Notícias de quedas de discos voadores em diversas partes do mundo são cada vez mais frequentes. Os UFOs encontrados acidentados, em algumas ocasiões em perfeito estado de conservação, apresentam material bastante resistente. Quando o fato é alertado, geralmente por moradores da região, uma eficiente equipe governamental de acobertamento se desloca imediatamente até a área, resgatando as peças do disco e, em alguns casos, seus tripulantes acidentados — vivos ou mortos. Eles também se encarregam de silenciar as testemunhas com ameaças, já que as provas, retiradas da área, jamais serão encontradas novamente.
Entretanto, essas informações sempre acabam vazando, pois o fato é geralmente observado por muitas pessoas, que espalham informações sobre o caso assim que percebem a gravidade da notícia e o lucro que podem obter com isso. Mas, na maioria das vezes, são os próprios civis que revelam esses segredos ufológicos — alguns em busca de uma repercussão favorável aos seus motivos financeiros, enquanto outros o fazem por não concordar com a política de desinformação que os governos e militares impõem à população.
Esse é o caso específico do oficial da Marinha norte-americana Milton Willian Cooper, que revelou em congressos ufológicos daquele país autópsias realizadas pelas autoridades em extraterrestres encontrados após a queda de suas naves. Em 1947, por exemplo, a queda de um UFO na cidade de Roswell, no Novo México, repercutiu em todo o mundo quando o jornal Roswell Daily Record publicou um documento oficial declarando que os Estados Unidos haviam recolhido os destroços da nave. Pela primeira vez um destacamento militar admitia oficialmente a existência de um acidente desse tipo. Contudo, assim que a Força Aérea Norte-Americana (USAF) tomou posse do material, os militares desmentiram a origem alienígena do aparelho destroçado, afirmando que era apenas um balão meteorológico acoplado a um refletor de radar. Desde então, centenas de pesquisadores, tendo à frente o físico nuclear canadense Stanton Friedman [Correspondente internacional da Revista UFO no Canadá], se dedicam ao assunto e acusam o governo de acobertar os fatos.
Acobertamento ufológico
Acontecimentos como esses têm ocorrido com certa frequência em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, temos o Caso Varginha, detalhadamente estudado pelos ufólogos Ubirajara Franco Rodrigues, Marco Antonio Petit e outros. O fato se deu em 20 de janeiro de 1996, naquela cidade do sul de Minas Gerais, e entre seus pontos mais graves está a captura de pelo menos dois seres extraterrestres por militares da Escola de Sargentos das Armas (ESA), junto com uma equipe do Corpo de Bombeiros local. Assim como em Roswell, também em Varginha houve um meticuloso acobertamento dos fatos por conta do acordo de sigilo e da troca de informações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.
Na região Nordeste do País, onde a casuística ufológica é bastante rica, também encontramos casos em que naves alienígenas se acidentaram durante seus voos, deixando vestígios que desapareceram tão rapidamente quanto surgiram. Em 1995, por exemplo, ocorreu um episódio fantástico em Feira de Santana, na Bahia, a pouco mais de 100 km de Salvador. Durante alguns anos a ocorrência se tornou um completo mistério para a Ufologia, mas atualmente conta com subsídios que revelam cada vez mais a política de sigilo da qual falamos. Em 12 de janeiro daquele ano, o então existente Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ), presidido por esse autor, recebeu de sua informante da TV Bahia a notícia da possível queda de um UFO na região citada.
A informação, vinda originalmente de uma repórter da TV Subaé, também local, dizia que um fazendeiro conhecido como Roberto Lima havia ligado para a emissora negociando imagens, em seu poder, de um disco voador acidentado em sua fazenda, naquela madrugada. Imediatamente entramos em contato com o cidadão e, apesar de seu interesse comercial, conseguimos obter mais detalhes sobre o caso. “Ontem pela madrugada caiu alguma coisa dentro de uma lagoa em minha fazenda. Era do tamanho de um Fusca e ficou boiando, parcialmente submerso, perto da margem. Tentei puxá-lo como pude, trazendo-o para perto de mim com uma vara”, contou o fazendeiro detalhadamente, ao telefone. Ele também descreveu que viu alguns seres saírem do objeto avariado. “De repente, começou a sair um líquido gosmento de dentro do aparelho e duas criaturas apareceram. Uma delas estava morta quando a tirei da água e, a outra, ainda viva e se encontra comigo”, completou.
