-se que isso foi devido a alguma característica específica deles, algum gene, alguma defesa natural que os remanescentes tenham. De posse desse conhecimento, nossos futuros descendentes poderiam viajar até “nosso tempo” para tentar passar para o máximo da população essa alteração, aumentando assim as chances de sobrevivência da raça.
Podemos também elucubrar que uma terrível guerra aconteceu no passado de nossos descendentes — ou seja, no nosso futuro — e afetou de maneira irreversível os destinos da humanidade. Em virtude disso, os viajantes do tempo estariam tentando evitar que isso acontecesse, guiando o conhecimento do ser humano para coisas mais produtivas. Outra hipótese a ser considerada seria a de que a espécie humana tivesse em seu futuro destruído o meio ambiente, tornando o planeta inóspito para a vida humana. Os mesmos viajantes do tempo poderiam estar tentando nos fazer ver o quanto é importante evitarmos essa alteração — ou, se ela for inevitável, poderiam nos ajudar adaptando nosso organismo para ela. Muitos dos ETs que nos abordam se referem claramente a cataclismos futuros e nos advertem quanto à maneira como tratamos o planeta e nossos semelhantes.
De qualquer forma, tais seres não seriam ruins, nem estariam nos abduzindo por hostilidade, mas sim para nos ajudar, mesmo que não compreendamos. Mas qual civilização extraterrestre seria a responsável pelas abduções? De acordo com nossa segunda teoria, isso pode ser entendido com clareza. Vamos antes, no entanto, fazer alguns comentários sobre descobrimentos recentes de nossa própria ciência. Isso nos ajudará a perceber fatos que podem acontecer, e usaremos como exemplo dois fatos recentes noticiados pela imprensa. O primeiro trata de experiências com comunicação entre seres humanos e macacos. Isso não é fato novo. Há muito tempo cientistas tentam esse tipo de estudo, desde a gorila Koko, que já era capaz de entender uma forma de comunicação com sinais, algo parecido com a linguagem dos surdos-mudos. Porém, agora as experiências nos mostraram algo novo: a linguagem usada nos testes foi falada e não através de sinais. Como antes com a gorila, também agora os pesquisadores provam que os animais não repetem apenas sons, como fazem os papagaios, mas são capazes de expressar sentimento e vontade, constroem frases e realmente compreendem o que estão dizendo.
Tal experiência foi realizada com duas gerações de macacos, mãe e filha, e a segunda já era capaz de reconhecer mais palavras do que a primeira. O que mais surpreendeu os pesquisadores foi que, quando a mais nova também teve sua cria, ela passou a lhe ensinar o que aprendeu. A conclusão óbvia dos pesquisadores é de que a consciência é genética. Nesta linha de abordagem, a segunda descoberta trata do chamado “gene da inteligência”, responsável pela capacidade de aprendizado e armazenamento de informações, segundo o grupo de cientistas que o descobriu. Quando foram realizados testes com ratos de laboratório, os que tiveram sua carga genética alterada aprenderam a sair de um labirinto na metade do tempo que os ratos normais, e guardaram essa informação por muito mais tempo.
Interagir conscientemente
Não se sabe ainda se essa mesma alteração teria igual efeito nos seres humanos, mas a mera possibilidade já faz os cientistas do projeto supor que poderiam encontrar a cura para alguns tipos de demência e deficiências mentais. Todos sabemos que, antes de se testar isso nos humanos, as próximas cobaias serão os chimpanzés, porque são os primatas mais próximos de nós. Juntando um fato a outro, vemos que a capacidade de se desenvolver a consciência e a comunicação, mais a ajuda proveniente de uma alteração genética, pode adiantar muito o processo evolutivo de uma espécie. Agora, suponhamos que tal procedimento seja feito e que outro primata evolua e ganhe consciência mais ou menos igual a que tínhamos há uns quatro ou cinco mil anos, e comece a interagir conscientemente com nossa sociedade atual. Vamos usar tal premissa em benefício de nossa teorização.
