A cidade de Peruíbe, no litoral sul do estado de São Paulo, já é bastante conhecida no cenário ufológico brasileiro por conta da grande quantidade de relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados. Em toda a região, onde se encontra a Reserva Ecológica da Juréia-Itatins, e também nas ilhas à frente das principais praias da cidade, já foram testemunhados e filmados UFOs de variados formatos e tamanhos. Com grande afluência pública quase o ano inteiro, há décadas passou a ser comum encontrarmos moradores e turistas que afirmam ter observado estranhos objetos e luzes sobrevoando as serras da região, e às vezes, até mesmo entrando e saindo do mar.
Tais casos sempre despertaram o interesse do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), que, desde sua fundação, em janeiro de 2000, vem acompanhando in locu os acontecimentos, realizando pesquisas, vigílias e colhendo depoimentos que hoje compõem amplo acervo de evidências da ação alienígena na região. A intensa casuística da cidade fez com que a prefeitura local desenvolvesse um projeto para divulgar a Ufologia em parceria com o GEUBS, a partir de 2001. Um dos resultados da iniciativa foi a realização, naquele ano, do 1º Encontro Ufológico de Peruíbe, com público recorde para um evento ufológico no país, de aproximadamente 800 pessoas. Isso atesta o interesse da população pelo tema, com o qual ela já convive no dia-a-dia.
Agora, Peruíbe volta a ocupar lugar de destaque no cenário ufológico, após um objeto não identificado ter pousado em um matagal do Bairro São José, na área rural da cidade. O fato se deu na madrugada do domingo, dia 17, para segunda-feira, 18 de agosto, entre a Avenida São Paulo e a Rua Itália, a apenas 300 m da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega. O local é pouco habitado, tem apenas algumas casas e muitas áreas verdes. Imediatamente após a descoberta de uma marca circular no mato, o fato ganhou repercussão nacional, sendo comentado em círculos ufológicos e fora deles, atraindo estudiosos e investigadores para o local. Na área descrita, logo nas primeiras horas da manhã do dia 18, foi encontrado um amassamento oval na vegetação com exatos 14,2 m de comprimento por 8,8 m de largura, totalizando 124,96 m2.
Depressão oval na vegetação
A marca foi descoberta por uma moradora do bairro, quando saiu à sacada do segundo andar de sua casa. No interior da depressão a vegetação estava deitada, seguindo o mesmo padrão por toda sua extensão, com os caules inclinados em sentido sudeste e as bordas curvadas de forma ascendente. Na área atingida não foram encontradas marcas de pegadas de pessoas nem de animais, e nem rastros de veículos, atestando que o que causou o amassamento das plantas veio de cima para baixo.
Para corroborar a origem extraordinária da marca, moradores da vizinhança relataram aos integrantes do GEUBS que tiveram sua atenção despertada, naquela madrugada, por causa da agitação fora do normal dos cachorros das residências, que latiam desesperadamente. Outro fato estranho, provavelmente ligado ao caso, foi um inexplicado blecaute que deixou todo o Bairro São José às escuras, durando cerca de duas horas, de 01h30 até 03h30, já do dia 18, segunda-feira. Não se sabe a que horas a marca foi produzida, mas poderia ter sido dentro deste período, que coincide com a agitação dos animais. O comerciante Clemente Teles, 38 anos, proprietário de um pequeno estabelecimento localizado em frente ao terreno onde o amassamento foi descoberto, ficou bastante assustado com o comportamento da sua cachorra, que o fez levantar da cama no meio da madrugada, achando que alguém estivesse roubando seu carro. Mas, ao abrir a porta, o que viu foi algo totalmente estranho e sem explicação. Teles afirmou ter escutado um barulho parecido com o de uma furadeira elétrica e, em seguida, viu uma luz subindo em direção ao céu em altíssima velocidade. “Nunca vi nada parecido. Foi muito rápido e aquela luz clareou tudo, parecendo dia”, disse o comerciante. Já seu irmão Dionito Teles, 59, não chegou a ver a luz, mas confirmou também ter acordado com o barulho dos cachorros e constatado a queda de energia em sua residência.
A dona de casa Eurenes Francelina e a proprietária da residência localizada ao lado do terreno que apareceu a marca, Carla Maria Francelina, moradoras do bairro há 16 anos, também relataram que os cachorros produziram um alvoroço fora do normal na área, como nunca havia acontecido antes. “Meu cão começou a latir e a rosnar como se estivesse com muito medo e pressentindo algo por perto. Nessa mesma hora houve uma queda de energia e vi um clarão avermelhado pela janela”, afirmou Carla.
