
EDVAN LESSA* E NÁDIA CONCEIÇÃO**
da Agência Ciência e Cultura da UFBA
A raça humana não quer acabar como os dinossauros, provavelmente extintos por objetos vindos de fora do planeta, e se mantém na vanguarda do improvável. Uma arma de paint ball para lançar tinta de cor clara sobre um asteroide – e fazer com que a incidência de fótons, partículas de luz, desviasse sua rota – seria no mínimo eficiente para prevenir quedas de corpos extraterrestres, não fosse uma tentativa à longo prazo. A ideia é de Sung Wook Paek, premiado em concurso interno do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Cerca de 40 toneladas de pó cósmico se chocam com a Terra todos os dias, segundo declarou Alberto Veloso, geofísico da Universidade de Brasília. Mas ainda segundo o especialista, essas partículas são perigosas quando superam os 50 metros. Ainda assim, para evitar que mais pedregulhos caiam de surpresa, o NEOSSat foi colocado a 800 km do planeta, no dia 25 de fevereiro. O satélite canadense do tamanho de uma maleta é uma espécie de sensor alerta para a Terra, já que o nosso escudo, a atmosfera, não nos protege de todos os meteoritos que “vem do céu”.
A humanidade vive um clima de insegurança por causa das notícias de quedas de objetos extraterrestres em diversos lugares do planeta. Não é comum, porém, que as pessoas compreendam o nível de risco existente quando um objeto desaba do espaço. Afinal, estamos em perigo? A chuva de meteoritos que deixou mais de mil pessoas feridas na cidade industrial de Cheliabinsk, região russa dos Urais, estimulou a pesquisa espacial, mas aflorou os ânimos da comunidade leiga.
Especialistas asseguram que as chances de um meteorito cair são remotas. E mesmo com algumas incidências fora do país eles podem tombar em qualquer lugar. De acordo com o professor Wilton Pinto de Carvalho, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Brasil, Minas Gerais é o estado onde foi registrada a maior quantidade de meteoritos. “Mas isso não significa que [lá] seja mais propenso a cair meteoritos. As descobertas aumentam graças ao conhecimento de que as rochas encontradas têm valor científico”, esclarece.
Outros estados não se dedicam a estudar os materiais que caem do espaço com o mesmo empenho que o estado mineiro o faz. “Eu atribuo isso à falta de educação básica; de educação formal. Nos Estados Unidos, na Austrália e Europa esses fenômenos são divulgados e mais meteoritos chegam às instituições. O Brasil possui apenas 61 meteoritos, quando deveria ter pelo menos 600”, critica Carvalho.
Impactos de Asteroides
O jornal europeu The Guardian e o co-fundador da Vizuality e da CartoDB, empresas especializadas em soluções gráficas para dados estatísticos, Javier de la Torre, elaboraram um mapa que identifica os locais onde há maior evidência do impacto de asteroides em todo o globo. De 2300 a.c. até hoje já são mais de 34 mil registros, quase 35. O número, contudo, não inclui as possíveis quedas de meteoritos na água ou em regiões inabitadas.
A região do Brasil onde mais houve impacto de asteroides, de acordo com o mapa, é a Sudeste; são pelo menos 25 registros. No estado de Minas Gerais foram divulgados 20 objetos. A região Norte é onde há menor incidência; o único caso catalogado nessa parte do país foi na cidade de Belém, em 1989. Ademais, em toda Bahia, apenas cinco são conhecidos por especialistas. Dentre eles está o meteorito de Bendegó, o maior achado extraterrestre do país, encontrado por um garoto sertanejo em 1784. O peso da rocha é de 5, 36 toneladas e seu tamanho, 2,15m x 1,5 e 0,65 m.
*Edvan Lessa é estudante de Jornalismo da Facom-UFBA e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura.
**Nádia Conceição é jornalista e bolsista da Agência de Notícias Ciência e Cultura.
Nota do blog: e se você acha que tem uma pedra em casa que pode ser um meteorito, siga os passos abaixo, sugeridos pelo site meteoritos.com.br:
Vejo vocês no próximo post. Enquanto isso estou no twitter: www.twitter.com/jonatasmobile.