Acabo de chegar de um ciclo muito proveitoso de viagens internacionais. Neste ano fiz inúmeras viagens, todas para realizar palestras e contatos com ufólogos, testemunhas e autoridades de vários países. Fui ao México, Estados Unidos, Itália, San Marino, Portugal e Chile. E agora, em novembro, fiz palestras na Argentina e no Uruguai, nações onde busquei estabelecer, como sempre, uma aproximação das comunidades ufológicas locais com a Ufologia Brasileira, tal como fiz no Chile, em maio.
Na Argentina fiz palestra precisamente na área de maior incidência ufológica do país, o Cerro Uritorco, a 100 km de Córdoba, uma espécie de “Serra da Beleza argentina”. Lá, sondas e UFOs são observados em regime freqüente e muitas vezes em plena luz do dia, e é na pequena Capilla del Monte, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes da região, onde o Centro de Estudios Ovniológicos (CIO) estabeleceu sua sede. Fui convidado de seu presidente, “don” Jorge Suarez e sua esposa Luz Mary, que comandam um pequeno, mas ativo grupo de pesquisadores na região.
O evento de Capilla foi o 13º Congresso Internacional de Ovnilogia [Veja galeria de fotos, clicando aqui], ocorrido de 05 a 07 de novembro, que reuniu personalidades de vários países, como os argentinos Carlos Iurchuk, Mario Gorosterrazú e Oscar Raúl Mendoza, o canadense Alfred L. Webre (considerado o líder mundial da chamada Exopolítica) e os peruanos Ricardo González, Grethel Mendizabal e Julio Chamorro, comandante da Oficina de Investigaciones de Fenómenos Aéreos Anómalos (OIFFA). Oficina significa escritório em espanhol. A OIFFA é o grupo oficial de pesquisas ufológicas instalado no quartel-general da Força Aérea do Peru (FAP).
De lá fui ao Uruguai e participei do I Congresso Internacional de Pesquisa de Fenômenos Aeroespaciais e Terrestres [Galeria de fotos, clique aqui], de 12 a 14 de novembro, o primeiro grande evento de Ufologia do país e o primeiro do mundo – de que se tem conhecimento – a ser apoiado oficialmente pela força aérea de um país. Nesta ocasião também estiveram reunidas personalidades de várias nacionalidades, como o chileno Rodrigo Fuenzalida, as argentinas Silvia e Andrea Simondini e um elenco de estrelas da Ufologia Uruguaia, incluindo Daniel Silvera, Carlos Rodriguez e Ariel Sanchez, coronel da Força Aérea Uruguaia (FAU).
Fiquei um dia a mais em Montevidéu com o propósito exclusivo de seguir minha agenda de aproximar a Ufologia dos diversos países do continente, como fiz antes no Chile e Argentina. E lá entrevistei longamente o coronel Ariel Sanchez, navegador e controlador de vôo que é comandante da Comissão Receptadora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não Identificados (CRIDOVNI). A entidade é um dos poucos órgãos oficiais do mundo dedicados à pesquisa ufológica. A longa entrevista será publicada em breve na UFO.
Por incrível que pareça, a Ufologia é praticada oficialmente no Uruguai, desde 1979, através da CRIDOVNI, assim como se faz no Peru com a OIFAA, desde 2001, e no Chile com o Centro de Estudios de Fenómenos Aéreos Anómalos (CEFAA), desde 1997. Todos são países bem menores do que o Brasil e, no entanto, têm órgãos oficiais de pesquisa ufológica. Conheci todos a fundo, assim como seus integrantes e líderes. E o que temos que buscar no Brasil, agora que o Governo liberou seus arquivos secretos, é uma entidade semelhante, que seja oficial e mantida com recursos do Estado, e composta por ufólogos civis e militares. Se o Uruguai, o Chile e o Peru têm algo assim, porque não o Brasil?
