Nas primeiras horas após o momento anunciado por Jan Val Ellam para a realização do grande encontro cósmico entre a humanidade terrestre e outras civilizações cósmicas, às 17h30 de sábado, 18 de novembro passado, o autor e conferencista espiritualista já comunicava à Revista UFO e a alguns círculos de ufólogos o que havia dado errado e porque os ETs não vieram. No dia seguinte, durante o programa de rádio Projeto Orbum, da Rede Boa Nova [www.radioboanova.com.br], ele informava aos ouvintes sua explicação para a falha na previsão. E ao longo da semana posterior ao contato que não ocorreu, Ellam concedeu entrevista exclusiva à UFO, na qual explicou que pode ter se enganado quanto à antecipação da data do aludido contato, mas que ele se realizará até o fim do período originalmente anunciado, abril de 2007.
Você anunciou na edição 126 da Revista UFO sua previsão de que uma bomba de origem nuclear, química ou biológica explodiria entre 03 e 05 de outubro no Oriente Médio, mas nada aconteceu e isto deixou as pessoas descrentes de suas outras afirmações. O que tem a dizer sobre isso? O que eu fiz foi o que até hoje ainda julgo ter sido uma solicitação dos seres que me envolvem com suas energias e informações, e que respondem pelo conjunto dos livros que publiquei até hoje. Mas ressalto que, na referida previsão, publicada em UFO 126, eu fazia clara alusão à possibilidade de que a explosão poderia não ocorrer. Na minha interpretação, vejo duas possibilidades para isso. Primeiro, que houve algum objetivo oculto da parte desses seres, que desconheço, ao terem me solicitado que anunciasse tal previsão. Segundo, que pode ter havido equívoco no entendimento da mensagem que me transmitiram, de minha parte. Quanto à última opção, este é um aspecto que sempre destaquei, seja nos livros que escrevi ou em palestras que proferi: que sou insuportavelmente pequeno diante da tarefa para a qual, desde 1986, tais seres me designaram que realizasse.
A Comunidade Ufológica Brasileira, e os leitores da Revista UFO em especial, cobram uma explicação para a falha em suas previsões. O que você tem a dizer a eles? Tenho a dizer que paguei, estou pagando e continuarei a pagar um alto preço pelo julgamento que têm de minhas afirmações. Mas o faço com absoluta tranqüilidade em minha alma e sem esperar nem pedir clemência, pois não seria ingênuo a este ponto. Assumo o enigma ou o equívoco, de acordo com as opções que apresentei na resposta anterior, pelo que me obrigo a pedir desculpas aos leitores da Revista UFO. Contudo, peço licença para que possa permanecer de pé, ainda que sem crédito algum junto à opinião alheia, a parte da entrevista à UFO 126, em que digo que referido contato oficial e definitivo com seres extraterrestres de fato ocorrerá entre a segunda quinzena de novembro de 2006 e o mês de abril de 2007. E o faço por sentir, pelo menos, que posso não ter me enganado no entendimento quanto a essa questão. Mas isso não tem importância alguma para mim, pois jamais pretendi convencer quem quer que seja de coisa alguma. Porém, apesar dos aparentes equívocos, sei que esses seres existem, são bem mais evoluídos que a humanidade a qual pertenço e deve existir algum motivo nobre da parte deles para agirem assim. Caso eu esteja equivocado também sobre isso, de antemão já me desculpo e afirmo que algumas dezenas de livros que esses seres já me transmitiram, e que ainda não publiquei, irão todos para “bons sete palmos” embaixo da terra, destino de tudo o que é transitório. Não publicarei mais nenhum deles, já que, provavelmente, devem conter equívocos além do que considero suportáveis.
No dia 15 de novembro você resolveu antecipar para o princípio do período de seis meses anunciado o tal contato oficial com ETs, que ia até abril de 2007, redefinindo-o para o dia 18 seguinte. O que o levou a tomar esta decisão? Por mais estranha que possa parecer, a resposta é exatamente a mesma da pergunta anterior. Há sete anos, desde o primeiro contato que esses seres tiveram comigo, mais especificamente na madrugada de 18 de novembro de 1999, por volta das 02h30, fui sendo preparado por eles para “aceitar” – pelo menos é assim que julgo os fatos ocorridos comigo ao longo desses anos – a notícia de que o primeiro contato com seres de outros mundos ocorreria sete anos mais tarde, e fui informado de que isso ficaria claro para mim ao longo do tempo. Mas, especificamente no mês de março de 2006, fiquei convencido disso por uma série de questões por “eles” esclarecidas, que não valem a pena ser relatadas aqui, posto que a ninguém tento convencer sobre coisa alguma. Também a pedido deles anunciei para algumas pessoas, não mais que umas 20, e aqui assumo publicamente o fato, que a data de 18 de novembro passado seria aquela em que provavelmente o encontro cósmico ocorreria.
