Estranhos avistamentos de UFOs, criaturas submarinas anômalas e poderosos veículos intrigam os militares soviéticos há muitos anos, mas mesmo antes dos bolcheviques ganharem o controle da Revolução Russa já havia relatos curiosos acerca de aparições incomuns no mar. Às 23h00 de 22 de outubro de 1908, por exemplo, o navio a vapor Okhotsk estava navegando no extremo oriente da Rússia, quando o médico da Marinha Imperial F. D. Derbek, a bordo, observou uma luz brilhante e incomum, branco-esverdeada, que resplandeceu sob a popa. Essa emissão de claridade expandiu-se rapidamente envolvendo a embarcação e assumindo uma forma oval, acompanhando-a por um momento. Então, moveu-se para o lado e, em seguida, para frente do navio. A brilhante mancha tinha contornos claramente visíveis e se distanciou rapidamente do Okhotsk, e dois ou três minutos depois atingiu o horizonte, onde cintilou como um relâmpago refletindo sua luz nas nuvens. Este avistamento foi relatado em algumas revistas soviéticas.
Alexander Gorbovsky, historiador russo de 72 anos residente em Londres, que trabalhou durante 20 nos na Academia de Ciências Soviética, publicou o livro Enigmas da História Antiga no início dos anos 70. Para muitas pessoas em seu país, esta obra abriu as portas para o mundo proibido da Ufologia e do chamado “paleocontato”, termo russo para a hipótese dos antigos astronautas e mistérios da história remota. Gorbovsky mencionou um incidente ocorrido no antigo Mediterrâneo, onde pessoas observaram um estranho veículo sob a água que atingia a superfície em alta velocidade. O objeto se ejetou do mar rapidamente e depois desapareceu. A revista Tekhnika Molodezh também publicou um artigo de N. Yerokhin, engenheiro siberiano, que cita o livro Svecheniye Morya [Luminescência Marinha], lançado em 1956, em Moscou, pelas Publicações Nauka. De autoria de N. I. Tarasov, a obra menciona alguns episódios interessantes de imensas “rodas” girando em grande velocidade, “linhas luminescentes” que cruzam o oceano de um horizonte a outro e “manchas florescentes” ascendendo do fundo dos mares.
Um caso interessante aconteceu no início de julho de 1975, no Uzbequistão soviético. Quatro jovens que estavam de férias na costa do Reservatório Charvak acordaram às 03h00 apavorados. Uma esfera luminescente ascendeu das águas, a uns 800 m da costa. Uma das testemunhas recordou que o brilho da bola era frio e insuportável, centenas de vezes mais forte do que a luz de uma lâmpada — enquanto a esfera se elevava lentamente acima do lago, formaram-se círculos à sua volta, de diferentes espessuras e brilhos. Eles observaram o fenômeno por sete minutos em absoluto silêncio, tempo durante o qual passaram por pavor intenso.
Misteriosos nadadores gigantes
No final de 1930, o ufólogo russo I. Grabov conduziu uma entrevista com testemunhas de objetos voadores não identificados. Um homem e seus amigos exploraram uma caverna no Lago Issik Kul, no Curdistão, onde descobriram três esqueletos humanos, cada um com mais de três metros de altura. As ossadas estavam decoradas com enfeites que pareciam morcegos feitos de prata. Os homens ficaram apavorados e permaneceram calados a respeito da descoberta durante muitos anos. Eles fundiram a prata encontrada, mas restou uma peça que foi estudada por cientistas soviéticos, cuja idade, no entanto, não pôde ser determinada — sobre isso, é interessante notar que uma lenda do povo Kirgiz menciona uma cidade submersa no Issik Kul, um lago profundo na área de Transiliysk Ala Tau, cujo “governador” seria uma criatura com “longas orelhas”.
A primeira menção a seres gigantes similares data do início de 1900. Alguns rapazes da Geórgia — que fazia parte do Império Russo — descobriram uma caverna dentro de uma montanha cheia de esqueletos humanoides com cerca de três metros de altura. Para chegar à caverna os rapazes tiveram que mergulhar em um lago. George Papashvili e sua esposa lembraram o incidente no livro publicado em Nova York, em 1925, chamado Tudo Pode Acontecer. Anos mais tarde, um incidente ainda mais sinistro aconteceu na União Soviética. A revista russa de fenômenos paranormais Anomalyia, em edição de 1992, contém um artigo que foi escrito por Mark Shteynberg, veterano da guerra no Afeganistão, especialista em militarismo russo e residente nos Estados Unidos.
Durante o treinamento, homens-rãs soviéticos encontraram nadadores humanoides de três metros de altura — eles vestiam roupas prateadas colantes. À profundidade de 50 m, não tinham tanque de oxigênio nem qualquer outro equipamento
No verão de 1982, Shteynberg e o tenente coronel Gennady Sverev treinaram mergulhadores de pesquisa e homens-rãs do Turquestão e regiões militares da Ásia Central no Lago Issik Kul. Lá eles receberam um hóspede inesperado, o major V. Demyanko, comandante do serviço militar de mergulho das Forças de Engenharia do Ministério da Defesa, que foi informá-los sobre um extraordinário evento ocorrido durante exercícios similares nas regiões da Trans Baikal e da Sibéria Ocidental. Durante o treinamento, homens-rãs soviéticos encontraram misteriosos nadadores humanoides de três metros de altura — eles vestiam roupas prateadas colantes. À profundidade de 50 m, aqueles seres não tinham tanque de oxigênio nem qualquer outro equipamento, apenas capacetes redondos ocultando suas cabeças. Shteynberg declarou que os comandantes militares da Sibéria decidiram capturar uma das criaturas, e um grupo especial de sete mergulhadores, sob o comando de um oficial, foi enviado.