Esta, aliás, é a proposta central da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, que lançamos em 2004 através da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). Ela é vitoriosa, como se sabe, e fez o com que o Governo Federal abrisse seus documentos ufológicos secretos de 1950 a 2009, e declarar oficialmente que há registros de observações de UFOs no Brasil. Mas, apesar da desclassificação, o que nos falta é esta referida comissão, prometida, entre outros, pelo próprio brigadeiro Luis Carlos da Silva Bueno, ex-comandante da Aeronáutica, em maio de 2005. Este deve ser nosso objetivo primordial em 2011, e para alcançá-lo precisaremos muito contar com o apoio de toda a Comunidade Ufológica Brasileira.
Voltando ao Uruguai, quero dizer que fiquei surpreso ao ver como trabalha a CRIDOVNI, e regressei cheio de idéias. Não há segredo sobre suas atividades naquele país e a população sabe da existência e como funciona o órgão, que é oficial porque foi criado através de determinação governamental dentro da Força Aérea Uruguaia (FAU). Os membros da CRIDOVNI são de fato ufólogos profissionais, pois têm seus salários pagos pela FAU. Eles servem à arma em atividades regulares e usam parte do tempo de serviço para a pesquisa ufológica, estando de plantão para qualquer chamado.
A CRIDOVNI tem escritórios dentro das instalações da FAU e conta com assistência de laboratórios, universidades, centros diversos etc espalhados pelo país, para seus trabalhos. Todos estes institutos se sentem honrados em colaborar com o órgão. No domingo, dia 14, conversei longamente com o tenente Daniel Silvera, secretário da entidade, que me contou detalhes de sua fundação e funcionamento. Silvera disse que, assim como os demais, pode receber ligações a qualquer instante de qualquer parte do país de alguém relatando um UFO. Daí segue-se uma rotina que todos têm como parte de suas vidas há anos: a coordenação da CRIDOVNI se reúne e decide quem vai atender ao chamado, e para lá vai a equipe convocada, fardada e com carro da Aeronáutica, câmeras, equipamentos etc.
Os integrantes do órgão chegam ao local do fato, falam com as testemunhas, levantam todos os dados, recolhem amostras e evidências (se existirem), e voltam à capital para que tenha início a investigação, seguindo um rigoroso padrão metodológico. Eles são meticulosos e detalhistas, e todos têm formação profissional técnica. Uns são engenheiros, outros químicos, outros psicólogos etc. Aplicam à exaustão o método de investigação científica, que, inclusive, já exportaram para outros países, como o Peru, onde a OIFAA os emprega (e por falar nisso, também estou entrevistando o comandante deste órgão, meu amigo coronel Julio Chamorro, que também está fazendo sensacionais revelações).
Militares como Ariel e o Daniel, no Uruguai, entre outros tantos membros da CRIDOVNI, sempre de plantão para qualquer acontecimento com UFOs, são “os verdadeiros Mulder e Scully”, e os casos ufológicos que investigam são “os legítimos Arquivos X”. Foi uma emoção muito grande saber como funciona sua estrutura. E de pensar que o Brasil fez isso num nível idêntico em 1969, com o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), em São Paulo. Sim, o SIOANI era exatamente como a CRIDOVNI, mas surgiu pelo menos 10 anos antes e era muito maior, evidentemente devido ao tamanho continental de nosso país.
No ano que se iniciará dentro de algumas semanas temos muitas atividades para desenvolver, paralelas às nossas pesquisas habituais e ao trabalho de ampla e irrestrita difusão da verdade sobre a presença alienígena na Terra, através da Revista UFO e do Portal da Ufologia Brasileira. Mas, além de tudo isso, creio que a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) deva aumentar substancialmente a pressão (ordeira e legal) sobre a nova administração do Governo Federal, inclusive aplicando novas estratégias para que a tímida abertura ufológica iniciada tenha mais êxito e que a tão sonhada comissão mista de pesquisas ufológicas oficiais seja criada.