Em 06 de maio de 1978 ocorria um dos casos mais célebres das Ufologias Argentina e Boliviana. Naquele sábado, por volta das 17h30, um estranho objeto precipitou-se nas proximidades do Parque Nacional El Baritú, próximo à localidade de Las Pavas, na jurisdição de Los Toldos, Argentina, bem na fronteira com o sul da Bolívia. Trata-se de um lugar inacessível devido à sua topografia e vegetação. O impacto e a explosão foram sentidos por habitantes de uma extensa área. Em um raio de 200 km viu-se um objeto aparentemente metálico que soltava uma esteira de fumaça em direção à Terra, em ângulo de 45º. Essa fumaça tornou depois a subir por várias centenas de metros na forma de uma densa coluna negra. Abalos sísmicos foram sentidos em distintas localidades. Imediatamente, cinco patrulhas da Guarda Nacional de Orán, um avião enviado pela Sétima Corporação, sediada em Salta, e um helicóptero da empresa Treserre, incumbiram-se de realizar buscas. Nos primeiros momentos não se pôde esclarecer nada, mas logo se aventou a possibilidade de que um objeto voador não identificado tivesse se acidentado no local. Os testemunhos de muitos moradores indicam esta direção.
Lâmpadas fluorescentes — A senhora Guillermina de Antelo, por exemplo, que estava na praça central da cidade de Tarija, na Bolívia, disse ter visto às 16h15 um objeto redondo como um disco com luzes que saíam da parte traseira, como fogos de artifícios. “Aquilo era bastante luminoso e colorido, com luzes na maioria amarelas e rosadas. Assustei-me. Não era fogo, eles pareciam com lâmpadas fluorescentes. O objeto tinha luzes também na frente e atrás, era do tamanho de minha mão e redondo como um disco. Em princípio parecia lento, mas depois ficou muito rápido, dando a impressão que ia se chocar”, disse. Além da senhora Guillermina, muitas outras testemunhas associaram o objeto a um disco prateado, comple-tamente redondo e muito bonito. Outras disseram que era muito grande, que refletia raios de luz na parte traseira e às vezes assumia a forma de peixe.
Uma observadora atenta foi Teresa Echazu de Castellanos, que possuía uma tenda de pinturas na praça principal de Tarija. “Parecia que tinha uma cabeça pequena, possuía um rabo de aproximadamente um metro, que era mais largo que ele. Cruzou o céu em segundos em direção ao sul. Tudo estava muito quieto, fiquei muito surpresa. Perguntava a mim mesma o que poderia ser aquilo. Creio que todos que estavam na praça viram o objeto”, declarou. Adela de Mendoza estava com seu marido, seus seis filhos e com os pais de seu marido na região sul de Tarija, próximo ao aeroporto, quando o objeto passou por cima de suas cabeças. “Minha família inteira viu aquilo e ficamos muito apavorados. Pensamos que fosse um meteoro, porém um meteoro não consegue fazer o que o objeto fez. Saiu de trás de uma montanha e desapareceu entre as nuvens. Era um objeto grande, delgado, azulado e brilhante. Brilhou como o Sol e afetou meus olhos ao mirá-lo. Pareceu-me que tinha o tamanho de um palmo estendido e emitiu luzes verdes e azuis muito bonitas”.
“As vacas se espantaram” — Um músico da região sudoeste disse que o objeto veio em linha reta e afetou seus olhos quando o olhou diretamente. “No dia seguinte eles ainda estavam irritados”. Um vaqueiro que estava a oeste das montanhas disse, por sua vez, que “…ouviu um ruído muito forte, a terra tremeu e as vacas se espantaram”. Brahim Handam, técnico da agência de desenvolvimento agrícola do Ministério de Agricultura da Bolívia, havia viajado até a área por motivos de trabalho. Em 06 de maio ele estava em Emborozu, um pequeno povoado a 65 km a leste de Cerro Bravo, quando ouviu o barulho da explosão que ecoou aproximadamente durante 20 segundos. Porém, Handam viu somente fumaça no céu, acrescentando que os empregados da fazenda de seu tio viram um objeto muito grande, do tamanho de um jipe, com muitas luzes, atravessando a montanha. “Eles disseram também que o objeto era muito brilhante e não estava em chamas. No dia seguinte, estávamos todos voltando a Tarija e paramos em La Merced, quando um amigo disse ter visto um objeto em forma de peixe passar sobre ele. Não era um avião. Era muito grande, brilhante e azulado”. Em Padcaya, povoado próximo a La Mamora, ainda em território boliviano, Leonardo León também testemunhou a estranha queda, e adicionou mais informações às suspeitas dos estudiosos, de que se tratou do acidente de uma possível nave alienígena.
