São Paulo (SP)
31 de outubro de 1963
Várias testemunhas, entre elas a senhora Ruth de Souza, ouviram um barulho que lhes chamou a atenção para um brilhante disco voador. Ele se movia lentamente na altura da copa das árvores quando bateu numa palmeira, balançou vertiginosamente e caiu dentro do rio. O disco tinha 90 cm de espessura e 4 m de diâmetro. Era muito brilhante e parecia ser iluminado internamente. Quando o objeto mergulhou, a água pareceu ferver. Depois desapareceu no fundo do rio. Mergulhadores chegaram logo em seguida, mas não conseguiram localizá-lo. Tentou-se novamente mediante a utilização de detectores de metal e sondas, porém em vão. O que quer que tenha caído naquele rio nunca foi encontrado.
Praia dos Navegantes (SC)
02 de julho de 1974
Eram 15h30 quando alguns pescadores avistaram um objeto discóide – com pequenos propulsores nas suas laterais – aproximar-se da praia e cair no mar, a aproximadamente 100 m de onde estavam alguns pescadores, atônitos. O objeto não apresentava qualquer tipo de luz. Acreditando que pudesse ser uma aeronave estrangeira, os pescadores foram em direção ao local da queda para tentar salvar algum sobrevivente. Ubelino Severino encontrou apenas uma espuma na superfície da água. Afirmou que à medida em que chegava mais perto do objeto, ele afundava lentamente. Quando os outros pescadores se aproximaram, no entanto, nada mais encontraram. Mesmo os mergulhadores mais experientes, como José Custódio, não se atreveram a mergulhar, pois as águas estavam muito escuras, o que dificultava a visibilidade. Nessa altura, a possibilidade de encontrar sobreviventes era mínima.
O que mais intrigou os mergulhadores foi o fato de que o Aeroporto de Itajaí fica a somente 1 km do local do acidente, e se um avião estivesse com problemas técnicos poderia ter facilmente tentado alcançar a pista de pouso. Nos jornais também nada foi noticiado sobre a queda de uma aeronave. Entretanto, em pouco tempo a mídia descobriu o que tinha acontecido e a notícia foi se espalhando. Os jornais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram em busca de informações e investigaram o caso com seriedade. A praia foi invadida por curiosos, fotógrafos e jornalistas, obrigando o delegado da cidade a intervir no episódio. Para ele, as testemunhas estavam dizendo a verdade sobre o fato, pois os relatos coincidiam. A Capitania dos Portos chegou, inclusive, a investigar o caso mais profundamente, embora não tivesse publicado um parecer oficial. Os moradores da região acreditavam que o que havia caído na Praia dos Navegantes nada mais era do que um artefato secreto de fabricação americana ou russa. Alguns, um pouco mais exagerados, disseram que viram barcos com o logotipo da NASA nas águas de Santa Catarina.
Bóia sinalizadora — O primeiro a investigar o episódio foi um grupo de escoteiros. Já em 1982, o pesquisador Carlos Alberto Machado, presidente do Centro de Investigação Exobiológicas (CIPEX), recomeçou as investigações. Nos dias 13 e 14 de novembro, o CIPEX esteve na região colhendo os testemunhos e relatos dos moradores. Um deles, inclusive, dizia que os oficiais da Capitania dos Portos foram guiados até o local exato da queda pelo pescador Ubelino Severino. Um mergulhador da Marinha fez algumas buscas na tentativa de localizar o objeto, mas ao retornar contou que não tinha encontrado nada. Entretanto, ao subir no tombadilho teve uma conversa particular com alguns oficiais. Em seguida, mergulhou novamente, desta vez carregando uma corda, com um gancho numa ponta e uma bóia sinalizadora noutra.
O comandante pediu a Ubelino que se alguém tentasse retirar ou mexer na bóia ele fosse avisado imediatamente. Como um bom soldado, ele ficou observando a bóia a noite toda, até que não agüentou o cansaço e dormiu. Na manhã seguinte, para sua surpresa, a bóia não estava mais lá. Imediatamente comunicou o comandante sobre o ocorrido, que desta vez não deu importância ao fato. O que chamou a atenção de Carlos Machado foi o fato de que havia algo embaixo d’água, senão para que serviria a bóia? Além desta ter desaparecido subitamente e ninguém ter dado importância. Outro detalhe interessante diz respeito à conversa do mergulhador com os oficiais no deck do navio e depois o fato dele ter mergulhado novamente para “amarrar” alguma coisa no fundo do mar. Naquela região, a pesca era feita por arrastão, ou seja, não há pedras ou algo que possa prender as redes. Entretanto, por semanas não foi possível pescar um peixe sequer, pois todos pareciam ter sumido. Os pescadores tiveram que seguir mar adentro para garantir o seu sustento. Durante anos, vários pesquisadores e oficiais do Exército de Florianópolis estiveram na região do incidente para entrevistar os pescadores e moradores locais. Para o pesquisador Carlos Machado, “… aquela área é assolada por anomalias magnéticas no campo terrestre. Em razão disso, os UFOs poderiam ter dificuldade de locomoção, o que poderia ter causado a sua queda”.
