O alarme foi dado pelas agências noticiosas internacionais. Entre os dias 6 e 8 de dezembro, pouco menos de dois meses após o Evento Xingu, foi a vez das autoridades australianas se depararem com um episódio misterioso. Um objeto desconhecido aparentemente havia caído no reservatório de água da cidade de Guyra, ao norte de Sydney. Foi um trabalhador do local quem descobriu as primeiras evidências da queda, segundo relatou a própria polícia. Ele notou uma lacuna da vegetação que cresce junto a um dique de concreto, além de lama espalhada por toda a margem.
Uma agência governamental de proteção ao meio ambiente fez testes na água para detectar possíveis riscos, mas não encontrou contaminação ou anomalia nos níveis de radiação. As especulações não tardaram a aparecer. As hipóteses iam desde um meteorito a uma nave alienígena, passando por dejetos congelados supostamente despejados de um avião comercial. Houve quem imaginou que a queda pudesse estar associada a pedaços de satélites e até da sonda norte-americana Mars Polar Lander, que havia acabado de virar notícia por ter cessado sua comunicação com a NASA. Autoridades australianas chegaram a cogitar que se tratasse de uma fraude, produzida por algum morador local com uma banana de dinamite.
O reservatório foi fechado e a polícia fez barricadas para deter curiosos num raio de 2 km em torno da área. Os suprimentos de água que saíam do reservatório para a cidade de Guyra foram cortados. Cientistas e repórteres chamados ao local puderam conferir de perto as evidências de que algo havia caído – com muita força – dentro da represa, afundando na lama. “O objeto causou uma depressão significativa no solo,” disse a polícia de Guyra. A misteriosa queda resultou numa cratera de 15 metros de profundidade por 6 metros de largura. O impacto pareceu ter ocorrido diagonalmente, formando um ângulo de 45 graus, com o objeto deslizando antes de afundar. Ao contrário do Evento Xingu tupiniquim, no caso australiano algumas horas de escavação bastaram para acabar com o mistério que agitou a Comunidade Ufológica: tratava-se mesmo de um meteorito. Levada pelos cientistas, a rocha tinha tamanho um pouco maior que um telefone celular.