Pensemos por um instante que uma irresponsabilidade de nossa humanidade — coisa muito mais do que provável — gere uma guerra de proporções apocalípticas daqui a alguns anos, e que tal cataclismo dizime quase toda a população terrestre, sobrevivendo apenas algumas espécies de macacos. Ou mesmo que uma praga letal destrua a humanidade e resulte inofensiva para os primatas. Como será que depois de quatro mil anos de evolução estes macacos, que poderiam então constituir uma sociedade organizada, nos enxergariam? Será que em suas futuras lendas nós seríamos os deuses que rasgavam o céu com carruagens de fogo, tal como nossos antepassados bíblicos e hindus viam os UFOs de então? Ou, ainda, os tais gigantes que andavam pela Terra e que, um dia, subiram aos céus, como hoje nós vemos certos registros bíblicos. O que pensariam estes futurísticos primatas sobre nossas curas milagrosas, em que não morríamos?
Estas são interessantes hipóteses, e muito menos fictícias do que imaginamos. O que parece apenas um exercício de ficção científica é algo em que muitos acreditam com naturalidade. Existe uma corrente de pensamento dentro da Ufologia que defende que há muitos milhares de anos existiu na Terra uma sociedade mais avançada do que a presente, e que nós somos os macacos daquela civilização. Aquela sociedade já possuía a capacidade de viajar pelas estrelas, tendo postos espalhados pelo Sistema Solar, talvez na Lua ou em Marte, já que estes orbes têm estranhos vestígios de terem sido usados com essa f
inalidade [Veja edições UFO 140 e 145, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. Tal corrente crê ainda que, depois de ter praticamente destruído nosso planeta, tal civilização busca reconstruí-lo e acompanhar o progresso que estamos fazendo hoje.
Testes secretos com humanos
Segundo tal teoria, a abdução alienígena seria apenas uma continuidade das experiências desse povo, usando-nos como cobaias para atingirem seus objetivos e acompanhando nosso desenvolvimento para, de vez em quando, dar um empurrão na natureza. Talvez estejam nos preparando para termos o mesmo nível de consciência que eles. Chegando neste ponto, a tese seguinte é realmente diferente das anteriores, que tem uma grande quantidade de seguidores e se baseia principalmente nas teorias conspiratórias vigentes. Agora, na verdade, as abduções alienígenas não seriam ações de extraterrestres, mas experiências conduzidas por cientistas tão terrestres como qualquer um de nós. Segundo advogam os defensores dessa hipótese, governos de países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, por exemplo, estariam conduzindo testes secretos com seres humanos nos mesmos moldes das abduções, que devem ser escondidas por variados motivos.
Talvez por serem parte de pesquisas polêmicas e antiéticas, como a clonagem, criação de super soldados ou o desenvolvimento de algum vírus para fins bélicos. Ou pelas terríveis consequências que poderiam ocasionar às cobaias humanas e, neste caso, o abduzido passa a receber um título mais apropriado. Elas, tranquilizadas de alguma forma por ação de gases, luzes, micro-ondas ou energias ainda não conhecidas pelos simples mortais, são levadas para laboratórios afastados e submetidas a testes e experiências diversas. Depois são devolvidas sem que nada lhe seja contado — às vezes com uma sequela aqui e ali, mas elas jamais saberão quem as causou. A questão que envolve tais operações é que, se viessem a público, causariam um escândalo avassalador. Por isso, os perpetradores de tais atos precisariam criar algo para distrair as vítimas e desfigurar a verdade em suas mentes. Então, por que não colocar a culpa em seres extraterrestres?
Segundo essa teoria, quando os relatos de raptos alienígenas começaram a aparecer em maior número na imprensa, nos anos 60, os responsáveis pelas inescrupulosas experiências logo viram que se tratavam de suas obras. Algumas pessoas se recordavam delas, apesar da incisividade do procedimento, porém com memórias distorcidas por seus efeitos. Para as vítimas, seus captores teriam que ser de outro planeta. Isso era o que os verdadeiros responsáveis pelos atos mais queriam, ou seja, ter todo mundo culpando os ETs por suas experiências, que poderiam seguir calmamente seu curso. Absurdo? Talvez, mas, analisando friamente, há uma lógica nessa hipótese. Pode-se argumentar que um governo decente não faria isso com seus próprios cidadãos, mas a resposta é fácil de ser encontrada e não está muito longe de nossos olhos. Basta conhecermos certos programas científico-militares realizados pelos Estados Unidos nas décadas de 50 e 60 para vermos o que faziam com os efeitos da radiação [Veja DVD Abduções, código DVD-013 da coleção Biblioteca UFO. Veja seção Shopping UFO desta edição ou no Portal UFO: ufo.com.br].
