Era uma noite quente de domingo, no mês de maio de 1991, quando um pacato fazendeiro de trinta e poucos anos, chamado Moisés Campelo, saiu da casa de seu irmão perto da igreja e começou a descer uma colina, a caminho de casa. Estava escuro e garoava, mas ele não quis abrir o guarda-chuva. Dali a cerca de 200 m o chão ficava plano para depois inclinar-se novamente, quando o homem se preparou para subir outra ladeira íngreme e comprida, que terminaria em sua residência. Poucos minutos depois, passou pela casa de um vizinho e, dali a mais 100 m, chegou ao alto da colina. Foi então que notou um brilho estranho no céu.
O homem olhou para a direita e viu uma pequena luz no pico de outra montanha. “É um carro”, pensou ao olhar para trás, na direção da trilha que mal podia ver por causa da escuridão. Mas, antes de dar mais três ou quatro passos, notou que a luz estava, subitamente, bem em cima dele — ela percorrera aquela distância com uma velocidade surpreendente, assustando-o. A luz agora era grande e tão brilhante que doía os olhos. Não fazia nenhum ruído e parecia ser tão grande quanto uma casa e girava lentamente. Campelo sentiu mais curiosidade do que medo, mas se soubesse o que iria lhe acontecer, teria corrido para longe dali. Aquele foi o início de uma estranha abordagem hostil que ainda não pode ser explicada racionalmente. Campelo sobreviveu ao ataque, mas ainda tem medo de sair de casa à noite,
pois teme que os atacantes voltem.
O UFO profusamente iluminado que apareceu naquela noite teve um efeito imediato sobre Campelo. “Fiquei paralisado quase na mesma hora e achei que o UFO ia me levar”, disse em voz baixa, quando eu o entrevistei em sua sala de estar. Seu olho esquerdo estava vermelho, pois fora machucado pelo objeto e ainda não tinha sarado. “Aquilo iluminou tudo à minha volta e ficou muito quente. E eu senti que estava sendo sugado para cima”. Campelo disse que realmente começou a subir no ar numa posição ereta, como se ainda estivesse caminhando. Não sentia nada tocando em seu corpo ou segurando-o no ar — era apenas a sensação de ser puxado para cima por uma força invisível. “Fiquei com muito medo, mesmo. Subi mais ou menos um metro e meio e não conseguia falar nem gritar por ajuda. Não podia me mexer, pois a luz era quente demais. Eu estava apavorado”, declarou Campelo.
“Eles me fizeram descer devagar”
Seu corpo ficou tão rígido que um pacote de biscoitos que carregava debaixo do braço amassou por completo. Campelo não sabe quanto tempo ficou suspenso sob o UFO, mas acha que foi por pelo menos cinco minutos — o tempo todo morrendo de medo que algo muito ruim lhe acontecesse. “De repente, eles me fizeram descer bem devagar e a luz se afastou um pouco para o lado”, disse. Naquele momento, o homem estava tão nervoso que caiu ao chão. Enquanto isso, o UFO pairava totalmente imóvel à altura de uma árvore, cerca de 20 m de distância e ainda muito brilhante.
Há duas casas algumas centenas de metros de onde o fato ocorreu e outras a um quilômetro de distância, mas, aparentemente, ninguém viu a luz. Campelo estava muito tonto para conseguir andar e seus olhos ardiam por causa da luz. Mas, bem devagar, ele foi se arrastando até sua casa. “Estava rastejando como uma lagartixa porque não conseguia andar. Afastei-me dali uns 200 m e fiquei embaixo de uma árvore pequena, onde parei um pouco para descansar. Depois, comecei a me mexer de novo e, assim que saí debaixo da árvore, eles voltaram e me pegaram novamente”. Dessa vez, aquilo veio por trás de Campelo, e entre ele e o objeto só havia os galhos da árvore. De repente, percebeu que estava sendo sugado para cima outra vez. Ele parou de subir quando estava a cerca de um metro do chão, agachado, como se ainda estivesse se arrastando.