Em 1984, este autor teve a oportunidade de entrevistar o senhor João Manuel Barreto e alguns familiares que foram testemunhas de um segundo incidente na região de Gravatá – exatamente uma semana após o incidente na Praia dos Navegantes –, onde teria ocorrido a primeira queda. Em 09 de julho de 1974, o senhor Barreto, sua esposa, vizinhos e uma sobrinha esperavam o carregamento de uma cama, já que seus hóspedes a utilizariam ainda naquela noite. Todos assistiam televisão quando a senhora Olinda resolveu dar uma olhada na noite, para observar as estrelas e aguardar a encomenda do lado de fora. De repente, notou uma forte luz vindo das serras, em sua direção. Observando melhor, percebeu que a claridade, na verdade, era um enorme objeto metálico, que pairou sobre sua casa por um determinado período e produzia um zumbido, descrito por ela como um “gim-gim-gim”. Apresentava dois pratos emborcados, com uma pequena cúpula superior e uma janela, de onde podia-se observar em seu interior dois vultos aparentemente humanos, que se moviam. Também era possível ver uma pequena antena na parte alta da cúpula.
Estranhos fenômenos — Enquanto isso, dentro da residência, começaram a ocorrer estranhos fenômenos. A televisão, que naquele momento estava ligada, apresentou chuviscos e as lâmpadas começaram a estralar, diminuindo a intensidade, até a total queda de energia [Para a Física, tais fenômenos são conhecidos como EM ou eletromagnéticos, vindo a apoiar a tese dos pesquisadores franceses sobre os UFOs, que possuem uma espécie de propulsão relacionada às ondas eletromagnéticas].
Dona Olinda chamou a atenção de todos para que pudessem presenciar o possível UFO fosforescente, com janelas quadradas e coloridas, que aumentava a velocidade periodicamente, tornando-as avermelhadas. Para o espanto das testemunhas, o objeto permaneceu acima da casa por cerca de cinco minutos, quando retomou seu movimento em direção ao mar, exatamente sobre o local da primeira queda na Praia dos Navegantes. Lá chegando, parou por um segundo e emergiu lentamente sob as águas noturnas.
Naquela data as testemunhas não dormiram o resto da noite. Ficaram acordadas comentando o fato, já que nunca tinham avistado nada parecido. Às 10h00 da manhã, a praia fervia de repórteres e curiosos, em busca de informações sobre o ocorrido, aqueles já redigindo matérias com os relatos das testemunhas, que desenhavam o objeto observado nas areias da praia. Segundo o senhor Barreto, uma semana antes deste incidente dois pescadores da região haviam mergulhado no local, a fim de visualizar o primeiro objeto acidentado há uma semana. Descreveram-no com muito pavor. “Um objeto estava enfiado na areia, soltando borbulhas na água. Era muito quente e não permitia que chegássemos perto dali”, disse uma testemunha. Alguns dias depois, dois pescadores foram encontrados mortos na praia, próximo de algumas rochas. Os corpos estavam nus e foram enterrados logo em seguida, devido ao seu estado de decomposição, o que impossibilitou a necrópsia. Aparentemente, os dois haviam morrido afogados. O mais curioso é que os pescadores eram considerados os melhores da região e somente eles tiveram coragem de se aproximar do objeto no dia da queda.
Poderíamos supor que o calor emanado do UFO teria relação com radiação, o que causaria a morte dos pescadores, já que não portavam equipamento adequado. Quanto ao mergulhador da Marinha, nenhuma confirmação de sua saúde foi obtida. Com ele, no entanto, podemos supor que nada ocorreu, já que havia se aproximado do local horas depois da queda do objeto. O senhor Barreto, bem como outras testemunhas, acrescentaram que supostamente o segundo UFO teria parado em cima de sua residência para tentar localizar o exato local da queda do primeiro UFO, na tentativa de socorrê-lo. Outra hipótese, não menos apreciável, seria a de que os UFOs estariam utilizando aquela localidade, inadvertidamente, para se dirigirem a outra de interesse específico para eles. Em algumas entrevistas realizadas com os moradores da região, descobriu-se que já ocorreram e continuam ocorrendo vários avistamentos de UFOs nas locais próximos dali, inclusive com relatos de pousos nos mesmos locais dos incidentes anteriores.