“Tinha o tamanho da Lua cheia”
O senhor Clodoaldo Cruz de Souza, 51, disse ter visto, no mesmo horário, uma enorme bola de luz vinda do vizinho Bairro do Bananal em sentido ao São José. “A noite estava calma, o céu estrelado e não ventava”. Souza morava no Rio de Janeiro, onde trabalhava como consertador de jóias, e em seu depoimento para o GEUBS brincou com a situação: “Sai do Rio para fugir de bala perdida e vim parar aqui para ver ETs”. Entre as testemunhas da ocorrência encontramos também Davi de Andrade, 29, profissional de rádio que hoje trabalha como frentista em um posto de gasolina da cidade. Andrade afirmou ter visto um artefato voador não identificado bem próximo na noite em que a marca foi produzida, e tudo indica que possa se tratar do mesmo objeto que foi visto por outras pessoas da região. “Eu nunca vi nada de estranho, apesar de ter vários amigos que sempre relatam experiências. Alguns até disseram que já foram perseguidos por luzes”, declarou Andrade.
Ele confirmou que estava passeando com seu cachorro, da raça pitbull, quando o animal ficou assustado e começou a puxá-lo com mais força. “Foi aí que eu vi no céu um objeto luminoso, do tamanho da Lua cheia, parecido com uma lâmpada, que se movimentava na horizontal, próximo das montanhas”. Andrade continuou dizendo que era uma luz amarelada que não fazia nenhum tipo de barulho, até que ficou menor, como se tivesse se distanciado. O avistamento durou cerca de cinco minutos, e o frentista conta que seu cão permanece até hoje assustado. Toda a ocorrência se deu na Vila Peruíbe, próxima de onde a marca foi encontrada. Andrade disse ainda que, no dia seguinte, um cliente que parou para abastecer seu carro no posto de gasolina em que trabalha, comentou ter visto uma forte luz em alta velocidade sobre os trilhos da linha férrea desativada que cruza a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na cidade de Ana Dias, p
róxima de Peruíbe.
Corroborando estes depoimentos, um comerciante e dono de uma casa de materiais para construção também comentou ter visto na mesma madrugada, da janela de sua casa, um estranho artefato no céu. “Era bem diferente de um avião ou um balão”, disse, sem querer se identificar. Na vizinha Itanhaém, os funcionários de uma fazenda balneária, retirada da zona urbana e localizada no meio da Mata Atlântica, também confirmaram o avistamento naquela noite. Os senhores Cícero, Artur, José, Jorge e João Mineiro garantem que não era nada normal.
As investigações no local
Uma equipe do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS) esteve na área seis dias após a marca ter sido descoberta, e tomou conhecimento, através dos moradores do bairro, que infelizmente o sinal não foi isolado desde sua descoberta, estando bastante pisoteado por outros estudiosos e investigadores. O biólogo e consultor da Revista UFO Paulo Aníbal G. Mesquita e o engenheiro Paulo Pilon estiveram na região dias antes e constataram a grande afluência de público ao local. O mesmo foi relatado pelo ufólogo José Guilherme Raymundo, autor, entre outros, de O Portal: Contatos Alienígenas e entrevistado da edição UFO 143 [A Verdade Está Mais Próxima do que Pensamos].
No local da marca, o pesquisador do GEUBS e também consultor da Revista UFO Jamil Vila Nova utilizou um contador Geiger para medir a radiação residual ou de fundo, como é chamada tecnicamente, nada encontrando de significativo. Vila Nova também fez as medições da marca, constatando que não é circular, como se pensava, mas oval. Foram encontradas seis protuberâncias perto do centro da figura, que lembram pequenos montículos como domos de vulcões, cada um com aproximadamente 25 cm de altura e diâmetro em torno de 40 cm. Foi aludido que seriam montes de terra extraída com escavadeiras do centro da depressão.