Operações militares
Naquela época haviam os chamados “caubóis atômicos”, que eram cobaias em experiências feitas para se conhecer as consequências da radioatividade residual de explosões nucleares em pessoas, criações de gados e plantações. Uma bomba atômica de baixa potência era detonada em um local predeterminado, o solo era preparado e alguns caubóis eram responsáveis em levar o gado para pastar nesta área. Resultado: tanto o gado como os seres humanos desenvolveram câncer e morreram, ou estão morrendo de forma no mínimo desumana. Esse fato foi escondido durante muito tempo pelo governo norte-americano, até que o então presidente Bill Clinton denunciou as experiências e pediu perdão à população em cadeia nacional de rádio e tevê. Esta foi apenas uma das muitas operações militares realizadas por aquele país, que acabou sendo admitida.
Se algum governo realmente faz tais experiências com sua população, e se também aceitarmos que os alienígenas executam suas próprias abduções, os primeiros podem estar se escondendo atrás destes, aumentando mais ainda a confusão. Mas, continuando na linha das hipóteses fermentadas em meio a veias conspiratórias, a próxima é talvez a que tenha mais seguidores. Talvez porque se pareça muito com enredos de filmes de ficção científica, ou porque desejamos muito que nossa vida seja parecida com um romance. Vamos começar a analisar essa teoria com uma pequena história. Há algum tempo, os Estados Unidos confirmaram que estávamos sendo visitados por seres de outros planetas, mas como não tinham certeza dos motivos de nossos visitantes, mantiveram isso em segredo até que novas informações fossem obtidas. Em um dado momento, no entanto, conseguiram abater uma das naves alienígenas que singravam os céus e a forçaram a descer na Terra, capturando alguns dos sobreviventes — será que foi isso que aconteceu em Roswell?
Primeiramente, a ideia era expor o acontecido à população, mas logo apareceram os amigos dos primeiros abatidos, pouco satisfeitos com o fato, e convocaram uma reunião com os norte-americanos. Nela, com a presença do alto comando, e talvez até do presidente, foi feito um pacto entre a civilização alienígena, prejudicada com o abate, e o governo. Um dos primeiros ufólogos a falar nisso foi justamente o norte-americano Milton William Cooper, cujo artigo Os UFOs e a Nova Ordem Mundial foi publicado no início da trajetória da Revista UFO, em 1988 [Veja edição UFO 010, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Segundo tal teoria, durante a reunião entre aliens e militares ficou estabelecida uma permuta. Em troca de informações e tecnologia superior a de qualquer outra nação da Terra, que os ETs forneceriam aos norte-americanos, a eles seria permitido abduzir e fazer as experiências que bem entendessem com qualquer ser humano.
Emissários de uma raça evoluída
Em reciprocidade, todo o acobertamento necessário às operações dos aliens no
planeta seria fornecido pelos próprios Estados Unidos. Esta hipótese parece uma grande elucubração, mas é imensamente popular em todo o mundo. Resta perguntarmos qual seria a necessidade dessas abduções com salvo-conduto. É sobre essa resposta que temos várias divisões na Comunidade Ufológica Mundial. Um segmento dela — justamente o que chama tais aliens de grays — crê que os abdutores sejam emissários de uma raça que evoluiu muito tecnologicamente, só que perdeu seus sentimentos. Eles fariam experiências com os seres humanos para conseguir recuperar a capacidade de reaver as sensações que perderam. Outro segmento alega que, na verdade, os cinzas nos usam como forma de alimento. Será que isso é mera fantasia? Muita
gente crê que não!