Cubatão (SP)
15 de fevereiro de 1976
Este caso foi investigado pela equipe do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG). Eram 21h00 e João Batista da Silva estava junto de sua esposa, Isaura Pinho da Silva, e outros parentes quando um objeto voador não identificado fez manobras por vários minutos, até que aparentemente caiu numa área pantanosa localizada atrás da estrada de ferro Santos-Jundiaí. Segundo uma das testemunhas, “… o aparelho possuía luzes vermelhas e antes de cair soltou muita fumaça e fogo”. Outras pessoas, incluindo uma menina de 12 anos de idade, a primeira a avistar o objeto, contaram a mesma descrição. O jornal O Dia publicou a história.
Dona Isaura, motivada pelo marido, que era oficial da Inteligência do Exército, ligou para o Corpo de Bombeiros, que juntamente com o Pelotão de Choque do 6º BPM e um helicóptero da Base Aérea de Santos, iniciou as buscas no local, cessando-as à 01h25 do dia 16 de fevereiro. Em conversa por telefone com o comandante da operação, Antônio Messias Filho, ele disse que nada foi encontrado. O GUG acredita em duas hipóteses: a primeira, de que o UFO não caiu, apenas baixou sobre a região, desaparecendo da vista das testemunhas logo em seguida e depois possivelmente apagando suas luzes. A segunda hipótese, no entanto, é de que o objeto realmente caiu e foi resgatado por militares, muito sigilosa, silenciosa e rapidamente, pois em alguns relatos consta que a área foi isolada, não permitindo a entrada de civis. Mergulhadores também teriam participado da operação. Segundo o ufólogo, ele obtivera informações de que um dos mergulhadores teria perdido parcialmente o cabelo, o que designa um sintoma comum de contaminação por radiação.
Feira de Santana (BA)
12 de janeiro de 1995
Os pesquisadores Alberto Romero, do Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ), e Emanuel Paranhos, da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro Freitas (SEULF), ambos localizados na Bahia, receberam uma inusitada correspondência. Ela dava conta de que, na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, o fazendeiro conhecido como Beto Lima estava caçando tatu quando encontrou um objeto dentro de uma lagoa em sua fazenda. Vejamos o que dizia a carta:
“Através desta carta, dirigida à emissora de televisão SBT, de São Paulo (SP), e ao jornal A Tarde, de Salvador (BA), os senhores poderão avaliar, através de seu corpo de jornalistas ou por outros meios, a verdade do que afirmo. Infelizmente não posso assinar, nem me identificar como verdadeiramente gostaria, por fortes razões pessoais e profissionais, já que sou militar ainda na ativa, principal razão do meu anonimato na grave denúncia que estou fazendo. Fiquei impressionado com a série de reportagens apresentadas através do SBT, no programa do apresentador Carlos Massa (vulgo ‘Ratinho’). Confesso que antes não levava muito a sério o assunto, mas diante das declarações feitas por outros militares, senti-me encorajado a fazer isso”.
“Em janeiro de 1995, na madrugada do dia 12, aconteceu uma coisa muito séria nos arredores da cidade de Feira de Santana (BA). Houve um enorme apagão, que deixou às escuras toda a região, e pelo que soube através de amigos, atingiu até a fronteira com o Estado do Sergipe. Pouco depois, chegou uma mensagem ao comando desta unidade (35º Batalhão de Infantaria) e aproximadamente às 05h30 (depois de terem sido canceladas todas as folgas) saímos em três caminhões rumo ao interior. Alguma coisa tinha acontecido numa fazenda das redondezas e pelo que rodamos, imagino ser algo em torno de 20 ou 25 km da cidade. Não sabíamos exatamente do que se tratava”.