O tipo de vegetação do local é a chamada taboa, muito comum na região, e a disposição do amassado dos caules não era radial, como numa roda de bicicleta, e sim alinhada com o eixo maior da figura. As plantas, mesmo após alguns dias do ocorrido, permaneciam deitadas e algumas continuaram a se desenvolver horizontalmente. Testes realizados com luz ultravioleta em amostras de vegetação colhidas no local não indicaram qualquer substância que provocasse uma fluorescência por meio de excitação. Foram recolhidas amostras de dentro e de fora da marca, e analisadas através de microscopia óptica com luz polarizada e monocromática de 532 nm (laser verde), com ampliações de 100 a 2.500 vezes. Nada foi encontrado de anormal. Cortes na vegetação, para estudo microscópico, também não revelaram qualquer coisa além de uma flora e fauna microscópica normal.
Algo de grande dimensão
Na opinião do ufólogo Vila Nova, a aparência da marca indica que foi produzida por algo de grande dimensão e massa, de cerca de 9 por 13 m. “Embora grande parte dos vegetais – cerca de 60% – estivesse seca e da cor de palha, havia também plantas viçosas se desenvolvendo na horizontal, o que sugere que realmente uma estrutura tenha pousado e provocado tal marca”, disse o estudioso. Outro integrante do GEUBS, Douglas Vichi da Silva, que também participou das pesquisas, acredita que o suposto objeto que deixou a marca no local tenha apenas flutuado sobre ele, sem tocar de fato o solo. “O que mais intriga neste caso é porque um objeto iria aterrissar em um terreno localizado nos fundos de uma residência, onde há postes de luz próximos, sendo que um pouco adiante há uma vasta área descampada”, questionou Silva.
Foram encontrados também, em uma das partes laterais da marca, dois pequenos orifícios circulares um pouco mais profundos, mostrando que algo muito pesado poderia ter se apoiado ali, embora não seja possível constatar que os buracos no solo tenham sido causados pelo mesmo objeto que provocou o amassamento na vegetação. Esta é uma situação diferente de outro caso de aterrissagem de UFO, ocorrido não muito longe de Peruíbe, numa ilha em São Vicente, em 1995, quando havia marcas de trem de pouso associadas a amassamento de vegetação.
O caso do pouso em Peruíbe lembra, em alguns aspectos, outro ocorrido na cidade de Mongaguá, distante apenas 53 km dali. Esta ocorrência deu-se numa certa noite com a jovem Suzana Sica, que acordou assustada ao ver a “luz do Sol” brilhando intensamente através da sua janela. Ela se espantou ao imaginar que havia amanhecido tão depressa, mas voltou a dormir e, depois de algum tempo, quando acordou novamente, observou que ainda era noite. Na rua em que morava na época só havia sua casa e outra, que ficava distante uns 150 m. O resto eram terrenos vazios. Pela manhã, ainda estranhando o acontecido, comentou com sua mãe o fato e ouviu dela que também havia acordado durante a noite e visto uma luz vermelha pela janela. O objeto, suspenso no ar, girava em torno de si e a mãe achou que se tratava de algum carro de polícia que estivesse passando na rua em frente.
Forte repercussão na região
Os fatos em torno da suposta aterrissagem em Peruíbe continuam ocorrendo. Marilene da Silva Reis, que visitou a marca do suposto pouso no dia 07 de setembro, enviou ao GEUBS uma foto que tirou na área com seu celular, onde aparece algo estranho que não se verifica nas outras cenas também fotografadas, o que descarta a possibilidade de se tratar de uma mancha ou gota da água na lente da máquina. O piloto de ultraleve Ricardo Silveira, 38, que costuma sobrevoar a cidade e já teve a oportunidade de testemunhar fatos que não soube explicar, também acredita que o amassamento não tem origem natural. Em janeiro deste ano, Ele viu uma estranha luz seguindo
um avião da TAM, que depois de alguns segundos parou, iluminou o mar e desapareceu no horizonte.
Outro morador de Peruíbe, o aposentado Fernando dos Santos, 55, também afirmou ter ficado bastante impressionado quando viu a marca, e foi categórico em dizer que o que pousou no Bairro São José não é nada conhecido. “Um helicóptero teria feito muito barulho e toda a vizinhança teria ouvido”. Santos não foi o único a relatar sua opinião à equipe do GEUBS. O fato acabou ganhando tanta repercussão na cidade e região que, nos dias seguintes, dezenas de moradores procuraram os estudiosos para relatar outros casos antes e depois da descoberta da marca. Este é um “efeito colateral” comum e bastante proveitoso para a pesquisa ufológica, pois novas informações acabam sendo recebidas e podem ser comparadas com o caso sendo analisado.
