A Revista UFO abre espaço em suas páginas para publicar matéria de especialidade do movimento alternativo e ecológico brasileiro, por julgá-la de excepcional relevância à questão ufológica e seu tratamento em nosso país. Embora não possua ligação direta com a Ufologia, o movimento alternativo e ecológico é responsável pela condução adequada e consciente de assuntos da maior importância para o futuro imediato senão o presente) da Humanidade, o que, inegavelmente, inclui a discussão do futuro tratamento que estudará à Ufologia e aos nossos “visitantes”, quando novas condições de vida forem estabelecidas no planeta Terra. Além disso, temas como o genocídio da civilização planetária pelo abuso de agressão à natureza deve, com certeza, ser alvo de interesse destes “visitantes”, tanto quanto o é das pessoas conscientes neste próprio mundo, de onde se destacam ambientalistas, ecologistas e até ufólogos, entre outros.
O presente artigo, por sua vez, reflete a postura, a ação e conseqüência das atividades dos principais grupos ecológicos e alternativos do Brasil e, realizado como base em uma pesquisa seríssima sobre o assunto, da qual o CPDV participou representando UFO e UFO ESPECIAL, merece especial destaque nesta edição. No box da próxima página é dada uma descrição do autor da pesquisa, a entidade carioca COOVIDA, assim como seu endereço para contatos. Esperamos, portanto, que a publicação deste artigo em UFO venha “despertar” a Comunidade Ufológica (e outras) no Brasil, para a necessidade de se procurar e discutir tem as comuns com entidades de pensamentos assemelhados, como as que participaram desta pesquisa. (A. J. Gevaerd),
INTRODUÇÃO – A organização COOVIDA, uma entidade sediada no Rio de Janeiro e dedicada à documentação e disseminação de informações sobre Ecologia, Alternativismo, pesquisas de Tecnologias Alternativas, pesquisas paracientíficas e outras, organizou recentemente uma pesquisa de opinião junto á vasta comunidade alternativa brasileira. Nesta pesquisa, inédita inclusive, a COOVIDA pretendeu encontrar respostas às principais indagações que atingem a classe, formada basicamente de entidades ambientalistas, aquarianas, paracientíficas, de terapias alternativas, produtoras de alimentos, de cultura independente etc: Quem são? Como pensam? De que maneira sobrevivem? Que questões as mobilizam e como as enfrentam?
Para tentar obter respostas a essas indagações, a COOVIDA montou uma pesquisa que foi enviada a mais de 400entidades como as descritas acima, assim como comunidades rurais, núcleos de pesquisa e aplicação de tecnologias apropriadas, cooperativas de produtos naturais, entidades pacifistas e grupos espiritualistas que incluem a Ecologia e a Vida Alternativa no rol de suas preocupações.
O Centro para Pesquisas de Discos Voadores (CPDV), uma organização civil dedicada exclusivamente à pesquisa, estudo, investigação e divulgação do Fenômeno UFO em todos os seus aspectos e meios de manifestação (atualmente a maior organização brasileira de pesquisas neste setor), participou desta pesquisa da COOVIDA. Além do CPDV, mais 63 entidades responderam o questionário e tiveram seus dados tabulados e analisados.
No processo de apuração e análise dos resultados, as entidades participantes foram distribuídas em grupos, em função de dois critérios: distribuição geográfica e áreas de atuação. Segundo o critério geográfico, identificaram-se oito grupos, alguns correspondendo a Estados, regiões e outros, ainda, no caso de São Pau Io, à localização na capital ou nas restantes cidades.
A PESQUISA – Com um número total de entidades participantes igual à 64, a distribuição das mesmas por regiões, Estados e localidades ficou assim determinada: entidades nas regiões Norte e Nordeste (NO/NE), total de 5 (7,81%), entidades na região Centro-Oeste (CO) – onde se localiza o CPDV – total de 5 (7,81%); Minas Gerais (MG), 6 entidades (9,37%); Rio de Janeiro (RJ), 12 entidades (18,75%); São Paulo Capital (SP/Cap), 12 entidades, também (18,75%); São Paulo Interior (SP/Int), 8 entidades (12,50%); Paraná e Santa Catarina também tiveram boa participação com 9 entidades (14.06%); e, finalmente, Rio Grande do Sul teve 7 entidades (10.93%), superando, inclusive, as regiões NO, NE, CO e Minas Gerais.