retirado todos os vestígios de uma possível queda de UFO. Se confirmado o acidente na Bahia, terá sido um dos mais espetaculares de que se tem notícia
Vasculhando a área — “Quando lá chegamos, pensamos que tivesse sido um rebate falso, já que tudo estava calmo. Não havia fumaça que indicasse um grande incêndio do pasto ou a queda de um avião, nem curiosos. Foi então que percebemos o nervosismo do comandante, que sem dúvida sabia do que se tratava. Ele se encaminhou à casa da fazenda, que estava fechada, e logo depois apareceu um empregado. O chefe perguntou rispidamente alguma coisa e o homem apressou-se em atendê-lo. Estávamos com roupa de campanha, totalmente equipados e armados com munição de guerra. O comandante pediu para abrir a casa e logo foi gritando para alguns soldados e oficiais o seguirem. Vasculharam rapidamente toda a residência e logo saíram carregando o que à primeira vista pareceu-me ser um bicho preguiça, que se debatia debilmente nos braços que o seguravam, estranhando a expressão de pavor ou nojo do soldado. Atrás dele, outro carregava o que parecia uma criança de 6 ou 7 anos, bem franzina, possivelmente morta. Ambos os corpos foram rapidamente colocados na carroceria de um dos caminhões, assim como alguns pedaços de metal brilhante”.
“Quando iam sendo colocados (os corpos) em sacos de lona plástica, um dos soldados fez o sinal da cruz e junto com um palavrão exclamou: ‘… são bichos do outro mundo!’ Então me aproximei e um companheiro visivelmente nervoso sinalizou, apontando seu FAL para as criaturas. Arrepiei-me todo. Nunca tinha visto nada igual. O ‘preguiça’ gemia e se contorcia, procurando ajuda, já que estava bastante ferido, e assim de perto dava para ver que não era um bicho preguiça coisa nenhuma, mas cadê a coragem para tocá-lo? O outro era, a meu ver, mais assustador, porque seu rosto parecia mais ou menos com o de uma criança recém nascida ou coisa assim, mas era diferente, chegando a lembrar essas que morrem de fome e com olhos muito grandes. Entretanto, era grande demais para ser um recém nascido, já que media, pelos meus cálculos, perto de um metro”.
“Não pude seguir observando porque o comandante chamou a todos, menos dois que ficaram guardando os corpos, para irmos até uma lagoa próxima, onde vimos algo parecido com um pequeno carro, parcialmente afundado junto à margem. Então puxamos para fora, o que foi fácil demais porque era muito leve. Quase não nos atrevíamos a falar e nossa comunicação era silenciosa, através de gestos. Nesse instante chegaram dois veículos e vários indivíduos à paisana, junto com dois ou três oficiais da Marinha, não me lembro bem, e se reuniram separadamente com nosso comandante. Alguém cochichou que era do Serimar (Serviço Secreto da Marinha) ou Cenimar (Centro de Informações da Marinha) e acabaram tomando conta da operação. Pelo menos foi o que me pareceu. O objeto foi carregado em outro caminhão, onde também subiram dois dos que estavam à paisana e um dos oficiais da Marinha”.
Helicópteros e corpos — “Não saímos dali sem antes os chefes encostarem o ‘pião’ na parede e muito provavelmente darem uma grande ‘prensa’ no coitado. Antes de despontar para a estrada, paramos por alguns minutos até chegar um caminhão tipo baú, sem nenhuma identificação, onde colocamos o objeto. Logo a seguir, um helicóptero pousou rapidamente para carregar os corpos. Ao retornar ao quartel, fomos encaminhados para uma reunião com o comandante, na qual fomos instruídos e coagidos para guardar sigilo absoluto sobre os acontecimentos, por se tratar de algo referente à Segurança Nacional, caso contrário ficaríamos sujeitos às penalidades cabíveis. Sinto não poder dar maiores detalhes, mas por enquanto isso é impossível, já que qualquer informação que revelar pode denunciar minha identidade aos meus superiores”.
“Só posso acrescentar que esta operação (não sei se houve alguma anterior a esta) serviu como padrão para a deflagrada no Caso Varginha, ocorrida em Minas Gerais, já que os procedimentos foram idênticos e a grande falha aí foi ter envolvido outras pessoas e instituições, que acabaram facilitando o trabalho dos jornalistas e pesquisadores do assunto, o que aqui não aconteceu. Sinto-me melhor depois de escrever isso. Não por ter quebrado o meu juramento, mas depois de saber de vários outros militares, lá em Minas Gerais, que decidiram falar com os pesquisadores sobre o assunto, pensei bastante e achei que seria muito mais correto e honesto fazer o que fiz e desejar que os outros sigam meu exemplo. A única coisa que me preocupa, depois do que soube, é a saúde dos companheiros que pegaram nas criaturas e destroços (em Minas morreu um soldado). Infelizmente nunca mais soube nada a esse respeito e se soubesse não poderia falar”.
