O Fenômeno UFO apresenta uma ciência muito mais avançada do que aquela que temos e conhecemos na atualidade, e quanto mais profundamente o exploramos, mais radical e complexa esta ciência se torna. Por anos os estudiosos da Comunidade Ufológica Mundial têm se perguntado se essas naves alienígenas, se é que é isso que elas são, podem ser explicadas com os conhecimentos de Física que nós temos.
Para começar, vamos falar sobre a tecnologia de propulsão destes veículos. O que, afinal, permite que uma nave paire indefinidamente no ar, acelere instantaneamente, faça mudanças de direção precisas e todas as outras coisas incríveis que os UFOs fazem? E mais ainda, o que permite que eles realizem tudo isso em silêncio? E essa não é a única área em que esses objetos propõem um desafio científico — existe também a questão relacionada, mas distinta, da energia. Afinal, não é provável que eles sejam movidos à gasolina ou a combustível de jatos. O que eles usam, então?
Mas mesmo essas questões, por mais importantes que sejam, parecem irrisórias quando comparadas com outras que precisamos levantar. Os vários encontros com UFOs parecem indicar que os seus tripulantes, sejam eles extraterrestres ou outra coisa qualquer, têm algum tipo de domínio sobre o próprio espaço-tempo. Mais e mais vezes encontramos na literatura ufológica o chamado Fator Oz, que se traduz nos momentos de estranheza que ocorre em relação aos UFOs e aos seres que os controlam.
UFOs e os mistérios da mente
Os objetos podem sumir e aparecer em seguida e muitas vezes as testemunhas têm a sensação não apenas de tempo perdido, mas de distorção temporal. Será que a fenomenologia ufológica representa um avanço em nosso entendimento do espaço-tempo? Outra questão relacionada a ele diz respeito à forma como eles chegam até aqui. Se qualquer desses objetos vêm de civilizações espalhadas pelo universo, é bem possível que tenham encontrado uma maneira de distorcer o espaço-tempo de modo a nos alcançar. O mesmo vale caso eles venham de outro universo ou de outra realidade, seja lá o que isso queira dizer.
Finalmente, devemos nos perguntar sobre a própria consciência. Há casos de pessoas relatando comunicação telepática com os seres, dentro de uma imensa variedade de contextos. Isso acontece não apenas durante os relatos de abdução alienígena, durante as quais a telepatia parece ser a regra, mas também ao longo de avistamentos dos veículos, quer eles se apresentem como naves ou como globos luminosos. Há vários relatos de pessoas que, ao acordarem no meio da noite, sentiram uma grande urgência de olharem pela janela de seus quartos, apenas para verem uma bola de luz alaranjada. O que estaria acontecendo lá fora?
Nós também encontramos, e não apenas uma vez ou outra, testemunhas de UFOs que reagem à sua experiência de maneiras que, depois, parecem inexplicáveis para elas mesmas — algumas vezes reagem ao encontro com uma nave com uma sensação de calma nada característica e, em outras, com um pânico histérico. Talvez isso se deva a algum processo psicológico profundo, mas também pode ser que os tripulantes dos discos voadores tenham um avançado conhecimento da mente humana, permitindo-lhes certo nível de controle. Ou seja, de alguma forma eles conseguem entrar em nossas mentes.
Mas a importância na consciência nesses processos todos não termina aí. Há algumas evidências que indicam que a meditação pode desencadear mais encontros com seres extraterrestres. Será possível que eles se interessam mais por nós quando refinamos e elevamos nossos padrões de pensamento? Isso nos torna mais interessantes ou a meditação permite que nós de alguma forma os alcancemos, ou a realidade na qual vivem, seja ela o que for?
Essas são questões que podem nos fazer explorar um princípio filosófico fundamental que existe há milhares de anos. Essencialmente, o assunto se resume nas perspectivas materialista e não materialista. Existe uma dimensão da realidade que não é facilmente acessível aos nossos tradicionais métodos de medidas? E, mais importante, a consciência humana ou a consciência em geral tem a habilidade de afetar a realidade? Essas são duas perguntas independentes, mas há certa tangência entre elas. Em que medida os pensamentos criam ou afetam aquilo que percebemos como realidade material? Essa é uma ideia bizarra ou há nela algo de interessante? Qual é a ciência que dá suporte a isso? Eu gostaria de aprofundar este assunto.
Ciência e pseudociência
Em geral, uma compreensão apropriada dos UFOs e de tudo que os cercam poderia trazer à humanidade uma nova série de paradigmas. Mas precisamos nos lembrar que a ciência, para ser bem-feita, requer método científico. Isso funcionou maravilhosamente bem nos últimos cinco séculos e nós seríamos tolos se o descartássemos. O método científico envolve testes, testes e mais testes, e, além disso, os testes devem ser abertos e estar disponíveis para que outros o compreendam e o repitam. Repetibilidade é a chave aqui.