Campelo acha que dessa vez ficou suspenso no ar por 15 minutos. “Minha cabeça bateu nos galhos enquanto eu subia. Fiquei paralisado de novo, mas dessa vez senti muito frio. Não podia me mexer ou gritar, e a luz feria meus olhos outra vez. A coisa estava acima de mim, girando, girando, girando”. Ele estava consciente, mas apavorado — e a única coisa que podia fazer era rezar. Finalmente, o UFO foi embora, ficando fora de seu campo de visão. Até aquele momento, ele não tinha emitido nenhum som, mas quando estava se afastando, Campelo ouviu um ronco baixo, como de uma turbina. Assim que o objeto se foi, ele sentiu a paralisia passar rapidamente e caiu no chão como um pedaço de chumbo. “Eles me derrubaram com força”, disse.
Com muita dor e morrendo de medo que aquilo voltasse uma terceira vez, Campelo se arrastou até chegar em casa. “Meu olho esquerdo começou a inchar, parecia que ia sair da cabeça, e quando entrei em casa, não estava enxergando”. Ao chegar, bateu nervosamente na porta até sua mulher abrir – estava histérico e não conseguiu contar o que tinha acontecido. “Sentei-me numa cadeira e por uns cinco minutos não conseguia falar. Um pouco depois, olhei pela janela e vi a luz sobre a igreja. Quando aquilo aconteceu comigo, ela era branca, mas àquela distância parecia uma enorme bola vermelha. Ficava balançando para frente e para trás como um pêndulo”. Seu caso é impressionante.
Moisés Campelo é uma das centenas de brasileiros que sofreram estranhos ataques por parte dos UFOs. A maioria das vítimas fica apavorada, mas não se machuca. Porém, algumas já se feriram, foram mortas ou quase isso. Milhares de pessoas podem er sido atacadas, mas o número exato talvez nunca se saberá ao certo, pois o Brasil é enorme, com uma população muito grande, mas nenhum indivíduo, organização ou repartição do governo coleta informações sobre os contatos imediatos que ocorrem no país. A Aeronáutica, que pesquisa estes casos, dedica-se mais às ocorrências ufológicas envolvendo aviões.
Ocorrências nunca relatadas
Há mais de 60 anos, UFOs têm sido vistos praticamente em todas as nações do mundo, com avistamentos e contatos imediatos quase todos os dias. Mas somente no Brasil — não nos países vizinhos, nem em qualquer outro do planeta — nossos visitantes extraterrestres são tão hostis — e ninguém sabe por quê. Há apenas algumas centenas de ufólogos brasileiros, entre os mais de 190 milhões de habitantes no país, e todos são civis que dedicam o tempo que podem para examinar relatos de incidentes do gênero. Há grandes áreas do país onde não existe pesquisador algum atuando, e a maioria dos avistamentos e contatos que lá ocorrem não é relatada e nunca será conhecida.
Cynthia Luce, uma colega investigadora [Falecida no ano passado], e eu ficamos sabendo da história de Moisés Campelo por acaso. Estávamos realizando uma investigação de campo e procurando uma mulher que passara por experiência semelhante na mesma região, uns 12 anos antes, mas os vizinhos nos informaram que ela tinha se mudado e perguntaram se sabíamos do caso de Campelo. Não sabíamos, mas foi fácil encontrá-lo em sua modesta residência no Sítio Timbaúba, alguns quilômetros de Campo Redondo (RN), onde quase não chove. Ele é um homem tenso, mede 1,6 m, tem cabelos pretos encaracolados, olhos pretos e pesa cerca de 60 kg. Sua mulher e filhos, e mais uma meia dúzia de vizinhos e parentes, se aglomeraram em sua sala de estar para ouvir nossa conversa. A família mora há cerca de 3 km da estrada principal.
Fiquei com muito medo, mesmo. Subi mais ou menos um metro e meio e não conseguia falar nem gritar por ajuda. Não podia me mexer, pois a luz era quente demais
Quando Moisés terminou de contar sua história, disse-nos: “Achei que eles iam me levar para a Europa”. Todo mundo riu, inclusive ele, mas a situação não foi engraçada na noite em que o UFO o atacou. “Meu lado esquerdo ficou amortecido por três ou quatro meses. A parte em volta da cintura e dos quadris, do lado esquerdo, parecia paralisada”, disse. Ele também teve problemas com o olho esquerdo por um ano e meio. Inchou tanto que ele não podia dormir à noite por um bom tempo, porque não dava para fechar o olho. “Não enxerguei com ele durante alguns dias, e ainda tenho dificuldade”. O olho parecia estar irritado e o problema era que não tinha sido devidamente tratado. Campelo informou que um médico lhe dissera que precisaria de uma cirurgia, e ele foi ao hospital três vezes, mas nas três vezes faltou energia elétrica — ele nunca foi operado.