Condições de descompressão
À medida que os homens-rãs tentaram cobrir a criatura com uma rede, a equipe inteira foi empurrada das águas profundas para a superfície por uma força poderosa. Uma vez que o equipamento autônomo dos homens-rãs não permite emergir de tal profundidade, sem cumprir estritamente o processo de paradas para descompressão, todos os membros da malfadada expedição foram vítimas de aeroembolismo — ou Doença de Caisson —, para a qual o único tratamento disponível consistia no imediato confinamento dos acometidos, sob condições de descompressão em uma câmara especial. Havia várias câmaras para isso, mas somente uma estava em boas condições, e não poderia conter mais do que duas pessoas. Os comandantes forçaram quatro homens-rãs a entrarem na câmara. Como resultado, três deles, incluindo o oficial líder do grupo, morreram, e o outro se tornou inválido. O general da divisão foi enviado a Issik Kul para advertir os militares locais que não tentassem capturar nenhum “nadador estranho”. Embora o lago seja mais raso do que o Baikal, sua profundidade é suficiente para conter criaturas misteriosas similares. O Alto Comando soviético já sabia daqueles seres que se escondiam nas profundezas — talvez eles até soubessem mais sobre os habitantes subaquáticos do Issik Kul do que Grabovsky, o pesquisador independente.
Pouco tempo depoi
s, o staff militar da sede soviética no Turcomenistão recebeu uma ordem do comandante-chefe das forças terrestres. Ela consistia em uma detalhada análise dos eventos e posterior censura dos fatos. E foi complementada por um boletim informativo do quartel-general das Forças de Engenharia do Ministério da Defesa. O boletim listava numerosos lagos de águas profundas onde foram registrados avistamentos de fenômenos anômalos, aparecimento de criaturas subaquáticas análogas ao tipo encontrado no Baikal — descida e ascensão de “discos gigantes” e “esferas”, e poderosas “luminescências” emanando das profundezas.
B. Borovikov caçou tubarões do Mar Negro por muitos anos, até que alguma coisa aconteceu e acabou com o seu hobby. Mergulhando em Anapa ele desceu a oito metros, quando viu seres gigantescos subindo das profundezas. Eram branco-leitosos, com faces humanoides e algo como uma cauda de peixe. A criatura à frente dos companheiros viu Borovikov e parou. Tinha enormes olhos salientes parecidos com uma espécie de óculos. As outras duas se juntaram a ela, sendo que a primeira abanou sua mão — dotada de membranas — na direção do mergulhador. Todas se aproximaram de Borokikov e pararam a curta distância, e depois deram meia-volta e foram embora nadando. A experiência do pescador de tubarões foi publicada no XX Vek: Khronika Neobjasnimogo [Século XX: Uma Crônica do Inexplicado, 1996].
Espionando americanos
D. Povaliyayev é outra testemunha a relatar algo inusitado. Ele estava velejando em uma região de lagos em Kavgolov, na área de Leningrado, no começo dos anos 90, quando viu três “peixes gigantes”, mas assim que mergulhou observou que se tratavam de três nadadores com roupas prateadas. Este episódio foi mencionado no livro Letuchi Gollandets [Holandês Voador], em 1995. Documentos com estas informações, assim como o boletim mencionado por Shteynberg, foram todos classificados como material altamente confidencial, cujo objetivo era prevenir encontros desnecessários. O território sob jurisdição da unidade militar onde ele serviu tinha um reservatório de água anômalo, o Lago Sarez, na área de Palmir, três mil metros acima do nível do mar e acessível somente por helicópteros no verão — é um lugar belíssimo, desolado e hostil, sem vegetação ou vida animal, onde terremotos e deslizamentos de terra são frequentes.
O Lago Sarez apareceu em 1911, quando o vale do Rio Murgab foi represado pelos deslizamentos causados por um forte terremoto. A vila de Ussoy e todos os habitantes foram enterrados pela desintegração das formações rochosas, e as águas do rio se acumularam na represa que se formou e resultou no desaparecimento de Kishlak Sarez, um dos maiores povoados do vale de Murgab. Desta destruição surgiu o Lago Sarez, com 60 km de extensão e 550 m de profundidade. Ele apresenta um perigo mortal para a população da Ásia Central, pois a represa pode se romper e seus 17 milhões de metros cúbicos de água desceriam das montanhas e destruiriam tudo no seu caminho, inclusive muitas áreas do Afeganistão.
Um terremoto poderia facilmente desencadear uma onda gigante que criaria uma enchente catastrófica nos Rios Bartang, Panj e Amu Daya, atingindo todo o caminho para o Mar de Aral. De qualquer forma, Sarez estava visível para os oficiais da base do “ponto de monitoração” nas Montanhas Palmir, onde os russos observam os satélites norte-americanos. Instrumentos superpoderosos e equipamentos de medida de monitoração registraram inúmeras vezes a submersão de objetos discoides em Sarez, sua descida através das águas do lago e subsequente decolagem. O que os atraiu para aquele lugar? Não se sabe.
Nos anos em que os ufólogos soviéticos foram perseguidos pelo todo-poderoso Estado Comunista e o assunto UFO era um tabu, Vladimir Georgiyevich Ajaja foi um dos primeiros soviéticos a estudar a presença alienígena na hidrosfera. Certa ocasião, Ajaja, já candidato à Academia de Ciências Técnicas da URSS, trabalhou como líder de expedições de exploração aquática a bordo do submarino soviético Severianka. Ele e a tripulação viram uma criatura muito estranha durante um de seus mergulhos, mas quando pediu permissão para pesquisar e discutir o assunto, foi demitido, pois a temática ufológica era proibida. Porém, a Marinha Soviética o contratou em seguida e lhe deu uma oportunidade para estudar o assunto. Pelo fato de ter servido naquela força enquanto jovem, e ter realizado pesquisas oceanográficas, ele tinha amigos confiáveis — além disso, teve a oportunidade de questionar os oficiais da Inteligência Naval responsáveis pelos estudos dos UFOs e escreveu uma monografia para a Marinha Soviética sobre o tema.