O mesmo se aplica à disponibilidade dos dados. Uma coisa é conduzir um experimento e depois declarar que tal e qual efeitos ocorreram. Outra é descrever os protocolos, as equações, os parâmetros e as condições do experimento, de forma que qualquer outra pessoa possa seguir as instruções e repetir o experimento, duplicando o resultado. Esse é o fundamento da chamada “revisão de pares” — pessoas independentes e qualificadas precisam verificar os resultados.
Sabemos bem que por anos o Fenômeno UFO observado pareceu ser pura impossibilidade para muitos cientistas. Evidentemente, isso tem sido o maior obstáculo para uma mais ampla aceitação pública da realidade destas fantásticas naves
Dentro da literatura ufológica sempre ouvimos a palavra “pseudociência” sendo ventilada aqui e ali. Pseudociência não é apenas um termo derrogatório dirigido contra os assuntos que os cientistas profissionais desdenham. Ele constantemente é usado como injúria, mas aquilo que nós podemos chamar de pseudociência também pode ser descrito como sendo apenas uma conjectura, sem laços com a experimentação científica, com a física experimental ou com a matemática. Fundamentalmente, pseudociência representa uma alegação sem método científico para apoiá-la.
Além da pseudociência, há a “ciência limite”, algo totalmente diferente. Podemos entender a ciência limite como sendo uma hipótese ligada à comprovação matemática, à física experimental ou com qualquer outro experimento científico, mas que ainda não foi submet
ida à revisão de pares. Isso não significa que algo que atualmente é considerado como pseudociência ou ciência limite seja necessariamente falso. É claro que pode ser falso, e normalmente é, mas também pode ser que o fenômeno que está sendo estudado tenha conseguido evitar todas as tentativas feitas para sujeitá-lo às clássicas análises científicas.
Questões sobre a consciência
Cientificamente falando, então, essa é a melhor razão para se manter a mente aberta a respeito de assuntos que são atualmente considerados pseudociência ou ciência limite. Às vezes nós simplesmente temos que esperar que a ciência se atualize sobre o fenômeno — isso não invalida a ciência como ferramenta e nem o fenômeno como sendo algo que não vale a pena estudar. A ciência não é o vilão da história e nem são os UFOs.
São muitas as questões sobre a consciência que devemos encarar. A primeira é se as pessoas têm a habilidade, pelo poder da mente, de se comunicar com entidades ou seres de outros lugares, como se supõe serem os tripulantes dos discos voadores. De forma geral, nós nos perguntamos quais são os limites dos poderes da mente e da consciência e se a consciência pode realmente criar a realidade, como alegam tantas pessoas. Essa última questão, entretanto, tem dois sentidos e duas respostas.
No primeiro sentido, a resposta é sim. Exatamente neste momento há, grosseiramente falando, algo em torno de dois milhões de bits de dados sensoriais tentando encontrar o caminho para sua mente, leitor. Infelizmente, ou talvez felizmente, sua mente só pode processar algo em torno de 40 mil bits de dados por segundo. Isso significa que sua mente está o tempo todo dividindo os dados em duas categorias — o que importa e o que não importa. Apenas 2% dos dados chega até a consciência.
Evidentemente, os dados que a pessoa seleciona criam a sua realidade. Ou, mais acertadamente, como o indivíduo percebe a realidade. Acontece que todos têm a habilidade de selecionar o que é importante e o que não é, pelo menos em maior ou menor grau. As coisas que a pessoa diz sobre si mesma e as coisas que ela diz a si mesmo sobre os outros importam, e muito. Elas modelam o seu mundo mental, a sua personalidade e a sua percepção futura. Isso é como criar estradas na mente e, de fato, isso é literalmente a verdade, já que se treinam determinados neurônios e caminhos em sua mente. Certas conexões se tornam poderosas e outras enfraquecem, tudo devido aos seus hábitos de pensamento. O indivíduo pode, a qualquer momento, criar novos caminhos e, portanto, pode escolher se autocriar como quiser.
Para o segundo sentido da questão — se nossos pensamentos podem criar a realidade? — estamos querendo saber se a mente pode moldar a realidade externa, estando implícito, portanto, que há coisas exteriores aos nossos corpos e mentes. Para essa pergunta precisamos responder sim e não. Se a resposta é mais sim do que não, é algo sobre o que ainda temos que decidir. Mas esta é uma daquelas incômodas e persistentes possibilidades que batem de frente com o pensamento científico materialista.
