A comunidade astronômica continua a estudar as informações disponíveis sobre o objeto conhecido como 1I/2017 U1 Oumuamua. Ele foi o primeiro corpo celeste que passou pelo nosso Sistema Solar que comprovadamente veio do espaço interestelar e, neste momento, ruma em alta velocidade para sair de nossa vizinhança planetária, jamais retornando. Em 14 de outubro de 2017 Oumuamua passou a 24 milhões de km de nosso planeta, e seu formato inusitado, com 800 m de comprimento e cerca de 100 de diâmetro, fez alguns mistificadores alegarem que poderia ser uma nave alienígena.
Contudo, não foram captados sinais de rádio vindos do objeto e o fato de viajar girando em seu eixo menor permitiram descartar essa ideia por completo. Quando foi descoberto, e diante de sua trajetória parabólica, muitos cientistas pensaram que Oumuamua poderia ser um cometa. A ausência de coma, cabeleira e cauda, entre outras características, logo fez essa teoria ser posta de lado e o objeto foi classificado como asteroide. Contudo, estudando as informações disponíveis colhidas por telescópios, uma equipe da Universidade do Havaí descobriu que a trajetória e a aceleração exibidas pelo objeto não podem ser inteiramente descritas somente pela influência gravitacional do Sol, dos planetas e demais objetos de nosso Sistema Solar.
Os cientistas analisaram várias possibilidades, entre as quais interações magnéticas com o vento solar, a pressão da radiação solar, forças de arrasto e fricção com poeira cósmica, mas concluíram que nenhuma dessas poderia explicar o movimento de Oumuamua. Restou somente a possibilidade de que o objeto seja mesmo um cometa, e que o gás formado por evaporação, quando nas proximidades do Sol, o propeliu garantindo um impulso extra. Isso acontece com qualquer cometa, apesar de a equipe da Universidade do Havaí concluir que Oumuamua não é um cometa comum, visto não ter desenvolvido a coma, a nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo cometário, nem a clássica cauda que tornou famosos esses corpos celestes. Uma prova conclusiva seria obtida se pudéssemos observar uma trilha de gás e poeira na trajetória do objeto, porém isso não é possível com a tecnologia atual. O último mistério sobre Oumuamua, seu ponto de origem, tornou-se agora mais difícil de desvendar, visto que as novas descobertas, mostrando que seu movimento não é causado somente pela gravidade, tornam bem mais complexos os cálculos para descobrir seu sistema solar natal.
Variações na trajetória de Oumuamua indicam que ele deve ser um cometa, crédito ESA
Leia o artigo dos pesquisadores sobre Oumuamua
O canal Space Today tratou das novas descobertas
Oumuamua provavelmente sofreu violenta colisão há bilhões de anos
Ainda não foram encontradas transmissões alienígenas vindas de Oumuamua
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