Em 17 de novembro de 1976, Ajaja participou de uma interessante reunião no Departamento de Pesquisa Submarina da Comissão Oceanográfica da Academia de Ciências Soviética, que teve entre os presentes o chefe do órgão, P. Borovikov, seu substituto, E. Kukharov, além de mais 29 pessoas. Eles ouviram a palestra de Ajaja sobre UFOs e assuntos subaquáticos associados, e depois decidiram incluir uma coleção de avistamentos ufológicos sobre as águas nas atividades planejadas do órgão. É bem possível que Ajaja não tenha revelado tudo o que sabia sobre o fenômeno subaquático. Em 1966, ele e outros autores publicaram o curioso livro Submarinos na Pesquisa Científica [Nauka, 1966], no qual foi rapidamente mencionado que ele, N. I. Tarasov, A. K. Tokarev e E. V. Siskov realizaram interessantes pesquisas na área da hidrobiologia — mas Ajaja não discorre sobre essa intrigante pesquisa realizada e, obviamente, algumas áreas da pesquisa ufológica russa permanecem tão secretas quanto eram durante o domínio do Politburo.
Um episódio acontecido em 07 de outubro de 1977 foi contado por Ajaja em várias publicações. De uma base flutuante para submarinos soviéticos no Mar de Barents foram vistos nove estranhos discos brilhantes. Os UFOs desceram e c
ircularam em volta da instalação, e nenhum sinal de rádio pôde ser emitido ou recebido pelos oficiais navais. Essa “dança” durou 18 minutos, até que os UFOs desapareceram. O jornal Podmoskovya Nedelya publicou um interessante artigo na sua edição de 08 de agosto, de autoria de Vadim Kulichenko, oficial aposentado de submarino da Marinha, segundo o qual os soviéticos teriam dado um nome ao fenômeno anômalo observado: Kvakeri [Coachante, do termo russo kvakat, que significa coaxar].
Monitoramento hidroacústico
Alguns pesquisadores militares acreditavam que os Kvakeri sejam OSNIs, objetos submarinos não identificados. Porém, a maioria dos especialistas que estudou aquele fenômeno discorda desta conclusão. O mistério em questão foi revelado entre 1960 e 1970, quando submarinos nucleares soviéticos encontraram estranhos sons emanados em grandes profundidades de objetos que se moviam. Ao ato de ouvir os sons subaquáticos dá-se o nome de monitoramento hidroacústico. Os monitores soviéticos ouviram estes sinais espantados, pois se pareciam com o coaxar de rãs, daí mais uma justificativa para o termo Kvakeri, já oficialmente aceito nos documentos navais.
A União Soviética construiu 284 submarinos nucleares entre 1950 e 2001. Alguns devem ter realmente despertado o interesse dos Kvakeri, pois os indicadores de curso dos navios demonstraram que os objetos circularam os submarinos, mudando a frequência e a tonalidade do sinal. Era como se os artefatos estivessem convidando os submarinos para uma conversa. Os Kvakeri respondiam prontamente à sinalização acústica dos barcos — mas nunca de forma agressiva. Eles acompanhavam os submarinos soviéticos até que o último deixasse a área. Então, emitiam um “coaxar” pela última vez e desapareciam. Nunca houve qualquer confronto com os estranhos aparelhos, mas as tripulações e os comandantes soviéticos ficavam tensos quando os Kvakeri os acompanhavam.
A Guerra Fria era intensa no final de 1960 e os estranhos objetos submarinos atraíram a atenção do Alto Comando da Marinha Soviética, quando os submarinos nucleares encabeçaram a fase mais raivosa da corrida armamentista. Foram criados grupos de pesquisas para estudar o fenômeno, mas as respostas que eles precisavam encontrar não eram muito fáceis: Quais objetos aquáticos emitiam sons enigmáticos? Qual era sua natureza? Tratava-se de uma ação norte-americana para espiar os submarinos soviéticos? Tudo isto está sem resposta. Inúmeros barcos especialmente equipados foram enviados até as áreas onde os encontros costumavam ocorrer. No fim de 1970, uma conferência científica sobre os Kvakeri foi conduzida pela Marinha soviética, mas os participantes não conseguiram chegar a uma conclusão definitiva. No início de 1990 o programa de pesquisa dos Kvakeri foi abruptamente encerrado — grupos especiais foram desfeitos e os oficiais que lá trabalhavam receberam outras tarefas.
Sem causar dano às embarcações
Toda a informação e dados coletados foram carimbados como supersecretos e trancafiados nos arquivos da Marinha. Nem Vadim Kulichenko, nem outros oficias da mesma patente souberam por que o programa foi encerrado, mas as razões são óbvias. Kulichenko tentou coletar informações disponíveis antes da abertura dos arquivos secretos. Já estamos há uma década e meia da queda da União Soviética e pouca informação sobre os Kvakeri vazou até agora, e aqueles que pesquisaram o fenômeno têm opiniões muito diferentes sobre sua natureza. Ao que parece, hoje o tema não está sendo pesquisado oficialmente, mas há pessoas na Rússia que estão dedicadas a encontrar a verdade — ainda hoje o fenômeno continua a coaxar e a acompanhar as embarcações russas, sem causar dano algum a elas ou aos seus tripulantes.
No final da Guerra Fria, em 1989, havia mais de 400 submarinos nucleares em operação ou sendo construídos. Cerca de 250 deles foram desativados e algumas ordens de construção foram canceladas devido ao programa de redução de armas. Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China possuem hoje um total de 160 desses barcos. A contaminação radioativa é um dos mais complicados problemas na Rússia. O Ártico se transformou em um cemitério para a outrora poderosa e temida frota de submarinos nucleares soviéticos. Talvez os Kvakeri tenham sido atraídos pelos veículos nucleares por causa dos imprevisíveis perigos que tais embarcações poderiam trazer ao meio ambiente.
A sentinela observou um artefato com formato de charuto movendo-se silenciosamente através do céu. Embora o submarino estivesse em águas internacionais, imaginaram que o objeto seria norte-americano e decidiram mergulhar
Em qualquer lugar do mundo, embarcações movidas à energia atômica são propensas a causar desastres, principalmente depois que os soviéticos passaram a usar urânio enriquecido como combustível — alguns em níveis tão altos como 90%. O óleo consumido é radioativo e contém urânio não queimado, além de plutônio e produtos de fissão. Os submarinos russos no Ártico estão sendo corroídos e estão afundando enquanto os compartimentos de seus reatores se enchem de água, prenunciando uma catástrofe ecológica — talvez a informação a seguir possa servir como uma confirmação do fenômeno Kvakeri.