“— Um soldado brasileiro”
Parecia um bicho preguiça — Esta é a íntegra da carta recebida pelos pesquisadores Romero e Paranhos. Na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, o fazendeiro conhecido como Beto Lima estava caçando tatu quando encontrou um objeto dentro de uma lagoa em sua fazenda. “Aquilo era do tamanho de um fusca e estava boiando perto da beira”, disse. Com o auxílio de uma vara, ele conseguiu puxá-lo. “De repente, começou a sair um líquido gosmento de dentro do objeto e duas criaturas apareceram”. Segundo a descrição do senhor Beto, uma delas era peluda, com garras compridas e parecida com um bicho preguiça, ainda estava viva, apesar dos ferimentos. A outra, similar a uma criança recém nascida, só que com um metro de altura, estava morta.
O fazendeiro resgatou as duas criaturas, além do objeto, que mesmo sendo do tamanho de um carro era muito leve, e levou-os para dentro de casa. Primeiramente, quis vender o seu achado para a TV Subaé e para os jornais locais. Toda a imprensa estava sabendo do fato. Isso deixou sua esposa, Dona M (nome mantido em sigilo para proteger a pessoa), muito nervosa, a ponto de certa vez pedir ao pesquisador Paranhos para que não procurasse mais seu marido, pois ele costumava beber e falar besteiras. Além do que, desde que o senhor Beto começou a contar a história, várias pessoas estranhas foram à sua casa. Pessoas estranhas? Que pessoas? Militares, repórteres, curiosos? De qualquer forma, os investigadores não desistiram de buscar as informações, embora Dona M sempre desmentisse. Aliás, uma suspeita foi levantada por Paranhos e Romero: o senhor Beto tinha descrito os seres com detalhes impressionantes para uma pessoa que não possuía conhecimento sobre extraterrestres. O que acontecia agora é que o próprio senhor Beto desligava o telefone quando os investigadores ligavam para sua casa.
O Brasil é considerado um dos lugares de maior incidência ufológica do mundo. Com uma área de mais de 8,5 milhões de km², somos o quarto país do globo em extensão territorial. C
om um território dessa dimensão, é praticamente impossível registrar todos os casos ufológicos que aqui ocorrem
— Claudeir Covo, engenheiro, renomado ufólogo e co-editor da Revista UFO
Mesmo sem muitas novidades sobre o ocorrido, eles continuaram as investigações de maneira mais lenta. Com o episódio em Varginha, a ânsia por respostas começou a crescer entre os ufólogos. À medida que o tempo foi passando foram surgindo mais informações. Os militares tinham conseguido calar seus soldados até aquele momento, mas os civis envolvidos começaram a se abrir. A senhora Ama Becker, freqüentadora das reuniões do G-PAZ, por exemplo, comentou que seu ex-cunhado havia lhe contado que um funcionário da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) falou algo sobre o episódio. Disse que verificava uma rede elétrica danificada, por causa de um blecaute, na madrugada no dia 12 de janeiro de 1995, quando avistou três caminhões do exército saírem do quartel do 35º Batalhão de Infantaria, como mencionado na carta do “soldado brasileiro”. Quando eles viram o eletricista, pressionaram-no para que não comentasse nada com ninguém.
Com essas novas descobertas, Paranhos e Romero foram atrás do eletricista, conhecido apenas como senhor E (nome preservado), a fim de confirmar o que tinham ouvido. Entraram então em contato com ele e marcaram um horário para o encontro. Chegando ao local, encontraram não somente a testemunha, mas também seu supervisor e gerente, que negaram toda a história. Diziam que somente lembravam-se do blecaute, mas não conheciam nenhum Beto. O caso ficou em suspenso até 1998, quando outros fatos surgiram. Após algumas entrevistas para a Rádio Sociedade de Feira de Santana, uma carta anônima foi enviada ao G-PAZ, no endereço daquela emissora, corroborando com as informações prestadas pelo fazendeiro há três anos atrás. Conforme dizia a carta “de um amigo”, pelo menos duas corporações haviam participado da operação de resgate do UFO e os mesmos membros foram ameaçados.
