Até alguns anos atrás, o Ocidente muito pouco sabia sobre a manifestação de UFOs na China, país que tem um quarto da população da Terra. Mesmo assim, as raras informações que nos chegavam eram sempre “filtradas” e passadas ao resto do mundo através do Japão, por intermédio de seus esforçados ufólogos. Lá, na China, assim como em vários países orientais ou componentes da chamada “Cortina de Ferro”, não é comum referir-se aos UFOs dessa forma, mas sim como “objetos misteriosos”. Em russo, por exemplo, os UFOs são chamados de “njeobjasnimi Ijetutsschij objekt”; em japonês, de “sora tobu emban” e, em chinês, de “fei ti eh”.
Um artigo do correspondente chinês da agência noticiosa Associated Press, publicado em jornais de todo o mundo na data de 14 de julho de 1947, chamou a atenção de todo o planeta Terra para o fato de que também no misterioso e milenar Oriente se fala em UFOs – à sua moda, é claro. A AP publicou matéria sobre um “enorme prato que emitia raios em todas as direções e deslumbrava a todos que o observaram nas proximidades do Palácio de Verão de Pequim”. A matéria constituiu, efetivamente, a única notícia de primeira-mão sobre a situação da Ufologia Chinesa. Porém, desde a Revolução no país, em 1949, a “Cortina de Bambu” isolou completamente a China Popular do Ocidente, afastando-a do conhecimento mundial, o que ocorreu também para assuntos ufológicos.
UFOs e Mao Tsé – Um silêncio absoluto, como nunca houve em nenhum outro país do mundo, perdurou na República Popular Chinesa por todos os anos em que Mao Tse Tung estava no poder. Os UFOs, especialmente no período da Revolução Cultural eram algo de que não se falava, não se escrevia, enfim, algo que não existia. Se, por acaso, um chinês comum falasse publicamente ou escrevesse alguma coisa relacionada aos UFOs, correria um risco imediato e sumário de ser taxado de contra-revolucionário isso significaria, em resumo, ser impatriótica e contra o sistema totalitarista recém implantado.
Foi de maneira bastante sacrificada que ufólogos chineses, após consideráveis esforços, conseguiram fazer chegar ao Japão duas fotos de UFOs – por um longo tempo, as únicas fotos ufológicas chinesas conhecidas no resto do mundo – tiradas nas vizinhanças de Kaifeng, na província de Hounang, na manhã de 28 de outubro de 61. As fotos foram obtidas pelo jovem engenheiro Chang Ching Lai e, nelas, o UFO – que também foi observado por várias pessoas nas redondezas, por aproximadamente 7 minutos – fazia evoluções rápidas e, de vez em quando, permanecia imóvel por alguns instantes, voltando a desenvolver movimentos lentos até desaparecer. Parece que as fotos foram retiradas do país através de um mercador chinês que vivia no vizinho Japão e, na época, encontrava-se era visita à China. Posteriormente, as fotos foram publicadas na revista japonesa “CBA International”, editada há muitos pela organização dc pesquisas de mesmo nome.
Após longo período, outra foto chinesa, desta vez tirada entre 1941 e 1942 (a data ainda não foi devidamente checada) sobre a cidade de Tientsin, foi recentemente publicada pela renomada organização norte-americana de pesquisas ICUFON (Intercontinental UFO Reseaerch Network), que a recebeu do Japão (Editor: A ICUFON é representada no Brasil pelos ufólogos Irene Granchi e A.J. Gevaerd). Segundo seu diretor, Colman VonKeviczky, a foto foi descoberta por um estudante do distrito de Gunma, acidentalmente, entre as carias de seu pai. Nesta época, houve um comentário de que este mesmo objeto teria sido observado por uma tropa do Exército dc Libertação Comunista, que na ocasião estava em manobras na região.
UFOs em Hong Kong – Uma das fontes das quais o Ocidente se servia para obter informações sobre UFOs na China eram documentos sigilosos, até recentemente resguardados do conhecimento público por segredos militares. Porém, esses documentos já foram desclassificados (Editor: Liberados, do termo militar inglês “declassied”) pela CIA, pelo DIA – o poderoso Departamento de Inteligência dos LUA – e pelo Departamento de Estado exemplo, vários relatórios dos serviços de informações de bases da Forca Aérea dos EUA, estacionadas em Hong Kong, que registram e descrevem uma série de avistamentos ufológicos, ocorridos entre 1958 e 1960, nas províncias de Sinkiang, Heilung Kiang e Arsalan. Nesta última região, onde vive a minoria étnica dos Kazhaki, testemunhas contam que viram “uma esfera vermelha, com as dimensões de uma estrela grande, sobrevoar a cidade de Kuldja”. Ainda, segundo o relato dos populares, “a estrela, cada vez que mudava de direção, ficava parda por dois minutos, mais ou menos, mas não tinha halo ou cauda e nem emitia som”.