“Eu ouvi um assovio muito forte e vi um objeto com uma chama azul de cinco metros de largura. Viajava muito rápido. Eu pensei que ia se chocar contra a montanha. Um minuto depois eu ouvi uma explosão e vi muita fumaça que permaneceu no ar por algum tempo”. Seu pai, Divar León, corroborou: “Todos ouvimos o impacto, que parecia como explosão de dinamite. Ficamos surpresos”. Freddy Morales, um professor que viveu em Cañas e residia em Tarija, disse que aproximadamente 100 pessoas do povoado viram o objeto e ouviram a explosão. Ele não viu, mas seus vizinhos sim. “Eles disseram que o objeto era como um cilindro pontiagudo em uma das extremidades. A explosão formou uma nuvem de fumaça de aproximadamente 1.000 m2 sobre a região. Era de cor branca e depois ficou roxa, todos a viram se dissipar”, declarou. Em Mecoya, um jovem professor chamado Arturo Casso garantiu que as 400 pessoas que vivem naquela área ouviram a explosão e que metade delas viu o objeto que se deslocava através das nuvens. Ele não viu nada, porém disse que depois do impacto houve uma nuvem em forma de caracol, de diversas cores, como fogos de artifício. E assim, um a um, foram sendo recolhidos dezenas de depoimentos que indicam que algo verdadeiramente inusitado teria ocorrido naquela remota área desértica, fronteiriça entre a Bolívia e a Argentina.
Esquadrilhas de UFOs — O local tem um elevado índice de avistamento de UFOs. Após a queda de 06 de maio foram observados dois ou mais “acidentes” com semelhantes explosões causadas por objetos estranhos na região de La Mamora, em El Zaire e em El Baritú, ambas povoações fronteiriças entre as duas nações – a última já em solo argentino. As comissões militares e civis enviadas pelos respectivos governos ao local não chegaram a fazer nenhum comentário sobre os acontecimentos, embora existam relatos de que militares norte-americanos tenham transportado “algo do local do incidente” para os Estados Unidos. No dia 10 de maio, o matutino El Tribuno, da cidade de Salta, Argentina, trazia uma ampla reportagem a respeito. Esse jornal e as revistas Radiolandia 2000, Gent
e, Somos, Siete Días, Crónica e La Semana, entre outros, enviaram batalhões de repórteres e fotógrafos. O El Tribuno entrevistou o chefe da Unidade de Esquadrão 20 de Orán, o comandante Juan Nicasio Boari, o segundo chefe da unidade, comandante Tito Alberto Silva, e o segundo comandante Ricardo Faiad, deles obtendo a informação de que uma esquadrilha de pelo menos 50 objetos haviam riscando o céu daquela área.
Na edição de 11 de maio, o El Tribuno reportava que uma frota de mais de 30 UFOs havia sido vista também em Mendoza, Argentina, desaparecendo em direção a oeste, e que na semana anterior ocorrera um fato similar em San Luis e também ao norte, na fronteira com a Bolívia. Na edição do dia seguinte, o jornal acrescentava que de 25 a 30 UFOs haviam sido avistados no céu de Catamarca, sumindo em direção a oeste. Os aldeões contaram que, em 09 de maio, viram discos voadores pairando a uns 3.000 m de altura nas proximidades da área onde ocorreu a explosão. Na localidade de Água Blanca, fronteiriça com a Bolívia, o fenômeno fez estremecer a ponte internacional sobre o Rio Bermejo.
Em San Pedro de Jujuy várias pessoas disseram ter visto o UFO, entre eles Roberto Díaz, proprietário de um açougue, e Ovando Estéban, empregado de uma serraria. Até então, as hipóteses eram de que um objeto havia se estilhaçado em algum ponto do Parque Nacional El Baritú ou em Santa Victoria Oeste. Na quinta-feira, 11 de maio, o Esquadrão 20 de Orán, da Guarda Nacional, e a seção Água Blanca, assumiram de forma exclusiva a investigação. O avião da Guarda Nacional prosseguiu com os vôos de reconhecimento de toda a vasta área, sem resultados positivos, dadas as características da vegetação de El Baritú, que dificultam sobremaneira as incursões. O Parque Nacional, a noroeste da cidade de San Ramón de Nueva Orán, ocupa uma superfície de 72.380 hectares. A época mais apropriada para visitá-lo é entre abril e setembro.