É importante ressaltar que o índice de respostas obtidas de grupos nordestinos foi extremamente baixo, bem como o que ocorreu com os grupos do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Em termos de área de atuação, as entidades foram agrupadas em seis divisões, que aqui serão descritas, assim como o número de participantes por divisão e suas correspondentes porcentagem, a saber: das entidades ambientalistas, participaram 33 (5 í ,56%); das paracientíficas, 9 (14,06%); de Terapias Alternativas, também 9 (14,6%); de produtoras de alimentos, 4 (6,25%); das aquarianas, 7 (10,93%); e a mais baixa correspondeu à de cultura independente, que participou com 2 (3,12%).
DESCRIÇÕES – (a) Por entidades ambientalistas entendeu-se todos os grupos que se definiram como ecológicos, de defesa dos animais ou outros termos semelhantes. Inclui-se aí, por afinidade, uma Única entidade que se definiu como pacifista e desarmamentista.
(b) Nas paracientíficas foram englobados os grupos ufológicos e as entidades que atuam com a Parapsicologia, a Futurologia etc.
(c) No grupo de Terapias Alternativas, englobou-se, por analogia, as academias de Yoga.
(d) Em produção de alimentos, estão incluídas as entidades voltadas para a teoria ou a prática da agricultura orgânica, venda de alimentos naturais, pesquisa em tecnologias apropriadas e cooperativismo.
(e) Por aquarianas entendeu-se as comunidades alternativas e as associações espiritualistas que atuam em função de uma concepção filosófica onde o conceito da Nova Era (onde haveria uma sociedade mais igualitária, ecologizada e espiritualizada) desempenha uma função importante,
(f) E, por cultura independente, denominou-se as entidades voltadas para a produção independente de arte, Literatura e reflexão política e social.
É necessário esclarecer que algumas entidades, quanto à classificação, apresentaram muitas dúvidas. Por exemplo, a Fazenda Comunitária Mata da Estiva, a Agrovila Sol e Terra e a Fraternidade Vale Dourado foram classificadas como comunidades alternativas, mas poderiam estar, também, na categoria de produção de alimentos. Já a Ecootopia, apesar de apresentar características de entidade “aquariana”, foi enquadrada na categoria de produção de alimentos, por ser, fundamentalmente, uma experiência cooperativista. Outra entidade que provocou dúvidas foi o CEVIP, enquadrado finalmente como núcleo de Terapias Alternativas.
Em
se tratando do volume de questionários enviados, o grupo que apresentou o maior percentual de respostas foi o de entidades paracientíficas (grupos ufo-lógicos etc), com mais de 40% de retorno, o menor percentual ficou com o grupo de produção cultura) independente: apenas 2 respostas para 60 questionários enviados.
A IDADE DAS ENTIDADES – O gráfico 1 mostra a distribuição das entidades em função de seu ano de fundação. A linha contínua, no gráfico, identifica o total das entidades; alinha pontilhada identifica os grupos ecológicos, em especial.
É visível, portanto, que o período 1983/85 foi marcado por uma grande expansão no número de entidades, estando o “pico” localizado no ano de 1984. Caso consideremos, porém, a idade média das entidades por área de atuação, teremos para os grupos ecológicos a média de 7 anos; para os grupos de terapias alternativas, 6 anos; aos paracientíficos, 6 anos; aos grupos espiritualistas e comunidades, 10 anos; para a agricultura e cooperativas, 6 anos; e de produção cultural independente obteve a média, 30 anos.