Outra estrela foi avistada sobrevoando o aeroporto da cidade. Enquanto isso, ura camponês kazhako informa a observação de “uma luz estranha, também vermelha, em forma de estrela, sobrevoando os arredores de uma vila”. Dois dias depois, o mesmo camponês informou que outro colega seu, segundo sua própria descrição, “tinha encontrado um objeto entre as moitas, que acreditava ser a mesma luz misteriosa observada sobre Arsalan”. Segundo se sabe, o objeto encontrado pelo kazhako foi levado à uma fábrica do governo instalada nas redondezas. Lá – o relato continua descrevendo – outras pessoas puderam observar “uma estranha caixa aberta de metal, com lâminas de latão, de 40 centímetros de largura, 20 de altura e 20 de comprimento”, segundo narrou um dos que tiveram a chance de se aproximar do objeto. Seriam os restos de um satélite artificial?
Cartas Reveladoras – Outras informações sobre atividades de UFOs na China vinham, de vez em quando, do Japão ou de Hong Kong. Como exemplo, podemos citar a carta escrita pelo líder Wu Chiyuan e recebida no Japão, anos passados, por um órgão de pesquisas ufológicas. A carta dizia: “Na época, eu era membro de um esquadrão de Tropas de Construção Nacional e, durante uma manobra, fui testemunha do avistamento de um objeto muito grande em forma de disco, de cor alaranjada. Ficamos todos surpresos. O objeto desceu como um avião, quase colidindo com o solo, num ângulo de 90 graus. Não ouvíamos som algum e, um minuto depois, ele se elevou no céu até desaparecer” (Editor: Até há bem pouco tempo atrás, os únicos meios pelos quais os chineses poderiam atingir o Ocidente eram cartas enviadas a veículos de comunicação da Europa e EUA, por isso o autor descreve algumas dessas cartas, consideradas altamente valiosas).
Uma série de refugiados chineses, abrigados em Hong Kong, relatou a um jornalista de um diário local, “South Morning Post”, uma boa quantidade de ocorrências ufológicas. Segundo o jornalista, não há nenhuma razão para se pensar que os refugiados estejam mentindo, pois nada têm a ganhar. O mesmo jornalista citava também um oficial da Polícia de Hong Kong que havia ouvido “uma meia dúzia de importantes moradores da cidade dizere
m que os UFOs seriam um grande problema para o governo de Pequim” Segundo o policial, alguns tinham dito que “as autoridades militares estavam interessadas nos UFOs, mais do que em qualquer outra coisa”.
Uma outra carta chinesa foi recebida pela revista ufológica norte-americana “Flying Saucers”, editada pelo veterano Ray Palmer, em 1963. Seu texto dizia o seguinte: “Sou membro de uma entidade que, em seu país, é conhecida como clube de discos voadores e gostaria de dizer ao povo americano que, também em nosso país, temos visto vários UFOs. Mas, nós os reconhecemos – os pilotos destas naves – como amigos, ao contrário da maneira como vocês, americanos, o fazem. Não sabemos o que eles são, mas temos certeza de que existem; aliás, o governo também sabe disso. Mas, nós aproveitamos a oportunidade de explorar este assunto para combater nossos opressores, do melhor modo que podemos. E o nosso jeito de “acobertar” as nossas atividades. Por isso somos perseguidos; no meu caso, especialmente, foi um desastre. “Estou vivo, meus amigos, que antes pertenciam ao mesmo grupo de estudos que eu participo, foram assassinados pelo governo tirano de nosso país, que nos considera traidores”.
