UMA CONVERSA COM IRENE – Um dos nomes mais lembrados da Ufologia brasileira é o de nossa entrevistada deste mês: não há congresso sobre Ufologia, matéria de revista ou de televisão em que não se cogite o nome de Irene Granchi ou de seus feitos na pesquisa ufológica nacional,
Com nossa equipe, Dona Irene Granchi já batalha desde o lançamento de nessa primeira revista, em 1985. De lá para cá, seus artigos tem sido ansiosamente esperados por nossos leitores a cada nova edição, É, portanto, uma grande satisfação apresentar esta entrevista, uma conversa descontraída com essa ufóloga que conviveu, desde os primórdios da Ufologia mundial, com pesquisadores como Jim e Coral Lorenzen. Dr. J. Allen Hynek e tantos outros com quem teve íntimo relacionamento e troca de informações, o que proporcionou boa soma de conhecimentos passados à Ufologia brasileira.
Batalhadora incansável, Dona Irene prepara-se para realizar aquele que será, sem dúvidas, o maior acontecimento de sua carreira e talvez um dos mais profissionais encontros de ufólogos já ocorridos no Brasil: o IV CIUFO ou Congresso Internacional de Ufologia, a realizar-se no Rio, de 3 a 6 de setembro deste ano. Entre seus convidados estão os maiores nomes da Ufologia atual, o que garante que o evento será um novo marco da história ufológica brasileira.
Esta será mais uma das contribuições de Irene Granchi à \”causa dos UFOs\” no Brasil, como costuma dizer. Antes desta, inúmeras outras contribuições permeiam a cariara desta mulher que começou suas pesquisas com um gravador de 15 kilos numa mão e dezenas de outros apetrechos na outra, subindo e descendo morros do Rio, atrás de UFOs e seus contactados. O resultado de tanta atividade garante à Dona I rene o inegável mérito de ser a grande pioneira da Ufologia Brasileira, e mundial, por que não dizer? Vamos então à sua entrevista.
Dona Irene, quando e como começou seu interesse pelos Discos Voadores? Foi em 1947, em julho. Naquele tempo, eu e minha família morávamos em Vassouras, interior do Rio. Havia uma horta em nossa casa, eu fui colher alface para o jantar (eram 15:30 h) e vi um brilho no céu. Levantei a vista e vi um objeto circular, metálico, extremamente brilhante, parecendo uma tampa de panela (eu era dona de casa na época, por isso a comparação). O objeto se movia lentamente em movimento oscilatório acima e ao longo da estrada de ferro local. Vários pensamentos vieram à minha cabeça no momento, mas o que mais permaneceu foi que \”jamais conseguiria descansar enquanto não soubesse o máximo sobre o que acabava de ver\”. E aqui estou, quarenta e um anos depois, ainda nesta procura.
Quando a senhora começou suas pesquisas sobre o assumo, certamente fazendo entrevistas com testemunhas e levantamentos no campo, não houve restrição ao fato de a senhora ser mulher? Na verdade, comecei inocentemente, sem saber que estava fazendo pesquisa. Por causa de minha própria experiência com UFOs, comecei a interrogar todo mundo por perto. Descobri, por exemplo, que nossa lavadeira, uma portuguesa que também era nossa vizinha, tinha ouvido um estranho barulho e, ao dirigir-se para o quintal, viu um objeto \”igual àquele que a senhora descreveu \”, disse-me uma vez. Muitas pessoas haviam visto UFOs: minha família, o mecânico da oficina próxima, os empregados das fazendas. Um destes chegou a dizer que pensou ser \”o avião do Juscelino. Não sabe? O avião dele é redondo…\”, quando observou um UFO. Mais tarde conheci o Dr. Paulo Coelho Neto, já falecido e um estudioso que começou a escrever livros sobre o assunto. Morava em Vassouras também, e era um verdadeiro pioneiro da Ufologia. Mas, quanto ao fato de eu ser mulher, foi algo que não me atingiu no sentido de critica. Nunca recebi qualquer restrição por ser mulher. Acho que por ser um pouco independente, ter recebido educação européia, pois só vim para O Brasil depois de casada. Contudo, acho que fui a primeira ou uma das primeiras mulheres a se ocupar com Ufologia seriamente.