A Lagoa Berréca hoje, segundo foto recente. Contam que ela teria secado após a queda do UFO e então se recompôs
Fonte: ARSÊNIO SOUZA
Segundo a testemunha, as criaturas encontradas mediam cerca de 90 cm, sendo que a que estava morta apresentava forma humana, como as de um feto. Já o vivo gemia muito e era semelhante a um bicho preguiça, peludo e com garras muito compridas. O fazendeiro disse ainda que em sua propriedade tinha guardado alguns destroços do aparelho — que eram de metal e tinham cor muito semelhante a ouro. Diante do fabuloso relato, pediu-se ao homem que mostrasse os seres que havia capturado, para que se pudesse confirmar sua origem extraterrestre. Roberto Lima afirmou que os traria de sua fazenda, a 25 km de Feira de Santana, perguntando antes qual seria a melhor condição para transportá-los. Cada vez mais surpresos com a possibilidade de o fazendeiro estar falando a verdade, sugeriu-se que o ser morto deveria ser colocado em um saco plástico e acondicionado em recipiente de isopor com bastante gelo — o que ainda estaria vivo deveria ser trazido em uma caixa com vários furos, permitindo sua respiração.
Após conversa telefônica, foram acionados os ufólogos Valmir de Souza, também do G-PAZ, Vicente Cardoso e Emanuel Paranhos, da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro de Freitas (SEULF), para que acompanhassem as investigações. Se confirmado, esse seria o caso ufológico do século. Dando início às pesquisas, Paranhos telefonou para a casa do fazendeiro, por volta das 20h30 do mesmo dia, para confirmar a ida do grupo ao local. Ao se identificar, foi atendido rispidamente pela esposa do fazendeiro, que chamaremos apenas de Dona Maria, para sua segurança. Ela desmentiu os fatos, pedindo que os pesquisadores não procurassem mais seu marido — e acrescentou ainda que, por causa das “loucuras” que ele havia dito, recebia constantes visitas de estranhos. Dona Maria insistiu que o relato de Roberto Lima à equipe não era verdadeiro. “Ele costuma beber muito e dizer coisas sem fundamentos”, disse.
Repórteres das emissoras de TV locais já tinham ido à propriedade do casal desde que o fazendeiro espalhou a notícia à imprensa, mas Dona Maria sempre desmentia a história contada pelo marido. Seria o caso apenas a invenção de alguém tentando se autopromover por motivos financeiros? É uma possibilidade. No entanto, vários detalhes narrados por Roberto Lima fazem crer que algo muito estranho estaria acontecendo ou já havia acontecido ali — um aspecto que contribui para a suspeita foi o fato de o fazendeiro ter descrito com tantos pormenores os seres que encontrou, uma vez que não teria conhecimentos sobre criaturas alienígenas distintas e raramente observadas juntas.
Outros interessados
A descrição dada pela testemunha deveria ter um aspecto mais lógico, pois se tratava de um homem humilde que, no máximo, teria somente acesso às informações mais triviais, contidas na literatura ufológica. Assim, resolveu-se continuar insistindo em investigar o caso, sendo que, nos dias seguintes, Paranhos tentou inúmeras vezes entrar em contato com o fazendeiro. Mas, dessa vez, até mesmo Roberto Lima, que havia procurado os pesquisadores antes, desligava o telefone
quando percebia que se tratava de alguém da equipe. Esse fato levou os estudiosos a acreditarem que seu alarde à imprensa poderia ter despertado outros interessados no assunto — principalmente dos meios militares, como sempre ocorre. Em geral, quando autoridades descobrem um fato como esse, vão imediatamente ao palco dos acontecimentos e impedem as testemunhas de confirmar o que se passou. Ufólogos e imprensa são os que devem ser mantidos a maior distância.