O prazo originalmente proposto pelos seres com quem me comunico está mantido: o encontro cósmico ocorrerá até o fim de abril de 2007
O que o levou a ter tanta certeza quanto a essa nova data, a ponto de dizer até a que momento o contato se daria, 17h30, no horário de Brasília? Na verdade, eu tinha esta certeza de forma muito íntima, embora ela esteja agora comprovadamente equivocada. Eu sabia que assim seria, e por isso – insisto –, atendendo a um pedido dos tais seres, decidi comunicar apenas as tais 20 pessoas que há mais tempo acompanhavam a evolução dos acontecimentos, sem pedir segredo a elas quanto ao que lhes falara, apesar de sempre ressaltar que poderia estar equivocado, pois sou consciente da minha dificuldade no campo do entendimento das mensagens recebidas. Mais ainda, incomodava-me minha flagrante pequenez pessoal diante da grandeza dos fatos que ocorriam comigo e das revelações constantes nos livros que escrevi, o que me obrigava, mesmo apesar de tais imperfeições e da falta de talento literário para empreitada desse porte, a seguir adiante. Obviamente, a notícia de que o encontro ocorreria em 18 de novembro passado se espalhou, principalmente na internet, mesmo sem que eu pretendesse isso. Ainda assim, assumo responsabilidade total sobre os fatos. Enfatizo apenas que, caso eu desejasse projeção ou publicidade para minhas atividades, convenhamos, teria convocado entrevistas coletivas, feito uma ampla divulgação etc. E nada disso eu fiz. Mas, paciência, na medida em que não pedi segredo a ninguém, assumo toda a questão como sendo de minha responsabilidade.
Sua afirmação de que pode ter havido uma interpretação errônea das mensagens recebidas já foi manifestada por você antes, inclusive na própria e polêmica entrevista que você concedeu à UFO 126, e não agradou a certos segmentos da Ufologia Brasileira… Novamente, devo dizer que é assim que são as coisas. E também que minha interpretação para isso tudo leva a duas opções já citadas: ou houve um enigmático objetivo da parte desses seres em me fazer proceder como fiz, ou mais uma vez me enganei no campo do entendimento das mensagens que recebi. Como disse antes, e poupando os leitores de UFO de mais explicações, pago o preço de meus atos sem esperar clemência de quem quer que seja. E me obrigo a pedir desculpas mais uma vez. Contudo, também sem pretender irritar os leitores, mas simplesmente empregando o direito que tenho de usar meu livre-arbítrio para expressar o que julgo ser minimamente útil, sob o ponto de vista da minha consciência, volto a pedir licença para que possa permanecer de pé o prazo originalmente anunciado: está mantido o período de seis meses para que venha a ocorrer o aludido contato oficial e definitivo com outras civilizações.
Vamos esperar para ver. Mas você não acha que manter sua previsão de pé poderá aumentar ainda mais o ceticismo que há torno de tudo o que fala, já que você, apenas alguns dias antes de 18 de novembro, garantia com 100% de certeza que essa seria a data do tal encontro cósmico? Desculpe, mas não disse a ninguém – e muito menos ao editor de UFO – que tinha 100% de certeza de que 18 de novembro seria o dia do grande encontro. O que fiz foi afirmar a algumas pessoas – assim como ao editor de UFO – que, na minha ótica humana, salvo a opção de existir alguma “brincadeira sem graça” por parte de tais seres extraterrestres para comigo, não considerava a possibilidade de existir equívoco quanto àquela data. E repito, para que fique claro, que avaliei o que recebi na condição humana em que me encontro, e peço novamente desculpas pela falha na interpretação da mensagem.
Entre as pessoas que aguardavam ansiosamente o tal contato global, muitas hoje dizem que suas previsões não passaram de um engodo e que se sentiram enganadas. Como você reage a essas afirmações? Eu respeito, com a dose de ternura que posso arquitetar neste momento, o julgamento que as pessoas fazem quanto às razões de minhas ações. Assim, torno a acrescentar à minha atitude de respeito às críticas e julgamentos que me estão endereçados o meu pedido de desculpas pelo incômodo psicológico causado pelas previsões e anúncios por mim declarados, que se verificaram equivocados em seus termos observáveis até o momento.