Campelo mora e trabalha na mesma propriedade a vida toda e não tem a intenção de se mudar, embora saiba que discos voadores ainda estão na área. “Eu não saio mais sozinho à noite, só saio se alguém for comigo”. Entrevistei Moisés em setembro de 1992 e novamente em julho de 1993, e sua história não é um caso isolado. No Brasil há muitas pessoas que foram vítimas de ataques extraterrestres [Veja também o livro ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol, código LIV-006 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Tanto que uma das mulheres presentes à entrevista com Campelo disse que, menos de uma semana antes, sua filha e seu genro, ambos com 19 anos, e outras três moças precisaram se esconder de um UFO. Estavam indo a pé até a residência do casal, numa colina a oeste da cidade, quando o incidente ocorreu.
Sentiu calor e frio extremos
Severina Campelo, irmã de Moisés, deu seu testemunho: “Eram mais ou menos 19h00. Estava escuro e eles estavam subindo a colina quando uma luz brilhante veio para cima deles e tentou sugá-los. Todos se esconderam embaixo de um cajueiro e se agarraram a ele até a luz ir embora”. Infelizmente, não houve tempo de conhecer e entrevistar o jovem casal, e quando eu voltei ao Sítio Timbaúba, em 1993, eles já tinham se mudado. Mas, voltando a Campelo, o que o teria assustado tanto, a ponto de deixá-lo com medo de sair sozinho à noite? Seus atacantes apareceram de repente, levantaram-no do chão duas vezes, sujeitaram-no a calor e frio extremos e a uma paralisia que o impediu de se mexer e falar, soltando-o com delicadeza na primeira vez e violentamente na segunda.
A luz que atingiu Moisés Campelo era tão brilhante que quase o cegou. Branca quando estava próxima e vermelha quando distante, balançando para trás e para frente no céu. Mas o que era o misterioso artefato? Obviamente, algum tipo de máquina com uma criatura ou criaturas inteligentes controlando-a. Aquilo perseguiu Campelo duas vezes, localizou-o no escuro na primeira vez, a uma distância de 3 km — mais tarde, quando foi visto sobre a igreja, oscilava como um pêndulo. Sua experiência, porém, pode nos dar pistas que, somadas aos dados obtidos em entrevistas com outras vítimas, poderão um dia nos ajudar a descobrir o que há por trás do Fenômeno UFO — e elas são muitas. Várias outras testemunhas afirmam que também levitaram, embora não duas vezes, como Campelo — o que aconteceu com ele é um fato singular.
Há outros elementos estranhos que diferenciam esse caso de outros, tais como a luz brilhante que ilumina tudo como se fosse a luz do dia, a paralisia sofrida, a incapacidade de Campelo de falar ou gritar por ajuda e a sensação de frio intenso em meio a um calor extremo quando foi apanhado pela segunda vez. Cynthia sugeriu que Moisés talvez tivesse entrado em estado de choque, o que explicaria o frio, mesmo na presença de calor. Outras vítimas que sentiram isso também acham que tiveram esse tipo de choque. Por outro lado, algumas pessoas que afirmaram sentir frio e calor, simultaneamente, acrescentaram que tudo ao redor delas estava frio, como se estivessem em um ambiente com ar condicionado — mas o frio passou assim que o UFO foi embora.
Além de Moisés, outras pessoas foram levantadas do solo por naves alienígenas, muitas resistiram de alguma forma, algumas foram até puxadas por ganchos e chegaram a ser realmente levadas. Ainda temos muito a aprender sobre a complexa fenomenologia ufológica, mas uma coisa podemos afirmar com certeza: ninguém está a salvo de ataques por parte de aliens, em lugar algum do mundo, ainda que apenas no Brasil exista registro de tamanha violência. Há outros exemplos a serem considerados, como o de Hermelindo da Silva, cujo caso também investiguei e pesquisei em meu livro [Perigo Alienígena no Brasil, código LIV-014 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Hermelindo da Silva é um fazendeiro que possuía um bar à beira da estrada, logo na saída do vilarejo de Vargem Grande, no Vale das Velhas, em Minas Gerais. Ele morava com sua mulher, seis filhos e o irmão da mulher em uma casa cerca de 70 m atrás do bar. Às 02h00 de 09 de setembro de 1996, Silva estava indo a pé para casa em companhia de seu cão, que era muito bravo, quando ambos tiveram um susto. Ao chegarem perto do bar, que já estava fechado havia várias horas, o céu subitamente se iluminou, ficando tão claro quanto o dia. O homem e o animal ficaram nervosos, pois
bem acima deles apareceu um objeto intensamente iluminado, com cerca de 3 m de diâmetro, cercado por tons de amarelo e violeta. O artefato tinha um orifício escuro no fundo. “Fiquei apavorado, o cachorro rosnou bravo, mas teve algum tipo de choque e saiu correndo, aterrorizado”, disse.
