Ufologia se vê às voltas com mais um enigma: o Chupacabras. Agora não são mais os discos voadores que tiram o sossego dos ufólogos. Parece que uma criatura desconhecida tomou o lugar dos ocupantes de UFOs que, ao invés de pousarem suas naves ou abduzirem pessoas, estão preferindo matar nossos animais e chupar seu sangue. Desde o início deste ano, especialistas brasileiros têm reunido centenas de recortes de jornais e diversas horas de fitas de vídeo com imagens de fazendeiros e pequenos sitiantes ao lado de rebanhos e animais domésticos mortos, supostamente sem sangue.
O interior de São Paulo certamente é a região onde mais se encontram histórias desse gênero. São mais de uma centena de casos, com as mais terríveis e alucinantes mutilações de animais – todas atribuídas ao temido Chupacabras. Dentre os inúmeros episódios que envolvem a temática ufológica, certamente este foi o vencedor em popularidade e atenção por parte da mídia nacional e internacional. Este fenômeno obteve notoriedade mundial no ano de 1995, quando o locutor e jornalista da rádio Cumbre, Arnaldo Garcia, da cidade de Orocovis, Porto Rico, decidiu relatar uma sucessão de casos de animais mortos e mutilados em circunstâncias misteriosas.
Utilizando-se de seu espaço na emissora de rádio local, Garcia mencionou a morte de diversas ovelhas, bois, cabras, cachorros, galinhas e gansos, que aparentemente apresentavam estranhos ferimentos não atribuíveis a nenhum predador conhecido. Os animais, em sua maioria, exibiam orifícios simétricos dos quais haviam sido extraídos órgãos internos como coração, fígado, glândula hipófise e sistema reprodutor. Em todos os casos, as vítimas foram encontradas praticamente sem sangue. Garcia possuía inúmeras provas testemunhais e, quando as tornou públicas, fez chegar a si uma grande quantidade de relatos que mais do que depressa fugiu totalmente ao seu controle.
Em poucos dias, a história cruzou as fronteiras da pacata ilha, e casos semelhantes surgiram no México e em outros países da América Central. O fenômeno ganhou as manchetes de importantes jornais do mundo e, devido às investigações de vários repórteres e ufólogos, descobriu-se que vinte anos antes, na mesma ilha, na província de Moca, dezenas de animais tinham sido encontrados mortos em condições semelhantes, num fenômeno batizado pela Imprensa de Vampiro de Moca.
Mas é claro que as características das marcas apresentadas nos corpos das vítimas descartavam qualquer possibilidade de ataque de um coloquial vampiro. Ovelhas, bois, cabras, vacas, cachorros, aves e outros animais domésticos aduziam consigo profundos e perfeitos cortes simétricos. Porto Rico vivia a primeira onda do Chupacabras, a qual se arrastou durante vários meses, por todo o primeiro semestre de 1975. Certamente, o detalhe mais enigmático foi a falta de sangue nos organismos sem vida – o que deu origem ao lendário nome dado pela mídia.
Em meados da década de 70, vários especialistas investigaram o fenômeno, e o que mais surpreendeu foi a presença de forte radiação ao redor dos locais onde os animais eram encontrados. Um dos casos mais conhecidos ocorreu em plena zona metropolitana, no condomínio residencial de Los Angeles, periferia de Ilha Verde, em Carolina. Em 06 de abril de 1975, um dos condôminos, o empresário Buenaventura Bello, acordou assustado. Quase todas as manhãs, ele era despertado pelo grasnar dos 18 gansos que viviam em seu quintal. Logo que o Sol raiava, eles iniciavam um barulho intenso e só paravam quando Bello descia até o viveiro e os alimentava.
Corpos alinhados – Naquele dia, Bello acordou com o Sol já iluminando seu quarto. Intrigado com o silêncio, abriu a janela e, horrorizado, viu todas suas aves mortas com seus corpos alinhados, formando um grande círculo sobre a grama. Surpreso, desceu rapidamente até o quintal e, ao examinar os gansos, notou que todos apresentavam perfurações de cerca de 50 mm de diâmetro. Observou também que, ao redor dos furos, as penas haviam sido retiradas e que nenhum dos animais apresentava uma única gota de sangue.
Bello possuía uma cachorra da raça pastor alemão, de quatro anos, que cuidava da propriedade com bastante eficiência, não permitindo que nenhum animal ou ser humano ultrapassasse os limites de sua cerca sem que desse um alarme, latindo e atacando o intruso. Porém, naquela noite, a cadela permaneceu totalmente em silêncio e, com atípico comportamento que se estenderia por dias. Recusava-se até mesmo a ir ao quintal, ficando dentro de casa durante tal período. Muito assustado, o empresário avisou as autoridades policiais e, minutos depois, uma patrulha do quartel general da polícia de Porto Rico chegava à sua residência, fazendo minuciosa investigação.