O Nordeste Brasileiro, onde a casuística ufológica é bastante rica e abundante, também encontramos casos em que naves alienígenas se acidentaram durante seus voos, deixando vestígios que desapareceram tão rapidamente quanto surgiram
Na época dos fatos, por causa da reticência de Roberto Lima, não se conseguiu mais detalhes sobre o acontecimento, mas foi dada continuidade à sua investigação, buscando outras evidências que o comprovassem. Em 1996, com o acontecimento do Caso Varginha, os pesquisadores ficaram ainda mais inquietos em busca de provas para o ocorrido em Feira de Santana. O que mais chamou a atenção no caso mineiro foi que uma criatura não terrestre, já morta, segundo testemunhas, teria sido levada para realização de autópsias pelo ESA. As mesmas testemunhas que assistiram ao fato garantem que o ser era peludo e, assim, apresentava semelhanças com o descrito por Roberto Lima.
Ação militar de ocultamento
Como em Varginha, na Bahia também ficou difícil encontrar provas concretas sobre o acidente, pois tropas militares chegaram ao local da queda com extraordinária agilidade para levar os destroços. Somente se tomou conhecimento das operações de resgate porque moradores as presenciaram e, felizmente, não foram silenciados em tempo hábil. Essa analogia entre os casos não poderia ser mera coincidência, pois ainda naquele ano foram constatadas mais três ocorrências ufológicas envolvendo aviões terrestres e naves alienígenas — um deles ocorreu em Nova York, quando um avião caiu devido à perseguição de uma luz misteriosa, segundo informações do FBI.
À medida que o tempo foi passando, surgiram novos fatos que reforçavam as suspeitas de uma forte ação militar por trás de toda dificuldade de se obter provas sobre o episódio de Feira de Santana. Certo dia, a senhora Ana Becker — que costumava visitar a sede do G-PAZ desde que fora raptada por seres extraterrestres, em 1994 — comentou um fato que ajudaria bastante. Disse a abduzida que seu ex-cunhado, que identificaremos nesse texto apenas como Senhor Élcio, residente na cidade em que se deu a queda, contou-lhe que um funcionário da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) fez alusão ao fato. Ele verificava uma rede elétrica danificada por causa de um blecaute, na madrugada de 12 de janeiro de 1995, dia do acidente, quando viu sair do quartel do 35º Batalhão de Infantaria três caminhões com vários soldados, em alta velocidade — ao notarem sua presença, os militares pararam os veículos e pressionaram o rapaz para que não comentasse absolutamente nada do que tinha visto.
Em inúmeros lugares já tivemos casos de acidentes de UFOs e resgate de tripulantes, inclusive vivos, como registra a obra ao lado, do coeditor da UFO ThiagoTicchetti [Código LIV-031 da Biblioteca UFO]
Fonte: RAFAEL AMORIM
Estava aí um indício que incentivaria a procurar mais comprovações para o relato de Roberto Lima. De posse dessas informações, esse autor e Emanuel Paranhos foram a Feira de Santana para entrar em contato com o que chamaremos de Senhor Élcio, a fim de confirmar as informações obtidas por Ana. Assim que chegamos ao local, coincidentemente encontramos na propriedade o mencionado funcionário da Coelba e, logo depois, seu supervisor e um gerente de operações da empresa. Assim, concluímos que o Senhor Élcio poderia tê-los alertado sobre a visita — ou seu telefone estaria grampeado. De qualquer maneira, começou um questionário sobre os acontecimentos daquela madrugada, mas, inicialmente, todos negaram qualquer conhecimento do fato. Somente após muita insistência é que disseram se lembrar do blecaute, mas asseveraram que não havia qualquer ligação com a história de Beto — que, segundo um deles, teria ocorrido um mês após o apagão.