Presença da NASA — A Guarda Nacional centrou sua base de operações no povoado de Candadito Chico, distante 35 km de Água Blanca. Durante um de seus vôos de reconhecimento, em 10 de maio, os patrulheiros observaram sobre El Baritú, a 3.000 m de altura, a presença de três UFOs, os quais, após permanecerem imóveis por um tempo considerável, desapareceram de forma abrupta, sem que sequer permitissem avaliar a direção tomada. Uma versão extra-oficial do fato dava conta de que uma esquadrilha de dezenas de objetos voadores não identificados haviam riscado o céu de Orán no mesmo dia, para desaparecer com extraordinária velocidade rumo a sudoeste. Esta esquadrilha foi vinculada àquela que sobrevoou Mendoza no mesmo dia. Em Candadito Chico, os repórteres do El Tribuno entrevistaram o diretor de um estabelecimento de ensino, Tomás de La Torre, o qual declarou que, “no sábado, por volta das 17h30, quando os alunos se preparavam para deixar a escola, ouviu-se uma forte explosão e observou-se na direção noroeste uma extensa esteira de fumaça que demorou vários minutos para se dissipar”.
Na fronteira de Água Blanca e Bermejo, os relatos dos moradores entrevistados pelo jornal El Tribuno coincidiram com o do diretor da escola de Candadito Chico. Entrementes, surgiram rumores de que moradores de um pequeno vilarejo boliviano, situado próximo a Trigo Huaco, haviam recolhido restos metálicos de um artefato não identificado. Por sua vez, a Guarda Nacional, em um informe oficial expedido pelo Sétimo Agrupamento, com base em Salta, ratificou que no local onde aconteceu o episódio foram vistos, na terça-feira, dia 09 de maio, três aviões desconhecidos. No dia 12, a Guarda Nacional, diante do insucesso das buscas, resolveu interromper a operação que havia sido alcunhada de “Caso do Objeto Voador Não Identificado”. A equipe do El Tribuno, no entanto, prosseguiu com suas investigações, agora com um avião Cessna comandado pelo piloto do Aeroclube de Salta, Fernando Ontiveros. Os vôos se concentraram sobre um lugar conhecido como Triángulo de los Toldos, rodeado de altas montanhas e cortado por inúmeros rios de cor verde muito forte, com incontáveis passagens entre as montanhas. À medida que investigavam, surgiam mais relatos.
O senhor David Abay, chefe de manutenção da serraria Treserre, em Orán, disse também ter escutado a explosão. Os empregados da serraria, situada a dois quilômetros dali, contaram que por, volta das 17h30 do sábado anterior, dia 06, viram passar um artefato voando na horizontal, de sudeste a noroeste, em direção a Los Toldos, deixando uma esteira de luzes vermelho-azuladas. Segundos mais tarde, escutaram uma fortíssima explosão. Jesús Ordóñez Carrique, criador de cabras de La Mamora, disse que viu no firmamento um enorme objeto de aço brilhante e ovalado que expelia uma grossa esteira de fumaça. Pouco depois escutou uma grande explosão que espantou os animais, os quais não voltaria mais a encontrá-los. Celestino Guayra Fernández, também de La Mamora, assinalou que viu a passagem de um típico disco voador. Teve a impressão de que um dos vulcões da cadeia montanhosa que corta a região entraria em erupção, devido à violenta explosão.
Elementos radioativos — Ao jornal El Intendente, de Los Toldos, o senhor Matías Saravia declarou: “Eu não vi nada, mas gente de lá me contou que viu passar algo do tamanho de uma bola de futebol, que pouco depois explodiu, deixando escapar uma alta coluna de vapor cinzento”. Pouco a pouco, ia se consolidando a idéia que algo não terrestre havia se arrebentado no solo pedregoso do local. Mas a queda iria ser mantida como segredo de estado na Bolívia e até mesmo na Argentina.