Observações em Toda a Ásia – Em 1968, o diário malásio publicado em língua chinesa “Malaya T\’ung Pao” publicou a notícia de um avistamento local, descrevendo o fenômeno de tal forma que o ufólogo e lingüista inglês -, Gordon Creightort, definiu-o como “a versão chinesa do termo em inglês UFO”. Traduzindo a definição do T\’ung Pao, “laili pu-ming-ti f ei-hsing wu-t\’i” significaria, no dialeto local, “o objeto voador de proveniência não clara”. Com efeito, os UFOs eram vistos também na China – e não se acanhavam em violar o espaço aéreo da própria capital, afrontosamente. Numa noite de verão de 1965, por exemplo, na movimentada rua de Chong Wen, em pleno centro de Beijing, surgiu uma luz repentina, bem acima das cabeças dos transeuntes. A luz foi seguida por um outro ponto luminoso e, para surpresa dos operários que trabalhavam no local, no turno da noite, os dois objetos brincaram de perseguir-se e mudavam continuamente de direção. Muitas pessoas que estavam tomando um ar fresco na rua também observaram o fenômeno e, segundo o serviço de aviação local, não podiam ser dois aviões, pois era proibido sobrevoar a capital.
Já no outono de 1967, em plena noite, um objeto redondo apareceu no céu da periferia de Pequim. Tinha cor vermelha escura, era grande como duas casas e apresentava forma luminosa. Foi observado as duas da manhã pelo sentinela Dong Guarei, enquanto se deslocava numa grande velocidade, de sul ao norte. De tempos em tempos, se detinha por alguns instantes no céu, mas desapareceu à grande distância, cerca de 15 minutos depois. Dois técnicos da publicação “Ciência Chinesa” também foram testemunhas do avistamento. Esses e outros avistamentos que chegavam das províncias, levaram o governo chinês a formar, nos anos 70, um grupo de estudo acadêmico para examinar a questão ufológica.
O Governo Pesquisa – O primeiro sinal de que as coisas estavam para mudar no destino da Ufologia Chinesa – surgido devido ao desaparecimento do chamado “Grande Timoneiro” e à derrota do “Bando dos Quatro”, que foi um trabalho da facção de direita do Partido Comunista Chinês – veio através do principal jornal chinês, o “Diário do Povo”, que em 13 de novembro de 1978 publicou na sexta página (seção de notícias internacionais) um artigo denominado “UFO: Mistério que incomoda o mundo”. O artigo, inédito no país neste gênero, teve rubrica de um membro da Academia Chinesa de Ciências, Sheng Heng Yen, que afirmou taxativamente: “Com o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e do tempo, se existe algo como esses tais UFOs – os extraterrestres, como se diz – rapidamente chegará o dia em que este mistério mundial será resolvido”. Imediatamente após sua publicação, o artigo foi transmitido pela rádio estatal chinesa. As sementes estavam definitivamente lançadas: o assunto deixara de ser mais um tabu no país do mistério e dos milenares tabus. Os jornais de toda a nação passaram a noticiar casos de avistamentos na China e no exterior.
Em 21 de setembro de 1979, surgiu o segundo diário de maior importância na China, o “Guang Ming”, que se ocupava particularmente com os problemas científicos e culturais da época. Este diário, ao publicar um artigo intitulado “Os discos voadores existem?”, com a assinatura do redator científico da rádio e televisão de Pequim, Zhou Xinyan, contribuiu imensamente para a difusão do assunto na República. O artigo foi também noticiado pela agência oficial de notícias Nova China e repetido, por sua vez, à agência de notícias AP, através de um despacho de Hong Kong que abriu caminho para as notícias chinesas sobre UFOs a todo o mundo. O primeiro caso descrito no artigo de Xinyan, referia-se a um avistamento feito por um estudante da Escola Superior Chinesa da província de Hubei, na China Central, numa noite de 1977. O estudante contou ao antropólogo da Escola, Yuen Zhinxin: “Estava na região rural e vi um objeto redondo, com dimensões de uma bacia pequena e com luzes amarelas e brancas, que se movia lentamente em círculos, ficando visível por um minuto”.
O artigo falava também que avistamentos coletivos de UFOs estavam sendo feitos por repartições do Exército Vermelho situados em Hubei e na Mongólia, sem mencionar datas. O objeto de Hubei, segundo um dos oficiais, “era como uma bola semelhante a uma lua envolvida por vapores na neblina, que emitiu jatos de vapores e se ergueu no céu por alguns segundos, desaparecendo num minuto”. Pouco depois, surgiu outro longo artigo do professor Weng Shida, do Serviço Central de Meteorologia que, ao contrário dos anteriores, negava a existência de UFOs, atribuindo os últimos avistamentos a objetos naturais e artificiais conhecidos, tais como balões, aviões, pássaros e até enxames de insetos.