Outras pessoas buscaram explicações diversas para justificar o fracasso, numa tentativa de poupá-lo. Algumas chegaram a afirmar que você teria sido enganado por forças cósmicas para que sua credibilidade fosse arruinada. O que você pensa disso? Bem, na verdade a situação é muito pior! Sobre o anúncio de 18 de novembro, que fiz a algumas pessoas, o complicado é que “eles” me informaram que não houve equívoco algum de minha parte, e sim que eu fui levado a fazê-lo de propósito. Ou seja, que eu fui levado a antecipar a data do contato para assumir o papel de uma “certa testemunha” que anunciaria a iminente chegada do Mestre, e que seria trucidada moralmente por um motivo não muito claro, descrito no capítulo 11 do Apocalipse bíblico. O meu equívoco aqui, quanto ao entendimento da data, ocorreria por conta de uma certa estratégia desses seres, cujo teor desconheço. Essa tática viria somada aos meus equívocos pessoais, produto da minha pequenez, e me levaria a cometer o referido erro, fazendo cumprir assim o que “eles” – e parte dos terrestres também – chamam de escrituras sagradas.
Você está dizendo que seres extraterrestres considerariam sagrados os livros bíblicos e que o expuseram à desmoralização para que fosse cumprida uma profecia? Como assim? Veja, é preciso ressaltar que o teor do que é considerado sagrado para “eles”, segundo o que entendi a partir dos contatos que fazem comigo, diz respeito a um tipo de contrato, uma espécie de “acordo”, em termos de compromisso moral, realizado entre eles e alguns dos espíritos que estavam encarnados na época de Jesus – como seria o meu caso, segundo tais seres e outras fontes. Assim, o termo é aqui empregado com concepção diferente daquela que boa parte dos terrestres têm em relação a este vocábulo. No tal acordo, ainda segundo “eles”, é que estaria a chave para que eu pudesse entender e suportar o linchamento moral que passaria por tentar anunciar algo que não seria levado mesmo a sério, fosse por conta das limitações do pretenso anunciante ou por outras questões que o futuro talvez algum dia venha a demonstrar. Se isso é verdade ou apenas mais um equívoco meu, enfeitiçado que posso estar com situações que se situam além das fronteiras da ótica terrestre, não sei. Somente o tempo dirá. Até lá, como já disse, pago conscientemente o preço por ter enveredado por esse caminho, mas afirmo novamente que o fiz a pedido deles. Contudo, assumo total responsabilidade quanto a tudo isso e não pretendo me esconder atrás de espíritos ou de extraterrestres. Nada temo, pois minha consciência permanece em paz, apesar do incômodo moral causado às pessoas pelas quais tenho afeto, além daquelas que se frustraram com a notícia equivocada.
Entre os círculos mais céticos da Ufologia, e até fora dela, prevalece a opinião de que tudo não passou de um golpe de marketing para promover suas conferências e livros. De que maneira você responde a isso? É direito de qualquer um pensar o que quiser, e isso eu respeito. E o que digo agora não é para convencer as pessoas que assim pensam. Mas, em 19 de novembro passado, apenas um dia após o dia anunciado para o contato oficial, no programa de rádio Projeto Orbum, afirmei abertamente que não publicaria mais livro algum até que se cumpram os termos principais – pelo menos para mim – das notícias que, a pedido desses seres, veiculei. Especialmente sobre o período em que acredito que o encontro cósmico ocorrerá, que se encerra em abril de 2007. Convenhamos que, se eu pretendesse um golpe de marketing, como aludido na pergunta, outras estratégias mais inteligentes poderiam ser utilizadas para tanto. Mas a percepção do que é a razão de minhas previsões deve correr por conta do tirocínio de cada um.