O maior temor inicial das autoridades era o de que o objeto tivesse liberado elementos radioativos, contaminando o ambiente, daí a tomada de uma série de medidas de segurança e prevenção. Logo depois entraram em cena os procedimentos de acobertamento padrão, determinados pelo governo norte-americano para serem executados por militares de países que lhes são dependentes. Especialistas foram trazidos do exterior para analisar o caso, sendo que um deles descartou a possibilidade de que a calcinação de uma série de arbustos e de pedras de tamanho regular nas ladeiras do vulcão El Zaire, a uns 100 m de altura, fosse resultante de um incêndio convencional. Os empregados de um engenho de açúcar localizado nas p
roximidades alertaram que vinham sentindo abalos sísmicos de baixa magnitude. Ao mesmo tempo, os moradores reclamaram que o ar estava ficando cada vez mais rarefeito, principalmente na área que circunda a cadeia montanhosa do El Zaire. Nenhum técnico ou autoridade governamental alentou publicamente a possibilidade de que se tratasse de algo inusitado. O chefe do Departamento de Relações Públicas da NASA, senhor Kent Morris, interpelado por telefone pelo jornal El Tribuno, declarou simplesmente que não tinha informações a respeito do caso, sugerindo que contatassem o Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano [North American Aerospace Defense Command ou NORAD], nas Montanhas Cheyenne, Colorado. O capitão Thomas Koch, diretor de Assuntos Públicos do NORAD, admitiu ter “conhecimento pessoal do caso através de diversas fontes”, mas negou que tivessem registrado oficialmente a queda de um objeto naquela região.
Eu não vi nada, mas gente de lá me contou que viu passar algo do tamanho de uma bola de futebol, que pouco depois explodiu, deixando escapar uma alta coluna de vapor cinzento – Matías Saravia
Por fim, disse, um tanto resignado: “Não posso fazer conjeturas, ainda que se trate de algo extraterrestre ou de um meteorito de grande porte” [É o NORAD quem monitora o espaço aéreo e estratosférico de a América do Norte, e também um sistema de vigilância de toda a órbita da Terra. Foi deste organismo que, em janeiro de 1996, partiram instruções para que os militares brasileiros rastreassem um UFO entrando no Território Brasileiro, que minutos depois se chocaria com o solo em Varginha, Minas Gerais].
Apesar da NASA, do NORAD e dos demais órgãos governamentais e militares se esquivarem de tecer comentários sobre o caso, o fato é que em nenhuma outra época se viu tantos estrangeiros circulando pela região. Nesse ínterim, um avião turboélice da Força Aérea Norte-Americana (USAF), transportando o coronel A. Simmons e o major John Heide, aterrissou em Tarija. Ao desembarcarem, disseram que se encontravam na região apenas para “fazer turismo”. Vários técnicos da Agência Espacial Norte-Americana também haviam chegado a Buenos Aires com a intenção de se dirigirem a Salta. Técnicos da Universidade de Tarija receberam instruções para tentar detectar o aparato acidentado em um ponto próximo com a fronteira da Argentina, denominado “El Bolsón de los Fantasmas”. As versões agora davam conta de que o objeto media aproximadamente 40 m de largura, era ovóide e de coloração indefinida, e que talvez pudesse ter se chocado contra uma espessa depressão na distante região de Cerro Corcovo, provocando o desmoronamento de grande parte da mesma.
Segundo os camponeses que conversaram com os jornalistas do El Tribuno, a queda do objeto modificou bastante a configuração geográfica do lugar. Também reportaram – coisa que foi constatada pelos enviados do diário –, que em intervalos de 15 a 20 horas a terra tremia levemente, ao mesmo tempo em que o ar ficava mais rarefeito. El Bolsón de los Fantasmas se encontra a uma altitude de 4.000 m, vinculado à Cordilheira dos Andes. Sua escalada exige no mínimo dois dias e só pode ser feita por alpinistas experientes.
Riacho de águas gélidas — Os repórteres colheram os relatos de nada menos do que 180 moradores que, além de acrescentarem novos detalhes ao objeto voador acidentado, disseram que entre os dias 09 e 14 daquele mês haviam observado sobre a emaranhada e impenetrável vegetação a evolução de três aviões militares, que de tempos em tempos descreviam círculos a baixa altitude e faziam vôos noturnos utilizando potentes refletores e lançando luzes em forma de bastão. Não se pôde saber ao certo se eram aviões da Força Aérea Boliviana ou de alguma outra nação, quiçá até UFOs disfarçados. Finalmente, organizou-se uma expedição dividida em três grupos formados por correspondentes do El Tribuno, membros do Clube Andino del Ateneo Estrada de Salta e seis hábeis guias locais. A expedição levou víveres para uma missão prolongada, vestimentas adequadas e um ambulatório médico completo, e foi devidamente assistida por um enfermeiro. Primeiro cruzaram o Tura-Tura, um riacho de águas gélidas. Depois prosseguiram montados em mulas até os limites da cadeia montanhosa. Dali a subida teve de ser vencida a pé. A temperatura também dificultava a jornada, pois chegava a 2º C, obrigando-os a armar acampamento para proteger-se do frio. As comunicações com a base instalada na povoação de La Mamora era feita mediante rádios portáteis.