“O Ano dos UFOs” – Em 2 de maio de 1980, o jornal Guang Ming publicou o primeiro de uma série de artigos chamados ” Observações sobre os UFOs”, no qual o autor Lin Wengei expunha datas e conhecimento de observações e contatos estrangeiros com objetos voadores não identificados. Este ano, 1980, é conhecido no calendário chinês como “Ano do Macaco” e, após os artigos de Wengei, foi também chamado, acertadamente, de o “Ano dos UFOs”. Artigos sobre avistamentos antigos e recentes apareceram nos principais jornais e revistas. A coisa toda tornou-se pública: foi nesse ano que editou-se o primeiro livro chinês sobre os UFOs, uma obra traduzida do japonês. Ainda em 1980, foi obtida a primeira foto oficial chinesa de um UFO e inaugura
ram – se várias associações e revistas ufológicas, tudo em conseqüência direta do crescente interesse do público chinês pelo assunto.
Imediatamente, a posição da comunidade científica do país foi demonstrada pela extraordinária abertura dos veículos e instituições especializados. O redator científico do Guang Ming, Ching Tao, afirmou que “no contexto da participação científica, os UFOs constituíam apenas uma parte de um amplo aspecto de estudos e pesquisas. Sem um estudo formal, os UFOs não podem ser descartados simplesmente come um produto de mentes alucinadas”. De maneira ainda mais decisiva, Hseih Chu, redator da revista “Ciência Aeroespacial”, escreveu: “Não se pode negar que os UFOs existam, dado ao grande número de avistamentos que estão sendo registrados, até hoje, neste país”.
Nasce a Ufologia Chinesa – No final de 1979, o estudante de Física, Cha Lok Ping, da Universidade de Wu-Han, na província de Hubei, escreveu para a revista “Ciência Espacial” uma carta onde pedia aos seus compatriotas para lançarem um estudo organizado sobre UFOs, Quando a carta foi publicada, muitos leitores responderam favoravelmente. Assim, em maio de 1980, criou-se a Organização Chinesa de Pesquisa Ufológica (formalmente intitulada de China UFO Research Organization, com a sigla CURO), a partir de um já existente grupo informal de apaixonados pelo assunto da mesma universidade de Ping. Mesmo informalmente, até aquela data, este grupo já havia recolhido cerca de 200 casos de observações ufológicas nos últimos anos.
Rapidamente, a novata associação CURO, dirigida por Cha Leping, um estudante de Astrofísica de 26 anos, chegou a mais de 300 membros – a maioria composta de estudantes – e espalhou-se por 26 províncias, obtendo o reconhecimento de uma organização oficial, a Sociedade Chinesa para o Estudo do Futuro, criada para o estudo de fenômenos inexplicáveis. Mas, isso não significou qualquer tipo de ajuda do governo, tanto é que a revista do CURO, intitulada “Investigação de UFOs” era até mesmo manuscrita!
Em 9 de novembro de 1980, o “Beijing Wanbao”, diário da noite de Pequim, publicou uma carta e uma foto de um UFO feita por 2 estudantes do Instituto de Mineração de Pequim, Xin Sheng e Bi Jiang. Ambos estavam, na noite entre 23 e 24 de agosto, acampados num vale do distrito de Changping, na periferia da capital e nos arredores das tumbas dos imperadores Ming, vizinhas à Grande Muralha. Dizem os estudantes: “Por volta de 4:00 horas da madrugada, enquanto observávamos estrelas, vimos um objeto emitindo luzes brancas surgir atrás de uma montanha, ao leste. A princípio, parcialmente encoberto pela montanha, assemelhava-se a uma lua incompleta. Porém, como seus movimentos era regulares, concluímos que era um UFO. Nesse instante, tentamos observá-lo melhor, o que fizemos por uma hora. Distanciando-se um pouco, o fenômeno nos pareceu um grupo de três estrelas sendo que, em outros momentos, se aproximava cada vez mais de onde estávamos, para depois se distanciar novamente, flutuando. Durante toda a observação, o UFO não fez nenhum ruído”.