“Arremessei um pedaço de pau”
De repente, a luz se apagou e Silva achou que o aparelho tinha ido embora. Correu até a porta traseira do bar, tentando destrancá-la, mas estava nervoso demais e precisou ficar de pé na entrada. Forçou a vista para ver o que estava acima dele, mas não conseguiu. “Então a luz acendeu de novo. Estava lá, bem acima do telhado e me cegando. Agarrei um pedaço de pau, joguei-o para cima e ele atingiu alguma coisa sólida. Fiquei um pouco assustado e a luz apagou novamente”. Até aquele momento, o UFO estava emitindo um som estranho, como um zumbido, mas quando apagou o som também parou. Silva então ouviu um silvo como o barulho de uma pequena luz a gás. Alguma coisa atingiu-o no ombro e o derrubou no chão. Tomado de pânico, ele saltou e começou a correr em direção à sua casa, mas a luz apareceu novamente, cerca de 7 ou 8 m acima dele.
Naquele momento, algo ainda mais estranho começou a acontecer: desceram do artefato quatro cabos com ganchos que tentaram pegar o homem. “Eu estava tentando me desvencilhar dos ganchos, quando uma criatura pequena desceu, escorregando por um dos cabos. Ela me bateu no ombro e tentou me agarrar, mas bati e lutei com ela”, disse Silva. Tinha um pouco mais de um metro de comprimento e estava completamente coberta com alguma coisa cinza, dura e polida — o rosto não era visível. Silva, que tem 1,80 m de altura e é forte, não conseguiu segurar na roupa do ser, mas conseguiu agarrá-lo pelos braços. “Ele parecia de metal. Tentei jogá-lo no chão, mas ele tremeu. Fiquei tão assustado que o larguei e ele caiu”.
Antes que Hermelindo da Silva pudesse se mexer, porém, a criatura rapidamente passou um gancho em volta de seu tornozelo esquerdo e subiu correndo por um dos cabos para dentro do UFO. Silva caiu, mas foi imediatamente puxado do chão, sendo içado pelo pé na direção do orifício no centro do objeto. “Aquilo era do tamanho desta sala”, disse ao ser entrevistado por este autor. “O orifício estava aberto e era roxo. Eles tentaram me puxar através do buraco, e quando eu cheguei perto senti um calor terrível”. A nave começou a se afastar arrastando Silva para cima, seguindo na direção da casa dele. O tempo todo ele ficou gritando por socorro e acabou acordando seu cunhado, que estava agora observando a luta através de uma janela.
Sofreu vários cortes e arranhões
Enquanto ele era arrastado de cabeça para baixo, sua perna direita balançava violentamente, e foi isso que o salvou. “Meu pé direito bateu na borda do buraco, fazendo soltar o gancho de meu tornozelo e eu caí”. O aparelho continuou seu caminho e desapareceu, mas o infortúnio de Silva continuou, pois ele caiu uns 6 m sobre uma iúca, planta que tem folhas agudas como uma navalha. Sofreu vários cortes e arranhões. Quando se livrou da planta, correu até a casa e chutou a porta, quebrando a tranca para abri-la. Passou o resto da noite contando e recontando a história à esposa e ao cunhado. “Ele entrou todo machucado”, disse Maria, a mulher, confirmando que tinha cortes no joelho, nos braços e no corpo, assim como nos pulsos, na testa e no rosto.
Hermelindo da Silva se queixou muito da perna esquerda, do pé que estava inchado e do joelho com hematomas — falou também de uma sensação de ardor no pé esquerdo. No dia seguinte, foi a uma farmácia e lhe deram uma pomada para os cortes e arranhões. O caso então passou a ser investigado por um dos mais experientes ufólogos do país. Em Belo Horizonte, Húlvio Aleixo logo soube do incidente através de um de seus informantes e imediatamente foi a Vargem Grande [Veja entrevista com ele na edição UFO 138, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Para ele, o caso era um dos mais estranhos dentre os mais de 300 que ele já investigou no Vale das Velhas. “Entrevistamos o farmacêutico, que confirmou que Silva estava muito nervoso e chocado, mas não tinha sintomas aparentes de queimaduras, apenas edema”, explicou Aleixo.