Em janeiro daquele ano ocorreram dois blecautes em Feira de Santana. O primeiro no dia 02, que em nota à imprensa a Coelba afirmou ser um fato já resolvido. Disse ainda que ressarciria os moradores que tiveram seus aparelhos eletrônicos danificados por conta do evento. Nesse caso, os relógios de controle da empresa oscilaram muito durante a madrugada, mas tanto ela quanto a Companhia Hidrelétrica de São Francisco (CHESF) não sabiam o que tinha causado o fenômeno — seria o início das atividades ufológicas em Feira de Santana? O segundo blecaute ocorreu na madrugada do dia 12 e acredita-se que tenha sido provocado pela própria companhia para acobertar com segurança a operação de resgate do UFO acidentado — foram essas operações as observadas pelos funcionários da Coelba.
Registros apagados e carta anônima
Um evento paralelo despertou a atenção. Um informante do G-PAZ, que teve acesso aos computadores da empresa e aos seus arquivos microfilmados, afirmou que os registros daquela data tinham sido apagados. O caso ficou em suspense até que, em 1998, surgiram outros fatores que corroboraram questões levantadas desde o início das investigações, em janeiro de 1995. Em entrevistas para a rádio Sociedade, de Feira de Santana, quando se revelou o caso ao público, novos fatos brotaram — a pretensão era justamente obter mais informações de pessoas que ainda desconheciam as investigações do grupo e inquietar os encarregados na manutenção da política de sigilo aos fatos. Isso atraiu os membros da Equipe de Estudos do Fenômeno Extraterrestre (EFE) e da Sociedade de Estudos Ufológicos de Feira de Santana (SEUFS), que foram os únicos a colaborar com a pesquisa.
Dias depois da primeira entrevista, uma carta anônima foi enviada ao G-PAZ para o endereço daquela estação de rádio, revelando detalhes que complementavam o relato do fazendeiro Roberto Lima. Na correspondência, assinada apenas por alguém que se identificara como “um amigo”, estava o relato de que há três anos havia caído um UFO em Feira de Santana — o remetente afirmava ter visto tudo o que ocorrera e participado, inclusive, da operação de resgate. “Houve pelo menos duas corporações envolvidas na recuperação do UFO, e foram feitos todos os esforços para que nada vazasse. Os membros da operação foram até mesmo ameaçados de prisão se a notícia viesse a ser divulgada”, descreveu o missivista anônimo. “Só estou contando isso porque não aguento mais a pressão e preciso desabafar!”
Após a carta ter sido recebida, resolveu-se procurar novamente Roberto Lima, supondo que pudesse ser ele mesmo o autor do desabafo — chegando a sua propriedade, ele foi encontrado bastante nervoso com a presença dos pesquisadores. Quando interrogado, tentou confundi-los dizendo que o homem que procurávamos era outro Beto, um tal de Paulo Humberto, proprietário de uma fazenda em Jaíba, localidade vizinha onde se situava a Lagoa Berréca — pelo que se estimava, aquele seria o local do acidente, onde o UFO teria sido encontrado. Mas, ao perceber que não tinha convencido com seu discurso, Roberto Lima finalmente assumiu ser o remetente anônimo, e afirmou novamente que não gostaria de se envolver com o caso, por medo do que poderia acontecer a sua família.
Sistema de camuflagem
Por ser sargento reformado, recebia constantes ameaças dos oficiais da Marinha caso não mantivesse sigilo. Durante a conversa, Roberto Lima disse que o UFO encon
trado tinha um sistema de camuflagem que utilizaria uma espécie de espelho para refletir a paisagem ao seu redor, fazendo com que se confundisse com o meio — isso dificultaria sua localização imediata. Mencionou a existência de locais em uma região próxima à fazenda que chamava de “portais dimensionais”, no município Riachão do Jacuípe. Por fim, disse que há tempos vinha sofrendo de insônia e, assim como seus filhos, tinha sangramentos nasais. “Sempre acordo de madrugada com muita dor de cabeça, e quando vou para a varanda, vejo várias luzes próximas a um coqueiro. Um vizinho disse-me que também já pôde vê-las”. Durante um bom tempo Roberto Lima falou dos fatos — mas, depois daquele encontro, não se teve mais notícias suas.
