
A investigação desta ocorrência — já conhecida na Ufologia como Caso Bete e Débora — iniciou-se em 27 de abril de 1991 e perdurou por alguns anos. O fato teve como um de seus principais investigadores o experiente ufólogo Claudeir Covo, já falecido, que foi coeditor da Revista UFO, e compôs o capítulo 36 do livro Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, da coleção Biblioteca UFO [Código LIV-007] e ilustra a capa da obra. Por ser uma das protagonistas conferencista confirmada no II Fórum Mundial de Contatados 2014, a ocorrer em Curitiba, de 16 a 18 de maio, o caso é novamente trazido à tona [Veja seção Mensagem do Editor].
Elisabete Rodrigues, ou apenas Bete, é uma artista plástica e colorista com trabalhos expostos no Brasil e no exterior. Seu tipo sanguíneo é O negativo e desde pequena esteve envolvida em ocorrências ufológicas. Seu caso incluiu a realização de várias sessões de hipnose regressiva, sendo a primeira em 03 de agosto de 1984, em razão de um fato anterior ao que será narrado neste trabalho. Pouco antes de se apresentar para ter seu caso estudado, Bete vinha tendo alguns flashes de memória sobre extraterrestres, desde que tivera um avistamento de luzes quase cinco anos antes. O mesmo ocorria com sua prima. A artista conta que, em 14 de junho de 1986, quando tinha 22 anos, foi à danceteria Love Story, em São Paulo, com a prima Débora, então com 16 anos. Elas eram amigas do dono, que costumava levá-las para casa ao final do baile. Naquela noite, no entanto, ele não fora trabalhar e por isso elas saíram mais cedo, a tempo de tomar o último ônibus,
por volta das 23h30.
Estranha sensação
Débora sentou-se à janela do veículo e ambas viram no céu uma bola de luz que aparentemente as seguia, como ocorre a outros abduzidos. O objeto se movia em sentido contrário ao do vento, descartando a possibilidade de ser um balão. Ao descerem do coletivo, no Jardim Fernandes, subdistrito de Vila Matilde, na capital paulista, a luz estava logo à frente. Assim que as moças chamaram a atenção de pessoas ali residentes para o artefato, que não a viram, ele desapareceu como se estivesse se escondendo, o que também é repetitivo em outras ocorrências. Instantes depois a luminosidade ressurgiu, como se as esperasse, agora bem próxima e à baixa altura. Haviam se passado poucos minutos do domingo, 15 de junho, quando chegaram à casa da Débora, e nela entraram. Normalmente, ao voltar da danceteria, as primas conversavam longamente sobre o que fizeram, pois se separavam na entrada do baile. Nessa noite não ocorreu isso e dormiram até tarde.
A sessão de hipnose regressiva realizada com Bete a fez vivenciar novamente os acontecimentos da referida noite. Ela reiterou que antes de chegarem à residência da prima, que era a última da curta Rua Mira, viram uma bola parada à baixa altura sobre um enorme campo próximo. Algo as atraía para lá — elas não queriam ir, mas alguma coisa fez com que caminhassem naquela direção. Inexplicavelmente, surgiu um vulto no chão e Bete não conseguia pensar direito. Um estranho ser fez um sinal apontando para cima. Ele tinha 1,3 m, era feio e parecia um inseto grande com enorme cabeça calva. Seus braços eram finos e longos, e os dedos chegavam abaixo dos joelhos. O ser usava uma espécie de roupa colante verde-musgo que o cobria dos pés até os pulsos e o pescoço. Seus olhos eram muito grandes e escuros.
Seres repulsivos
As mãos do estranho, extremamente feias, tinham estranha cor, uma mistura de marrom, cinza e verde. Tinha quatro dedos, quase do mesmo tamanho, faltando o anular. O dedão era mais para cima, diferente dos nossos. Bete não viu unhas, mas havia uma película como teia de aranha entre a parte inferior dos dedos. Durante a sessão de hipnose, em estágio profundo, Bete foi levada a se sentar à frente de uma mesa. Inicialmente, ela teve uma alucinação visual positiva e imaginou que via uma foto, supostamente tirada do rosto daquele ser. Como Bete é artista, fez um ótimo desenho a lápis da criatura, o mesmo se repetindo com o UFO, que era redondo e foi desenhado visto de baixo e de lado.
