Não é incomum observar representações gráficas pré-históricas em nosso país que demonstram algo mais do que simplesmente rabiscos ou supostas letras em paredões pétreos, cavernas e locais habitados por nossos antepassados. Sua complexidade e variedade de manifestação não são casuais, permitindo que o pesquisador possa levantar impressões mais ousadas sobre seu conteúdo, apoiadas em teorias menos convencionais. Sobre isso, não podemos deixar de citar o insigne pesquisador mineiro Antonio Lopo Montalvão, fundador da misteriosa cidade de Montalvânia, tendo ali desenvolvido um memorável trabalho de investigação nas diversas grutas que podem ser encontradas na localidade, com seus impressionantes registros rupestres.
Escreveu Montalvão que “a saúde não contagia e, igualmente, não contagia a virtude e a verdade. São condições independentes, autossuficientes, que vivem em si e de si”. Com essa citação, chamamos a atenção para o estado sempre recluso de certos centros acadêmicos de pesquisa arqueológica, que não têm coragem de ousar, ampliar conclusões diante de seus achados e ver algo mais além de rabiscos sem importância feitos por homens ociosos e indolentes do passado, medíocres e sem critério. Em face de certas descobertas, não podemos mais ignorar que em nossa história algo de muito importante ocorreu no planeta, incluindo nesse processo as milenares terras brasileiras. Desde que foram encontradas pelo pesquisador William Meister no estado de Utah, estados Unidos, duas pegadas de pés calçados fossilizados, em uma camada de terra de 500 milhões de anos, oriundos da Era Paleozoica, a ideia de que os homens civilizados já estavam presentes na Terra desde seus primórdios passou a não ser mais colocada em dúvida pelos ufólogos [Veja texto nesta edição].
Sob o pó das gerações
O fato ocorreu em 1968 e a certeza ficou evidenciada porque, sob o calcanhar do pé esquerdo, encontrava-se esmagado um trilobite, pequeno invertebrado marinho, parente dos caranguejos e camarões. A criatura também ali se encontrava petrificada, juntamente com a pegada. Tal antropoide teria vivido na referida era, ou seja, há cerca de meio bilhão de anos. A partir de então, muitos escritores ousaram romper a camisa de força que os acadêmicos da história da humanidade vinham impondo a todos. E mesmo antes dessa descoberta, os autores Louis Pauwels e Jacques Bergier já haviam exposto em sua magnífica obra O Despertar dos Mágicos [1969], questões novas na discussão da vida do homem na Terra, que na época foram intituladas de Realismo Fantástico.
“Em praticamente todos os estados brasileiros podem ser encontrados inusitados registros de caráter desconhecido, que sugerem que alguma coisa não muito comum teria se passado ali”
Depois dele vieram outros pensadores, como Peter Kolosimo, Robert Charroux, Erich von Däniken, Quixe Cardinale, W. Raymond Drake, Andrew Tomas e muitos outros, todos alentando para possibilidades mais ousadas. De fato, em nosso passado desconhecido, alguma coisa espetacular parece ter acontecido no planeta, algo que se perdeu quase que definitivamente sob o pó das gerações e dos grandes cataclismos que já reviraram essas terras por inúmeras vezes. Entretanto, muitas evidências foram encontradas perenemente em pedra bruta, como a que acabamos de mencionar, além de outros registros imprecisos ou, em alguns casos, na forma de claras demonstrações que indicam que algum fato marcante teria acontecido diante dos olhos atônitos de nossos antepassados.
Este artigo pretende fazer sua abordagem sobre tais achados, voltando seus olhos para o que existe no Brasil, sob as mais variadas formas e em diversas localidades de sua vasta extensão territorial. Há alguns lugares que se tornaram bem marcantes pela complexidade de seus registros, demonstrando uma gama maior de sinais e representações inusitadas ou — por que não dizer? — extravagantes e inexplicáveis. Dentre eles podemos citar o monólito da Pedra do Ingá e de outras localidades da Paraíba, as grutas de Montalvânia e os rincões arqueológicos de Minas Gerais, a região da Serra do Roncador e todo o interior de Mato Grosso, a misteriosa Sete Cidades e outras áreas do Piauí, além de inúmeros sítios arqueológicos do Pará e Amazonas. É bom que se diga que em praticamente todos os estados brasileiros também podem ser encontrados registros de caráter desconhecido, que sugerem que alguma coisa não muito comum ali teria se passado.
A evidência disso está caracterizada nos desenhos gravados nas paredes milenares de muitas de tais áreas, em todo o Brasil, como iremos demonstrar. A Paraíba, por exemplo, é um lugar com riquíssimos arquivos rupestres que apresentam figuras estranhas e objetos que se assemelham a máquinas em voo. Essas manifestações podem ser encontradas em vários locais do estado, assim como em todo o Nordeste brasileiro. A mais importante e enigmática dessas inscrições é a Pedra do Ingá, que constitui um dos maiores mistérios da arqueologia. Ao visitar a região, percebe-se tratar de algo estranho demais para estar ali, desafiadoramente, como testemunho vivo de um passado misterioso e de difícil explicação. Talvez fosse até mais conveniente para os pesquisadores ortodoxos que ela não existisse, pois não teriam de se preocupar em tentar explicar o inexplicável.
