Um ser estranho ao ambiente penetra em uma residência através das paredes. Está acompanhado de outros como ele, que, sem qualquer respeito pelas leis da física que conhecemos, simplesmente atravessam os tijolos. Caminham sem se mexer em direção ao quarto do casal. São envoltos em uma intensa aura luminosa, portam estranhos instrumentos metálicos e vestem uniformes inteiriços. Um a um, vão atravessando as divisões internas da residência, flutuando alguns centímetros acima do solo. Chegam ao quarto e contemplam o profundo sono de um homem ao lado de sua esposa, que parece já saber o que irá lhe acontecer — isso já se passara com o mesmo casal inúmeras vezes. E tal como naquelas inusitadas situações, a mulher tenta reagir à ação dos estranhos, que há anos já não são totais desconhecidos dela. Enquanto isso, o homem dorme como se nada estivesse acontecendo. Seu sono é incomum e nada, nem mesmo os gritos da mulher, o acordam.
Os intrusos sabem bem o que querem daquela senhora, pois já estiveram com ela antes e a usaram em experimentos inexplicados e invasivos. Eles a seguram e examinam seu corpo detidamente, recolhem amostras de seu cabelo e pele, administram a injeção de um estranho líquido gelado que, ao entrar em seu corpo, faz a mulher sentir-se ainda mais impotente para reagir ao sombrio exame médico. Por fim, cessadas as coletas e manuseios, os homens afastam-se da cama e pronunciam algumas palavras sem mexerem suas bocas. “Não tema, você já nos conhece e sabe que foi escolhida”. A mulher ouve a frase em seu cérebro, sem entender como. E ao pensar em uma resposta para dar-lhes, antes mesmo de formulá-la, já recebe em sua mente a explicação dos estranhos. “Mas por que eu?”, indaga. “Temos os nossos critérios”, respondem os estranhos, virando-se e dirigindo para a parede, que atravessam como em um passe de mágica.
Olhos invisíveis observam
Eles desaparecem na escuridão, quando o marido, sem saber por que, acorda e vê a mulher aos prantos. Ambos conseguem apenas ir até a janela e ver os intrusos entrando em um veículo discoide e silencioso, estacionado a alguns metros do solo no jardim à frente. Os seres entram naquela máquina flutuando, sem pressa. Ela é gigantesca e aterradora. A mulher, bem consciente, e seu marido, ainda atordoado, veem o aparelho erguer-se no ar lentamente. Sentem que olhos invisíveis os observam, mas estão impotentes para reagir. Pensam em ligar para a polícia, mas o que diriam?
Tentando compreender o que se passara, a mulher mostra ao marido as cicatrizes deixadas pelos estranhos: pele raspada no queixo e abdome, um furo na altura do joelho da perna esquerda e uns estranhos arranhões nas costas e pulsos. A mulher cobra do homem uma razão para seu sono demasiado, quando ela corria perigo nas mãos daqueles estranhos, mas ele não tem a menor explicação para seu involuntário descaso. Muito menos para o fato de que ela, sempre ela, é quem é examinada pelos invasores. Nunca ele. E é dela, sempre dela, que levam amostras, quase sempre do mesmo tipo. Por quê?
Essa poderia muito bem ser uma história de ficção, mas é algo real que vem acontecendo a muitos seres humanos de todo o planeta. Homens e mulheres, sem a menor explicação e aparentemente sem qualquer coisa em comum, passam por experiências como essa, com maior ou menor número de detalhes, mais duradouras ou mais curtas. As pessoas que são submetidas a isso são das mais variadas etnias e moram nos mais diversos cantos do globo. Têm cores de pele, cabelo, olhos e outras características físicas diferentes entre si. Professam as mais incontáveis religiões e credos, e pertencem a todas as possíveis classes sociais. Boa parte dessas pessoas é casada — muitas têm filhos e netos. Trabalham nas mais variadas profissões e têm gostos, hábitos e esportes variados. Enfim, são pessoas comuns, que podem ser nossos amigos, vizinhos, professores etc. Simplesmente, ninguém nesse planeta está fora da lista dos intrusos que protagonizam a história acima.
Cobaias ou escolhidos?
Porém, mesmo que tenhamos informação de milhares de casos como esse, nos são escassas as explicações para tais fatos — e ainda não entendemos sequer por que somos submetidos a esses exames médicos, às vezes dolorosos, nem mesmo por que somos escolhidos, enquanto pessoas ao nosso redor nada sofrem. Não sabemos prever quando novas invasões ocorrerão e não conseguimos nos lembrar com clareza de quantas já nos aconteceram. Também não temos ideia de quem, em nossa comunidade ou círculo de relações, passou por isso, nem que tipo de reação teve. Muito menos se podemos contar uns com os outros para trocas de experiências com finalidade terapêutica ou de solidariedade. Aliás, sobre isso, nossa frustração se agrava ainda mais: é insignificante o número de profissionais de saúde que conhece a questão e pode nos socorrer. Enfim, não sabemos ainda se somos cobaias desses seres ou privilegiados escolhidos por eles. Isso somente a investigação de tais casos poderá responder — e para isso é necessário o engajamento da ciência, após vencer suas próprias barreiras de preconceito.
A Ufologia tem muitos dados, um número razoável de teorias e certa quantidade — ainda que pequena — de certezas. Entre elas está a de que o ser humano nunca esteve sozinho em sua jornada cósmica. Para a grande maioria dos ufólogos, é incontestável que extraterrestres acompanham o desenvolvimento da humanidade desde seus primórdios. Mas a ciência ainda refuta a mera possibilidade de ingressar na pesquisa desse fenômeno. Segundo os ufólogos mais ousados, tais seres teriam tido até direta participação na criação da raça humana. Seria através de experiências como a do casal acima? As evidências de que homens e mulheres têm estado frente a frente com entidades provenientes de outros planetas são incontáveis e remontam aos tempos mais primitivos.
Desde quando habitavam cavernas nossos ancestrais já conviviam com o mistério da existência de outros mundos e observavam, atônitos, manifestações de seus emissários na Terra. Desde aquela época nossa percepção do universo e do nosso lugar dentro dele mudou muito, mas não o suficiente para a humanidade reconhecer sua “infância cósmica”, entender casos como o descrito acima e abrir os olhos para algo que não é mais possível esconder: não somente não estamos sós no cosmos, como temos uma parcela de importância dentro dele.