Exames médicos a bordo
Continuando a narrar o acontecido sob hipnose, Bete informou que, arrebatadas por alguma força, ela e a prima se dirigiram a um cilindro de luz, que primeiro sugou Débora para dentro da nave, flutuando, em seguida ela mesma e depois o ser. Chegaram então a uma sala, de onde Débora foi conduzida por dois seres a outro local. Bete foi levada por três seres para uma sala próxima, onde, mesmo sem querer e sem conseguir reagir, foi deitada em uma cama baixa e curta, presa ao chão por uma haste. Seus pés ficaram para fora. Um ser ficou ao lado de sua cabeça e outros dois permaneceram do lado oposto, sendo que um deles operava um aparelho com tela pequena. Foi colocada uma pulseira no pulso de Bete, que ela supôs estar ligada ao tal aparelho. Pegaram seu nariz e ela sentiu a narina direita dilatada.
Um dos seres tinha na mão um fio fino e transparente com um ganchinho em uma das pontas, que agarrava um objeto redondo bem pequeno. Depois, ainda sob hipnose, Bete desenhou esse instrumento. A obra Abduction: Human Encounters with Aliens [Scribner, 2007], escrita pelo professor de psiquiatria em Harvard, doutor John E. Mack, já falecido, apresenta vários desenhos destes objetos, sendo alguns feitos independentemente por dois abduzidos hipnotizados por ele nos Estados Unidos, reproduzindo exatamente o mesmo apetrecho. Aquele ser introduziu o tubo na narina direita de Bete, que não queria deixar que isso ocorresse, mas não teve como impedir. O segundo ser ajudou no processo e o terceiro somente observava.
Recebendo um implante
Bete viu o desenho interno de sua cabeça em uma tela parecida com um monitor de televisão e conferiu o percurso do tubinho até sua nuca — ela acompanhou quando o mesmo ia sendo retirado de seu corpo, provocando sempre uma certa pressão. Ao sair, Bete observou que uma pequenina peça ovalada com ponta, parecendo de cristal, já não estava presa à garra, concluindo que tinha sido deixada em sua cabeça. Sob hipnose, desenhou o que viu na telinha. O instrumento, portanto, parecia ser um “porta-implante”, algo que permitisse inserir o implante na cabeça da abduzida.
Um dos seres espetou algo no dedão do pé de Bete, que supõe que dali retiraram amostra de sangue — ou fizeram outro implante. Ela não sabe como ficou descalça. Naquele instante, os três seres conversavam entre si, mas Bete não conseguia entender o que falavam. A pulseira foi removida de seu braço e o ser que estava na cabeceira fez com as mãos um gesto que ela só entendeu quando foi repetido, indican
do que se levantasse. Sem que ele dominasse seus pensamentos, o que é comum em certas situações a bordo de discos voadores, ela sentou-se na cama e viu seus sapatos no chão. Ele então fez novo gesto para que ela ficasse de pé. Bete então calçou os sapatos e viu sua prima sendo trazida e levada para perto do cilindro de luz, pelo qual subira à nave.
Bete perguntou quem eram eles e o que as duas estavam fazendo ali, mas não recebeu resposta. Em nenhum momento os seres conversaram com ela, somente entre si, e nunca demonstraram qualquer emoção, mas a olhavam de maneira profunda
Bete ainda perguntou quem eram eles e o que as duas estavam fazendo ali, mas não recebeu resposta. Ela tinha a vaga impressão de que naquele momento foi instruída a não se lembrar de algo. Em nenhum momento os seres conversaram com ela, somente entre si, e nunca demonstraram qualquer emoção, mas a olhavam de maneira que considerou profunda, como se penetrassem nela. Ao final, um deles se aproximou das primas e olhou fixamente para seus olhos, sem lhes falar nada. Instantes depois elas já estavam no campo, sem saber como desceram. O UFO já tinha ido embora. Bete acha que recebeu uma instrução telepática para irem para casa, na qual entraram correndo. Ela sentiu muita sede e tomou dois copos d’água e dois de suco de laranja. Todos os presentes desejavam muito checar essas informações com igual trabalho em Débora, que naquela ocasião morava na Inglaterra e não pretendia voltar tão
cedo ao Brasil.