Volta ao Mundo – A foto do objeto, que o diário pequinense definiu como a primeira fotografia de um UFO na China, foi publicada também pela agência de notícias United Press International (UPI), após 5 de novembro daquele ano. Naturalmente, foi difundida em todo o mundo. Poucos dias depois, a revista “Natureza” referiu-se aos UFOs através de um interessante artigo, no qual garantiu que foram vistos UFOs em 15 províncias do país, e eram, mais ou menos, corpos redondos e prateados, se apareciam de dia, e alaranjados, durante a noite. Também esse artigo, repetido pela agência oficial chinesa de notícias NC, deu a volta ao mundo.
Coincidentemente, no dia 28 deste mesmo mês, o Beijing Wanbao dava com muito destaque a notícia da formação do CURO e de sua filiação à Sociedade para a Pesquisa do Futuro e dos avistamentos até então recolhidos. Poucos dias depois, em 4 de dezembro, a agência NC anunciou para todo o mundo que o CURO fora transformado numa entidade oficial do governo chinês, sob forma de um departamento da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Foi a partir destas comunicações e do final de 1980 que apareceram nos jornais e revistas chinesas notícias de dezenas de avistamentos locais. Citemos alguns:
• Jangxi – 9 de setembro de 1976-18:00 h: Um grupo de empregados de uma fábrica química de Jangxi e os habitantes da cidade de Yichum, observaram claramente um objeto metálico que girava sobre seu eixo vertical.
• Zhangpu – 7 de julho de 1977 – À noite: Mais de 3 mil pessoas assistiam ao filme romeno ” O Alerta sobre o delta do Danúbio” , ao ar livre, pelas 20:30 h, uma parte dos espectadores viu 2 objetos misteriosos que desciam quase chocando-se com o solo, em vôo exageradamente baixo. Os 2 objetos emitiam uma luz laranja-viva e voavam próximos um do outro, sem emitir nenhum som. No pânico que se seguiu, duas crianças foram mortas e trezentas pessoas ficaram feridas, enquanto os UFOs se distanciavam no céu. O serviço de segurança pública, que assistia ao filme nas mesmas condições, afirmou que não notou nada de anormal (…)
• Yunnan – 26 de julho de 1977 – 22:00 h: O astrônomo Zhang Zhousheng, do observatório de Yunnan, viu sobre a cidade de Chengdu um objeto luminoso em forma de espiral e com um centro amarelado de onde partiam três ou quatro anéis azulados. O objeto se movia em linha reta e desapareceu em cinco segundo.
• Fan Da – 11 de novembro de 1977 – Pela manhã: Um funcionário da feitoria de Guangxi viu um objeto prateado voando em grande velocidade, parecendo espalhar um líquido ou um pó pelo local.
• Kunming – 25 de dezembro de 1979 – 20:00 h: 2 estudantes do Instituto Metalúrgico de Kunming viram uma meia-esfera luminosa de cor vermelho-sangue e com contornos brancos imóvel sobre o horizonte. De um só golpe, o UFO moveu-se a grande velocidade, girando sobre si mesmo e tomando uma forma elíptica, para depois tornar-se pequeno, distanciando-se em poucos segundos.
• Da gang – 5 de outubro de 1980 – 3:00 h: Um grupo de maquinistas pescavam nos arredores de Dagang, quando viram um cone q
ue voava sobre as árvores. Olhando-o durante algum tempo sentiram um forte ardor no rosto, “como se estivéssemos sob um calor intenso”, declarou um dos pescadores. O objeto emitia uma luz muito viva, vermelho-brilhante no centro, verde nas bordas e branco na cauda, O UFO emitia um som semelhante a um sopro.
• Jinghai – 5 de novembro de 1980 – Pela tarde: 2 empregados do laboratório têxtil de Jinghai avistaram um objeto discoidal que emitia uma luz verde e se deslocava ao longe, numa trajetória irregular e desaparecendo no leste. Logo em seguida, reapareceu para depois distanciar-se rumo a oeste.
• Wuhan – 11 de novembro de 1980 – 22:00 h: Três estudantes da Universidade de Wuhan observaram 1 UFO em forma de prato, com duas luzes amarelas e duas brancas, durante cerca de 15 minutos, enquanto voava lentamente para nordeste e, depois,
para sudoeste.