Como você se sentiu quando, passado o momento do contato, nada aconteceu? Temeu por seu futuro, por sua carreira de escritor e de conferencista? O que, enfim, passou pela sua cabeça quando percebeu que milhares de pessoas acreditaram em suas previsões e elas não se realizaram? Foi um momento ao mesmo tempo complicado e interessante para mim. Complicado, porque o peso da sensibilidade alheia, por mim envolvida na questão, caiu-me sobre os ombros. E interessante porque logo “eles” me sinalizaram o que já relatei anteriormente quanto às razões das coisas terem ocorrido – ou não ocorrido – daquele modo. Mas não liguei muito para este aspecto da questão, pois o primeiro, sim, incomodava-me sobremaneira. Julgo possuir estrutura psicológica suficiente para enfrentar isso e muito mais. Contudo, não tenho o direito de envolver quem quer que seja em coisa alguma que diga respeito às minhas atitudes, mesmo sendo elas motivadas por solicitação alheia, mas que não escapam ao meu livre-arbítrio. Ninguém tem a menor obrigação de acreditar em coisa alguma disso. Quanto ao futuro, também não o temo, até porque não vejo como sendo uma “carreira” a minha empreitada em palestras e na produção de livros. Na verdade – e ninguém precisa crer no que eu digo –, estas atividades têm complicado bastante alguns aspectos da minha vida profissional, ainda que eu não reclame. Eu não vivo delas, nem das palestras, nem dos livros. E ainda tenho, por incrível que pareça, uma ocupação profissional da qual dependo para viver – pelo menos até este instante, em que respondo a estas questões, permaneço empregado. Acreditem ou não os leitores da Revista UFO, as palestras que realizo e os livros que publico atrapalham profundamente o que resta da minha credibilidade profissional, se é que ainda tenho alguma. Contudo, não receio o futuro e olho para o presente com a dose de carinho que posso ter. E observo o passado como uma escola a ser sempre percebida. A vida é bela e generosa, apesar de minhas flagrantes limitações para homenageá-la.
Ao longo de toda esta polêmica, desde sua entrevista à UFO 126 até a informação da data de 18 de novembro para o contato, você diz que “recebe” tais informações através de mensagens transmitidas por seres. Quem, afinal, são eles e como são feitas estas comunicações? Eu não acredito em espíritos nem em seres extraterrestres. Simplesmente sei que eles existem! Contudo, ainda assim, sei da dificuldade que tenho para tentar entender o que tanto uns quanto outros procuram me esclarecer e informar. Para complicar ainda mais as coisas, além dos esclarecimentos e informações que recebo, começaram a ocorrer, desde 2006, “solicitações” da parte deles para que eu pudesse transmitir as notícias que me passavam – o que me obrigou ainda mais a ressaltar a probabilidade de engano da minha parte. Eu convivo conscientemente com essas inteligências espirituais e extraterrestres, no campo mediúnico, há cerca de 20 anos. Objetivamente, tenho tido contatos com algumas expressões extraterrestres desde o ano de 1999. E torno a repetir: ou enganei-me feio quanto ao entendimento do que “eles” me informaram, ou existe um sentido oculto e profundo em tudo isso, que somente o tempo dirá.
Você se ressente das agressões que tem recebido de ufólogos ortodoxos e mesmo dos céticos, que desacreditam de suas capacidades de contato com seres extraterrestres? Como credibilidade diante dos olhos alheios nunca foi o meu forte no trato desses assuntos, desde que lancei o primeiro livro, em 1996, sofro todo tipo de agressão. Assim, obviamente, não será agora que isso mudará e nada espero em termos de misericórdia de quem me agride. Apenas me obrigo, mais uma vez, a pedir desculpas pelos meus equívocos. Contudo, talvez fosse conveniente e prudente lembrar que mesmo os mais duros algozes do comportamento alheio deveriam se recordar do que alguém muito especial falou há cerca de dois mil anos: “Esforça-te por perceber o que está aparente, que o que está oculto te será então revelado”. Quem sabe, talvez, se o que está aparente recebe das críticas a devida reflexão envolvendo o contexto em torno das ocorrências? E ainda, quem sabe se o que está agora oculto venha, em breve, a se tornar evidente e outras situações não possam esclarecer as ocorrências que anunciei, tão duramente criticadas? Sei que não escaparei à exaltação dos que não conseguem perdoar minhas atitudes e equívocos. Minha consciência, porém, mantém-se tranqüila pelo que de nobre possa restar das minhas intenções, apesar do incômodo moral que sinto em relação à sensibilidade das pessoas que envolvi nessa questão. Já quanto ao julgamento “lá de cima”, seguramente estou perdoado. Caso também exista equívoco neste aspecto do que penso, paciência, pagarei o preço pelo conjunto da obra equivocada.
Quais serão seus próximos passos? Não tenho nenhum passo programado, pois ainda permanece sobre os meus ombros o peso de ter envolvido a sensibilidade de outras pessoas nessa questão. Devo dizer que jamais fiz ou havia feito previsões antes desses fatos, sejam concebidas por mim ou transmitidas a pedido de seres. Também posso dizer que, com a dose de humor que ainda me resta, se por mim mesmo jamais tomei iniciativa nesse sentido, seja lá quem for que tenha me solicitado semear os avisos sabe que nada do que eu vier a oferecer aos outros neste campo terá qualquer valor agora. Ou seja, acabei por me transformar no mais feliz dos desempregados no segmento dos avisos proféticos – e sei que para a felicidade de muitos.