“Ouviram alvos estranhos”
Os arquivos secretos da Marinha Soviética contém informações valiosas sobre avistamentos de UFOs. Os militares não eram pessoas dadas a tolices — muito pelo contrário, eram muito meticulosos. Valentin Vladimirovich Krapiva, pesquisador ucraniano, publicou dados sobre os aspectos hidrosféricos do Fenômeno UFO. Durante os anos 60 ele participou de palestras dadas por veteranos oficiais que serviram a bordo dos submarinos nucleares russos no norte soviético, em instalações e bases secretas. As conferências algumas vezes se desviavam dos tópicos planejados e muitas histórias fascinantes eram contadas. Por exemplo, em algumas ocasiões, técnicos e operadores de sonar e aparelhos hidroacústicos “ouviram” a grandes profundidades “alvos estranhos” — como se outros submarinos estivessem caçando os soviéticos. Os perseguidores mudavam sua velocidade, que era muito mais rápid
a do que a de qualquer navio similar naquela época.
O primeiro-tenente Oleg Sokolov informou confidencialmente aos alunos que, no começo de 1960, enquanto estava em serviço em seu submarino, observou pelo periscópio a subida de um estranho objeto na água, mas não conseguiu identificá-lo por tê-lo visto através do sistema ótico do periscópio. Mikhail Gershtein também nos enviou uma interessante observação de UFO registrada pela tripulação de outro submarino nuclear soviético, em 1965, que consta no dossiê dos arquivos de G. Kolchin. Todos que observaram o incidente foram obrigados a reportar os detalhes e fornecer desenhos à Inteligência Naval e ao Escritório de Segurança. O submarino iria se encontrar com um navio no Oceano Atlântico, e como chegou ao local da reunião com meia hora de antecedência, o capitão permitiu que a tripulação subisse ao deck. Não havia outra embarcação na região e o céu estava estrelado e sem nuvens.
Então, a sentinela observou um artefato com o formato de um charuto movendo-se silenciosamente através do céu. Embora o submarino estivesse em águas internacionais, eles imaginaram que o objeto seria norte-americano e decidiram mergulhar imediatamente. Mas o radar de bordo não registrou nada e o comandante decidiu permanecer no local, na superfície. De repente, três raios saíram do UFO e os soviéticos viram algo muito incomum. O aparelho não possuía cabine e nem lemes horizontais ou verticais, e media cerca de 250 m. Os marinheiros da extinta URSS não estavam familiarizados com aquele tipo de “dirigível”, como imaginaram, pois os utilizados pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) eram muito menores. Então o UFO desceu sobre a superfície do oceano com seus holofotes ainda acesos e, a cerca de 800 m do submarino, mergulhou. O sonar registrou um estranho, intenso e breve assovio quando o UFO submergiu.
Artefatos com formato de disco
Em 26 de dezembro de 2002, o jornal russo Zhizn publicou um artigo sobre as observações soviéticas de OSNIs. O presidente da comissão de anomalias da Sociedade Geográfica da Rússia, em São Petersburgo, fez uma palestra na reunião daquele mês. A entidade estudou milhares de casos ufológicos e chegou à conclusão de que a presença alienígena na Terra é real. O presidente do órgão, Yevgeny Litvinov, lembrou que sua experiência com o tema ufológico começou quando ele era oficial naval e não levava a sério qualquer publicação relacionada ao assunto. Então, veio o inverno de 1979 e alguns incidentes movimentaram a Frota do Norte, forçando o Estado Maior Soviético a mudar sua posição. Objetos voadores não identificados visitavam uma base de submarinos em Dvina todas as semanas, durante seis meses. Os artefatos tinham o formato de disco e pairavam sobre os locais de preparação de minas, torpedos e armas nucleares. Os UFOs também sobrevoavam uma cidade militar secreta.
Enquanto o pessoal em terra observava as naves, os radares antiaéreos nada registravam. O capitão Beregovoy, chefe da Inteligência Naval daquela frota, ordenou que fossem tiradas fotografias dos objetos, mas não houve sucesso, pois o filme sofreu superexposição todas as vezes. Os soviéticos ficaram intrigados tentando descobrir o que era aquilo, e de início suspeitaram da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Mas lhes foi explicado que os adversários potenciais da extinta URSS não possuíam tal tecnologia. Para evitar pânico, os militares disseram a seu pessoal que os UFOs eram artefatos soviéticos cujos testes estavam em andamento — mas, com certeza, os superiores sabiam mais do que isso e estavam apavorados.
Então, um processo criminal foi aberto quando um fato inusitado ocorreu: quatro porcos desapareceram de uma gaiola a céu aberto. O investigador foi informado de que um objeto em formato de disco emitiu um raio azul sobre os animais, que foram erguidos e colocados a bordo da nave. O sargento encarregado confirmou o fato, e os investigadores se convenceram de que os marinheiros estavam falando a verdade. Nenhum traço do furto foi encontrado e os marinheiros estavam completamente sóbrios após o incidente. O caso foi fechado, porém eventos mais sérios aconteceram naquele inverno.
Contrariando as leis da física
A tripulação do projeto submarino 671, cujo subcomandante era Aleksei Korzhev, pertencente à classe Victor na classificação da OTAN, deparou-se com um UFO. O barco estava vindo para a base, algumas vezes subindo à superfície, outras descendo a 100 m, quando chegou um relatório informando que logo à frente estava um “avião”. O comandante ficou surpreso, pois o tempo não estava propício para voo, mas, na verdade, a 50 m do submarino se encontrava um disco prateado pairando lentamente. A tripulação olhou para o UFO, que emitiu um raio de luz que, contrariando as leis da física, não atingiu imediatamente a superfície da água, e sim desceu vagarosamente. Korzhev imediatamente ordenou uma mudança de curso. O disco ascendeu aos poucos e desapareceu entre as nuvens.