Um desses grupos informou que havia percebido, por instantes, a emanação de fumaça, como que de madeira e pedras calcinadas. Nas proximidades havia um pequeno povoado chamado Tierra Floja [Em alusão ao tipo de terreno do local] habitado por pastores de ovelhas. Ali coletaram testemunhos que coincidiam com os acumulados até o momento. No que tange à explosão, uma pastora chamada Encarnación Chanque relatou que naquele exato instante havia sentido uma espécie de corrente elétrica atravessar todo seu corpo, de baixo para cima, e que seu medo foi imenso. Patrulhas bolivianas também foram enviadas até o local em busca do misterioso objeto. A Comissão Boliviana de Energia Nuclear foi igualmente informada sobre o assunto e continuou com a investigação pelo lado boliviano. Dentre os testemunhos recolhidos, destacava-se o de uma camponesa que havia presenciado um pastor ficar cego ao se aproximar do objeto.
ETs resgatados? — Outro indivíduo declarou que um de seus vizinhos havia perdido 10 vacas. Até aquele momento o objeto continuava sendo procurado, já que nenhum dos expedicionários havia ainda chegado até o ponto exato de sua queda. Ante as diversas consultas recebidas, a Chefatura do Sétimo Agrupamento Salta da Guarda Nacional procurou esclarecer em nota oficial, emitida em 17 de maio, que nenhum objeto havia sido encontrado até aquele momento, em território nacional ou dentro de sua área de responsabilidade. “Não se conhecem detalhes do objeto que se estatelou na superfície terrestre e os Esquadrões 20 Orán e 21 La Quiaca, apoiados por u
m avião pertencente a esta Chefatura, mantêm o controle da área nacional sob nossa responsabilidade”, dizia a nota, que adicionava que a área considerada se tratava de uma porção territorial de difícil acesso, montanhosa, não contando com nenhum tipo de trilhas ou caminhos que permitam que se transite pela mesma. “Mesmo assim, os poucos moradores mantêm contato com as autoridades correspondentes, da República da Bolívia, com a finalidade de esclarecer o fato”. No dia 23 de maio, prematuramente, o Governo Boliviano deu por encerrado o caso do suposto UFO acidentado. Para esse dia esperava-se o regresso da comissão científica e militar boliviana que tinha sido enviada ao local para averiguações.
Também nesse dia estavam sendo aguardados dois conhecidos ufólogos norte-americanos, Bob Pratt [Autor do livro Perigo Alienígena no Brasil, código LIV-014 da seção Shopping UFO desta edição] e Charles Tucker, que viajaram até o local acompanhados por uma tradutora. Pratt ainda escrevia para o tablóide mensal norte-americano National Enquirer, que tinha uma tiragem de seis milhões de exemplares. Tucker, diretor da International UFO Bureau [Escritório Internacional de Objetos Voadores Não Identificados], percorria o mundo levantando testemunhos e procurando provas que o ajudassem a elucidar o apaixonante tema. Chegaram via Rio de Janeiro a Santa Cruz (Bolívia) e dali a Tarija e Las Cañas.
Infelizmente, a expedição dos estudiosos não logrou chegar ao lugar da queda pelo lado boliviano, de modo que ficou restando procurar em território argentino. As notícias que antes ocupavam as manchetes e páginas inteiras de jornais, sobretudo no El Tribuno, foram se escasseando até sumirem por completo, talvez por determinação do governo, sob influência dos Estados Unidos. Atualmente poucos se recordam do caso. Restaram somente os jornais amarelados para registrar esse impressionante acontecimento. E desde então, ninguém tentou reabrir as investigações. O que ocultam com tanto zelo os militares bolivianos e argentinos? Será que encontraram extraterrestres nos UFOs sinistrados? Por que houve a presença tão intensa de numerosos militares e gente especializada dos Estados Unidos no local, se nada de relevante teria acontecido? O leitor é convidado a tirar suas próprias conclusões.