Dentre as centenas de páginas oficiais que passam pelas mãos dos ufólogos, está a documentação da transcrição de conversa entre um piloto do vôo 573 da TAM (Transportes Aéreos Marília) com o operador de radar em solo, ocorrido no dia 30 de maio de 1989, sobre o espaço aéreo da região da cidade de Americana (SP). Por volta das 03h28, um operador do controle de aproximação de São Paulo pediu ao piloto do vôo 573 que confirmasse visualmente um UFO que estava sendo detectado no radar. Então, após procedimentos de manobra, a aeronave confirmou a presença do tal objeto, descrevendo-o com o formato circular e com um diâmetro de aproximadamente 50 m. No dia 13 de junho de 1989, o então chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP), coronel aviador Hélio P. Rosa, encaminhou o ofício CHF/S – 0222 (ref. RD 46/040589-SDOPV) a um órgão militar em Brasília, o Núcleo do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (NUCOMDABRA), atualmente designado COMDABRA (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro), sob classificação de secreto. Trata-se de uma das mais importantes evidências documentais de que a Força Aérea Brasileira tem conhecimento da atividade ufológica em nosso espaço aéreo.
É interessante ressaltar que o SRPV-SP afirmava que era freqüente a visualização na tela do radar de alvos de orígem desconhecida – classificados como “Tráfego Hotel”, nos meios especializados. À pedido do Quarto Comando Aéreo Regional (IV COMAR), de São Paulo, o órgão transcreveu a comunicação gravada na fita 21-A, ocorrida em 30 de maio de 1989, entre o comandante do avião da TAM, vôo 573 e o APP-SP [Approach Procedure ou Controle de Aproximação de São Paulo]. O Marília 573 levantou vôo do Aeroporto de Guarulhos, por volta das 06h28 (hora Z) e quando estava passando por cima da cidade paulista de Campinas, recebeu a informação do APP-SP de que havia um plote no radar, no setor noroeste, sobre a cidade paulista de Americana, à 18 milhas na frente do avião. O 573 informa que as condições de visualização são boas, mas não conseguia ver o referido. Foi se aproximando e não tinha contato visual com o que causava o plote no radar. Das 18 milhas de distância, passou para 14 milhas, depois para sete, e somente quando estava a três milhas de distância é que se observou um forte clarão, uma luz branca que mudava para a cor esverdeada. O comandante informa que a luz aparecia e desaparecia momentaneamente, que tem a forma de círculo e um diâmetro aproximado de 50 metros. Nesse instante, pede autorização para fazer um três meia zero – isso significa dar uma volta completa. Foi autorizado pelo Controle. A aeronave passou por cima do objeto, que logo apagou e não foi mais visível. O APP-SP também informou que quando o objeto variava de altitude, o plote sumia da tela do radar e às vezes aparecia com brilho 5. Nesse instante, o Marília informa que vai retornar à sua rota e segue viagem, pois não tinha mais contato visual com o objeto. O APP-SP passa o controle para Brasília (CINDACTA I), agradecem e se despedem. Assim termina a transcrição da fita. Era 07h03 (hora Z).
Hora Z ou hora Zulu é uma hora padrão mundial. Se a hora Zulu em São Paulo é, por exemplo, 10h00 , isso significa que são 10h00 nos Estados Unidos, ou na Rússia, ou no Japão ou em qualquer outro país do planeta. Aqui em São Paulo são três horas a mais do horário oficial brasileiro, ou seja, o contato da APP-SP com o Marília 573 iniciou às 03h28 e terminou às 04h03 da madrugada de 30 de maio de 1989. Provavelmente, não era um avião grande, de passageiros, pois o comandante pediu autorização para dar uma volta completa, para melhor visualizar o objeto. Caso fosse uma aeronave repleta de passageiros, provavelmente o piloto não correria esse risco. O objeto aéreo não identificado ficou quase que parado, na região noroeste de Americana, por, no mínimo, 35 minutos. A maior parte do tempo ficou apagado, pois era circular e tinha um diâmetro aproximado de 50 m, ou seja, era enorme e o comandante não via, mas a visibilidade era boa. Provavelmente o objeto acendeu só quando o Marília 573 se aproximou. Se tivesse ficado aceso o tempo todo, com certeza os ufólogos teriam centenas de relatórios de pessoas que o observaram do solo. As transcrições de comunicação entre pilotos e controladores de radares, em casos de relatarem avistamento de UFOs, é uma rotina e é sempre enviado ao COMDABRA. Em diversas entrevistas, militares já informaram que não é incomum os caças levantarem vôo para identificar objetos não identificados e que as transcrições das fitas são realizadas para melhores estudos. Neste caso, não sabemos se algum caça levantou vôo, mas com certeza estavam de prontidão.
Para baixar o documento completo, com a transcrição do fato e conversas entre piloto e controle de tráfego, CLIQUE AQUI.
Arquivo Confidencial – Um Mergulho na Ufologia Militar Brasileira