O astrônomo soviético Nikolai Kardashev e depois o físico norte-americano Freeman Dyson criaram um sistema que ficou conhecido como Esquema de Classificação Kardashev, utilizado para classificar possíveis civilizações extraterrestres com base na maneira como elas produzem, consomem e reciclam a energia necessária para sobreviverem. O sistema tem quatro tipos básicos, dois hipotéticos e dois fictícios.
• Civilizações do Tipo 0 São aquelas que ainda utilizam métodos primitivos de produção de energia, baseados na queima de combustíveis fósseis, nucleares e alternativos, com comprometimento do meio ambiente. Ainda mantêm estruturas segmentadas de cultura, religião e política, e não conseguiram se livrar de seus conflitos raciais, preconceitos e guerras. Podem estar na iminência de se autodestruir, antes de atingir uma situação Tipo I. A Terra é um exemplo clássico desta categoria.
• Civilizações do Tipo 1 São as que dominaram as formas energéticas de seu planeta natal e têm a capacidade de modificar seu clima, minerar seus oceanos ou extrair energia diretamente do núcleo de seus mundos. As necessidades de uma raça desse tipo seriam tão grandes que precisariam utilizar recursos energéticos de todo o seu globo. A utilização e gerenciamento de recursos nessa escala requerem sofisticado grau de cooperação e comunicação entre seus habitantes. Isso significa que tal tipo de civilização já pode ser chamada de planetária, e a maior parte de seus conflitos raciais, disputas religiosas, preconceitos etc deve estar eliminada.
• Civilizações do Tipo 2 Teriam esgotado os recursos energéticos de seus planetas devido à sua grande demanda. Por isso, passaram a dominar a energia de sua estrela principal para obter o que necessitam. Dyson especula que, construindo uma gigantesca esfera em torno das estrelas que orbitam, civilizações desse tipo poderiam utilizar sua produção total de energia. Também poderiam ter iniciado a exploração e colonização de sistemas estelares próximos.
• Civilizações do Tipo 3 São manipuladoras de espantosa quantidade de energia e teriam esgotado a produção de uma única estrela, estando agora em busca de sistemas e aglomerados estelares por todo o universo para suprirem sua magnífica demanda. São assim candidatas a entrar na classificação de civilizações galácticas. Inclusive, poderiam abandonar seus mundos para viverem em outros sistemas planetários, talvez, se necessário, transformando-o em ambientes adequados.
Para se ter uma idéia, a famosa Federação dos Planetas, descrita na série de TV Jornada nas Estrelas, é composta de civilizações do Tipo II, a dos tecnológicos Borgs e dos misteriosos Qs. O planeta Terra possui atualmente uma civilização Tipo 0 em vias de se tornar uma de Tipo I, isso se sobrevivermos a nós mesmos.