Acredito que o início de sua \”carreira\” de Ufóloga deve ter sido difícil… Mas, no princípio, em meio às primeiras dificuldades, a senhora não teve desejo de abandonar a tarefa? Difícil, só se for com respeito a falia de (empo ou de dinheiro … Uns 10 anos após começar minha \”carreira\”, já morando no Rio, eu lecionava Inglês na Cultura Inglesa eme sobravam pouquíssimas horas, nos sábados e domingos, para me dedicar à Ufologia. Financeiramente, a dificuldade estava no volume da despesa que tinha com correspondência, principalmente com o exterior, além da impossibilidade de me locomover para investigar casos ocorridos longe de onde morava. Como não tínhamos mais carro, tinha que ir de ônibus, sozinha, para pesquisar aparições em lugares muito distantes, como Paulo de Frontim, à 3 horas do Rio. Lá, até o vice-prefeito já havia visto UFOs e eu me hospedei em sua fazenda, podendo também observar o fenômeno: uma pequena estrela que se movia lentamente… Em minhas pesquisas, o difícil era subir e descer morros a pé, atrás de testemunhas de UFOs e locais de pouso. Tinha que carregar gravador – e era daqueles grandes – livros, revistas, máquina fotográfica etc, tudo para poder efetuar minhas pesquisas. Mas isso já é dos anos 70 para cá… De qualquer forma, ninguém achava graça daquilo: eu era sempre bem recebida e acolhida. Mas nunca desejei abandonar o trabalho com Ufologia, mesmo tendo sido taxada de louca por meus próprios colegas na Cultura lnglesa, que me chamavam de \”maga voadora\”, do inglês \”flying sorceress\”, cuja pronúncia é muito parecida com \”flying saucer\”, que é o nosso disco voador… Mas se meus colegas professores gozavam, já meus alunos gostavam e me respeitavam bastante, Muitos chegaram a aprender bastante sobre Ufologia.
E mais recentemente, a senhora não teve nunca uma perda de interesse ou desânimo em continuar seu trabalho? Nem mesmo quando deve ler concluído que, após tantos anos de pesquisas, os UFOs não iriam mesmo descer de fato para contatar-nos oficialmente? Também não. Não por tal motivo, de qualquer forma, pois nunca achei que os UFOs fossem descer em data fixa. O que tinha certeza era de que esta era minha missão, e eu a estava cumprindo, apareçam ou não UFOs em massa.
Qual foi o caso que mais a impressionou, ocorrido na Ufologia Brasileira? Foi o caso do Antonio Villas-Boas, ocorrido em São Francisco de Salles, no interior de Minas Gerais; e por vários motivos. O primeiro deles é porque foi um dos primeiros casos ocorridos com UFOs em que existiu a abdução para fins genéticos, mas também por ter sido pesquisado pelo Dr, Olavo Fontes, cuja seriedade e integridade estão acima de qualquer dúvida e, também, por ter conhecido o próprio Antonio Villas-Boas pessoalmente, assim como sua esposa, Regina. Quando eu o conheci, ele estava indignado com a publicidade sensacionalista espalhada por Flávio Cavalcanti através de seu programa, e estava bastante cioso em preservar sua privacidade e de sua família, agora como advogado conhecido. Ah, você se lembra da ocorrência que aconteceu com ele, não? Ele estava arando o campo da fazenda de seu pai (ele tinha uma parte nela), à noite, quando pousou um UFO de onde saíram uns pequenos seres e o pegaram. À força, dentro do objeto, despiram-no e o deixaram só, quando aproximou-se uma mulher de corpo belíssimo, mas com estranhas feições e que não falava, grunhia. Fizeram amor e Antonio acha que só o conseguiu, apesar do pavor, porque seus raptores lhe passaram um líquido oleoso, talvez afrodisíaco, pelo corpo, antes do ato. Mas seu caso foi muito deturpado pela imprensa: por exemplo, ele não era semi-analfabeto na ocasião. Seu caso é impressionante e verídico, mesmo porque o Dr. Olavo Fontes chegou a constatar, em seu exame clínico, sinais de que a vítima havia sido exposta á radiação: tinha duas manchas redondas em cada lado do queixo, etc.