A nave alienígena encontrada acidentada teria algum sistema de camuflagem que utilizaria uma espécie de espelho para refletir a paisagem ao seu redor, fazendo com que se confundisse com o meio. Isso dificultaria sua localização imediata
No ano seguinte, em 1999, novos fatos surgiram para corroborar a história. Recebeu-se a cópia de uma correspondência assinada por “um soldado brasileiro”, que revelava outros detalhes da operação militar de resgate dos corpos e fragmentos da nave acidentada na propriedade de Roberto Lima. A missiva também foi enviada para um programa do SBT que tinha divulgado o Caso Varginha, e para a jornalista Maria de Fátima Dannemann, de Salvador. Segundo o relato, “na madrugada de 12 de janeiro de 1995, por volta de 01h30, houve um apagão em Feira de Santana, atingindo cidades localizadas até a divisa da Bahia com Sergipe. Pouco depois, chegou uma mensagem ao comando de minha unidade militar. Saímos às 05h30 em três caminhões, rumo ao interior. Alguma coisa tinha acontecido em uma fazenda das redondezas”.
Pelo que se soube do espantoso relato, quando os soldados chegaram ao local do acidente não havia sinal de incêndio ou fumaça, o que caracterizaria queda de um possível avião. Segundo o tal “soldado brasileiro”, todos os militares trabalharam calmamente no resgate — apenas o comandante parecia estar muito nervoso e gritava com seus subordinados para que o acompanhassem até o interior da casa, que estava fechada. Dizia ainda o informante, em sua carta anônima, que o empregado da fazenda atendeu prontamente ao batalhão, que estava armado com munição de guerra. Ao entrar na residência, os soldados começaram a vasculhá-la — até que, de repente, alguns dos homens saíram carregando um animal semelhante a um bicho preguiça, que se debatia muito enquanto era segurado. Atrás dele, outro soldado carregava o que pareceu ser uma criança de seis a sete anos, bem franzina e aparentando estar morta.
“São seres de outro mundo”
As duas criaturas foram colocadas na carroceria de um dos caminhões, assim como pedaços de metal brilhante encontrados no chão da propriedade. “Enquanto elas eram colocadas em sacos de lona plástica, um dos soldados fez sinal da cruz e exclamou: ‘são seres de outro mundo!’” O relato desse novo informante era tudo o que se precisava para a continuação das diligências investigativas. Mas sua carta continha ainda mais informações. “O animal gemia e se contorcia procurando ajuda, pois estava ferido. Mas, olhando de perto, se via que não se tratava de um bicho preguiça. O outro ser era ainda mais assustador, pois seu rosto parecia com o de uma criança recém-nascida e tinha cerca de um metro de altura”. Durante a operação de resgate, os soldados quase não conversavam sobre o que estava ocorrendo.
Logo após a operação ocorreu a chegada de dois carros com homens à paisana ao local, em que se ouviu alguém cochichar que eram do Serimar — o serviço de informação da Marinha. “Antes de sair para a estrada, paramos por alguns minutos até chegar um caminhão do tipo baú, sem nenhuma identificação. Nele colocamos as criaturas e, logo a seguir, um helicóptero pousou rapidamente para resgatar os corpos”, concluiu o soldado anônimo em sua carta. Após o relato, no Aeroporto Governador João Durval, em Feira de Santana, tentou-se descobrir se os funcionários tinham visto um helicóptero militar realizando operações naquela data, mas nada havia sido presenciado. Por outro lado, uma fonte militar sigilosa confirmou que no início da madrugada daquele dia havia sido acionado um grupo do Esquadrão de Busca e Salvamento, ou Salvaero, da Base Aérea de Recife, para participar da operação.