Neste ponto da pesquisa, deve-se ressaltar que, na distribuição das entidades por região geográfica, não se notam diferenças significativas: em média, as entidades do Estado de São Paulo têm 9 anos de existência, as da região Sul têm 8 anos e as das demais regiões, 7 anos. Levando-se em conta que a média paulista é significativamente afetada pela presença de uma entidade fundada em 1933 (o Centro de Cultura Social), pode-se considerar que, em termos gerais, a difusão de propostas ecologistas e alternativas naquele Estado ocorreu de maneira quase simultânea com o resto do país.
FORMA DE ORGANIZAÇÃO JURÍDICA – Este dado é importante e é a primeira vez que uma pesquisa o divulga: qual é a forma de organização jurídica que dirige as entidades alternativas no Brasil? Segundo as entidades pesquisadas, 46 se definiram como associações civis sem fins lucrativos; 13, como entidades informais, sem registro jurídico; 3, como fundações; 2, como cooperativas; e 4 como sociedades limitadas, entidades particulares ou centros de pesquisas.
Na prática, contudo, há pequenas variações em relação ao modelo jurídico adotado, pois se obteve informação de que 45 associações são administradas por diretoria eleita; 7 associações são administradas por um único indivíduo; 7 são comunidades; 5 são cooperativas; 4 são microempresas; e 2 entidades são administradas coletivamente (modelo de auto-gestão).
A tendência para a organização, a nível formal e prático, como associação de caráter civil, administrada por diretoria eleita, é quase absoluta entre os grupos ecológicos. Já a criação de organizações produtivas (cooperativas, microem-
presas) é mais comum entre as entidades voltadas para a prática de Terapias Alternativas e de distribuição de alimentos naturais.
FORMA DE SUSTENTAÇÃO ECONÔMICA – Quanto á forma de sustentação econômica predominante, as entidades que responderam o questionário deram as seguintes informações: 11 possuem contribuições periódicas de associados, com valor definido; 10 estão no desembolso pessoal de um único indivíduo ou de um grupo muito restrito; 5 dependem de receitas ocasionais, como doações de simpatizantes, vaquinhas, festas etc; 5 vivem de venda de mercadorias ou serviços; 2 de patrocínios ou subvenções; e 2 em vinculação a uma entidade mantenedora.
Faz-se necessária a ressalva de que apenas 50% dos grupos ecológicos têm nas contribuições periódicas de associados uma fonte principal ou secundária de sustentação. 15,32% desses grupos dependem, basicamente, de desembolsos pessoais de apenas um ou poucos de seus membros. Apenas dois grupos dependem, principalmente, da venda de mercadorias ou serviços (venda de publicações, em ambos os casos).
Segundo a pesquisa da COOVIDA os grupos de pesquisas paracientíficas são os mais carentes financeiramente: 88,9% dependem de desembolsos pessoais e dí. pequenas receitas ocasionais, não contando com o suporte de um significativo grupo de associados contribuintes. E em se falando de termos regionais, as entidades do Paraná e de Santa Catarina são as que menos dependem de desembolsos pessoais, pois nenhuma assinalou esta opção no questionário. Destas, 55,56%| sustentam-se a partir de contribuições periódicas do quadro de associados. Por outro lado, o desembolso pessoal é o responsável principal pela manutenção de | metade das entidades do interior de São g Paulo, onde nenhum grupo afirmou contar, como fonte primordial de recursos, á com contribuições periódicas de sócios,
GASTO DE DINHEIRO – O questionário também abordou quais as maiores causas de despesas para cada uma das entidades consultadas. Foi confirmado que 24 entidades têm maiores dispêndios com correio; 22 com produção gráfica; 14 com viagens de membros da entidade; outros 14 gastam mais em aluguel de espaço físico; 12 concentram seus gastos em aquisição de equipamentos; 9 em material de consumo para escritório; 8 em aquisição de material de leitura; 5 em telefone/telex; 5 gastam seus recursos em aquisição de matéria-prima para alguma forma de produção própria; 10 com pagamento de funcionários ou autônomos; 2 em publicidade; e apenas 1 em contratação de conferencistas.