Na vizinha Guarujá, o caso também ganhou repercussão. Lá, os moradores Heládio Rosa Filho e sua esposa Marluci Aparecida de Carvalho Costa Rosa afirmam que, naquele domingo, 17 de agosto, por volta de 12h30, estavam na Praia da Enseada quando viram algo cruzando o céu em altíssima velocidade. Era uma bola branca e opaca que não emitia nenhum ruído ou som característico de aeronave. O casal não deu grande importância ao avistamento, até que, no final da tarde, já em casa, no Bairro Santa Rosa, seu filho Luccas olhava na direção da cidade de Santos, quando viu um pequeno ponto escuro surgir do nada no céu. O menino correu para pegar seus binóculos e observar melhor, mas se espantou ao ver que o pequeno objeto acendeu uma luz alaranjada, que depois se apagou.
Quando voltou a localizar o pequeno ponto no céu, Luccas se assustou ainda mais ao constatar que se tratava de um losango preto com uma pequena luz laranja no lado direito. O jovem disse também à equipe do GEUBS que o artefato parecia ser de metal ou de vidro, pois via a luz do Sol refletida em sua superfície. Após alguns instantes, o objeto passou a acelerar, chegou próximo de uma nuvem e ficou estático por alguns instantes, desaparecendo em seguida. Luccas, que tem o costume de observar o céu regularmente, afirmou ter certeza de que o que viu naquele dia não era balão, avião, helicóptero e nem satélite.
Filmagem sendo analisada
O Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS) também recebeu de Danilo Alves Pereira uma filmagem de um suposto UFO feita por um amigo, também no mesmo domingo. Na imagem aparece um estranho objeto que sobrevoou Guarujá. Pereira também viu o artefato do Bairro dos Astúrias, onde estava, enquanto seu amigo o filmou no Bairro de Morrinhos. “Foi no final da tarde, quando já estava escurecendo. O objeto brilhava muito e pensei que fosse um avião vindo de frente com os faróis ligados. Mas aquilo estava se movendo na horizontal e para a esquerda, e por isso concluí que não podia estar vindo de frente”, disse Pereira. Ele acrescentou que o objeto não tinha as luzes de sinalização que ficam piscando em aviões. A filmagem está sendo analisada.
No outro lado do Canal de Bertioga, já em Santos, também houve registro de objetos voadores não identificados naquela mesma data. O jovem Robson de Deus Marques estava com alguns amigos no Deck do Pescador, situado na Ponta da Praia, quando notou um ponto luminoso se deslocando no céu. Ao perceber que não era um avião, retirou seu celular do bolso e registrou a cena com uma foto. “Após o objeto se mover um pouco, ele voltou para o lugar em que estava e depois simplesmente sumiu”, afirmou Marques, que fotografou o artefato exatamente às 22h01, conforme assinalado em seu celular. Fotos e filmes de artefatos estranhos no céu chegaram de várias localidades, atestando que houve, de fato, uma intensa movimentação de possíveis discos voadores na data em que a marca circular foi produzida.
Todo o litoral sul de São Paulo é rico em avistamentos ufológicos, e quando um novo fato ocorre, recebendo tanta divulgação, novos testemunhos, até então desconhecidos, vêm à tona somar-se ao já vasto repertório casuístico local. Desta vez foram relatados à equipe do GEUBS eventos que podem ser analisados e comparados com outros pesquisados. Um deles ocorreu também em Santos, há alguns anos, a um médico que quer ser identificado apenas por Benítez, que estava com alguns amigos. Eram cerca de 18h00, quando o grupo observou uma bola de luz azul, como a chama de um maçarico, viajando de oeste para leste, a apenas uns 100 m de
distância das testemunhas.
O artefato desenvolveu um vôo continuo e sem ruídos, e, antes de ser encoberto pela copa de uma árvore, fez uma manobra de 180 graus e retornou ao ponto onde o grupo estava, para depois fazer novamente 180 graus e retomar sua rota original. Segundo Benítez, o objeto não era qualquer aparelho conhecido nem um fenômeno natural. O avistamento todo durou cerca de 50 segundos. “Não vou dizer que era uma nave extraterrestre, pois vimos apenas um globo de luz difusa e azul, muito bonito. As condições atmosféricas eram boas, com céu azul de uma típica tarde de verão, sem tempestades elétricas e com a umidade do ar normal para nossa região”, analisou o doutor Benítez, que também estimou o diâmetro do objeto em cerca de 5 m.