Quando Silva caiu do gancho, seu cunhado abriu a janela e viu o objeto inteiro, não só o fundo, como a vítima tinha visto, e disse que era cônico e tinha um topo redondo, em forma de sino. O cachorro de Silva também pode ter sido uma vítima do contato, pois morreu três meses mais tarde de causas desconhecidas. O atacado e quase abduzido acha que o UFO causou a morte do animal de alguma forma. Mas ele estava concentrado no que passou, obviamente, como a segunda experiência com os ganchos. Há casos semelhantes ao dele, como o que envolveu Antônio Amador de Lima, apenas um pouco menos dramática. Lima não lutou com ninguém, mas o que um dos tripulantes lhe disse fora tão assustador, que seus olhos se enchem de lágrimas quando me relata a história.
Antônio Amador de Lima morava na cidadezinha de Santo Antônio, 80 km de Santa Cruz (RN). Trabalhara como agricultor durante toda sua vida e, embora já estivesse com 75 anos, estava terminando mais um longo dia de trabalho quando o fato aconteceu. Era uma noite de sábado, em novembro de 1979, quando ele estava cuidando de algumas plantas em uma fazenda a oeste da cidade, preocupado com a infestação de insetos. “Eram 19h00, estava escuro e eu vi uma luz voando na minha direção”, disse quando o entrevistei em janeiro de 1980. “A luz me assustou porque eu já tinha ouvido falar de disco voador, e quando a vi comecei a andar na direção de casa. Mas depois de alguns metros, o objeto disparou uma luz sobre mim”.
“Pareciam gente, mas não brasileiros”
Lima tinha ouvido dizer que, se um disco voador chegar perto, a melhor coisa a fazer é deitar-se no chão — e foi isso que ele fez, sobre o seu lado esquerdo. Ele ainda conta que “a luz chegou bem perto de mim e eu senti que estava sendo puxado do chão uns 50 cm”. Ele então agarrou uma planta com a mão esquerda, bem firme, para não subir ainda mais, e levantou o braço direito para se proteger da coisa. “Quando me virei, vi uma coisa como uma corda, descendo do disco voador. Tinha quatro ganchos na extremidade e um deles prendeu minha camisa pelas costas. Eu fiquei pendurado no gancho”. Lima disse que viu pessoas sentadas através de uma janela, mexendo as pernas — duas mulheres e um homem. “Pareciam com a gente, mas não eram brasileiros”.
Então a luz acendeu de novo. Estava lá, bem acima do telhado e me cegando. Agarrei um pedaço de pau, joguei-o para cima e ele atingiu alguma coisa sólida
Sua descrição dos seres foi interessante. Os rostos das mulheres eram estranhos e feios, e seu cabelo era curto e preto. “Quanto ao homem, primeiro eu vi um tipo de barba. As mulheres usavam blusas com tiras e sem mangas. Seus braços eram amarelos. Eu as vi sentadas e mexendo as pernas”, declarou, fazendo seus olhos se encherem de lágrimas — ele parou de falar no momento. Estávamos conversando na sala de estar da casa onde Lima, viúvo há sete meses, morava com sua filha, o genro e uma neta. A sala estava cheia de gente para ouvir a entrevista. Depois de algum tempo, ele continuou: “Ouvi uma das mulheres dizer ‘Aí vem um velho bom que podemos levar conosco para o nosso mundo’. Fiquei apavorado”.
Da posição em que Lima estava pendurado no gancho, o objeto parecia ter a forma de um charuto e estar a uns 6 m acima dele. Ele não gritou por socorro. “Fiquei com medo de que, se gritasse, aquilo me levaria embora. Estava chorando, mas não queria chamar ninguém. O tempo todo não larguei da planta. Mas uns 15 minutos depois, minha camisa rasgou e eu caí ao chão”. Ele viu o artefato girar umas três ou quatro vezes e depois ir embora. Era marrom, quase o dobro do tamanho de um carro, e quando ele se afastou podia se ver uma luzinha vermelha na parte de trás. Lima correu para casa. “Era uma sensação muito estranha, não sentia nada nas pernas e estava com muito medo. Depois, fiquei doente por uma semana. Parei de trabalhar porque não queria voltar para casa à noite”.