Sendo a senhora uma das ufólogas mais bem informadas da atualidade, isso em todo o mundo, qual o caso ufológico ocorrido no exterior que a senhora reputaria como de maior significado para a Humanidade? É difícil de se responder… Mas, se considerarmos o lado político da questão, excluindo-se o caso do resgate de corpos de ETs e destroços de UFOs pelas autoridades norte-americanas (Nota do Editor: veja matéria a este respeito ainda nesta edição), acho que a ocorrência ufológica de maior importância é a de Bentwaters, na Inglaterra. Nessa região há uma base militar norte-americana, situada bem dentro da floresta de Rendlesham. Lá um UFO pousou duas vezes em fins de 1980, dentro da base. De seu interior saíram tripulantes (ufonautas) e houve até comunicação entre eles e o comandante da Base, isso sob a presença das tropas lá sediadas (veja matéria completa a respeito na revista Ufologia Nacional & Internacional nº 02 – anúncio nas últimas páginas desta edição). Essa ocorrência é totalmente verídica e notável, porém, e naturalmente, foi abafada… Os soldados foram proibidos de falar no assunto, os aldeões que vivem próximos do local e viram tudo também foram ameaçados, etc. Foi graças ao esforço de três pesquisadoras inglesas, jornalistas, que conseguiram com que a imprensa norte-americana pressionasse o comandante da Base, que o caso tornou-se público. O vice-comandante da base, tenente-coronel Hall, foi obrigado a pronunciar-se junto à imprensa inglesa e norte-americana e confirmou o pouso da nave dentro da base, mas NADA falou sobre os tripulantes e a conversação mantida entre estes e o comandante … Talvez com alguma razão. Imaginem: uma base americana, dentro da Inglaterra, recebendo emissários de uma terceira potência, extraterrestre… Como vai se divulgar algo assim??? Todo mundo deveria ficar sabendo disso, o mundo inteiro! Mas nada! Ninguém disse nada sobre isso, e depois me perguntam: \”Por que os extraterrestres não contatam duma vez as autoridades mundiais…???\”
Pesquisar Ufologia deve ter-lhe trazido algumas dores de cabeça, não? Mas qual foi a maior que a senhora já teve? A mais prolongada foi a incompreensão de minha família, meu falecido marido tinha ciúmes do tempo que dedicava à Ufologia, e que tinha que sacrificar dele. Seu ciúme era até justificável…, confesso. Meus três filhos, embora acreditassem em UFOs, enjoavam de me ouvir falar tanto no assunto. Fora de casa, também havia alguns problemas, como sorrizinhos mofos, críticas, etc, tudo movido por pura ignorância e temor que muitas pessoas tinham do assunto. Por outro lado, muitas vezes tive a preciosa ajuda de meus associados, mas ainda assim o trabalho maior é comigo mesma. Para manter minha correspondência, por exemplo, até falto a compromissos, entre eles até os de dona de casa, pois sou viúva. Mas, desculpe o desabafo… Acho que muitos de meus colegas pelo Brasil têm problemas parecidos! Publicamente, até que não tenho muito que me queixar. Mas apesar disso, morro de medo cada vez que tenho que falar em público, e até hoje este sentimento de medo me acompanha quando tenho que fazer alguma conferência. Por isso agradeço aos meus alunos e o público que me assiste, por serem tão generosos comigo. Agora mesmo, tenho recebido enorme apoio da ADAM CONGRESSOS, aqui do Rio, que está repartindo o fardo de organizar o IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE UFOLOGIA (ClUFO), em setembro próximo (veja informações no fim da entrevista).
