A nave Dawn da NASA está atualmente percorrendo a órbita mais próxima ao planeta anão Ceres desde o início de sua missão, e espera-se a chegada de novas e impressionantes informações para breve. Enquanto isso uma nova análise dos dados disponíveis confirma os achados anteriores anunciados em fevereiro de 2017, a respeito da presença de orgânicos no pequeno mundo, e comprova que tais substâncias são mais abundantes do que antes se pensava. O trabalho foi publicado no Geophysical Research Letters.
A equipe da NASA estudou o espectro da luz solar rebatida pela superfície de Ceres, e anteriormente comparou esse sinal com rochas terrestres. Em uma nova análise foram usados meteoritos, que afirmam ser uma melhor base de comparação. Dessa maneira foi determinado que, para obter os resultados do espectro visto em Ceres, é necessária uma quantidade muito maior de moléculas orgânicas complexas do que o anteriormente estimado. Acredita-se que de 40 a 50 por cento do sinal do espectro observado pode ser explicado pela presença dos blocos de construção básicos da vida.
A fonte desses materiais, caso realmente estejam presentes na superfície de Ceres, ainda é um mistério. Uma das possibilidades apontadas pelos cientistas é que os orgânicos chegam a esse mundo com cometas, que possuem uma concentração desses materiais similar à observada. Contudo, impactos de cometas provavelmente destruiriam a maior parte dessas substâncias. Assim ganha força a outra hipótese, de que os orgânicos são formados nos subterrâneos de Ceres e migram para a superfície por um mecanismo ainda desconhecido. É fato que moléculas orgânicas podem ser produzidas por processos químicos sem qualquer relação com organismos vivos, mas estes últimos são igualmente uma fonte de tais substâncias. Os cientistas já falam sobre a possibilidade do envio de uma missão para recolher amostras da superfície do planeta anão, enquanto aguardam os primeiros resultados das Dawn em sua nova órbita.
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