Em 03 de abril de 1959, quando regressavam de uma viagem do município do Crato, no interior do Estado do Ceará, com destino a Fortaleza, a capital, Antonio Anísio de Miranda, José de Sousa e Reginaldo de Athayde, quando já próximos do vilarejo Antonina do Norte, no município de Quixeramobim, foram surpreendidos por um contratempo: o jipe em que viajavam parou de funcionar. Athayde acreditou de imediato ter sido o fio da bobina que poderia ter saído do encaixe, fazendo o motor enguiçar. Ao descer para verificar o defeito, no entanto, percebeu um círculo de luz em volta do veículo.
Era uma luz diferente, que não se expandia. Todos olharam para cima e viram algo semelhante a uma bacia de 3 a 5 m de diâmetro. Em seguida, o estranho objeto foi se afastando e clareando a paisagem. Após o artefato ter ido embora, os viajantes verificaram que estava tudo certo com o automóvel e conjecturaram que a pane poderia ter sido causada por interferência daquela nave. Athayde então pediu a Miranda que ligasse o carro, e o mesmo funcionou normalmente. Os três homens, nervosos, seguiram até Quixeramobim, onde, em frente à cancela de uma fazenda, encontraram o doutor Pontes Neto, um conceituado médico cearense, com mais três caboclos e uma parente da hoje falecida escritora Rachel de Queiroz. Eles relataram aos viajantes que também observaram aquele objeto discóide fazendo evoluções sobre área.
Pesquisa séria — O fato foi noticiado pela imprensa do Ceará – que naquela época se dizia “falada e escrita” – e os dados das testemunhas foram divulgados. Athayde passou a receber telefonemas de curiosos em busca de mais informações, o que o motivou a fundar uma entidade para estudar o assunto e agrupar pessoas que pudessem colaborar no processo. Assim, foi criada a Associação Cearense de Amigos de Objetos Aéreos Não Identificados (Aceoani). Passados seis anos, o pesquisador resolveu mudar o nome da instituição, por achá-lo grande e difícil. Daí por diante passou a chamar-se Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), na capital cearense. Esta denominação está conservada até hoje e a organização é reconhecida não só no estado como também no Brasil e no mundo como um grupo de pesquisa sério, honesto e competente.
O CPU possui hoje um vasto acervo de material ufológico, composto por fotos, vídeos, depoimentos, livros, publicações diversas, fragmentos de UFOs, amostras de “cabelo de anjo” [Filamentos que caem de naves quando voam a baixa altitude], meteoritos, um possível implante alienígena ou “chip” etc. Em seu banco de dados há 3.480 casos pesquisados e 320 trabalhos publicados no Brasil e exterior. A entidade ainda mantém contato com ufólogos de 23 países e possui em sua sede diversos equipamentos e utensílios utilizados na pesquisa de campo. O CPU é uma equipe coesa e disposta a pesquisar Ufologia sempre que acionada. A oportunidade que nos foi oferecida pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), de produzirmos esta edição de UFO Especial com casos pesquisados pelo CPU, no Ceará e em outras áreas do Nordeste, proporcionou a chance de compartilharmos com os leitores um material até então inédito e de muito valor casuístico.
São relatos simples, mas empolgantes, que nos transportam para os tempos áureos da Ufologia Brasileira, pois são quase todos das décadas de 70 e 80, quando o Fenômeno UFO se manifestava de forma mais intensa e a pesquisa era desenvolvida no campo de maneira mais ostensiva, presente onde o fato acontecia. Essa veio a se tornar uma marca registrada do CPU. Convidamos, assim, todos para esta viagem pelo maravilhoso mundo da Ufologia.