Planetas que vagueiam pela galáxia sem estarem em órbita de alguma estrela já são uma realidade, com um significativo número deles tendo sido descoberto pelos astrônomos. Acaba de ser anunciada agora a descoberta de um desses corpos errantes em relativa proximidade ao sistema solar, a 100 anos-luz de distância. Essa extenção de espaço é minúscula se comparada ao diâmetro total da Via Láctea, que é de 100000 anos-luz.
O objeto, designado CFBDSIR2149, foi localizado graças á sua emissão infravermelha pelo Telescópio Canadá-França-Havaí, e depois teve suas propriedades analisadas pelo VLT [Telescópio Muito Grande] do consórcio ESO no Chile. O planeta é um gigante gasoso com sete vezes a massa de Júpiter, e de acordo com os astrônomos, que publicaram o achado no jornal Astronomy & Astrophysics, foi provavelmente ejetado de seu sistema solar natal.
De acordo com Philippe Delorme, líder do estudo e astrônomo do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Genebra: “Se este objeto realmente for um planeta expulso de seu sistema solar original, ele amplia a imagem de mundos órfãos, vagando pela vastidão do espaço”. Os cientistas ainda não estão certos de que CFBDSIR2149 não seja uma anã marrom, um corpo grande demais para ser um planeta, mas sem tamanho suficiente para inicar as reações termonucleares de uma estrela. A temperatura desse corpo celeste foi calculada como 430º C.
CFBDSIR2149 foi encontrado nas proximidades de uma região de formação estelar chamada de AB Doradus, a mais próxima de nosso sistema solar. Os astrônomos consideram que esses astros formaram-se em conjunto entre 50 a 120 milhões de anos, muito pouco pelos padrões estelares. Dessa forma o provável planeta recém-descoberto deve ter uma idade similar.
O número crescente desses planetas errantes descobertos levou a um estudo publicado em 2011, que aponta para uma quantidade maior desses mundos que a de orbes ligados a um sistema solar em nossa galáxia. Desse modo, a Via Láctea teria bilhões de planetas desgarrados viajando pelo espaço. Outro aspecto é que gigantes gasosos como CFBDSIR2149 devem ser raros, já que sua imensa gravidade torna difícil que sejam expulsos de um sistema planetário. A maior parte de mundos errantes tem tamanho similar ao de Netuno, ou são super-Terras um pouco maiores que nosso planeta.
O fato de esse corpo celeste estar relativamente próximo anima os cientistas, pois a próxima geração de telescópios poderá estudá-los com maiores detalhes e até mesmo obter imagens, ampliando nosso conhecimento a respeito deles. A presença de formas simples de vida já foi apontada como uma possibilidade. Super-Terras errantes poderiam ainda possuir alguma atmosfera que os mantivesse relativamente aquecidos a ponto de permitir a sobrevivência de microorganismos. Já luas ligadas a gigantes gasosos poderiam, como por exemplo Europa de Júpiter, graças a órbitas elípticas ser submetidas a forças de maré gravitacional que mantivessem seu interior aquecido, permitindo a presença de água líquida e a existência de vida.
Saiba mais:
Livro: Contatados
DVD: Uma Presença Milenar – Projeto Terra: Evidências da Ação Alienígena