
O caso a seguir se deu na Fazenda do Capão, localizada na Serra do Cipó, próximo da Vila Amanda, um local de intensa atividade ufológica. Trata-se de um avistamento de objeto voador não identificado, a baixa altitude, visto no dia 01 de janeiro de 1978, às 15h00, por Enoque Batista dos Santos, lavrador empregado há um ano na propriedade. Entre as testemunhas da observação estavam também os moradores Maria Irene, Fabiano, Edmundo e dona Conceição. A transcrição do incidente foi feita mantendo-se a originalidade do relato, sem alterações. “A noite estava escura e tinha chovido. Eu vinha da usina para baixo, quando avistei um farol apontando para este lado. Andei uns 100 m e ele apagou. Quando olhei, ascendeu novamente e piscou. Levantei os olhos e ele já passava a uns 20 m de altura, acima de mim”, inicia o relato.
Enoque tomou um grande susto e procurou fugir. “Corri para dentro de um ribeirão e me escondi lá um pouco. Depois voltei outra vez, pegando a mesma estrada. Quando andei uns 100 m para frente, ela ‘apontou’ do meu lado, baixinho. Eu entrei debaixo de uma bananeira na fazenda de um rapaz lá, cercada de arame e escondi. Então ele beirou o pé da Serra, fez uma volta, e tornou a subir. Eu permaneci por lá uma hora e fui direto para casa”. Veja a seguir a entrevista feita com a testemunha
De que cor era o objeto que o senhor observou? Ele era escuro como um britador de concreto. Era luminoso e variava do amarelo e verde. E só chiava, não ‘zuava’.
A luz emitida pelo objeto que o senhor viu era forte ou fraca? Ela piscava forte e voava bem mais baixo do que um avião. Ele poderia estar a 20 m de altura do chão.
O senhor sentiu algo diferente no corpo quando o fato ocorreu? Não, só senti medo quando eu vi ele.
O senhor viu este objeto uma única vez? Baixinho assim, apenas uma vez. Depois a gente vê quase todos os dias, mas alto. Ele passa de 18h30 até às 20h30.
Segue uma velocidade certa? Não, ele pára, pisca e pisca. Fica parado muito tempo e depois segue o seu caminho. Na semana passada, estava na reza da casa do Afonso e nós vimos de lá. O João Batista, amigo meu, viu primeiro. Estava baixinho e paradinho. Ficou um tempo assim. Depois virou de banda e seguiu direto.
Da primeira vez que o senhor enxergou este objeto, de que direção ele surgiu? Do norte. Mas às vezes ele vem do outro lado daquelas montanhas.
Aqui, na região do Capão, quem mais viu esse objeto? Muitos “viu”. E andam apertados com ele. Um filho meu andou pescando neste ribeirão [Córrego Capão Grande] com o Dudu, à noite. Ele passou baixinho e alumiou o rio todo. Eles correram e gritaram. Entraram por debaixo de uma moita e a luz subiu pra cima e desapareceu no cerrado. O Dudu viu duas a três vezes. Muita gente viu o objeto.
No dia em que o senhor avistou esse objeto, estava só? Estava sim. Eles [Os outros moradores] “pegaram a dizer” que era mentira minha, que era cachaça. Foi quando eles pegaram a ver quase todos os dias.
O que o senhor pensa que pode ser esse objeto que passa por lá? Ele mesmo, o tal objeto voador. Ele estava parado há muito tempo. A gente pensa dele abaixar e pegar a gente. A gente fica correndo e escondendo.
De onde o senhor acha que escutou que ele pega? A gente ouve o pessoal dizer que ele abaixa e pega. Mas homem que vê ele baixo nem sai de casa. Fica sempre escondido com medo.
E qual seria o tamanho aproximado desse objeto, comparado com outros? O tamanho dele para mim é igual a uma betoneira. Grosso no meio e a frente mais apertada. Ele tem um buraco debaixo que a gente vê a Lua lá dentro.
O senhor disse que havia uma luz naquele objeto? Sim, na frente, que apagava e acendia. Eu estava a uns três metros dela. O meio dele era um “trem” muito grosso mesmo. A ‘frenteira’ e a traseira era mais apertado. Uns três metros de comprimento por 1,30 m de largura.
O senhor chegou a observar se a superfície do objeto brilhava também? Poderia se parecer com uma bacia? Não, não brilhava. Parece com uma espécie de betoneira. E debaixo dele tinha um buraco igual a uma bacia.
Esse buraco que o senhor viu era escuro? Não. Lá dentro estava claro. Parecia uma espécie de luz da cidade. Luz comum. A velocidade era como a de um avião. E quando ele avista qualquer um farol na frente, ele pára e apaga a luz. Depois que o vulto escurece, ele chega mais depressa.
E durante quantos minutos o senhor observou o objeto? Uns 20 ou mais. Escondido eu fiquei mais de uma hora dentro de uma bananeira. Até ele sair.
O senhor acha então que ele esperava que o senhor saísse? Acho que sim. Quando eu notei que ele tinha ido, peguei a estrada e corri e perdi o sapato de tanto correr. O chapéu também. Perdi tudo.
Quem estava na sua casa no dia do avistamento? A minha família. Lá pertinho de mim tem um vizinho que teve um aperto com “ele”. Mas ele tem tanto medo que adoeceu quando eu levei lá um médico para entrevistar. Ele pensou que fosse a polícia e adoeceu. Ficou meio lerdo da cabeça.