Inesperadamente, Débora regressou dias depois e já em 05 de maio seguinte, junto com Bete, compareceu para uma sessão de hipnose regressiva — Bete não lhe contara nada sobre o recordado em sua regressão, para não influenciá-la. Claudeir Covo estava presente e fez um completo vídeo documentário deste procedimento. A regressão de Débora, cujo tipo sanguíneo é O positivo, caracterizou-se por um início não convencional, pois enquanto os procedimentos indicavam que estava sendo hipnotizada rapidamente, ela ria, em atitude volitiva, e no início não conseguia se lembrar com perfeição de alguns pormenores.
A hipnose em Débora
Os depoimentos de ambas foram totalmente concordantes, com pequenas diferenças. Por exemplo, Bete descreveu a luz que viram como sendo branca e Débora disse que era de cor alaranjada, coberta por uma névoa. Há pequena diferença também nos desenhos do UFO feitos por elas. Quando estava subindo no cilindro de luz, Débora olhou para cima e viu três cabeças de extraterrestres observando-a. Sob hipnose ela fez esse desenho, que depois o artista e consultor da Revista UFO Jamil Vila Nova aperfeiçoou para publicação.
Ao chegarem ao interior do UFO, Débora foi separada da prima e conduzida pelo ser que as recepcionou no solo a uma sala cuja porta se abriu como a objetiva de uma máquina fotográfica. Essa sala estava enevoada com algo em tom alaranjado, mas foi clareando. Lá havia um segundo ser e depois apareceu um terceiro, todos muito parecidos. Ela foi colocada sentada em uma cadeira com forma de ferradura, presa ao chão por uma haste metálica. Na sala havia muitos botões redondos e aparelhos semelhantes a pequenas televisões. Esses seres tinham olhos muito grandes e pretos, e em cada mão havia quatro dedos bem finos, enrugados e sem unhas, com películas entre a parte de baixo dos dedos. Pareciam descalços e seus pés eram muito feios. Havia dois pequenos furos no lugar do nariz. As orelhas eram coladas à cabeça enorme e calva, e os braços, pernas e pescoço eram finos e longos. Eles observaram com grande interesse a roupa dela, tocaram em seu rosto, cabelo, boca e dentes. Olharam detidamente as unhas das mãos e do pé direito, que descalçaram.
Extração de sangue
Logo em seguida, uma garra metálica saiu do braço da poltrona e prendeu seu pulso esquerdo, como uma verdadeira algema automática. Um dos seres encostou em seu braço um aparelho em cuja ponta havia duas pequenas bolas transparentes, que se encheram, de um lado, com líquido branco — algo também mencionado por outros abduzidos — e, do outro, com líquido escuro que ela supôs ser sangue, sem que tivesse sido perfurada. Próximo dela havia algo similar a uma tela de computador, onde aparecia a cadeira em que estava e o desenho em linhas irregulares e finas do que ela imagina ser a representação de seu corpo. Uma criatura operava esse aparelho, parecendo que escrevia na tela palavras em um alfabeto desconhecido. O ser a examinava, nervoso e bastante falador, e lhe ditava. Havia muitos botões e alavancas fáceis de enganchar com dedos compridos.
Eles conversavam entre si movimentando as bocas sem lábios e sem dentes visíveis, em uma linguagem com uma sonoridade que parecia um “ti-ti-ti”. Débora perguntou o que queriam e por que ela foi escolhida, sem obter resposta. O encosto da cadeira baixou e Débora ficou deitada, quando os seres examinaram e tocaram em seus olhos com enorme curiosidade. Depois disso as garras soltaram seu pulso e se embutiram no braço da cadeira. Em certo momento, ela subiu na cadeira e depois correu entre a aparelhagem, atrás dos seres, por quem disse ter sentido grande afeto, apesar de serem muito feios. Uma mulher bonita, modelo internacional, saltando e correndo sem medo para brincar e acariciar seus horríveis sequestradores em local parecido com um sombrio hospital, fazia com que eles ficassem muito intrigados com aquela inusitada atitude.