Ainda temos aqueles que acreditam que estes ETs façam experiências genéticas conosco para criação de seres híbridos, que seriam necessários para dar continuidade à sua raça moribunda — ou a uma futura adaptação dela para poderem, um dia, colonizar a Terra. Há também aqueles que afirmam que os grays são assexuados e a única maneira de se reproduzir é através da clonagem, razão pela qual coletam material genético dos seres humanos. Variações dessa teoria argumentam, ainda, que tal material genético seria necessário para se mesclar ao deles, mas que antes precisaria passar por algumas melhorias. Há outras ideias a respeito, mas já chegamos ao ponto desejado para comentar a hipótese de forma geral. Todas estas teorias são cabíveis? Bem, a parte que envolve um suposto acordo entre EUA e ETs talvez careça da consistência necessária para um exame mínimo.
Porém, quanto a se usar seres humanos para fins genéticos, essa é outra história, que vamos analisar friamente, bastando comparar tal suposição com o que nós mesmos estamos fazendo hoje, em nosso planeta. A história nos mostra que o ser humano busca incessantemente prolongar sua estimativa de vida, desenvolvendo novos transplantes de órgãos que nos deem uma vida mais longa e melhor. Mas para isso precisamos de doadores — vivos ou mortos —, e eles também são humanos. A necessidade de órgãos muitas vezes dá até abertura para o tráfego, o sequestro de crianças e coisas impensáveis. O rim de um adolescente custa no mercado negro norte-americano perto de 250 mil dólares. Mas qual é a solução mais viável para esse problema? Atualmente são duas as principais: a fabricação de órgãos através de técnicas de engenharia genética, que permitem cópia apenas de partes específicas do corpo humano, ou a que já estamos fazendo há muito tempo, a criação de porcos que possam ser usados como repositórios de órgãos para nós.
Uma hipótese tentadora
Apesar de parecer extremamente diferente de nós, o porco é o animal que tem o menor fator de rejeição de seus órgãos pelo corpo humano — menor até que o de macacos, que aparentemente seriam os mais prováveis. Qual é o paralelo disso com a teoria apresentada? E ainda, se os grays são assim tão avançados quanto pensamos, e conhecem tão bem a biologia e a engenharia genética para fazerem clonagens perfeitas, além de terem tecnologia suficiente para viajarem distâncias hoje inimagináveis, por que precisariam de animais inferiores como nós como fontes de órgãos? Com certeza, de tão adiantados, não existe o que eles precisem que não possam eles próprios produzir. Se são capazes de manipular DNA, o tempo e ainda o espaço, não é plausível que não consigam resolver problemas que nós mesmos, hoje, já estamos resolvendo. Enfim, a hipótese é tentadora, mas falta uma peça neste quebra-cabeça.
Aqui vamos novamente recorrer a uma pequena comparação com nossa sociedade para entendermos melhor essa outra teoria. Este entendimento é base para a teoria que aqui apresentamos. Os seres humanos, desde que se destacam dos outros seres vivos, se consideram superiores. “Deus fez o homem a sua imagem e semelhança”, está na Bíblia. “Deus colocou os animais na Terra para nos servir”, idem. Nós mesmos nos consideramos superiores uns aos outros, usamos e abusamos de outros seres — e até mesmo de outros humanos — com a justificativa de que é para um abstrato “bem maior”. Prendemos ursos em gaiolas na China e extraímos sua bílis para o processamento de um remédio que não temos certeza se funciona. Tiramos os olhos do boto cor-de-rosa para servir de amuletos contra azar. Arrancamos a machadadas as mãos de gorilas para servirem de cinzeiros sofisticados. Exterminamos e quase extinguimos os elefantes apenas para ter lucro financeiro com suas presas de marfim, e fazemos o mesmo com baleias, que dão suculenta sopa. E muito mais! Ainda assim, nos consideramos mais evoluídos do que nossos reféns.
Em outras situações, pessoas bem-intencionadas ajudam certas espécies animais, impedindo-as de serem exterminadas. Mas mesmo sem querer prejudicá-las, ainda assim interferem em sua sociedade, em sua vida. É para um bem a estes animais que se faz isso, mas será que eles também pensam assim? Se o homem conclui que em um determinado local há poucos elefantes, basta tirar uns bichos de onde há abundância e colocá-los onde falta. Quando uma espécie passa dos limites e se reproduz demasiadamente, é só introduzir métodos anticoncepcionais para controlar sua volúpia. Se uma raça está em perigo de extinção, pegamos seu sêmen e óvulos e congelamos, para usá-los mais tarde.