Observa-se que, proporcionalmente, quem mais gasta com aquisição de equipamentos são os grupos de pesquisa paracientifica: 77,78% destes indicaram esta opção. Ressalta-se que nenhum grupo ecológico assinalou o item “publicidade” como fonte de despesas, principal ou secundária, se bem que 78,79% tenham assinalado os itens “produção gráfica” e “correio”. A conclusão que se apresenta é de que esses grupos tendem a aproveitar os próprios canais de comunicação de que dispõem (circulares, boletins etc.) como recursos intencionais de promoção institucional e expansão do quadro de associados.
PROBLEMAS MAIS FREQÜENTES – Outro item importante abordado no decorrer do questionário foi sobre os problemas mais freqüentes enfrentados pelas entidades. Destas, 22assinalaram dificuldade em obter voluntários; 26 contam com ausência de recursos para produção de material de divulgação; 18 possuem pequeno número de sócios contribuintes; 23, ausência de instalações adequadas; 18 enfrentam desinteresse do público-alvo; 11, falta de espaço em meios de comunicação de massa; 10, pouca produtividade do trabalho em equipe; 10 sofrem com a irregularidade no pagamento de contribuições de sócios; 7 t
êm dificuldade de contato com grupos estrangeiros; 9, dificuldade em manter a correspondência atualizada; 8, dificuldade em manter um cadastro de endereços atualizados; 6 enfrentam dificuldade na obtenção de informação especializada; 4, isolamento em relação a grupos congêneres; e 5 enfrentam atendimento de exigências burocráticas.
Comparando-se as respostas dadas ás questões “maiores causas de despesas” e “problemas mais freqüentes”, verifica-se uma absoluta coerência: as despesas com correio e produção gráfica consomem a maioria dos recursos das 64 entidades participantes (64,04% indicaram correio e 59,39%, produção gráfica), ao mesmo tempo em que pouquíssimas têm uma preocupação objetiva com investimentos em publicidade (apenas 9,38%). O resultado disso, é um pequeno número de sócios contribuintes (apontado por 45,31% dos participantes) e a conseqüente carência de recursos para a produção de material de divulgação (indicada por 54,69% das entidades).
A dificuldade na obtenção de voluntários, encontrada por 56,25% das entidades particulares, pode ser um falso indicador: talvez, o que ocorra seja um grande desconhecimento, por parte dos voluntários em potencial, da possibilidade de participar de alguma forma das atividades e projetos das entidades. Aliás, uma pesquisa telefônica realizada pela COOVIDA na cidade do Rio de Janeiro (os entrevistados eram escolhidos aleatoriamente na lista telefônica e submetidos a quatro perguntas) demonstrou que, ao mesmo tempo em que quase todos os entrevistados julgavam-se conscientizados acerca do problema ecológico e demonstravam interesse por Medicina Natural e temas congêneres, apenas duas pessoas, num grupo de cinqüenta, foram capazes de citar corretamente o nome de um grupo ecológico e de um núcleo de Terapias Alternativas.
FORMAS DE ATUAÇÃO – Com referência às formas de atuação questionadas às 64 entidades, 26 assinalaram que desenvolvem sistematicamente ações educacionais; 30 atuam através de denúncias, campanhas populares etc.; 25 desenvolvem projetos de natureza ecológica ou alternativa; 25 atuam através de pesquisas científicas e/ou troca de informações com técnicos ou entidades especializadas; 19 atuam na área de comunicação, documentando e/ou veiculando informação especializada.
Com relação à área de paraciências (grupos ufológicos, como o CPDV), predomina, incontestavelmente, a preocupação com a pesquisa científica (77,7% a considera como atividade principal).
Agora, entre os aquarianos (comunidades rurais e grupos espiritualistas) e grupos de terapias e Yoga, predomina a preocupação com o desenvolvimento de projetos, instalação de núcleos comunitários, projetos assistenciais, construções, plantações etc. São, coincidentemente, os que menos atuam na área de comunicação.
A IMPRENSA ECOLOGISTA E ALTERNATIVA – Com relação a este item, isto é, às entidades que mantêm alguma forma de publicação própria, foi constatado, quanto à periciodade, o seguinte: 26 têm publicações que são irregulares (sai quando possível ou necessário); 10 são bimestrais; 6, mensais; 2 trimestrais; quinzenal, nenhuma. Foram45 as entidades que mantêm publicação própria.