I. Litvinov disse que os soviéticos acreditavam que o objeto queria fazer uma varredura no submarino, que levava a bordo um novo armamento. Mais tarde ele participou de uma comissão especial do Estado Maior da Marinha Soviética, quando leu dúzias de relatórios sobre UFOs que chegaram através dos canais da inteligência. Um dos relatórios descreve uma nave alienígena pousando na Baía de Motovsky, localizada no Mar de Barents, onde anos mais tarde ocorreu o vazamento de um líquido radioativo. Em 1996, aproximadamente 130 submarinos atômicos com reatores descarregados estavam esperando para serem descontaminados e desativados — naquele ano, 12 barcos atômicos passaram pelo assim chamado “procedimento”: separação de parte da proa sem a descarga do núcleo.
Objetos voadores não identificados visitavam uma base de submarinos em Dvina todas as semanas, durante seis meses. Os artefatos tinham o formato de disco e pairavam sobre os locais de preparação de minas, torpedos e armas nucleares
Anos atrás, V. Krapiva ouviu o professor H. Korsakov, da Universidade de Odessa, lhe contar sobre uma conversa que teve com um amigo, oficial da Marinha Soviética que serviu na Base Naval de Sevastopol e que, em 1950, teria visto um UFO. O objeto apareceu por detrás de um cruzador, dando a impressão de ter surgido das profundezas do Mar Negro. O professor Korsakov possui uma fotografia do objeto. Felix Zigel, em meados de 1970, divulgou que sua pesquisa incluía informações sobre discos voadores entrando e saindo dos oceanos. Em sua opinião, havia três procedências para os discos voadores — as montanhosas, as oceânicas e as cósmicas. O Russian UFO Research Center [Centro de Pesquisas Ufológicas da Rússia, RURC] tem uma coleção de avistamentos destes tipos.
Relatórios e testemunhos
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br />Em agosto de 1965, uma tripulação do navio a vapor Raduga, que navegava no Mar Vermelho, observou um fenômeno incomum. A uma distância de 3.200 m, uma esfera brilhante saiu rapidamente da superfície e ficou suspensa no ar, a uma altitude de 150 m. Uma gigantesca coluna de água subiu enquanto a bola emergiu do mar e se desfez alguns momentos depois. A revista soviética Sudostroyeniye publicou um artigo de M. I. Girs, em 1997, que descreveu um incidente análogo, ocorrido no começo de 1977, a bordo do navio Tintro 2, no Oceano Atlântico.
À noite, à medida que a escuridão descia sobre o oceano, os marinheiros viram uma gigantesca “nuvem luminescente” um pouco acima do horizonte, cujo formato era quase perfeitamente redondo. No meio da nuvem observaram um ponto que se movia de forma caótica, com uma cauda. A nuvem aumentou de tamanho, enquanto a cauda daquele ponto se movimentava. Quando a primeira nuvem se dissipou, outra cresceu em seu lugar e, então, uma terceira apareceu, até que, em determinado momento, elas se sobrepuseram — as luzes eram brilhantes e assemelhavam-se à Lua, embora não tão fortes. A transmissão de rádio não foi afetada e nem as bússolas magnéticas de bordo.
O ano de 1977 foi marcado por interessantes avistamentos ufológicos. Um deles está descrito em uma carta para a Academia de Ciências Soviética. No dia 07 de julho de 1977, precisamente às 16h00, o barco a motor Nikolay Ostrovisk navegou através do Estreito de Tatarsky, vindo do porto de Vanino, direto para o cais de Providence. Trinta minutos antes da sua chegada aconteceu um episódio muito incomum. O tempo estava nublado e a visibilidade era de pouco mais de 10 m a leste do navio, a uns 300 ou 400 m, os marinheiros viram a formação de uma “nuvem”, como um paralelogramo. Uma das testemunhas, o chefe da estação do rádio de bordo O. M. Dereza enfatizou que alguém naquele veículo estava estudando e observando cuidadosamente — ele não viu ninguém na nuvem, mas de alguma forma sentiu que alguém podia ouvir e entender o idioma russo e ler seus pensamentos a distância. Ele achou que o perfeito paralelogramo de nuvens poderia ser uma espaçonave extraterrestre.
Debaixo da superfície do oceano
Alguns relatórios realmente fascinantes de avistamentos ufológicos vieram da Geórgia do Sul, perdida no meio do Oceano Antártico e uma das mais remotas regiões de nosso planeta dentro da Frente Polar. As geleiras do continente Antártico cobrem mais da metade da ilha. Capitães dos navios soviéticos relataram que uma nuvem obscura em formato de cone pairava constantemente acima do local. Havia uma foto anexada aos relatórios mostrando um disco vindo por debaixo da superfície do oceano. O objeto não se parecia nem com um míssil nem com um torpedo. Logo depois que subiu, o UFO se tornou invisível aos radares, como se estivessem cegos.
Em dezembro de 1977, não muito longe da ilha, Vasily Kiselev, tripulante de um navio pesqueiro, também viu algo extraordinário. Ascendendo verticalmente da água havia um objeto com o formato de uma rosquinha, cujo diâmetro variava entre 300 a 500 m. O UFO pairou a uma altitude de quatro ou cinco quilômetros, quando o radar da traineira imediatamente ficou inoperante. O objeto sobrevoou a área durante três horas e então desapareceu instantaneamente. Outro testemunho interessante é o de Alexander G. Globa, marinheiro do Gori, navio petroleiro. Ele foi publicado na revista Zagadki Sfinksa, em 1992. Em junho de 1984, o Gori estava no Mediterrâneo, a 36 km do Estreito de Gibraltar e Globa estava de guarda. Com ele se encontrava o vice-comandante S. Bolotov, e ambos estavam em pé, de sobreaviso na ponte do lado esquerdo, quando observaram um estranho objeto policromático que parou subitamente quando estava na popa — Bolotov ficou inquieto, agitando seu binóculo e gritando: “É um disco voador, um disco real. Corram e olhem”.