Porém, antes da patrulha se retirar, um dos comandantes da operação procurou Bello e deu ordens expressas para que nem ele nem sua esposa se aproximassem do local das mortes, avisando que uma equipe especial de San Juan estava a caminho para assumir o caso. O grupo da capital, o qual não se identificou, veio com roupas especiais e máscaras anti-radioativas, trazendo equipamento pesado e aparentemente sofisticado. Por mais de duas horas, examinaram os gansos e todo o quintal onde se encontravam. E mais uma vez foram embora alertando aos moradores para que não se aproximassem dos animais mortos. Uma hora depois, outra equipe veio e recolheu os seres sem vida.
Nas semanas posteriores, homens à paisana montaram guarda em frente à residência do senhor Bello. Um deles aconselhou-o que se mudasse do local com a família, tendo em vista a existência de elementos perigosos para humanos. Mas quando tudo parecia terminado, em menos de um mês, a cachorra de Bello começou a ficar apática, apresentando sintomas de debilidade, anemia profunda e perda de apetite. O veterinário da família a examinou e diagnosticou como sendo câncer em estado muito avançado, aconselhando sacrificá-la. Assustado com aquela estranha ocorrência, o casal então resolveu se mudar.
Em Porto Rico, diversos outros casos semelhantes ocorreram ao longo daquele famoso ano nos arredores da cidade de Moca. Num desses eventos, mais de vinte cabras foram encontradas mutiladas em uma só noite na propriedade do senhor Hector Vega. Relataram-se feridas que penetravam alguns centímetros nos corpos das vítimas. Con-forme o constatado, tais hematomas foram realizados por intenso calor emitido de algum instrumento cauterizante.
Técnicos em radiologia da Defesa Civil local inspecionaram a região com um contador Geiger e constataram uma manifestação radioativa da ordem de .008 a .012 roentgens. Diversos outros animais mutilados e mortos foram encontrados e exaustivamente analisados. A maioria deles apresentava perfurações idênticas às encontradas nos gansos do casal Bello. Em outros casos, órgãos internos foram encontrados extirpados, assim como o cérebro de algumas vítimas havia desaparecido sem que a caixa craniana fosse tocada.
Na noite de 07 de setembro de 1995, o jovem Misael Negrón, residente em Can&
oacute;vanas, observou da sacada de sua casa uma criatura que media cerca de 1,20 m de altura, com cabeça arredondada, queixo pontudo e que parecia ter “cara de peixe”. Os olhos eram grandes e vermelhos, e a entidade, sem orelhas, possuía longas presas que sobressaiam à boca. Segundo a testemunha, o animal aparentava ter pescoço e braços finos, além de patas com três dedos e garras afiadas. Era bípede e em suas costas notava-se “uma coisa que, como cristas, descia desde sua cabeça até a parte inferior do ombro, mudando os tons de verde para o azul, vermelho, laranja e violeta. Todos fosforescentes”, relatou.
A estranha criatura parecia olhar tudo ao seu redor e, ao perceber Misael na sacada de sua casa, esticou-se para vê-lo melhor. Assustado, o rapaz entrou, fechando a porta em seguida. Já em seu quarto, percebeu que o animal ainda o observava pela janela, com seus olhos vermelhos. Impressionado, fechou as venezianas e a entidade se foi. No dia seguinte, o irmão de Misael, Angel David Negrón, avistou a mesma criatura ou outra semelhante junto a uma cabra recém mutilada no quintal de sua casa. Segundo a testemunha, a criatura, ao notar sua presença, tentou cercá-lo, saltando e caindo à sua frente. O rapaz saiu correndo, e o tal ser o perseguiu até a sacada da casa – momento em que entrou num matagal próximo.
Aparições terrestres – A cabra mutilada apresentava ferimentos análogos aos encontrados nas vítimas do Vampiro de Moca. Ou seja, orifícios no pescoço, ausência de sangue e órgãos internos tais como coração, fígado, órgãos reprodutores, lábios, orelhas entre outros. Várias testemunhas mencionaram ter escutado um barulho misto de “zumbido com turbina”, instantes antes de terem avistado a criatura. Além disso, em outros momentos, podia-se ouvir um forte grito e chiado.
Ainda em 1995, no mês de setembro, a criatura foi avistada em Campo Rico. Um morador disparou tiros contra ela várias vezes, sem feri-la. Logo depois, o ser pareceu abrir asas e saiu voando. Nesse instante, o senhor Daniel Pérez pôde observá-lo nitidamente. “Eram aproximadamente 07:30 h. Senti um forte zumbido lá fora e o vi. Veio do alto, pousou sobre duas patas por uns momentos. Pareceu pegar impulso, deu um salto e se levantou. Voou e se perdeu no ar passando por entre uma árvore, sem tocá-la”, detalhou.
