Assim que a notícia do suposto esqueleto alienígena circulou pela internet, levantou inúmeras polêmicas sobre sua origem. Discussões acaloradas surgiram, a maioria das quais motivadas por diferenças de opinião. Entretanto, dois profissionais da área médica deram contribuições significativas à questão, propondo de imediato o esclarecimento do mistério. Para os médicos Analígia Santos Francisco e Luciano Stancka, consultor da Revista Ufo, o esqueleto é apenas uma ossada que pertenceu à uma criança deformada.
Analígia afirmou que não conseguiu conter sua curiosidade médica ao ler a notícia de Paulo de Carvalho Nogueira, publicada na site da Revista Ufo, sobre o esqueleto exposto no Museu de História Natural Wilson Estevanovic. “Em décadas de prática médica, não identifiquei o que seria aquela ossada embalsamada e atualmente semimumificada, pois é anatomicamente incompatível com qualquer espécie animal terrestre catalogada. A peça apresenta algumas semelhanças com aberrações e alterações cromossômicas, o que indica que, de alguma maneira, pertence à espécie humana ou humanóide”, declarou a médica, cuja especialidade é a neuropsiquiatria.
Para Analígia, que também é ufóloga e hipnóloga, o esqueleto se apresenta com o que se conhece na medicina como PTC, ou pé torto congênito. Tinha também lábio leporino acompanhado ou não de palatosquise ou palato alto e estreito, por vezes fendido. O esqueleto também apresenta polidactilia ou hexodactilia, como é chamado o surgimento de seis dedos nas mãos ou pés. “A ossada nos oferece um mosaico de anormalidades estruturais e associações com doenças que também poderiam ter atingido alguns órgãos internos, como coração, cérebro e muitas outras estruturas que não sobrevivem ao tempo”, completou.
Stancka é de opinião concordante. Médico psicanalista e psicoterapeuta, ele afirma que as características da tal “múmia extraterrestre”, como foi apelidada, tem tudo para ser uma anormalidade morfogenética com grau 4 de hidrocefalia. Portanto, ofereceria 99,9% de certeza de que é humana. “Essas síndromes estão muito bem documentadas na literatura médica, e por um exercício do bom senso e não o uso de imaginação fértil, é muito mais lógico supor que a ossada seja de um ser humano com deformidades do que de um ser extraterrestre”, relatou Stancka.
Ainda para a doutora Analígia, o fato de a zona occipital do esqueleto ser muito saliente faz com que se entenda a anomalia com hidrocefalia – mas esta pode também estar presente. Ela chamou atenção também para as fissuras com hipertelorismo e teleorbitismo, ou seja, posição das órbitas oculares muito afastadas. “Más-formações oculares e nasais são evidentes quando se observam os defeitos dos olhos, nariz e boca. Os desequilíbrios autossômicos são gritantes, além dos cromossomos sexuais, já que certamente o dono do esqueleto era portador de hermafroditismo”. Para a médica, o que mais intriga é a desproporção da cabeça em relação ao corpo e a forma da cavidade orbitária.
“Li que se especulava sobre a idade do esqueleto ser de pelo menos 200 anos, o que nos leva a descartar mutações por radiações atômicas, teratogenias medicamentosas e outros fatores mais recentes”. Para a médica, o resultado de uma análise feita a partir das fotografias obtidas por Nogueira e apresentadas no site de Ufo é claro: “Meu parecer é de que o ser é um caso raro de êxito de sobrevida de um humano com aberração genética, promovida, talvez, por agentes físicos, químicos ou infecções maternas etc”.