Após a terrível experiência, Antônio Amador de Lima não ia mais a lugar algum após escurecer, pois tinha medo que o disco voador voltasse. Quando voltei a procurá-lo para novas entrevistas, 12 anos depois, Lima tinha morrido — cinco anos depois do incidente. “Ele nunca mais voltou a trabalhar”, disse sua neta, Maria Pontes. O homem envelheceu rápido e parecia muito mais velho do que sua idade. Começou a ter problemas do coração, suas pernas inchavam e as mãos tremiam. Era um homem muito forte, tanto que, antes daquela história, acordava às 03h00 para trabalhar e voltava para casa entre 19h00 e 20h00. “Mas, depois daquilo, não trabalhou nenhum dia mais”, relatou Maria.
Alfabetizadora de adultos, Maria Pontes era adolescente quando seu avô teve o contato. Disse que naquela noite ele chegou em casa às 20h30, e ela um pouco depois, comentando com ele que as pessoas estavam dizendo na rua que um disco voado tentou levá-lo. “Alguns dias depois, ele entrou num estado de ficar na cama direto. Ficava no quarto, deitado na rede, e só se levantava de vez em quando. Nunca saía. Sempre teve bom apetite e comia com vontade antes, mas depois do incidente, passou a comer pouco”, disse Maria. A personalidade de Lima também mudou. Ele sempre era exigente com as coisas, que tinham de ser mais ou menos como ele queria, pois, do contrário, ele ficava irritado. “Mas depois do que aconteceu, ele ficou pior. Tudo tinha de ser exatamente como ele queria, e às vezes ficava tão bravo que não conversava mais até o fim do dia”.
Lima não gostava de falar sobre o ocorrido. Antes de sua experiência, não acreditava em discos voadores. Mas, depois dela, começou a acreditar. Com muita relutância ele revelou à sua neta uma versão mais detalhada do que aconteceu naquela noite. Disse Lima que viu quatro pessoas dentro do disco voador, duas mulheres e dois homens, e que identificou os sexos pelas vozes. Afirmou também que a luz era tão brilhante que dava para ver um fio de cabelo no chão. Aí entra uma divergência com que havia declarado antes para este autor – quando Maria relata que ele ouviu aquelas pessoas dizendo “Ele é muito velho e não serve. Vamos deixá-lo”. Após saber disso, passei a ver que as lágrimas em seus olhos, quando ele me deu sua primeira entrevista, podem ter sido de alívio, em vez de medo de ser levado.
ETs primitivos, atos rudimentares
As experiências vividas por Moisés Campelo, Hermelindo da Silva e Antônio Amador de Lima foram traumáticas [Veja detalhes no DVD Seqüestros por ETs: Um Fenômeno Global, código DVD-021 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Silva, por exemplo, foi içado com ganchos por um UFO perto de seu local de trabalho, e Lima também foi puxado por ganchos perto da cidade de Santo Antônio. Não é coincidência que os dois homens tenham ficado aterrorizados, assim como Campelo, que também viveu momentos difíceis nas mãos de seres extraterrestres. Lima chegou ao ponto de nunca perder o medo de sair de casa. Já Silva se recuperou bem e por vários anos permaneceu saudável, sem se preocupar com possíveis ataques de UFOs — ele morreu de um derrame em 1994.
Para Antônio Amador de Lima, entretanto, o contato o transformou em um velho recluso e rabugento, que passou a maior parte de seus últimos cinco anos de vida deitado em uma rede. O detalhe mais curioso nesses casos é que os ETs não precisam de ganchos para agarrar uma pessoa — eles podem facilmente abduzir qualquer um, sem tais instrumentos tão rudimentares. Mas, talvez, rudimentares também sejam os tripulantes de algumas destas naves, que precisam usar técnicas tão primitivas. Enfim, o Fenômeno UFO é complexo e, dentro dele, também são as abduções alienígenas. Felizmente, nem todas as vítimas de nossos visitantes extraterrestres são tão indefesas quanto Hermelindo da Silva e Antônio Amador de Lima — e algumas conseguiram até frustrar seus antagonistas, fazendo coisas simples como correr e se esconder, deixando-os sem ação.