Nesse ponto, novas investigações levaram à outra área com açudes e um rio que atravessa e banha a propriedade que poderia ser o verdadeiro local da queda do UFO. Entrevistando vários moradores de regiões próximas a Feira de Santana, se obtiveram subsídios que confirmam algumas das suspeitas — além de outros que deram novas conclusões às investigações. Entre esses indícios estão os dois relatos que foram enviados pelo universitário Marcus Ezequiel. O primeiro conta a experiência de três rapazes que afirmaram ter visto misteriosas bolas de fogo caindo do céu em Feira de Santana, próximo à fazenda de Roberto Lima, em janeiro de 1995. “Por volta de 01h30, Rubens, Antônio e Adriano voltavam de uma festa quando viram uma grande bola luminosa que parecia emitir flashes. Sua coloração variava do verde ao vermelho e o objeto descia verticalmente em grande velocidade. Após alguns segundos de observação, desapareceu no horizonte”. Segundo Ezequiel, os jovens concluíram que tal bola deveria ter caído em algum lugar das redondezas — os estudantes permaneceram no local por algum tempo, esperando que houvesse uma explosão decorrente da queda, mas não perceberam absolutamente nada.
Naves de formato triangular
Poucos dias depois, um estudante identificado apenas como Rodolfo Franco afirmou que, por volta das 21h30, testemunhou dois objetos metálicos parecidos com aviões de caça, a baixa velocidade. “Eram estranhos, pois não tinham iluminação ou qualquer símbolo que os identificasse. Fizeram seu percurso silenciosamente e a baixa altitude. Ao observá-los com um binóculo, tive a impressão de que eram totalmente negros, algo realmente incomum para aeronaves militares, principalmente brasileiras”. Franco, narrado por Ezequiel, concluiu dizendo que as naves tinham formato triangular. Outra testemunha, dessa vez o vaqueiro José Gomes, que trabalha na Fazenda Saco, afirmou ter visto um comboio militar vindo de Santanópolis, cidade próxima à Feira de Santana, na manhã seguinte ao blecaute. Disse também que, durante a tarde, um helicóptero percorreu a baixa altitude várias vezes as fazendas Nicurizal, Jaqueira, Saco, Pilão, Cariaçá e Gravatá. Gomes acha que o aparelho parecia acompanhar o curso dos rios e vales.
Já em Rodiador, um vilarejo próximo, um rapaz diz ter ouvido o som característico de helicópteros que, pela intensidade, julgou estar sobrevoando a área à baixa altura. Outras pessoas entrevistadas em um bar de beira de estrada também confirmaram a presença do aparelho percorrendo toda a região, como se à procura de algo. Para as testemunhas interrogadas se mostraram fotografias de diversos tipos de aeronaves e elas foram determinantes ao identificar um helicóptero do tipo Bell Huey UH1, com cores verde e marrom, operado na época pela Força Aérea Brasileira (FAB). A 13 km daquele bar está a Fazenda Gravatá, que é cortada pelo Riachão Salgado e onde se encontra o Açude Jenipapinho.
O autor deste texto, Alberto Romero, faleceu em 20 de maio passado, vítima de insuficiência múltipla de órgãos. Combativo pioneiro da Ufologia Brasileira, apesar de argentino, Romero radicou-se na Bahia e de lá realizou inúmeras investigações
Fonte: EMANOEL PARANHOS
O cerco estava se fe
chando. Continuando a busca por testemunhas, encontrou-se na cidade de Santanópolis uma senhora que afirma ter visto, por volta das 06h30 daquele dia, juntamente de duas moças, um comboio militar atravessando o vilarejo — os caminhões passaram bem próximos delas, permitindo que pudessem observá-los com maiores detalhes. Isso chamou sua atenção, pois na localidade não é comum a passagem de veículos militares. “O primeiro carro, com cinco pessoas, tinha um símbolo cinza que nunca tinha visto antes. Atrás dele vinha um jipe militar com uma ‘antenona’, que apareceu seguido por um caminhão de soldados fechado com lona.”.