Surgem novos relatos — Ao lê-la, os investigadores decidiram procurar novamente o senhor Beto. Este tentou confundi-los, dizendo que o Beto que procuravam era outro, um tal de Paulo Humberto. Vendo que não tinham acreditado nessa nova versão, o senhor finalmente cedeu e desabafou. Por ser um sargento reformado, disse que recebia ameaças constantes de oficiais da Marinha brasileira. Contou também que o UFO possuía um sistema de camuflagem que refletia a paisagem ao seu redor, dificultando assim sua localização. Em 1999, eles receberam a carta do “soldado brasileiro” revelando os detalhes da operação de resgate da nave e dos alienígenas citados. Mas e o avistamento da nave? Depois de interrogar várias testemunhas, os pesquisadores chegaram a dois relatos muito importantes, enviados pelo estudante universitário Marcos Ezequiel. O primeiro era de três rapazes, que afirmaram ter visto estranhas bolas de fogo caindo na cidade de Feira de Santana, próximo à fazenda do senhor Beto, em 1995.
“Por volta de 01h30, Rubens, Antônio e Adriano voltavam de uma festa quando viram uma grande bola luminosa que parecia emitir flashes. Sua coloração variava do verde ao vermelho e o objeto descia verticalmente em grande velocidade. Após alguns segundos, ela desapareceu no horizonte”, disse Marcos. Dois dias depois, outro estudante, chamado Rodolfo, presenciou a aparição de dois estranhos objetos metálicos, parecidos com aviões, voando bem baixo, por volta das 21h30: “Eles eram estranhos, pois não tinham iluminação ou qualquer símbolo”, continuou. Outra importante testemunha foi um vaqueiro da Fazenda Saco, chamado José, que narrou ter observado um comboio militar vindo da cidade de Santanópolis, na manhã seguinte ao blecaute, e à noite um helicóptero sobrevoou várias fazendas, inclusive a Fazenda Gravatá, de propriedade do senhor Beto.
Vários dos testemunhos recolhidos pelos pesquisadores mostraram uma movimentação incomum de helicópteros e comboios militares por pequenas cidades do interior da Bahia. Depois de todas essas informações, mesmo que o quebra-cabeça ainda não esteja completo, Alberto Romero e Emanuel Paranhos traçaram os passos do que ocorreu naquele dia 12 de janeiro de 1995. Os satélites de vigília norte-americanos teriam detectado a queda de um ou mais UFOs, sua trajetória e ponto de impacto. Como é de se presumir, o governo dos EUA avisou o Exército Brasileiro, que por sua vez acionou as agências de Inteligência e ordenou ao comando mais próximo que realizasse a operação de busca e resgate. Nesse caso, o órgão seria o Salvaero, da Base Aérea de Salvador. Posteriormente, eles teriam se juntado ao 35º Batalhão de Infantaria. Pode ter havido outro resgate naquela mesma manhã, já que testemunhas próximas à Lagoa Berreca viram soldados indo naquela direção.
No entanto, esse poderia ser o início da operação de recolhimento dos destroços do UFO, daí a possível explicação para o constante sobrevôo dos helicópteros na região. Já as duas criaturas teriam sido encontradas na Lagoa Jenipapinho, na Fazenda Gravatá, e Beto teria dado falsas informações para que os ufólogos pensassem que tudo tinha ocorrido na fazenda de Humberto, na Lagoa Berreca. O envolvimento da Marinha brasileira ficou explícito na carta do “soldado brasileiro” e a partir de um alerta que Beto teria recebido dos seus ex-companheiros de farda. A Marinha teria levado os corpos para a Base Naval de Aratú. As investigações continuam e a verdade um dia vai aparecer.
Nova Brasilândia (MT)
01 de julho de 1997
Embora o caso tenha ocorrido em 01 de julho de 1997, o relato da queda de um objeto voador não identificado em Teresópolis, distrito do município de Nova Brasilândia, localizado a 300 km de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, só chegou um dia depois aos noticiários. A história só ficou conhecida porque o ex-governador do Estado, Isaías Rezende, proprietário de um rancho vizinho ao do senhor Divino Fogoió, onde o objeto tinha caído, se surpreendeu com os relatos. Isaías tinha ido até a região e ficou assombrado com a atmosfera de suspense que tomava conta do lugar. No dia 07 de julho, duas equipes jornalísticas de Cuiabá, juntamente com o Corpo de Bombeiros, tentaram sem sucesso entrar na fazenda do senhor Fogoió, mas o fazendeiro disse que só podia deixar passar pessoas autorizadas pelo governo brasileiro. Entretanto, confirmou os rel
atos das pessoas que viram um objeto incandescente sobre a região, que depois provocou uma tremenda explosão, que não somente chacoalhou a sua casa, mas também foi ouvida num raio de 100 km. Equipes de TVs e jornais de todo o Brasil deram ênfase à notícia. O Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, publicou na sua edição do dia 09 de julho de 1997:
“Várias pessoas disseram ter avistado um objeto incandescente cair sobre a região, causando uma grande explosão. Um fazendeiro, senhor Fogoió, disse que viu o objeto durante seis minutos antes da queda. O vaqueiro Gilberto Braga, que vive em Nova Brasilândia, foi o único que teve coragem de tocar no objeto: ‘Parecia uma bola de ferro, maior do que um trator e tinha um cheiro estranho’. Moradores da região temem uma possível contaminação dos rebanhos ou do rio, já que o UFO caiu nas margens do Rio Manso. ‘Ele tinha a forma discóide e uma luz muito brilhante’, comentou o senhor Cláudio Picci, secretário da Indústria e Comércio de Nova Brasilândia”.