UFOs e Militares – Um bom número de ocorrências ufológicas teve como protagonistas membros das Forças Armadas Chinesas que, em alguns casos, rugiram belicamente à presença das extraordinárias naves alienígenas. Num exemplo típico da ação dos militares está o evento ocorrido no verão de 1968, quando 4 canhoneiras da guarnição naval de Luda, que estavam patrulhando a costa, foram ultrapassados por um objeto luminoso dourado e oval, que voava à flor d\’água e numa velocidade incrível. Ao mesmo tempo, os radares & os equipamentos de comunicação das canhoneiras pararam de funcionar, quase causando um incidente quando o barco aproximou-se de outras duas canhoneiras de outra frota, também chinesas, tomadas por inimigas. No entanto, os guardas costeiros tinham visto o UFO pousar sobre o rio e o tinham metralhado, mas o objeto desapareceu de forma misteriosa.
• Taining – Verão de 70 – À noite: Um camponês da província de Fujian, encontrou um objeto voador metálico e em forma de prato, que descia a colina próxima emitindo uma luz verde-brilhante. Pousado sobre o declive, o objeto começou a emitir uma “música incompreensível”, segundo o camponês, que advertiu as autoridades. A área foi imediatamente cercada com centenas de soldados. Mas o UFO elevou-se e desapareceu.
• Shansi – 26 de julho de 78 – 9:40 h: Noutra experiência merecedora de citação, o instrutor de vôo Sha Yongkao estava nos arredores do aeroporto militar de Shansi quando deparou-se com 2 UFOs enquanto pilotava um avião-escola a 3.000 metros de altitude. Os dois objetos, não detectados pelo radar da torre de controle de Shansi, fizeram duas voltas ao desaparecerem.
• Kansu – 23 de setembro de 78 – 20:00 h: 2 dias depois do desaparecimento do piloto australiano Frederick Valentich, centenas de pessoas – entre as quais destacavam-se pilotos da aviação militar e pessoal de terra do aeroporto de Kansu – observaram um grande objeto voador com dois faróis luminosos sobrevoar a base, de leste para oeste, deixando atrás de si uma esteira luminosa.
• Houma – Fevereiro de 79 Pela manhã: O mesmo instrutor de vôo Sha Yongkao, viu pela segunda vez um objeto extremamente luminoso enquanto pilotava um avião sobre a cidade de Houma. O objeto era muito mais veloz, que seu caça.
Rapto Chinês – Também os militares são protagonistas de casos de “arrebatamento” – conhecidos no Ocidente por abdução – como aquele caso clássico do cabo chileno Valdéz que, em 25 de abril de 1977, desapareceu diante dos olhos de seus soldados, sob uma forte luz misteriosa, reaparecendo quinze minutos depois com a barba longa, como que de uma semana, e o relógio adiantado em cinco dias. No caso chinês, ocorrido numa noite do outono de 1975, dois soldados de um batalhão do Exército Popular estacionado no distrito de Jianshui (província de Yunan), enquanto faziam a ronda diante da caserna, notaram bem à sua frente, no céu, um imenso objeto voador em forma de prato. O UFO era de cor vermelho-alaranjado e girava sobre suas cabeças como se estivesse observando o local. Nisso, um das sentinelas entrou para dar o alarme aos colegas mas, ao voltar com o comandante e outros soldados, seu acompanhante e objeto já haviam desaparecido por completo.
Oficiais e soldados cercaram a caserna e arredores por várias horas, sem resultado. Depois de algum tempo, quatro sentinelas à porta da caserna ouviram um gemido vindo de trás deles. Ao se virarem, encontraram o companheiro desaparecido bem à sua frente, mas de barba e com cabelos longos, como se vários dias tivessem passado. O homem, no entanto, ficara desaparecido apenas algumas horas e não se recordava de absolutamente nada. Seu relógio, parado, estava ligeiramente magnetizado, e o fuzil que portava havia desaparecido.
UFOs no Passado – Num país rico em tradições milenares de dragões e monstros voadores, os ufólogos chineses não têm tanto trabalho de ir ao encalço de testemunhas pois, segundo o redator-chefe adjunto da revista Investigação de UFOs, as lendas chinesas, tais como a “Viagem ao Ocidente”, de Feng-Shen-Yen-L, Liu Shi-Ch\’un-Ch\’iu e Shan-Hai-Jing, foram colhidas de combates aéreos ou diretamente de manifestações do Fenômeno UFO. No Feng-Shen-Yen-I, por exemplo, se lê “Nocha subiu em sua roda de fogo e de vento, derrotando Chan-Koui-Fung, depois de haver pedido ajuda às legiões de dragões prateados que voam”.