Débora não se lembra por que iniciou e nem como terminou a brincadeira. Ela foi até uma parede, perto da qual ficou paralisada de frente para os seres. Um deles apontou-lhe algo parecido a uma arma, da qual saiu uma luz que fez desaparecer sua roupa, como se tivesse sido desintegrada, proporcionando condições para um pormenorizado exame. Foram feitos então toques nos seios, umbigo e vagina, que olharam por dentro após separar os grandes lábios da vulva, coxas, pernas e pés. Um dos seres lhe deu uns tapas.
Observaram também as costas e nádegas da abduzida. Anteriormente, eles tinham cortado e guardado um pouco de seu cabelo. Ao voltar para a cadeira, Débora já estava vestida, sem saber como. Após o exame ela não viu mais os seres, que acionaram alguns botões, a porta pela qual havia entrado se abriu, ela saiu e não viu a prima. A moça se lembra de que, em seguida, já estava caminhando pela rua ao lado da Bete, perto de sua casa. Em dado instante, escorregou em uma valeta perto da Kombi de seu pai e machucou-se um pouco. Entrando na residência, foram à cozinha onde comeram bolo e tomaram café com leite quente.
Implantes em Bete
As primas não conversaram sobre os acontecimentos daquela noite da discoteca, como costu
mavam fazer, e foram se deitar em uma cama beliche — outros abduzidos também contam que perderam o interesse em tratar do cotidiano ou do assunto com outras pessoas, o que pode ser ocasionado por uma espécie de interferência por parte dos abdutores. Durante a regressão, Débora ficou emocionada várias vezes, chorou abundantemente e riu, saindo da hipnose com total amnésia, pensando ter dormido. Alguns minutos depois, foi autorizada a recuperar a memória de tudo o que narrou, que lhe parece ter realmente ocorrido, e lembrou-se dos cinco desenhos que fez. Em fevereiro de 2000 soube-se que Débora supõe ter tido outro evento ufológico iniciado em seu quarto.
No dia 12 de maio de 1991, Covo, Bete, Débora e este autor reproduziram todo o trajeto terrestre que as moças fizeram desde a danceteria até o local do sequestro, quando o ex-coeditor de UFO gravou e editou um vídeo, que incluía o excelente depoimento de ambas. A casa de Débora, já demolida, era a última da curta Rua Mira, que termina em um enorme campo desabitado, local da abdução, que inclui a encosta de um morro. O local fica a poucos quilômetros em linha reta do radar da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, operado pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), que deve ter documentação sobre essa nave. Poucas semanas antes deste episódio, houve a maior onda ufológica já ocorrida no Brasil, quando caças da Aeronáutica saíram em perseguição a uma maciça invasão de 21 UFOs, naquela que foi chamada de Noite Oficial dos UFOs no Brasil.
Um dos ETs apontou-lhe algo parecido com uma arma, da qual saiu uma luz que fez desaparecer sua roupa para um exame um pormenorizado. Foram feitos então toques nos seios, umbigo e vagina, que olharam por dentro após separar os grandes lábios
No final de setembro de 2000, Bete informou que, a pedido deste autor, tinha tirado raios X dos pés. Neles apareceram “pequenos corpos estranhos metálicos em partes moles no hálux”, como escreveu o médico em atestado que acompanhou as chapas. São bem visíveis dois pequenos artefatos estranhos no dedão do pé direito, sendo um bem superficial e outro mais profundo. Bete informou que não pretendia retirá-los cirurgicamente, pelo menos por enquanto. A aproximação de uma bússola ao pé não provocou qualquer movimento na agulha magnética e a iluminação com luz fluorescente negra — como recomendado pelo especialista em remoção de implantes, o médico norte-americano — não gerou qualquer brilho significativo em Bete.
O caso, sem dúvidas, segue sendo uma das mais impressionantes abduções já conhecidas no país. Elisabete Rodrigues irá descrever este sequestro e relatar suas experiências com UFOs mesmo antes dele à plateia do II Fórum Mundial de Contatados 2014, assim como outros abduzidos e contatados, que já vêm sendo chamados de “experienciadores” na Ufologia Moderna. O endereço do evento na internet é www.contatados.com.br.