Ondas e partículas
Um dos mais famosos experimentos da Física é o da Dupla Fenda. Se você disparar fótons em uma parede bloqueada por uma barreira com uma única fenda vertical, o resultado será um padrão de jato no qual os elétrons atingem a parede sempre verticalmente — em outras palavras, os fótons se comportam como esperamos que as partículas se comportem. Quando você adiciona uma segunda fenda vertical para eles atravessarem, ficando, portanto, com duas fendas uma ao lado da outra, o padrão do resultado na parede mostra uma interferência. Nesse caso, os fótons se comportam mais como ondas do que como partículas. Mais precisamente, eles viajam como ondas, mas são detectados como partículas.
Quando alguém dispara um fóton de cada vez, as coisas ficam ainda mais estranhas. Quando eles passam pela fenda única, se comportam como partículas, mas quando passam, um de cada vez, pela fenda dupla, o resultado mostra um padrão de onda, ainda que não tenha como haver interferência de um fóton com outro. Isso continua sendo verdadeiro mesmo que se atire um fóton em uma fenda e outro fóton na outra fenda. O resultado ainda é um padrão de onda. Como compreender isso?
Mas será possível que os fótons passem pelas duas fendas ao mesmo tempo? Para detectar por qual fenda cada fóton passou, podem ser instalados mecanismos de detecção em ambas as fendas. Cada fóton pode, então, ser detectado passando por uma das duas fendas, mas nunca pelas duas ao mesmo tempo. Até aí, tudo bem. Entretanto, quando os cientistas fizeram o experimento, o padrão resultante foi o de uma distribuição uniforme, sem interferências. Os fótons estavam, então, se comportando como partículas. O que surpreende é que o ato da observação fez os fótons perderem sua natureza de onda e agirem como partículas.
Mas o assunto fica ainda mais estranho. O grande físico John Wheeler uma vez propôs algo chamado Experimento da Escolha Retardada, que desde então tem sido replicado. Inacreditavelmente, ele confirma que não só o pensamento do observador determina o resultado de como a luz se comporta, como também o faz retroativamente. Imagine uma configuração na qual dois telescópios são posicionados atrás de uma tela de detecção e cada aparelho posicionado diretamente para uma das fendas. Depois que um fóton passa por uma das fendas, a tela de detecção pode ser removida muito rapidamente para revelar os telescópios, permitindo que os fótons passem através de um deles. O cientista é quem decide se remove ou não a tela.
Entrelaçamento quântico da mente
Quando a tela permanece no lugar, o que ocorre é o conhecido resultado de padrão de interferência, com os fótons se comportando como ondas. Entretanto, se o cientista escolhe remover a tela, a distribuição dos fótons é a de partículas, sem nenhuma interferência. O que parece é que depende exclusivamente da vontade do cientista se o fóton irá se comportar como onda ou como partícula. Mas a escolha ocorre depois que o fóton passou pela fenda, e então o que vemos é que a escolha do cientista, no presente, de alguma forma afetou o comportamento do fóton no passado.
Baseado no Experimento da Dupla Fenda, parece haver um fu
ndamento científico para a ideia de que a consciência ou mente tem algum tipo de relação com a luz e, talvez, até mesmo com o tempo. Se nós aceitarmos que há coisas como telepatia ou alguma forma de comunicação de mente a mente, como clarividência ou visão remota, podemos imaginar se, por acaso, há algo que una todas essas capacidades. Em resumo, há algum conceito promissor, cientificamente falando, sobre os fenômenos psi ou paranormais?
Na verdade, há. Um que é especialmente promissor vem do físico Dean Radin, um membro do Instituto de Ciências Noéticas, fundado pelo astronauta do Projeto Apollo Edgar Mitchell, já falecido. O livro de Radin, Mentes Interligadas [Aleph, 2008], sugere que aquilo que chamamos de fenômenos psi ou paranormais são, na verdade, o resultado do entrelaçamento quântico da mente.
Apesar de os físicos aceitarem o entrelaçamento, eles o veem como uma delicada relação entre partículas individuais ou, no máximo, entre alguns átomos. Michio Kaku, por exemplo, não acredita que o entrelaçamento quântico possa alcançar a telepatia. Ele discute o problema de coerência quântica, isso é, enquanto os elétrons estão em fase, eles são coerentes. Isso é o entrelaçamento quântico. Entretanto, cada pessoa é composta por trilhões de trilhões de átomos e, portanto, segundo Kaku, fazer duas mentes vibrarem em uníssono “seria impossível. O recorde mundial de entrelaçamento é, justamente, de apenas alguns átomos. Imagine tentar entrelaçar duas mentes”. E então sugere que, “se alguém quer ler a mente de alguém, seria melhor fazer um eletroencefalograma ou uma ressonância magnética do cérebro, e então decifrá-los via computador, o que é conhecido como telepatia eletrônica”.