Daniel explica ainda que a criatura era idêntica àquelas que estavam sendo descritas na região: “Notei que o que tinha em seu ombro eram barbatanas, variando de pequenas a grandes, desde a cabeça até a parte inferior das costas. A criatura as movia com uma velocidade tremenda, intercalando-as. Isso é o que produzia o zumbido. São como asas, e não como espinha vertebral”.
Por mais bizarros e assustadores que possam ser esses monstros, reais ou não, das profundezas dos oceanos e lagos, são todos desprovidos de alguns elementos presentes nas criaturas terrestres, o que aumenta nossas inquietações. Primeiro, porque estão muito mais próximas da nossa realidade cotidiana. Desde os primeiros relatos sobre o Chupacabras, o que notamos é uma certa semelhança com as aparições de UFOs que, diferentemente do passado – quando se mantinham mais ou menos ocultas, pois hoje pousam em qualquer lugar a qualquer hora –, esses seres estão praticamente dentro do nosso quintal. Estão aí os relatos para serem comprovados.
Os casos espalharam-se pelo mundo com uma velocidade espantosa. Ora, pode-se pensar que esses seres tinham seu habitat natural ecologicamente equilibrado, aqui mesmo no planeta, em sistemas de cavernas ainda desconhecidos ou selvas impenetráveis e que, a exemplo de outros animais, tenham fugido desse habitat em virtude de desequilíbrios de alguma espécie, aproximando-se das cidades em busca de alimento. Isso só é válido quando estes são “animais” com o significado exato que damos a palavra.
Em segundo lugar, porque algumas dessas criaturas possuem uma semelhança com o homem, o que acentua seu caráter horripilante, já que um monstro parecido conosco, semi-humano, vai certamente mexer muito mais com elementos do inconsciente, deixando-nos ainda mais atônitos. Outra característica que torna essas aparições assustadoras é que, em contraposição ao passado, hoje temos uma capacidade de comunicação poderosa.
Uma das primeiras e mais persistentes manifestações de uma criatura estranha foi um ser capaz de alterar sua forma, conhecido como Lobisomem. É um mito mundial registrado na África, Grécia, Japão, China, Itália, Espanha e Portugal. A partir dos treze anos, nas noites de Lua cheia, transforma-se em um ser peludo, que anda de quatro, com dentes e garras afiadas. Visita a zona rural entre meia-noite e duas da manhã, e se alimenta de carne e sangue. Por incrível que possa parecer, existem centenas de milhares de relatos sobre o encontro de seres humanos com esses monstros.
Em Murphysboro, Illinois, numa noite de junho de 1973, um casal de adolescentes, Randy Creath e Cheryl Ray, observou um ser com 2,5 m de altura, peludo, com cheiro terrível de esgoto e uma estranha semelhança com um ser humano. Decorridos alguns segundos, embrenhou-se em um matagal. Durante as semanas seguintes, ele foi observado diversas vezes e seguido por policiais com cães, que revelaram pânico ao sentirem o odor desconhecido. Vários caçadores dirigiram-se até a área, mas o misterioso ser nunca foi encontrado. Várias vezes ouviu-se gritos e foram achadas pegadas imensas na lama do Rio Big Muddy.
Em julho de 1974, uma jovem chamada Lhakpa Domani, foi atacada perto da aldeia de Machermo, no Himalaia, por um enorme ser de pêlos avermelhados semelhante a um misto de lobo e macaco. Enquanto ela guardava iaques numa pastagem, a estranha criatura a agarrou e a atirou para o lado, tendo-se voltado para os iaques, um dos quais matou com um soco, e a outro quebrou o pescoço. Devorou alguns pedaços de carne, afastou-se e desapareceu entre as montanhas. Constitui um indício de descrença o fato de jamais um ser deste tipo ter sido apanhado.
Contrapondo-se a isto, o mistério se torna ainda maior com a descoberta de pegadas humanas gigantes, medindo 59 x 18 cm – o que indica um ser com cerca de 250 kg –, encontradas em 1970 pelo doutor Rex Gilroy, diretor do Mount York Natural History Museum, datadas em 250 milhões de anos. Além disso, nos últimos 200 anos, uma grande quantidade de mitos antigos tornaram-se fatos reais.
Exemplos como os gorilas, hipopótamo-pigmeu, ornitorrinco, o grande lagarto de Como
do, o celacanto e as lulas gigantes foram alvo de descrença até se provar que eram verdadeiros. O tempo se encarrega de esclarecer certos fenômenos. Certamente isso irá ocorrer com o Chupacabras, UFOs, mutilações e outros.