O marinheiro olhou através do binóculo e viu a uma distância acima da popa um objeto achatado que lembrava uma “frigideira de cabeça para baixo”. O UFO estava cintilando com um brilho metálico acinzentado. A parte inferior do artefato tinha um formato redondo preciso e diâmetro não superior a 20 m. Em volta da porção inferior daquilo Globa observou protuberâncias de formato ondulado no revestimento externo. A base do aparelho consistia de dois semidiscos, sendo que o menor estava posicionado no topo. Ambos giravam devagar e em direções opostas. Na circunferência do disco inferior Globa viu numerosas luzes resplandecentes, similares a um colar de contas, mas a atenção dos marinheiros estava dirigida à porção inferior do UFO, que era completamente uniforme e lisa, da cor de gema de ovo, em cujo meio havia uma mancha redonda parecendo um núcleo.
Cintilando aos raios do Sol
Na borda inferior do objeto submarino não identificado havia algo parecido com um cachimbo, e a parte superior do disco do meio era coroada por algo como um triângulo, que aparentemente se movia na direção do disco inferior, mas em um ritmo bem mais lento. Subitamente, o UFO movimentou-se várias vezes, como se movido por uma onda invisível. Muitas luzes iluminaram sua parte inferior e a tripulação do Gori tentou atrair a atenção do objeto utilizando um projetor de sinais. Naquele momento, o capitão Sokolovsky estava no deck com seus homens, e junto de seu segundo comandante olhavam o objeto fixamente. Mas a atenção do UFO foi atraída por outro navio que se aproximava do porto, um cargueiro árabe a caminho da Grécia — os árabes confirmaram que o objeto pairou sobre a embarcação. Um minuto e meio depois, o disco mudou sua trajetória de voo, virou à direita, ganhou velocidade e ascendeu rapidamente.
Os marinheiros soviéticos observaram que, ao subir, o objeto aparecia e desaparecia através das nuvens e cintilava aos raios do Sol, até que finalmente brilhou como uma faísca e sumiu instantaneamente. K. Yerokhin lembra o artigo publicado no jornal soviético Nedelya, em 1977. Nele, cientistas a bordo do navio Vladimir Vorobyev relataram um ponto branco luminoso em volta do barco, a uma profundidade de 170 m. Seu raio era de aproximadamente 200 m e girava em sentido anti-horário, dividido em oito partes. O sonar registrou a presença de algo 20 m sob a quilha. A luz moveu-se como se fosse uma onda no formato de oito raios curvos e rotatórios, como as lâminas de uma turbina.
O jornal Krasnaya Zvezda, porta-voz impresso das Forças Armadas Soviéticas, publicou uma curiosa report
agem em seu número de 23 de outubro de 1985. O avistamento aconteceu nas regiões polares soviéticas, onde marinheiros relataram um objeto brilhante e amarelado baixo no horizonte, do tamanho de uma moeda. Três outros objetos similares pairavam a igual distância do primeiro. Um tenente vindo do seu posto de observação também notou os objetos e enfatizou que não eram helicópteros.
Não eram ilusões de ótica
Os anos passaram e as políticas de Gorbachev mudaram o imenso país. Antes da queda da URSS, um oficial naval soviético publicou um artigo sobre observações militares de UFOs. Como muitos outros militares, Nikolay Dyomin não considerava que objetos voadores não identificados fossem ilusão de ótica, e as naves vistas eram os mesmos discos, bolas e raios observados através dos tempos em outras partes do mundo, mas registrados com a precisão e imparcialidade de um relatório militar. Frequentemente, os observadores navais utilizaram recursos técnicos especiais — em alguns casos os objetos eram observados e registrados de diferentes pontos em sua dinâmica de voo. Os avistamentos, checagens e verificações feitos pelos oficiais de meteorologia da frota soviética estabeleceram que os artefatos vistos não eram resultado de atividade humana ou ilusões de ótica.
A revista Ya, da Estônia, publicou um artigo que incluía o avistamento de Dyomin sobre uma cidade daquele país. É importante mencionar que a Marinha Soviética guardou cuidadosamente seus segredos e acatou abertamente aqueles cujas visões de UFOs ou de objetos submersíveis não identificados foram anunciadas no passado. Tal reação, como a opinião do contra-almirante M. Rudnitsky, foi publicada na revista Tekhnika Molodezh, de 1972. O oficial naval soviético usou vários argumentos, incluindo o de que, se seres inteligentes residissem debaixo d’água durante milhões de anos, indubitavelmente teriam tentado se comunicar com os humanos. Mas, para ele, até hoje tais tentativas não foram registradas na história.
Yerokhin, entretanto, não considera que as misteriosas florescências observadas no mar possam ser tentativas de se estabelecer comunicação entre civilizações subaquáticas e nós. Porém, tais fenômenos não podem ser simplesmente negados. O livro de Nikolay Nepomnyaschy, Iz Sekretnikh Arkhivov Razvedok Mira [Dos Secretos Arquivos do Mundo, Moscou, 1998], menciona o grande interesse dos soviéticos, em 1960, por um objeto submerso bombardeado pela Marinha Argentina, mesmo que a tentativa de capturar o OSNI tenha acabado em fiasco.
O objeto mergulhou na água
No dia 28 de agosto de 1989, um avistamento muito interessante ocorreu na Península de Kola, que foi relatado no jornal da Marinha Soviética Flag Rodini, publicado em Sevastopol. A edição de 11 de novembro de 1990 relatou que o barco de pesquisa científica Akademik Aleksey Krilov estava a cerca de 8.000 m da península, quando sua tripulação observou um UFO por cerca de quatro minutos. O objeto era como uma “nuvem luminescente”, dentro da qual havia algo piscando. O aparelho se moveu alto no céu, com a rapidez de um avião, e subitamente algo tremeluzente saiu de seu interior e desapareceu a uma considerável distância dele — o disco voador teve uma explosão e emissão de gases, o que voltou a ocorrer alguns segundos mais tarde.