Quanto a forma de reprodução das suas publicações: 24 entidades as imprimem em tipografia ou off-set; 19 usam a xerox; 7, o mimeógrafo.
Ressaltamos que há grupos que utilizam mais de uma forma de reprodução; constatamos, também, que o predomínio de publicações impressas em tipografias ou off-set não é confirmado pela COOVIDA, pois esta recebe, periodicamente, os boletins da maioria das entidades participantes da pesquisa e o que se tem observado é o uso maciço da xerografia.
O que se constata pelo item quanto à tiragem to seguinte: 15 possuem tiragem superior a 2.000exemplares; 12 estão entre 200 e 500 exemplares; 9, entre 500 e 200 exemplares; e 9, inferior a 200 exemplares.
Quanto à distribuição: 43 utilizam o correio; 19, pontos alternativos de vendas; 4, bancas de jornais ou livrarias; 3, distribuição manual. H quanto à sustentação econômica da imprensa ecologista e alternativa, foi constatado que para sua publicação, 39 dependem de recursos próprios, já que são deficitária; 6 dependem de venda de espaço publicitário; 4, de venda de exemplares avulsos ou de assinaturas.
O que se observa é que apenas 8,89% das entidades que editam publicações ou, em outros termos, apenas 6,25% do total das entidades pesquisadas são capazes de manter um canal próprio de comunicação sem prejuízo. Considerando que boa parte dos grupos que participaram desta pesquisa enfrentam sérios problemas de sobrevivência, a manutenção de publicações representa um enorme sacrifício para o movimento ecológico c alternativo.
O MOVIMENTO ECOLÓGICO – Sobre este item, obteve-se as seguintes informações: 45 entidades responderam que devem-se concentrar esforços na organização e troca de informação, mantendo-se a máxima autonomia de cada grupo; já, 19 entidades afirmaram que deve existir alguma forma de organização nacional, agrupando todos os grupos ecológicos; apenas 4 entidades responderam que devem existir várias federações, cada uma correspondendo a uma diferente tendência dentro do movimento.
PERSPECTIVAS FUTURAS – Em se tratando da perspectiva futura que deve nortear a atuação de uma entidade ecológica/alternativa, 32 entidades entrevistadas disseram que a sociedade industrial passa por uma séria crise. Contudo, há possibilidade de se reverter o quadro atual. Responderam que para isso é necessário um enorme esforço de conscientização acerca da necessidade de preservação do meio ambiente e da paz mundial. 20afirmaramque os perigos da destruição do meio ambiente ou da devastação bélica devem ser entendidos no âmbito de um amplo contexto sócio-político-econômico. Portanto, a discussão isolada de problemas ambientais ou de propostas pacifistas é sintoma de uma atitude alienada e de poucos resultados práticos; 18 argumentaram que o planeta passa por uma crise irreversível, cujo resultado será uma catástrofe em escala mundial. A única forma de atuação possível é a preparação de modelos alternativos que, após essa catástrofe, contribuirão para criar uma sociedade mais pacífica, ecologizada e espiritualizada.
VALORES – Entidades agrupadas em torno da Paraciência (grupos ufológicos, de pesquisa parapsicológica e de Futurologia), na porcentagem de 88,89% afirmaram que é impossível pensar em qualquer espécie de transformação coletiva s
em a transformação individual de hábitos, valores e modelos de vida. Já 77,78% deste grupo responderam que os grupos ecológicos, as comunidades rurais, os núcleos de Terapias Alternativas, o florescimento de práticas esotéricas e as “novas ciências”, como a Parapsicologia e a Ufologia, são manifestações de um fenômeno mais geral e abrangente, que poderia ser chamado “Pensamento Alternativo”. E 55,56% argumentaram que a eficácia da atuação de um grupo ecológico/alternativo deve ser medida, antes de tudo, pela sua capacidade de mobilizar a opinião pública e pressionar os setores da sociedade que detêm o poder político ou econômico. Somente 33,33% deste agrupamento responderam que as questões relacionadas à qualidade de vida devem ser discutidas, fundamentalmente, em seus aspectos técnicos. Ciência, Esoterismo e religião devem ser mantidos em seus espaços definidos, sem mistura.
