Mal esfriou a polêmica do vídeo dos UFOs no Haiti, como mostramos na UFO 136, e uma nova polêmica se instala na Ufologia. A diferença é que agora a filmagem foi produzida no Brasil. Dois vídeos têm sido intensamente debatidos nos últimos tempos. O primeiro mostra dois discos voadores fazendo manobras impossíveis para qualquer avião ou helicóptero, logo antes de um pequeno objeto, erguendo-se do solo, voa até um deles e parece entrar no mesmo. Como se tratasse de uma recuperação de uma sonda. A seguir, os dois UFOs disparam e desaparecem.
O segundo vídeo, supostamente obtido no começo de fevereiro em Araraquara, interior de São Paulo, é ainda mais impressionante, pois mostra outro disco voador, que aparece bem nítido, passando entre dois prédios e inclusive projetando sua sombra em um dos edifícios. Vozes parecendo espantadas são ouvidas ao fundo, e a seguir o UFO dispara e passa muito perto da casa onde foi realizada a filmagem. No caso deste segundo vídeo, um interessado na Ufologia um pouco mais bem informado nota imediatamente que a nave é simplesmente idêntica ao famoso “modelo esportivo” descrito pelo desacreditado Bob Lazar, que alega haver trabalhado na Área 51. Esse disco voador está inclusive disponível como kit plástico para montar, podendo ser facilmente adquirido pela internet.
Os vídeos se tornaram uma febre, e a própria Revista UFO recebeu mais de 200 e-mails a respeito, bem como 40 cópias das gravações. Felizmente, o próprio produtor do vídeo, quando foi procurado, logo esclareceu que se trata de outra montagem com fins publicitários. Por sinal, foi a própria sombra do UFO no edifício, outro aspecto que denunciou o vídeo como uma fabricação. Claudeir Covo alertou que o “UFO” não poderia causar sombra, pois o tempo estava nublado, sem exposição solar.
Segundo o autor, Guilherme Paiva, trabalhando para uma nova agência de publicidade, a Smash.com, explicou a Claudeir Covo (e fornecendo todas as informações possíveis, comprovando que em absoluto não se trata de má fé), o vídeo foi compactado para ser enviado para três pessoas o postarem no site Youtube, a fim de emprestar-lhe a maior autenticidade possível. Essa compactação acabou trazendo uma perda de qualidade, responsável pela falha na sombra. Foram necessários vários testes até chegar ao produto final.
O UFO foi criado com o uso do programa Autodesk 3DS Max. Mas é importante frisar que o vídeo não pode ser considerado uma fraude, já que foi elaborado como parte da publicidade da nova agência, uma idéia dos alunos Diego Piccoli Ramos e Gleidson Golvêia da Silva, do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), os responsáveis pela Smash.
O mais espantoso é, novamente, a reação das pessoas ao descobrirem que o vídeo foi produzido por computação gráfica. Não raro as respostas são agressivas, ameaçando até processar os responsáveis. Mas um dos aspectos mais interessantes é que os vídeos, que logo terão a companhia de um terceiro, compondo a primeira parte do plano de publicidade da agência, foram postados no setor de Humor do Youtube. Pequenas informações que as pessoas, querendo acreditar de todas as formas, parecem não ter a capacidade de ver.
A próxima fase da campanha envolverá a distribuição de panfletos pelas ruas, envolvendo atores fantasiados de aliens. E, como prova de que a campanha foi extremamente bem sucedida, Diego e Gleidson já estão fechando contratos com empresas de toda a região de Araraquara. O símbolo da agência, obviamente, será um ET. Quer queiramos ou não, os alienígenas chegaram para ficar na propaganda. Quem não se lembra do tema do extraterrestre do portal Terra? Ou do recente e extremamente bem produzido alienígena da Petrobrás? Vários outros exemplos podem ser encontrados. Cabe, novamente, aos ufólogos, separar o joio do trigo. Com uma possível onda ufológica em andamento no interior paulista, tendo como mais visível aspecto o Caso Riolândia, isso é ainda mais essencial.
Confira os vídeos da campanha publicitária de Araraquara, clicando aqui e aqui. Making off, basta clicar aqui.