Da mesma forma que surgiram os problemas, a senhora teve algum benefício pessoal pesquisando Ufologia? E benefício material, já teve ou tem algum? Veja: profissionalmente, sempre me mantive com as aulas que dava na Cultura Inglesa; agora sou aposentada. Dentro da Ufologia, a única coisa que posso dizer, relativo à finanças, é que jamais o tive perdas financeiras nos nove encontros o de Ufologia que já organizamos aqui, > através do CISNE. Mas também não tivemos lucros, a não ser o suficiente para cobrir despesas básicas, como telefone. Nunca tive vantagens ou benefícios materiais com Ufologia, mas tive e tenho benefícios de outros tipos: as amizades que consegui através destes anos todos, os momentos felizes que passei com meus associados e até com testemunhas de observações de UFOs, etc, contribuiu para que me apegasse ainda mais à Ufologia. Mas, hoje, não estão fáceis as coisas! Pesquisar Ufologia hoje é difícil: é preciso ter realmente coragem, é o que posso dizer aos que pretendem entrar neste \”barco\” também. É como o desabrochar de uma flor; poder contemplar o crescente interesse que o mundo vai adquirindo pelo \”nosso\” assunto, o \”assunto do milênio\”.
A senhora acha justo o ufólogo auferir algum tipo de proveito ou lucro com suas atividades? Não estamos falando em \”fazer dinheiro\” às custas dos UFOs, mas em receber remuneração por trabalho prestado. Claro que sim. Neste mundo, não vivemos de ar! Precisamos ter recursos para viver. Porém não concordo em que se faça da Ufologia um meio de vida, não por enquanto, pelo menos, porque isso pode pôr em risco a honestidade e a autenticidade do trabalho. Para sermos específicos: acho muito certo remunerar o ufólogo que verdadeiramente contribui com a pesquisa ufológica, realizando cursos ou conferências, escrevendo artigos para revistas ou jornais e, destas maneiras, representam algum lucro para quem encomenda suas atividades: o organizador do congresso ou curso, o dono da revista ou jornal, etc. Aí deve haver remuneração, pois o ufólogo despende seu tempo útil para realizar tais atividades, enquanto poderia estar \”ganhando\” a vida com outros tipos de trabalho. Mas quando a Ufologia for tratada em universidades, quando for reconhecida como ciência, aí a coisa pode mudar de figura e poderão haver aqueles que viverão dessa atividade, não no momento, na minha opinião.
Como a senhora vê a situação da Ufologia no Brasil? Há progressos ou “a coisa\”está parada? No sentido da divulgação do assunto e do número de pessoas conscientes do problema, houve, sem dúvidas, muitos progressos. Mas nem sempre a qualidade da informação divulgada está à altura dos acontecimentos. A imprensa, a \”mídia\” procura sensacionalismo, mas os fatos da Ufologia já são sensacionais, às vezes muito mais do que a imprensa procura. Mas esta parece preferir ficções e fantasias, que parecem dar muito menos trabalho e mais resultados. É obrigação nossa, dos pesquisadores brasileiros, então, esclarecer a imprensa. Aqui está a revista UFO, contribuindo positivamente para que isso aconteça. Na própria \”ufologia dos ufólogos\”, algo como bastidores da Ufologia, houve um certo progresso, que poderia ter sido maior, se estes tivessem primeiramente se preocupado com a execução de boas pesquisas de campo, e se tivessem \”devorado\” um maior número de livros sobre o assunto para somente depois começarem a tecer suas especulações. Na maioria das vezes ocorre exatamente o inverso! Há no Brasil muito pouca leitura, acho que principalmente devido às barreiras lingüísticas. E os nossos editores, então…??? Jogo sobre estes boa parte da responsabilidade de nossa falta de informação no setor. Mas estamos caminhando e, futuramente, os grupos ufológicos nacionais estarão mais coesos, quando acabadas as disputas internas. Hoje, à bem da verdade, já posso enumerar alguns pesquisadores e organizações que merecem nossos elogios, por estarem trabalhando assiduamente, apesar de tantas dificuldades. Entre eles estão o GEONI, de São Paulo, o COSMONIG, de Minas Gerais, junto ao seu fundador, o Antonio Faleiro. Temos também o SP1PDV, dirigido por Luiz Rosário Real, do Rio Grande do Sul, o CPU, dirigido por Reginaldo de Athayde, de Fortaleza, etc. Todos trabalhando construtivamente na Ufologia.