O grande historiador chinês, Sheng Gua, que viveu durante a Dinastia Song, escreveu um célebre livro intitulado “Narrativas à bordo de um regato de sonhos”, onde se lê uma coisa muito estranha no capítulo 369: “Durante o reinado do imperador Jia-You (1056-63), em Yang Zhott, província de Jiang-Su, surgiu uma enorme pérola que se via, sobretudo, nas horas de escuridão. A princípio, aparecia nos pântanos de Tian-Chang, passava para o lago Bishe e desaparecia, finalmente, no lago Xinkai. Os habitantes da região e os viajantes viram-na freqüentemente por mais de dez anos”. E continua o relato de Gua: “Eu tinha um amigo que morava às margens de um desses lagos e, numa noite, viu pela janela a enorme pérola próxima à sua casa. Ele entreabriu a porta e a luz atravessou a fresta, iluminando o aposento. A \’coisa\’ tinha a forma arredondada e o seu centro era rodeado por uma linha dourada. De repente, cresceu consideravelmente, tornando-se maior que uma mesa. No centro, sua luz era branca-prateada e com uma intensidade tal que não se podia olhar.
Esta luz atingiu também as árvores que se encontravam a cinco quilômetros em torno do local, projetando sua sombra no solo. “O céu, à distância, era vermelho-fogo, como a paisagem que se via na alvorada e, finalmente, o objeto começou a se desl
ocar numa velocidade espantosa, pousando sobre a água”. E arremata o historiador Sheng Gua: “Era como um sol que surge…”
Ufologia na China – Podemos concordar tranqüilamente com a agência NC que, em 4 de dezembro de 1980, escreveu um artigo no qual afirma que pessoas de diferentes categorias eram motivo de curiosidade para os UFOs. Diz um trecho do texto: “Os UFOs têm, por muito tempo, despertado a imaginação do Ocidente e agora despertam também o interesse de um número crescente de chineses”. Segundo esta mesma \’release\’, repetida pela UPI, “a Associação dos Ufólogos Chineses conta com todo o tipo de pessoas entre seus membros: são operários, estudantes, professores, jornalistas, médicos e pesquisadores que fizeram estudos e discussões sobre UFOs do ponto de vista físico, astronômico, tecnológico, filosófico e até psicológico”.
Mais ainda, o texto continua afirmando que os avistamentos de UFOs na China têm irradiado uma \’nova dimensão\’ em 1980. Isso fez Leping, referindo-se às notícias recebidas entre janeiro e dezembro daquele ano, a declarar que “não negamos a idéia de que tais naves possam vir do espaço extraterrestre; devemos simplesmente estudar esta questão com o espírito científico aberto”. Segundo o ufólogo chinês, as descrições de UFOs se referem a pelo menos uma das três categorias:
1) 80% assemelham-se a pratos, bolas, anéis ou ovos, brilhantes e prateados durante o dia e, à noite, vermelhos, ou laranja-incandescentes. Poucos são os casos de UFOs com rastro de fumaça.
2) Na segunda categoria estão os objetos grandes e retangulares, mas que são vistos muito raramente.
3) E, na terceira categoria, estão os UFOs semelhantes à espirais nebulosas, indistintos, apenas com um núcleo brilhante e pontinhos de luz em toda a sua volta.
Influência Ocidental – Uma influência decisiva em todo o desenvolvimento da Associação Chinesa de Ufologia foi conseguida com a adesão de um novo associado: Paul Dong, um filólogo cino-americano e membro da APRO e da MUFON, vivendo ale hoje na Califórnia, tornou-se consultor do CURO em 1981, escrevendo numerosos artigos que eram publicados também em outras revistas, e que – segundo ele próprio afirmou aos redatores de “Astronomia Mensal” – têm ajudado verdadeiramente a entidade a chegar ao reconhecimento oficial e a sua absorção pela Academia de Ciências Sociais (Editor: A APRO – Aerial Phenomena Reascarch Organization, fundada nos anos 50, em Tucson, no Arizona, foi fechada há poucos anos após o falecimento de seus fundadores. E a MUFON – Mutual UFO Network, fundada nos anos 60 e existente até hoje, sediada na Seguin, no Texas. É a maior entidade mundial no gênero, representada no Brasil por J. Victor Soares e A. J. Gevaerd). Deve-se a Dong o mérito do primeiro número da nova revista do CURO, editada em fevereiro de 1981, ter superado todas as expectativas, esgotando sua tiragem de 300.000 cópias em apenas dez dias.