Outro artigo sobre aparições nesta mesma área foi publicado no jornal Zhizn, escrito por Grigory Telnov. Ele relatou que durante os anos 80 um grande número de objetos não identificados saindo da água foi visto nos mares do norte da União Soviética. Ufólogos analisaram tais avistamentos, obtidos de várias fontes, e concluíram que somente durante o período de 1980 e 1981, residentes da Península de Kola observaram naves saindo das águas 36 vezes. No fim de 1982, durante exercícios navais na Crimeia, um alvo não identificado foi visto sobre Balaklava. Testemunhas se lembram de um objeto movendo-se à altitude de um helicóptero com um “nariz muito fino” e faíscas saindo de sua cauda. Jatos interceptadores foram enviados, mas o objeto mergulhou na água quando eles se aproximaram — os navios da Marinha Soviética não puderam detectá-lo enquanto submerso.
Avistamentos fascinantes foram relatados também nas ilhas Kuril. N. S. Krokhmalev descreveu o primeiro deles em um artigo publicado no jornal russo Chetvertoye Izmereniye i NLO [Edição 06, de 1997]. Em agosto de 1982, Krokhmalev estava a bordo do navio Nikolai Boshnyak, na área da Ilha de Shikotan, e a embarcação se dirigia ao Estreito de Yekaterina, entre as ilhas de Iturup e Kunashir. O comandante convidou a tripulação a observar um interessante fenômeno, uma elipse com contornos claramente delineados que apareceu na superfície em volta do navio. A luminescência assemelhava-se à de um aparelho de TV. Eles estimaram o tamanho da luz em 125 m de comprimento por 74 m de largura. Nenhum som, exceto o do navio, podia ser ouvido. Um círculo na superfície do mar acompanhou o barco por duas horas, e então desapareceu subitamente.
A velocidade do barco era lenta na ocasião, e nenhum aparelho a bordo registrou algo incomum. Krokhmalev experimentou sentimentos de depressão e perplexidade depois do avistamento. Outro caso ocorreu em julho de 1983, a 3.200 m da Ilha de Shikotan, em uma manhã de verão. Zenith, um barco pesqueiro da Ilha Sakhalin, estava estacionado e esperava pela atracação para descarregar a carga a bordo. Seis tripulantes se encontravam no deck, o Sol ainda não tinha aparecido e a neblina da manhã cobria o horizonte. De repente, eles avistaram uma esfera alaranjada movendo-se devagar de norte para sul, e desaparecendo como se tivesse sido desligada. A esfera era 10 vezes maior do que a Lua. O mar estava calmo e o nevoeiro, leve. A esfera se moveu baixo no horizonte entre a Shikotan e o barco — ela parecia um disco avermelhado, como o Sol ao amanhecer. Este relatório veio de V. P. Krilosov e pode ser encontrado nos arquivos de A. Golts.
Os sistemas eletrônicos pifaram
Cinco anos se passaram e outro evento aconteceu no mesmo local. O jornal Priroda i Anomalniye Yavleniya publicou artigo em sua edição de 1990 sobre um avistamento datado de outubro de 1988. Às 21h00, o porta-aviões soviético Novorossiysk efetuava exercícios de treinamento, quando a tripulação viu um gigantesco corpo com contornos vagos levantando-se por detrás da ilha, com 36 luzes localizadas geometricamente por todo o objeto. Quando o UFO subiu, todos os sistemas
eletrônicos a bordo pararam de funcionar. Os motores a diesel morreram e até mesmo a estação de rádio portátil, operada à bateria, pifou. Uma embarcação de última geração e equipada com os modernos aparelhos eletrônicos se transformou em um monte de metal. A tripulação estava completamente indefesa. Cerca de um minuto mais tarde os sistemas a bordo voltaram a funcionar, um após o outro, e o radar não registrou qualquer objeto. Um helicóptero K-27 foi enviado na direção do UFO, mas este se afastou a grande velocidade. Todo o incidente durou 15 minutos e foi observado também pelos pescadores da ilha.
Frequentemente, observadores navais utilizam recursos técnicos especiais, pois em alguns casos os UFOs são registrados de diferentes pontos em sua dinâmica de voo. Avistamentos são checados pelos oficiais de meteorologia da frota soviética
Em 02 de agosto de 1989, outro avistamento ocorreu e foi relatado no jornal Tikhookeanskaya Gazeta, em sua edição de 21 de outubro daquele ano. O registro veio do capitão do petroleiro soviético Volgoneft 161, O. I. Zimakov. O UFO estava localizado na parte norte do céu, a 35 graus no horizonte. Era uma esfera de cor clara amarela e havia uma espécie de luminescência à sua volta, como a Lua. O objeto se moveu na direção nordeste, subindo no horizonte, e os presentes observaram-no por cinco minutos, até que desapareceu. A revista NLO publicou uma carta em sua edição número 12, de 1997, relatando outro caso insólito. Seu autor, Nikolay Sapkov, da cidade de Pskov, descreveu um episódio interessante, ocorrido quando serviu a bordo de um barco da Marinha — seu objetivo era reaver torpedos soviéticos que não explodiram após terem atingido seus alvos durante testes no mar — os torpedos poderiam flutuar até 48 horas, quando então afundariam.
Um representante do governo estava com Sapkov e toda a tripulação do navio, enquanto este caçava torpedos recentemente perdidos, localizados horas mais tarde. Mas um dos projéteis, do tipo Golfinho, não estava facilmente visível, e então o comandante virou seu barco na sua direção e para lá foi. De repente, das nuvens surgiu uma nave com formato de um sino, que pairou sobre o torpedo. O diâmetro do UFO era de 15 a 20 m, e ele desceu bem lentamente a uma altitude de cinco metros sobre o projétil — uma voz, saindo de algum lugar no céu, disse em claro idioma russo que nada de mal aconteceria a eles e que todos deveriam permanecer onde estavam. Então, uma “plataforma” redonda saiu da base da espaçonave e atraiu o torpedo para si, como um magneto.