A senhora acha que – a nível mundial – tem havido significativa melhora no nível de entendimento da questão ufológica, ou que possa ainda haver a possibilidade do assunto deixar de seu rótulo de \”segurança nacional?\” Disso não há a menor dúvida. Basta observar a abertura dada ao assunto na Rússia e na China, países onde até há pouco tempo Ufologia era tabu ou \”coisa de americano…\” Em certos países, como na Europa, por causa da excessiva industrialização e materialismo, a restrição ao assunto ainda vigora, mas no mais, a situação parece se igualar à nossa, Porém, devemos dizer que mesmo no Brasil a aceitação aos UFOs não é tão grande como se supõe. Por um lado, uma parte da população insiste em atribuir aos UFOs a manifestação mera e simples de forças ocultas. São estas pessoas que ainda duvidam que o homem foi à Lua. E por outro lado, temos a \”barra pesada\” dos pseudo-intelectuais, dos muito bem-sucedidos na vida material, que pretendem aplicar as mesmas regras em tudo o que acontece ao seu redor; são os donos da verdade. Isso sem falar em certas camadas de cientistas que, uns por simples analfabetismo científico, outros por medo de perderem seus empregos, negam tudo! Sem a mínima investigação ou consideração, negam o fenômeno UFO por negar… Por sorte nossa, entretanto, também temos no mundo inteiro, cientistas trabalhando a favor do fenômeno UFO: especialistas dos mais renomados pesquisam o problema sem preconceitos, holisticamente. Minha esperança repousa nestes e no esforço conjunto dos abnegados pesquisadores que durante décadas trabalham nesta área, sem pensar em lucro e procurando meramente a verdade. Segurança Nacional? Sobre isso só digo que o fruto, quando maduro, cai…
Quem a senhora acha que teve papel fundamental no desenvolvimento da Ufologia até onde estamos? E quem tem este papel nos dias de hoje? Vários, mas em âmbito mundial, o nome mais conhecido é o do Dr. J. Allen Hynek, fundador do CUFOS ou Center for UFO Studies, o Centro de Estudos de UFOs, um dos mais conhecidos nos EUA (Nota do Editor: o Dr. Hynek foi nosso entrevistado do mês na edição nº 01 de UFO). Hynek viajava o mundo inteiro proferindo conferências e apresentando suas pesquisas. No Brasil, onde esteve três vezes, em 1975 chegou a se apresentar no plenário da Câmara dos Deputados em Brasília. Jornais deram enorme destaque, senadores e deputados federais ouviram-no e aplaudiram-no intensamente. Outro nome conhecido, agora vindo da França, é o de René Foueré, que dirigiu a revista Phénoménes Spatiaux, altamente qualificada e teor de elevadíssimo nível. Também da França vem Aimé Michel, matemático e autor que escreveu o livro MOC – Misteriosos Objetos Celestes e foi o \”inventor\” da Ortotenia, um levantamento que pressupõe um sistema de vôo de OVNIs em linhas geométricas, descoberto a partir das linhas entre as cidades de Bayonne e Vichy, na França, que originaram a coordenada \”BAVIC\” (abreviação dos nomes destas cidades). Dos Estados Unidos temos o casal Lorenzen (Jim e Coral), que durante 32 anos ininterruptos publicaram o The APRO Bulletin, editado pela mais antiga organização ufológica do mundo, a APRO ou Aerial Phenomena Research Organization (Organização de Pesquisas de Fenômenos Aéreos), com representantes em todo o mundo (eu ainda a represento no Brasil). Jim Lorenzen faleceu em 1986, mas antes ele e Coral escreveram dezenas de livros sobre Ufologia, os mais conhecidos no mundo todo. Podemos até, com certeza, chamá-los de Pais da Ufologia