Um grupo de ufólogos da Associação Matogrossense para Pesquisa Ufológica e Parapsicológica (AMPUP) decidiu investigar o caso. Conforme declarou seu vice-presidente Marcy Monteiro Neto: “Fomos informados, primeiramente, que o objeto caiu no Município de Nova Brasilândia. Na madrugada do dia 08 de julho deixamos Cuiabá à procura do UFO”. O grupo chegou à cidade por volta das 08h00 daquela data, quando entrevistaram várias pessoas que relataram o episódio. Segundo as testemunhas, na noite do dia 1º de julho um objeto apontou sobre a cidade e iluminou o céu. Segundos depois do avistamento, ouviu-se uma explosão. O objeto havia caído. Por quase cinco horas os ufólogos do AMPUP procuraram pela fazenda o local da queda. A informação dada estava errada. Todos sabiam que alguma coisa tinha caído, mas ninguém sabia onde. Depois de se perderem, conseguiram retornar a Cuiabá, onde os jornais já traziam reportagens alegando a veracidade do evento.
Uma equipe de televisão foi até a fazenda, mas foi impedida de entrar. O proprietário negou que tivesse visto o objeto, mas o capataz, no entanto, disse que além de vê-lo, tocou-o e não ficou muito tempo próximo a ele por causa do mal cheiro que exalava. Ele também disse que o objeto era preto, mas não sabia definir se era feito de alumínio ou concreto, embora tivesse o tamanho de um caminhão. O presidente da AMPUP Ataíde Ferreira Neto, acompanhando uma equipe de reportagem do SBT de helicóptero, sobrevoou a região na tentativa de localizar o objeto, mas nada encontraram. Toda a história pode ser “esfriada”, pois naquela data estava ocorrendo um grande aumento de relatos de quedas de meteoritos e blocos de gelo do espaço. Essa seria uma das explicações para o que os habitantes da cidade viram no dia 1º de julho de 1997. Entretanto, isso não explica o bloqueio à fazenda do senhor Fogoió, suposto local da queda do objeto, como também o relato do vaqueiro da propriedade, Gilberto Braga, que afirmou que o objeto era de ferro, do tamanho de um trator e liberava um cheiro muito estranho.
São Félix do Xingu (PA)
09 de outubro de 1999
A pequena e pacata cidade de São Félix do Xingu fica a 1.050 km da capital do Pará, Belém. Sua população, de 40 mil habitantes, é composta na sua maioria por tribos, já que a cidade se situa na região do Alto Xingu, uma reserva indígena. Mas no dia 09 de outubro tudo mudou. Por volta das 16h00 centenas de moradores da região viram um estranho objeto rasgar o céu e cair no meio da selva amazônica. Os índios Kayapó foram os primeiros a ouvir a estrondosa explosão, que foi sentida a vários quilômetros de distância. A informação chegou até a civilização através dos noticiários da rede de televisão Bandeirantes somente no dia 25. Segundo a matéria Destruição, Fogo e Medo, o correspondente da emissora no Pará, Ronaldo Vilhena, relatou o evento da seguinte forma: “O dia estava claro quando a população de São Félix do Xingu ouviu um enorme estrondo provocado por um objeto brilhante que deixou um rastro de fumaça antes de cair, há mais de 30 km de distância da cidade”. A Rede Bandeirantes organizou uma equipe para descobrir o que tinha provocado tal impacto. O mais provável é que fosse meteorito. Dois geólogos participaram da operação, Nélio G. A. da Mata Rezende, do Serviço Geológico do Brasil, e Rômulo Simões Angélica, professor e pesquisador da Universidade Federal do Pará. Chegando a uma tribo Kayapó, a mais próxima da área do impacto, a equipe de reportagem colheu depoimentos de alguns índios: “Aquela coisa era muito grande… Enorme… A terra tremeu”, disse um índio chamado Kruakruque.