Acordo com os EUA – Jack Anderson, respeitado jornalista norte-americano, publicou um artigo em 6 de junho de 81 comentando o então recente acordo assinado entre os Estados Unidos e a República Popular Chinesa, para a realização de um intercâmbio informal de informações de mútuo interesse entre os respectivos serviços secretos de seus países. Depois de mencionar o interesse dos americanos pelos sinais de rádio interceptados pelos chineses ao longo da fronteira da Rússia, e o dos chineses pelas fotos das tropas soviéticas tiradas pelos satélites americanos, Anderson deixava cair o que era uma bomba para o ambiente ufológico: “Há, porém, um outro assunto sobre o qual os chineses desejam informações. Trata-se dos objetos voadores não identificados ou \’anomalias atmosféricas\’, como os chineses os chamam, que têm incomodado as autoridades daqueles país”. E Anderson conclui: “Nossa aviação terminou sua pesquisa sobre UFOs há 10 anos, mas os chineses têm registrado avistamentos recentes destes objetos luminosos em forma de disco e em seu território”.
Saiba mais sobre a Ufologia Chinesa
O Ocidente ainda sabe de muito pouca coisa sobre UFOs e suas aparições – riquíssimas, por sinal – na milenar China. Mas, com certeza, quase tudo o que sabemos sobre as fantásticas incursões ufológicas naquele país vem de contribuições prestadas por 2 autores: Paul Dong, nascido chinês e batizado Moon Wai Dong (hoje morando na Califórnia – veja texto), e Shi Bo, jovem pesquisador vivendo na França.
Pesquisa Pioneira – Bo escreveu seu livro há menos de 10 anos, publicando-o na China com muitas dificuldades – a princípio, deve ser muito complicado publicar livros ou revistas naquele país pois, com quase 3 bilhões de habitantes, as tiragens devem ser enormes… – mas, em pouco tempo, teve a sorte de ser descoberto pela editora francesa Mercure de France e, em 83, sua obra já estava traduzida e vendendo naquele país e em toda a Europa. Foi, na realidade, o primeiro a abordar exclusivamente a Ufologia Chinesa já publicado – e tornou-se um best seller. Tanto que, apenas 2 anos depois, cm 85, a editora brasileira Difel S.A., já havia adquirido os direitos, traduzido e publicado no Brasil o esplêndido livro.
A obra, que apresenta um enorme apanhado de ocorrências de todos os tipos – desde as meras observações noturnas até os tem uma característica básica: é minuciosa e acurada, restringindo-se a apresentar e a analisar os contatos dentro de um criterioso ponto-de-vista, que pode até ser considerado científico. Fartamente ilustrada, também servirá ao leitor que queira ter uma idéia bem mais abrangente sobre o comportamento dos ETs que, no Brasil, nos EUA, na África ou na China, têm agido de maneira basicamente idêntica, como se quisessem dizer: “Limites territoriais não existem, vocês terráqueos é o que os traçam em sua imaginação…”
Compêndio Completo – Já o livro de Paul Dong, editado em parceria com o pesquisador norte-americano Wendelle Stevens, tem um enfoque completa mente diverso do de Shi Bo: foi feito basicamente para ufólogos, e não para o público geral. Por esta razão, o leitor encontrará detalhes de dezenas de ocorrências de grande importância para a casuística ufológica, sem contar a descrição completa de casos de seqüestros ocorridos na China. Dong, que é uma espécie de “patrono” à distância das organizações chinesas de pesquisa – em especial a CURO – tem uma vantagem sobre Shi Bo: ambos são chineses, mas Dong vive no ocidente e conhece a forma de pensar dos ufólogos ocidentais.
Seu livro é altamente
recomendado aos interessados e pesquisadores, mas há um grande problema: está escrito originalmente em inglês e não existe no Brasil! Mas, o leitor de UFO pode obter uma cópia xerografada do texto para seu conhecimento. Os editores da obra cederam ao Grupo Editorial Para-científico (GEP), editor de UFO, a permissão para copiá-lo e repassá-lo aos interessados brasileiros.
o Para obtê-lo, veja o encarte das páginas centrais desta edição: código de referência LH-21. com 180 páginas, preço: Cr$ 2.575.00. Solicite uma cópia através do cupom no mesmo encarte.