Satélites norte-americanos
Segundo também descreveu a testemunha, o caminhão-baú parecia se tratar de um veículo frigorífico, refrigerado, para transporte de gêneros perecíveis. Em sua plataforma traseira estavam sentados dois soldados armados com fuzis e vestindo coletes à prova de balas — embora raro, esse tipo de condução ainda é utilizado em algumas cidades para transportar peças de carne. A testemunha também afirmou que os militares usavam roupas verdes e marrons, e que seus carros tinham as mesmas cores — exceto o caminhão frigorífico, que era metálico. Essas são pistas muito importantes para o quebra-cabeça que se buscava montar. Ainda faltam muitos detalhes para se encerrar as investigações, mas por tudo que já se pesquisou permite deduzir grande parte do episódio de 12 de janeiro de 1995.
Satélites de vigilância norte-americanos teriam captado a queda de um ou mais UFOs, e depois de computadas as coordenadas do local onde isso se deu, teria sido estabelecida sua provável trajetória e ponto de impacto. Como sempre acontece nesses casos, é de se presumir que militares dos Estados Unidos tenham comunicado o fato ao Governo brasileiro, que, por sua vez, teria enviado informações sigilosas e ordens de resgate ao comando mais próximo da área — tal órgão seria o Salvaero, da Base Aérea de Recife, que, ao receber instruções, teria enviado tropas e equipamentos utilizados para o resgate, como os helicópteros Bell. Mas como tais aeronaves têm autonomia de voo de apenas 400 km, e estando Recife à distância de 600 km de Feira de Santana, é evidente que tiveram que fazer um pouso técnico para reabastecer.
Pode também ter acontecido outro resgate naquela manhã, pois as testemunhas da área da Lagoa Berréca viram soldados correndo naquela direção — o que talvez signifique o começo de uma operação “pente fino” para remover qualquer fragmento da nave ou outras vítimas do acidente. Sendo assim, ficaria explicado o sobrevoo dos helicópteros, que coordenariam as buscas a partir do ar. Já as duas criaturas teriam sido encontradas na Lagoa Jenipapinho, da Fazenda Gravatá, e Roberto Lima teria dado falsas informações sobre a localização de sua propriedade — alegando ser na fazenda de Humberto — para que pensássemos que o objeto tivesse caído na Lagoa Berréca.
Escondendo corpos e destroços
O envolvimento da Marinha na operação, como ficou constatado com o depoimento do “soldado brasileiro” e de Roberto Lima, teria se dado a partir de um alerta desse último a seus ex-companheiros de farda. Isso explicaria a chegada deles ao local pouco depois dos soldados. Também podemos supor que, quando o fazendeiro começou a espalhar a notícia, por motivos econômicos, os próprios ex-colegas o pressionaram a se calar — talvez não quisessem que um sargento reformado da Marinha se tornasse um problema oficial, já que suas declarações e as prováveis provas e imagens do acontecido teriam um peso muito grande perante à imprensa e à população. Enfim, se a Marinha efetivamente participou dessa operação, não teria melhor local para esconder os corpos e destroços do que a Base Naval de Aratú, distante cerca de 100 km do local dos fatos.
No início do ano 2000 foi enviado fax para Roberto Lima descrevendo as várias descobertas já feitas sobre o caso de 12 de janeiro de 1995. Mas ele não se manifestou a respeito. Se durante aqueles dias a testemunha se negou a revelar todos os detalhes dos fatos de que tem conhecimento, agora se tornara ainda mais difícil. O fazendeiro foi candidato a vereador em eleições seguintes e apareceu com bastante destaque em campanhas publicitárias e jornais locais. Com apoio político e bem visto pelos moradores da sua região, certamente não irá mais querer se envolver abertamente com um assunto tão polêmico quanto a Ufologia. Mas as investigações continuam e os investigadores contam cada vez mais com pessoas que se propõem a ajudá-los. A verdade geralmente incomoda. Contudo, é um risco que se deve assumir para encerrar a política de sigilo que impede a conscientização da sociedade sobre o Fenômeno UFO e um contato definitivo com nossos visitantes extraterrestres.