“Esta é uma grande noite para a NASA”, disse eufórico Sean O’Keefe, diretor da agência espacial norte-americana, na madrugada de 05 de janeiro, assim que os primeiros sinais da Spirit chegaram à Terra, transmitindo um “olá” para os controladores. Orçada em quase meio bilhão de dólares, foi considerada uma bagatela pela NASA, uma vez que a relação custo-benefício proporcionada pela missão é bem maior do que de missões anteriores. Fruto de uma política de enxugamento de gastos, a nova filosofia de trabalho dos engenheiros da NASA é desenvolver missões que possam ser realizadas em intervalos de tempo mais curtos e com maior freqüência, evitando assim perdas desastrosas, como a ocorrida em 1999 com a missão Mars Observer, que se perdeu no espaço quando já estava quase em órbita de Marte.
Um acaso fez com que a enorme sonda carregasse consigo para a escuridão do cosmos bilhões de dólares e toneladas de equipamentos. Erro operacional foi o motivo alegado pelos técnicos e engenheiros para a perda da Observer. Tal catástrofe gerou um rombo no orçamento da agência, forçando assim uma reestruturação em seus projetos, visando um melhor aproveitamento do know-how e, sobretudo, das verbas governamentais, que vinham escasseando desde os anos 80. Há quem diga que o sumiço da Observer, assim como a Phobos 2, lançada pela extinta URSS e que teve destino semelhante, se deva a interferências externas provocadas por inteligências alienígenas em atuação próxima de Marte.
A polêmica surgiu depois que a Phobos mandou para os controladores da missão soviética uma foto em preto e branco retratando um misterioso objeto de forma cilíndrica em suas proximidades. Técnicos alegaram ainda ter gravado um som estridente, como o de estática, após o qual cessaram todas as comunicações com a Terra. O episódio já andava meio esquecido quando, em 1999, próximo de completar o percurso, a Mars Observer também desaparecera em circunstâncias não totalmente esclarecidas. Tal fato gerou polêmica e foi base de inúmeras interpretações. Mas é possível que tanto no caso da sonda norte-americana como no da Phobos, o motivo das perdas tenha sido apenas uma interferência magnética provinda de uma região crítica entre Marte e Júpiter.