Incontáveis segredos russos
O técnico de sonar do navio correu com uma câmera em suas mãos, ávido por tirar fotografias. Mas um raio vermelho fino saiu da nave e o atingiu na cabeça, fazendo-o cair. A voz incomum, autoritária e ao mesmo tempo gentil, disse aos marinheiros para permanecerem onde estavam. O UFO então desapareceu com o torpedo, voando para longe e a grande velocidade. Duas horas depois, o objeto reapareceu e pairou sobre o deck do barco de resgate. O torpedo veio descendo da base do UFO e foi colocado sobre a embarcação soviética, e então a nave tornou a desaparecer — quando os marinheiros retornaram à base, assinaram um documento dizendo que não revelariam o incidente a ninguém. O que seria aquele “sino”? Um UFO, um OSNI ou um aparelho espião norte-americano? Algo muito incomum aconteceu nas águas do Mar do Norte, em 1993.
O caso foi relatado na edição 02 da revista NLO, em artigo intitulado Incríveis Submarinos Russos. Em 06 de fevereiro daquele ano, durante uma poderosa tempestade, um esquadrão da OTAN encontrou três destroiers dos Estados Unidos. Os norte-americanos enviaram um sinal de rádio avisando que os navios da frota do Tratado do Atlântico Norte não deveriam se aproximar mais do que 4.800 m e então permaneceram à deriva. Logo, 16 objetos voadores de cor âmbar apareceram sobre as embarcações da OTAN, pairaram por alguns minutos e partiram em grande velocidade. Uma semana mais tarde, surgiu uma reportagem dizendo que um dos destroiers desaparecera, e começou uma busca conjunta para procurá-lo, que incluiu navios da Rússia. Em 15 de abril, uma embarcação russa reportou ter registrado um objeto subaquático não identificado na área, cuja velocidade aproximada era de 60 nós e seu tamanho era de 210 por 120 m. O barco norte-americano nunca foi encontrado.
Outro curioso incidente é mencionado no livro de Nikolay Nepomnyaschy, Stranniki Vselennoy [Viajantes do Universo, Moscou, 1996]. O acadêmico E. Shnyuyukov relembra uma expedição que aconteceu no início de 1900, no Mar Negro, quando estava a bordo do navio de pesquisa científica Mikhail Lomonosov. Um objeto submersível não identificado foi localizado entre 1.400 e 1.800 m de profundidade. Seu tamanho era enorme, dois ou três quilômetros, e seu formato elíptico — o sonar registrou o misterioso artefato como uma densa nuvem de 270 m de espessura, mas as análises da água tomada na área não apontaram nenhuma anomalia hidroquímica. Eis um detalhe fascinante: os instrumentos russos que protegiam os barômetros contra um impacto com o solo começaram a funcionar imediatamente, registrando o objeto.
Nenhum avião estava no ar
Alguns eventos recentes na área do Mar Cáspio também chamam a atenção, em especial um que aconteceu em 1997. A fonte dessa história é o jornal Perekrestok Kentavra. Às 22h00 de 21 de julho de 1997, um objeto voador não identificado caiu no Mar Cáspio, e o capitão do rebocador Schukin enviou imediatamente uma mensagem aos serviços de resgate da Marinha. A população observou um objeto escuro com um formato de helicóptero saindo da costa. Então o objeto mudou a trajetória de seu voo e caiu no mar. Uma explosão seguiu-se, causando a subida de um gigantesco pilar de água. Civis e militares baseados em terra, além de serviços de busca e resgate alegaram que nenhum avião estava no ar no momento da explosão.
Os capitães dos navios na região receberam ordens de se dirigirem imediatamente para onde a alegada queda teria acontecido. Barcos russos de patrulha logo se juntaram ao rebocador, mas não encontraram traços do que quer que fosse. O mar estava ficando tempestuoso e os mergulhadores não puderam trabalhar debaixo d’água, pois a profundidade ali era de 20 m. Dois meteorologistas de plantão naquela noite, não longe do lugar da queda, estavam estacionados na Ilha Tyulenny e não viram qualquer artefato caindo do céu. Os controladores de voo do aeroporto de Makhachkala enfatizaram que na hora da alegada queda havia apenas dois helicópteros Mi 8 no céu, mas ambos estavam voando longe e chegaram a salvo nas suas bases. Nem os militares nem a FSB, herdeira russa da extinta KGB, tinham qualquer informação so
bre o UFO e ambas as entidades negaram quaisquer testes secretos na região. O centro de comunicação das tropas da fronteira emitiu um comunicado à imprensa declarando que o objeto voador não identificado não podia ser um avião ou helicóptero — todos os voos sobre a área estavam sendo controlados.
Esse objeto seria uma miragem? O cientista russo A. Yakovlev pensa que sim. Mas, como foi registrado por A. L. Kulsky, em seu livro Prizraki Istorii [Fantasmas da História, Mir, 1996], miragens não são acompanhadas de efeitos sonoros nem levantam pilares de água. Alex B. Blinov, cientista que liderou uma expedição ao Ártico em agosto de 1995, relatou um episódio em seu artigo publicado no jornal Anomaliya, na edição 04, de 1996. No dia 13 de agosto de 1995, às 20h00, Blinov observou a 100 m um objeto subaquático brilhante que se moveu em direção ao seu navio Yakov Smirnitsky.
Sem influência psicofísica
Outro cientista se juntou a ele e chamou a sua atenção para o estranho elemento. De início, Blinov pensou que estivesse vendo uma baleia, mas, mais tarde, quando o observaram de perto, foi vista uma mancha luminosa florescente com aproximadamente três metros de diâmetro e velocidade muito lenta para ser um cetáceo. O objeto se aproximou do navio russo, posicionou-se debaixo do casco e 15 segundos mais tarde subiu do outro lado — Blinov acredita que o objeto definitivamente não era de origem natural, porque se movia vertical e perpendicularmente à corrente.
Não houve influência psicofísica ou elétrica, e nem nos humanos ou nas gaivotas que voavam acima da superfície do mar e nas vizinhanças do objeto. Com certeza, algumas das observações são segredos soviéticos ou das forças militares ocidentais. Outros avistamentos podem estar relacionados a fenômenos naturais desconhecidos ou a erros de identificação de animais marinhos conhecidos, mas há um número de casos que não parecem se encaixar em nenhuma dessas explicações e nos deixam estarrecidos acerca de sua natureza e origem. Nesse assunto uma coisa é certa, tais avistamentos em nossos arquivos são sem dúvida a ponta do iceberg.