Philip Haseley, um dos chefes da Mutual UFO Network (Mufon), em Nova Yorque, nunca teve encontros com UFOs ou extraterrestres, mas reconhece a seriedade e complexidade da questão. “Isso acontece com milhões de pessoas em todo o mundo”, disse ao jornal The Buffalo News. “É hora de nós olharmos para a Ufologia como um espaço digno de estudo. É importante que o assunto seja aberto e investigado”. Haseley está fazendo sua parte e trata-se de um dos mais idôneos pesquisadores sobre objetos voadores não identificados, respeitado como ninguém na região. Professor de antropologia na Niagara County Community College (NCCC), em Sanborn (NY), trouxe vários oradores sobre o tema nos últimos anos e sua equipe é realmente interessada na pesquisa ufológica. De modo geral, segundo o professor Haseley, aproximadamente de 30 a 50 casos de UFOs são informados mensalmente em todo o estado, incluindo dois ou 3 na sua região.
“A investigação é feita de uma maneira científica”, certifica. “Alguns membros recebem treinamento, inclusive em pesquisa de campo, astronomia e meteorologia, como também são ensinados a utilizar o radar e outros tipos de instrumentos e tecnologia. Dizer que somos \’crentes em UFOs\’ basicamente implica que estamos tomando estes na fé, e absolutamente não é o caso”, disse. “Há uma abundância de provas”. O grupo do oeste de Nova Yorque tem cerca de 25 membros, incluindo 15 que se reúnem regularmente para discutir a literatura, os casos locais e para se socializar. São diversificados, variando na idade de adolescência aos 70 anos, incluindo estudantes, professores, engenheiros e empresários. “Temos uma enorme quantidade de pessoas de diferentes idades, níveis educacionais e a única coisa que os une é o interesse em UFOs e o desejo de descobrir o que são”, conta Haseley. Alguns do grupo disseram ter presenciado algum tipo de avistamento. Um deles, junto com seu filho, viu uma enorme forma triangular no céu em uma manhã recente, na cidade de Tonawanda. Outro membro alega ter sido abduzido regularmente desde os cinco anos, levado a bordo de um disco voador e submetido a exames médicos. Haseley e sua equipe estão conscientes de que há os céticos. “Temos de lidar com os céticos, como qualquer outra organização ufológica, e estamos perfeitamente dispostos a ser criticados”, disse. “Nós sabemos que pessoas leigas pensam que este é um assunto absurdo e vamos encaminhá-las para a volumosa literatura e fatos sobre UFOs”.
O que um cientista ‘convencional\’ acha? – Neil de Grasse Tyson, um astrofísico, diretor do Planetário Hayden do Museu Americano de História Natural de Nova York e apresentador do programa NovascienceNow na PBS, falou no final do mês passado, como parte da série de palestras especiais anuais, distintas da Universidade de Buffalo. Depois de passar alguns minutos explanando sobre como o universo é vasto – que contém bilhões e bilhões de galáxias, e está se expandindo – Tyson salientou que o Search for Extraterrestrial Intelligence Institute (Instituto Seti) enviou ondas de rádio no espaço por mais de uma década e, neste ponto pelo menos, não conseguiu receber o feedback que sugere que os seres humanos têm companhia similar além do planeta Terra. Para aqueles que duvidam de vida extraterrestre, porém, ele disse que os seres humanos apenas arranham a superfície, quando se trata de explorar a possibilidade de vida inteligente no espaço. Tyson usou um exemplo citado em seu programa de televisão: “O que os cientistas têm feito até agora para testar outras formas de vida é o equivalente a escavar poucas centenas de copos de água de todos os oceanos do mundo e concluir que essas águas não têm peixe”, relembrou.
Como alguns continuam a busca, outros acreditam que já há fortes indícios que sugerem que não estamos sozinhos no universo. Haseley trouxe alguns deles para NCCC. Peter Robbins, um eminente ufólogo e autor, realizou uma conferência sob atenção extasiada da platéia, em 25 de março, detalhando os famosos avistamentos de UFOs na floresta Bentwaters, Inglaterra, perto de uma base da Força Aérea Norte-Americana. Por três noites sucessivas, no final de dezembro de 1980, quando a Polícia Militar ouviu os distúrbios na floresta e, após investigação, encontrou um luminoso e triangular objeto voador num misterioso vôo. “É um dos casos mais importantes nos anais da pesquisa ufológica”, disse Robbins, autor do livro Left at East Gate [Marlowe e Cia, 1997], um best-seller internacional sobre o caso Bentwaters, considerado o “Roswell inglês”. Entrevistas, provas físicas e científicas, mais confirmações da ocorrência por radar, segundo ele, mas o governo nunca justificou os fatos. “A maior parte da negação federal está enraizada no entendimento superficial de que a Ufologia é vista como pseudociência”, disse Robbins.
Apesar dessa percepção, a sua apresentação atraiu uma multidão de mais de 200 pessoas, muitas das quais tinham feito suas próprias investigações, misturadas com outras que disseram também ter presenciado algo do tipo, ou estavam apenas curiosas sobre UFOs. Haseley vê em Robbins e similares investigadores idôneos como uma oportunidade de se levantar questões importantes. “Ele é um especialista internacional, e isso é um caso, os alunos ouviram falar e têm a chance de investigação a longo prazo”, disse o professor. “Há algo mais no Fenômeno UFO do que simples lunáticos, basta pesquisar os fatos”.