Mitologia nacional – O Brasil, por ser um país de grandes dimensões ainda com imensas áreas virgens, comparado aos países europeus, é rico em fatos estranhos. Um dos primeiros mitos brasileiros foi descrito por Anchieta, em suas cartas escritas entre 1554 e 1594. Esse grande etnógrafo e cronista relatou a existência do Baetatá (Boitatá), considerado por ele um demônio que habitava as praias e margens dos rios.
O Baetatá era uma espécie de facho cintilante que corria de lá para cá, mergulhava nos lagos e se escondia entre os morros. Às vezes manifestava-se na forma de um ‘monstro’ que atacava e matava os índios. Há relatos idênticos em Portugal, nos Andes, na Inglaterra, e Nhandutatá, ou avestruz de fogo, no Uruguai. E no Rio Grande do Sul, existia um estranho animal chamado Carbuncúlo, parecido com uma grande lagartixa, levando um rubi vermelho na cabeça, muito brilhante, que desviava a atenção de quem tentava capturá-lo. Era encontrado na entrada de cavernas que supostamente conteriam tesouros, dos quais era guardião. Atacava rebanhos e pessoas que se aproximavam dessas grutas.
Há um relato vago da captura de um desses seres por um sacristão de uma igreja em São Miguel das Missões (RS). Mas dezenas de mitos do folclore brasileiro originaram uma infinidade de lendas, principalmente entre os povos da Amazônia. Destacamos dois: o Mapiguari, um homem imenso, de longos cabelos e grandes unhas que atacava pessoas para devorar-lhes as cabeças. E o Ipupiara, um animal que os índios descreviam como um homem aquático, do qual deriva os Meninos D’água, seres que viravam barcos.
É bem provável que o fenômeno Chupacabras possa estar misturado ou disfarçado na grande quantidade de mitos, lendas e tradições. Nossos antepassados, sempre transformavam algo desconhecido em estórias. Hoje, há a ciência e especialistas, embora este misterioso e desconhecido ser cause ainda muita aversão. Para os estudiosos, a fluidez do mistério, com suas múltiplas implicações, provoca uma grande intranqüilidade, resultando num efeito simplificador: descrença, distorção ou comparação com algo conhecido.
Aparição precursora do Chupacabras
Sem sombra de dúvida, os Estados Unidos são o país que mais coleciona ocorrências de mutilação de animais em circunstâncias misteriosas em todo o planeta. Levantamentos realizados em 1996 revelam mais de 15 mil casos sucedidos nas mais diferentes regiões. Em um jornal de Denver, no Colorado, encontramos o primeiro caso publicado na Imprensa sobre o assunto. O fato ocorreu na fazenda do rancheiro Harry King, no Vale de São Luís, sul do Estado, na tarde de 07 de setembro de 1967, e envolveu uma égua chamada Lady. A égua era uma saudável Appaloosa com três anos de idade, de propriedade de Nellie, sua irmã, e Berle Lewis, marido dela.
Como de costume, ao entardecer o animal ia para o curral. Naquela tarde, porém, Harry aguardou sua chegada, em vão. No dia seguinte, Lady foi encontrada estirada ao solo, com parte de seu corpo desprovido de carne e pele, desde a área do pescoço até a cabeça. O esqueleto estava branco e limpo, como se tivesse sido exposto ao Sol por muitos dias. O rapaz disse que “o corte estava tão perfeito que não poderia ter sido feito por uma faca”.
Passados três dias, os donos da égua foram verificar os vestígios da estranha morte. Nellie ficou tão chocada que quase desmaiou ao ver o estado do animal. “Não estava cortado normalmente; era uma fenda muito limpa, pela qual escorria uma substância verde”, lembra-se. A esposa de Berle tocou o estranho líquido, sentindo de imediato um forte cheiro. Nos dias seguintes, suas mãos ficaram bastante avermelhadas, causando-lhe muita dor durante mais de uma semana. A proprietária do eqüino declarou que sentia um aroma semelhante a incenso ou remédio.
Berle notou que as pegadas da égua terminavam a 1.200 m do local onde seu corpo estava. “Não havia nada mais: nem rastros e nem qualquer outro tipo de marca ao redor ”, observou. Mas, a uns 40 m de distância, percebia-se um círculo de uns 3 m de diâmetro, com três a quatro polegadas de profundidade. Diversos vizinhos disseram ter visto objetos voadores não identificados sobrevoando o rancho de Harry. Nellie estava convicta de que os UFOs eram os causadores da mutilação de seu animal. Assim, começou o intrínseco mistério que intriga os Estados Unidos, Canadá, Porto Rico e todo o restante da América Central e do Sul, além da Austrália, Ilhas Canárias, Espanha, Rússia e outras partes da Europa e África.