O peão da madeireira local, Gildemar Santana da Cruz, falou que estava dentro da mata quando houve o impacto: “Pensei que fosse uma grande bomba porque balançou tudo”. Com a ajuda de dois índios da tribo, o grupo chegou ao local exato da queda. A selva ainda queimava e já tinham se passado 17 dias! O cenário era como se uma bomba tivesse sido jogada sobre o local. Cerca de 200 m da mata ainda queimavam. Árvores haviam sido arrancadas pela raiz e estavam destruídas. Não havia vestígio algum de uma aeronave, meteorito ou cratera no solo. Não foi detectada radioatividade no local. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), de Brasília, confirmou que de fato o Salvaero (Centro de Resgate de Aeronaves) esteve no local após o incidente, mas não encontrou nada.
A FAB divulgou que não registrou o desaparecimento de nenhum avião na área e que não estavam investigando o caso. “Temos todas as características da queda de um meteorito, só não encontramo
s o próprio ou sinal de alguma coisa que tenha provocado aquilo”, disse desapontado Rômulo Angélica. “Estamos achando tudo muito estranho, porque não tem cratera como devia ter. É uma coisa muita estranha… Não sabemos o que aconteceu aqui”, comentou outro pesquisador, Nélio Rezende. Entretanto o que chamou a atenção dos pesquisadores, fora a destruição das árvores e o fogo, foi um cheiro desconhecido. Não era aroma de madeira queimada, pólvora ou combustível.
Caso Tunguska brasileiro — Dois meses depois do evento, o jornalista Jefferson Martinho, editor da revista eletrônica Vigília [www.vigilia.com.br], entrevistou os geólogos que estiveram em São Félix do Xingu. A essa altura, o evento já era considerado como o Caso Tunguska brasileiro [Referindo-se ao caso ocorrido na Sibéria em 1908, onde alguma coisa devastou uma área imensa nas tundras siberianas]. Na entrevista os geólogos falaram sobre suas pesquisas a respeito do caso. Segundo Rômulo, a área atingida tinha algo em torno de 200 m x 100 m. “O cenário encontrado foi realmente surpreendente. Uma floresta bosqueada, onde o fogo deixou sua marca. Havia árvores caídas, como que arrancadas do solo, mas espaçadas entre si e sem uma orientação preferencial de queda. Pareciam quedas aleatórias. Não encontramos uma clareira ou uma cratera maior que pudesse caracterizar o ponto focal do incêndio ou o ponto de impacto. Nenhum fragmento de rocha foi encontrado”.
Quando lhe foi perguntado se aquilo poderia ter sido causado por uma queimada, os geólogos disseram que, apesar de ser costume do lugar preparar a terra para o plantio, só se faz a queimada após a broca, isto é, depois que as árvores maiores são derrubadas é que eles deixam a mata secar e colocam fogo. Nesse caso foi diferente. Eles não encontraram árvores cortadas. Normalmente, quando as queimadas são feitas pelo homem elas duram no máximo quatro dias. Aqui foram 17 dias. Por outro lado, a possibilidade de ser um meteorito não foi descartada pelos cientistas, pois a inexistência de crateras ou fragmentos de rocha no local não invalida a questão. Assim, algumas características relatadas pelas testemunhas, como o rastro de fumaça escura, que pode ser o resultado do processo de ablação e desintegração do meteorito, devido ao atrito com a atmosfera ou a própria explosão, poderia ter desintegrado a rocha e, dependendo da velocidade do meteorito, pode haver geração de ondas de choque ou ondas de pressão que são sentidas pelo terreno. Essa é uma das explicações para o evento ocorrido em Tunguska.
Finalmente, quando perguntados pela conclusão do caso, os cientistas apenas disseram: “Essa é a parte mais delicada. Como cientistas, e após nosso trabalho de campo, não temos evidências para explicar o ocorrido, dentro do nosso campo de atuação. Mas como qualquer ser humano, somos levados a fazer suposições, ‘achismos’, ou seja lá o que for, sempre para tentar explicar algo que nós não sabemos como explicar”. Desconfia-se que o evento Xingu foi algo químico. Os pesquisadores não acreditam num fenômeno natural (geológico, geofísico ou meteorológico), mas em algo provocado. Portanto, sem uma análise química do solo não é possível determinar com mais exatidão o que quer que tenha caído e provocado tal devastação. Contudo, a hipótese de ter sido causada por um UFO não está descartada.