sem receio de estarmos errados. Vindo da Espanha temos o nome de Antonio Ribera, autor de vários livros, entre eles Os Seqüestrados pelos Extraterrestres e Um Caso Perfeito. É um grande pesquisador e uma grande pessoa também. Já ía me esquecendo: tenho que voltar à França… De lá temos dois outros grandes ufólogos: Jimmy Guieu, escritor e pesquisador há 50 anos, e Jacques Vallée, matemático, astrofísico e conferencista que agora trabalha na NASA. Entre seus livros mais conhecidos temos o UFOs -Um Desafio à Ciência. Agora, quanto a alguém que preencha o espaço deixado com o falecimento do Dr. Hynek, nos dias de hoje, acho que não há… Mas, numa outra linha, porém, colocaria o Major Colman VonKeviczky em primeiro lugar. Com sua insistência em alertar os governos do mundo sobre o perigo de uma confrontação entre terrestres e extraterrestres, VonKeviczky, que já veio ao Brasil uma vêz, é conhecido mundialmente. É o fundador e presidente da organização ICUFON – Intercontinental UFO Research and Analytic Network, sediada nos EUA. Pensando bem, nesta relação que estou dando eu incluiria também todos os que fundaram organizações que editaram revistas sobre Ufologia. E pela dedicação e até teimosia que tem demonstrado em continuar seu trabalho neste campo tão difícil, citaria o Gevaerd, que agora começou a editar esta revista como demonstração de seu arrojo (é isso mesmo, não é uma \”puxadinha\” nio…). Também não posso deixar de falar do Ademar Eugênio de Metloque em suas longas e brilhantes conferências apresenta os mistérios do passado em conexão com a Ufologia.
O que a senhora vê de mais positivo e de mais negativo na Ufologia brasileira? Mais positivo é o que acabei de faiar, mas vou acrescentar: Brasil, pais jovem, na Era de Aquário, terá todos os meios para desenvolver-se rapidamente no setor. Ainda mais com tantas ocorrências e de todos os tipos, que aqui acontecem, que despertam ainda mais o interesse individual de cada um, fazendo as pessoas procurarem respostas para isso. E os ufólogos se sentem motivados com isso. Agora, de negativo, acho que também já falei um pouco. Mas acrescento que ambição pessoal acima da procura pela verdade é um impecilho básico. Primeiro deve-se estar à procura das respostas, que são por si só tremendamente difíceis de serem respondidas, e depois deverá vir o resto. Acho que se deve praticar mais a pesquisa de campo, que é a base de nossos novos conhecimentos. Sem dados, é ocioso especular e uso deste pensamento para transmitir uma opinião ou, mais que isso, um conselho para os jovens ufólogos brasileiros: comecem a pesquisar os casos ao seu redor, coletando o máximo possível de informações. Enviem-nas a organizações de pesquisas e/ou filiem-se à elas, mas evitem apenas escrever a estas organizações pedindo isso e aquilo, etc (quantos pedidos recebo pessoalmente: de livros, fotos, relatórios, material para fundarem seus grupos, etc. É impossível atendê-los). Vamos coletivamente sintonizar nossas energias e nossas vibrações para o bem comum, procurando juntos descobrir mais e mais sobre o Fenômeno UFO. Agora mesmo tivemos um fato que abalou o mundo: a tragédia de fevereiro sobre o Rio de Janeiro… Quantos dos leitores sabe que tal tragédia ocorreu exatamente após um mês inteiro de observações de UFOs por toda a cidade? É preciso conhecer a fundo o fenômeno e ao mesmo tempo é necessário estarmos sintonizados com a Natureza, com o Universo. É essa a \”chave\” para conhecermos a fundo nossos visitantes.