Claro, em nenhum desses casos perguntamos aos animais se eles querem ou permitem que façamos tais coisas. Afinal de contas, por mais evoluídos que sejamos em relação a eles, ainda não temos capacidade de comunicação com estas espécies. E se tivéssemos, será que eles entenderiam por que queremos evitar sua extinção ou melhorar sua vida? Ou ainda, será que achariam essas coisas tão importantes como nós? Ora, somos tão superiores que sabemos o que é melhor para eles, entendemos o mundo muito melhor e a opinião deles não interessa mesmo.
Abdutores por excelência
Enfim, fazemos o que fazemos com animais que repartem o mesmo planeta conosco, mas, quando falamos em abdução, o tema nos revolta. Temos sido abdutores por excelência durante toda nossa existência, basta que se veja qualquer documentário sobre o mund
o animal. Este é o ponto da questão. E se olharmos um pouco mais longe, mais para cima ou na direção do espaço, faremos outras descobertas e encontraremos novas possibilidades de vida. A julgar pelo que descobrirmos, no entanto, talvez vejamos seres supostamente mais avançados que agem muitas vezes tão primitivamente quanto nós. Ou cujas ações, por mais bem-intencionadas que sejam, não nos é compreendida. Vamos imaginar por um momento que a raça humana foi a primeira em todo o universo a adquirir consciência. Estamos desesperadamente procurando por outras formas de vida lá fora, sendo que a ciência já admite formas de vidas mais simples em nosso próprio Sistema Solar [Veja edição UFO 134].
“Em troca de informações e tecnologia, que os ETs forneceriam aos norte-americanos, a eles seria permitido abduzir e fazer as experiências que bem entendessem com qualquer ser humano”
Estudos indicam que, em ambientes parecidos com o terrestre, a vida pode se desenvolver até chegar a produzir seres complexos. E imaginemos que consigamos encontrar planetas que já tenham vida em determinados estágios e em constante evolução, seja sozinha ou com um empurrão tecnológico de nossa parte. Será que resistiríamos à tentação de abduzir alguns espécimes dessa nova forma de vida, como fazemos com nossos animais terrestres? Isso é mais do que uma possibilidade. Em uma analogia muita apropriada, será que antes de nós não houve outra civilização que pudesse ter passado por um processo parecido com o nosso e que, na busca por conhecimento, tenha descoberto nosso mundo em seu começo de vida? Não teríamos nesta ideia uma explicação mais plausível para os relatos de abdução?
Como em nossa sociedade existem várias motivações para abduções internas, elas também estariam presentes nas atividades de civilizações mais avançadas. Mas se elas existem, e isso é fato, deve haver uma razão. Nossos visitantes não viriam até aqui apenas para brincar e perturbar o ser humano. No entanto, talvez os motivos das abduções alienígenas sejam mais simples do que imaginamos ou, em certos casos, do que queremos. Nossos abdutores podem apenas e simplesmente estar vivendo sua vida como bem entendem, fazendo aquilo que acham certo, e no processo acabam interferindo em nossa sociedade da mesma forma como nós interferimos na dos animais que estudamos. Talvez nossos visitantes espaciais tenham as mesmas dúvidas e anseios que nós — quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Por que deveríamos achar que eles detêm o segredo da vida e da existência? Se assim fosse, de nada serviriam as abduções alienígenas.
Enfim, é possível que estejamos atribuindo a eles uma divindade tal qual um indígena que nunca viu a civilização atribui a nós. Pode ser muito glamoroso nos considerarmos uma peça importante dentro do esquema universal, e tal importância se reflete em sermos usados em abduções para uma finalidade significativa. Mas a realidade pode ser outra. Ser apenas uma ínfima engrenagem em uma gigantesca máquina cósmica parece ter muito menos brilho e pompa para nosso orgulho, ainda que tal cenário se aproxime mais da verdade. Por fim, as abduções talvez não sejam absolutamente nada diferentes do que fazemos aqui na Terra, ou seja, a busca de conhecimento e respostas a perguntas que não conseguimos encontrar em nós mesmos. E nossos visitantes extraterrestres, em vez de deuses ou demônios, podem simplesmente ser nossos irmãos mais velhos. Um espelho do que podemos um dia nos tornar.