COMPLEMENTOS – Outro item em destaque da pesquisa foi os temas que mobilizaram ecologistas e alternativos no ano de 1987, sendo que aos agrupados em paraciências, 5 deles se preocuparam mais com pesquisa de campo (avistamentos de UFOs e pesquisas em diversas regiões do pais); 3 se dedicaram à Ufologia em geral; 2 deram mais destaque à Ecologia no aspecto desmatamento e poluição de rios; 2 atuaram com questões administrativas (interrupção de eventos programados e procura de espaço físico); 9 ficaram com Astronomia, Espiritismo, seminários de criatividade, palestras de divulgação, pesquisa em temas alternativos, Parapsicologia, Arqueologia, comunidades alternativas e Futurologia.
REDES DE CONEXÃO – Com relação ao item “com quem as entidades paracientíficas mantêm contato”, o que se verificou foi o seguinte: o CPDV foi indicado por 5 entidades; o NPU foi indicado por 3 entidades; o GEONI, por 2 entidades; a SIRJA, ANUB, GPV, TRON, AFV, UFO-PR, INPARPACI indicados por 1.
A COOVIDA constatou que as entidades pesquisadas – basicamente, grupos ufológicos – indicaram outros grupos ufológicos, o que caracteriza o circuito relativamente fechado. A COOVIDA notou, também, a importância do CPDV como referência para outros grupos. Deve-se isto, em boa parte, ao fato de que o CPDV está desenvolvendo intenso trabalho editorial e de documentação, abrindo espaços para a disseminação de informação proveniente de outras entidades.
COOVIDA: ARTICULANDO O ALTERNATIVISMO NACIONAL
Veja como funciona uma das principais entidades representantes do “movimento alternativo” brasileiro e como você pode tomar parte dela.
A COOVIDA, organizadora desta pesquisa, é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 1984. Se bem que se auto defina, basicamente, como grupo ecológico, a COOVIDA é também uma editora e distribuidora de livros e revistas, lendo adquirido, desde 1986, lodo o acervo da Editora Germinal, a primeira editora alternativa do pais. Paralelamente, desenvolve, também, um trabalho na área de Terapias Alternativas, mantendo um consultório e cursos voltados para a reciclagem dr profissionais com formação médica e paramédica.
Em termos de atuação ecológica, a COOVIDA é um grupo “sui generis”, já que abandonou por completo o esquema de abaixo-assinados, atos públicos e defesa de causas especificas, concentrando-se na produção e disseminação de informação. Além do esforço editorial, o projeto mais importante da COOVIDA é o NICA – Núcleo de Informação de Cultura Alternativa, um serviço de documentação que, apesar das reduzidas proporções se comparado a uma biblioteca convencional, é um dos únicos no pais especializado em Ecologia e temas correlatos, como Agricultura Orgânica, alimentação natural, Terapias Alternativas, comunidades rurais e outros. O acervo do NICA, depois de pré-selecionado pela própria equipe da COOVIDA, está agora nas mãos de um arquivologista, que cuida da catalogação de todas as peças eda formação do fichário e do catálogo geral.
O quadro de sócios da COOVIDA é formado por produtores c consumidores de informação especializada, espalhado?, por iodo o Brasil (a maioria dos sócios não reside no Rio de Janeiro). O que a COOVIDA tem de tipicamente local é o atendimento de consultório e a programação de cursos.
O boletim da COOVIDA está aberto a todos os grupos congêneres. E seu núcleo de informação, no Rio de Janeiro, está aberto ás consultas de associados e pesquisadores cm geral. Toda publicação recebida pelo COOVIDA é catalogada e colocada á disposição do público. Para remessa de material ou obtenção de maiores detalhes, seu endereço é: Largo do Machado, 29/1109 – CEP 22221 – Rio de Janeiro – RJ – Tel. (021) 285.6778.