Fenômenos paranormais
Ainda assim, Radin sugere que o entrelaçamento é um fato amplo da realidade e a razão pela qual muitas pessoas experimentam fenômenos paranormais — apenas eles não têm nada de paranormais, mas são completamente normais. Essa tese tem muitas implicações. Primeiro, tudo no universo é essencialmente energia e a energia é influenciada pela mente. Segundo, a Física Quântica sugere que os elétrons são potenciais, e não entidades físicas.
Na verdade, toda a existência pode ser um ilimitado campo quântico de energia, um mar de infinitas possibilidades esperando para acontecer. E, mais ainda, há vários potenciais até que alguém olhe. É com o pensamento, portanto, que nós forçamos o universo a decidir qual potencial irá se realizar. E mais, a consciência colapsa a função de onda em partículas reais que existem no mundo físico. Outro modo de dizer isso é que a consciência experimenta a energia como se fosse matéria, ou seja, as coisas só parecem materiais quando estão sendo observadas.
Por fim, o observador não está separado da observação, ele não está separado da experiência. O observador desempenha o papel de criador da realidade que está sendo observada. O Princípio da Incerteza de Heisenberg, aplicado aos estados de consciência, diz que nenhuma medição pura é possível sem a criação. Físicos que lidam com a mecânica quântica dizem que não podemos observar algo objetivamente, sem mudá-lo no processo.
Fenômenos de visão remota
De um jeito ou de outro, essas ideias circularam pela comunidade científica durante boa parte do século XX, mas grandes ideias às vezes levam tempo para produzir seu impacto completo. Nossos físicos ainda estão no meio de uma revolução intelectual. Ela ainda não está completa, mas as implicações parecem ficar cada vez mais claras e indicam que a humanidade está em um novo estágio de entendimento científico. A Física clássica, aquela que estuda a localidade e a causa das coisas dentro de um palco universal fixo, com um tempo que dispara em apenas uma direção, como uma flecha, já não se aplica mais totalmente.
Evidências vindas de dados extraídos de fenômenos de visão remota e de outras manifestações psi indicam que há algo acontecendo e que a Física clássica não consegue explicar. O conceito de entrelaçamento de Radin, ou alguma variação dele, pode prover uma explicação para isso. A consciência parece ser a chave. E, como disse o biólogo Rupert Sheldrake, “nós não sabemos como a consciência trabalha ou o que ela faz. Essa é uma daquelas coisas que em ciência é chamada de ‘um problema difícil’ porque não existe nenhuma razão conhecida que explique porque nós temos consciência ou como a mente trabalha”. Sheldrake sugere que nossas mentes são como um campo e não estão confinadas dentro de nossas cabeças, espalhando-se pelo ambiente à nossa volta. “E porque elas se estendem além de nossos cérebros, podem causar efeitos a distância”.
Conexão com a Ufologia
Talvez seja isso, a consciência como uma força da natureza. E se realmente é assim, isso pode explicar algumas afirmações que encontramos, alegando que os tripulantes das naves alienígenas são, eles mesmos, parte da propulsão e dos sistemas de controle. Talvez isso possa também explicar os movimentos radicais desses veículos — é claro que estamos falando de consciência alienígena. Será que algum dia descobriremos que a consciência humana também pode desempenhar tal tarefa?
Para a Ufologia aceitar a ideia de conexões mentais entre nós e os extraterrestres ainda precisamos ter cautela. Alegações ainda requerem evidências. Nós podemos ouvir as alegações, mas seremos tolos se descartarmos o método científico para examiná-las. Ainda assim, parece evidente que a consciência realmente importa dentro da Ufologia e abundam afirmações de contatos mentais. Uma vez que a ciência contemporânea não parece descartar que tais coisas sejam possíveis, nós podemos nos sentir confiantes de que progressos serão feitos nos próximos anos.
Na verdade, isso pode ser dito em relação a todos os tópicos que abordamos neste artigo. Por anos o Fenômeno UFO observado pareceu ser pura impossibilidade para muitos cientistas. Evidentemente, isso tem sido o maior obst&aa
cute;culo para uma mais ampla aceitação pública da realidade destas naves. Os relatos de observação delas quando se movem em ziguezague, quando aceleram instantaneamente e de pessoas que são levadas flutuando através de paredes sólidas em processos de abduções alienígenas desafiam nosso senso comum — senso comum que ainda depende muito da versão do materialismo científico, vinda do século XIX.
Se as particularidades das observações ufológicas forem vistas como impossíveis hoje, assim como o foram pelas gerações anteriores, então estaríamos certos em descartar muitas delas como erros de identificação, manipulação ou outros tipos de engano. Mas, em vez disso, conforme os anos passam, parece que a ciência está alcançando o fenômeno. Devagar, mas com firmeza, estamos traçando nosso caminho para dar sentindo científico a esses grandes mistérios. É como se o Fenômeno UFO estivesse nos ensinando algo muito importante, não apenas sobre a natureza do cosmos, mas sobre nós mesmos.