Saber preservado
Atribuir ao homem primitivo sua autoria, considerando-se que esse não passava de um ser mentalmente limitado e excessivamente abrutalhado, não é uma atitude fundamentada em métodos convincentes e razoáveis. Qualquer pessoa que se aproxima da Pedra do Ingá e vê sua vasta simbologia incrustada na rocha, não pode em sã consciência admitir que seus autores fossem indivíduos rudes e incultos. Quando observamos aquelas representações com cuidado, percebemos que expressam uma ideia, uma espécie de esquema de caráter avançado e inteligente, como um código que pudesse perdurar através dos tempos, preservando um conhecimento. Para efeito dessa avaliação, reproduzo ao longo deste texto algumas ilustrações encontradas na Pedra do Ingá, destacando figuras pouco comuns, apesar de entendermos que é o contexto geral do monólito que tem muito a revelar.
Algu
ns de seus caracteres apresentam gravuras estranhas, que mais poderiam ser comparadas a equipamentos de voo ou a uma espécie de instrumento desconhecido. Ou ainda, a uma forma de linguagem sintetizada de um grande conhecimento que teria se perdido no decorrer das eras. Outros podem ser nitidamente observados e destacados de seu conjunto, como se fossem uma síntese evidente de uma tecnologia desconhecida. A fotografia dessa colossal Pedra do Ingá pode fazer lembrar algum tipo de objeto não identificado, já avistado e catalogado pelos pesquisadores contemporâneos da Ufologia. Suspeita-se que o conteúdo dessa rocha esteja muito além de nossas possibilidades atuais de compreensão, e é possível que contenha uma espécie de informação de grande importância para nossa humanidade.
Civilização mais avançada
O problema é que sua chave teria se perdido juntamente com as grandes transformações que ocorreram no passado da Terra, e seu enigma somente poderá ser decifrado quando tivermos desvelado certos significados relacionados a símbolos específicos de caráter universal. Também próximo àquela formação rochosa, em um local denominado de Saltos do Riacho Fundo, existem diversos ideogramas que foram identificados pelo pesquisador Gilvan de Brito — muitos dos quais se assemelham aos já referidos. Seus caracteres estão menos agrupados, mas também se acham esculpidos na pedra, da mesma maneira que as esculturas do monólito do Ingá, revelando estranhas figuras circulares.
Em várias outras regiões da Paraíba também há grande incidência de inusitadas inscrições rupestres, com indicação de que podem estar relacionadas a um tipo de civilização mais avançada que poderia ter vivido na Terra — ou a um grande acontecimento que teria causado profundas impressões em seus assustados espectadores. A Pedra de Picuí, por exemplo, é outro registro insólito com uma simbologia complexa e representações de objetos estranhos. Hoje ela se encontra submersa após a construção de uma barragem na região, mas graças ao engenheiro Francisco Retumba, que a copiou, podemos saber de seu conteúdo.
“Uma viagem pelo Brasil levaria o leitor a encontrar muitos desenhos semelhantes aos registrados nas plantações da Inglaterra e outros países, os chamados círculos ingleses ou agroglifos”
Também podem ser encontradas próximas de Picuí gravuras intrigantes esculpidas em rocha, em uma região chamada de Cachoeira do Pedro, segundo as pesquisas feitas por Brito. Seu conteúdo traz ainda grande semelhança com os que existem na Pedra do Ingá. No município de Souza, no mesmo estado, foi encontrado um painel com figuras muito diferentes que lembram um esquema técnico, onde podem ser vistas antenas, setas indicativas de movimento, objetos em voo e outros que parecem instrumentos de controle. Observando o mural encontrado na região, pode-se perceber que ele não se assemelha a nenhum dos conjuntos de petrogravuras encontrados regularmente — petrogravuras ou petroglifos, por sinal, são termos técnicos que se usa para descrever as pinturas rupestres, desde que feitas em rocha.
Quando nos voltamos para o município de Souza, as imagens encontradas lá nos dão a impressão de que seus autores pretenderam demonstrar algum tipo de atividade não muito comum, ou relacionada a experimentos científicos em um passado distante. No registro que se vê na região, algumas das figuras apresentam objetos específicos e indicações nítidas. Seguindo esse raciocínio, poderíamos compilar uma série de dados curiosos somente no estado da Paraíba, que escolhemos para iniciar nossas demonstrações de que algo de estranho teria acontecido naquelas paragens, em tempos bem remotos. Uma viagem pelo Brasil levaria o leitor a encontrar muitos outros exemplos semelhantes aos misteriosos desenhos registrados nas plantações da Inglaterra e de outros países, os chamados círculos ingleses, que permanecem ainda inexplicados [Veja edições 81 e 97 de UFO, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Representações incompreensíveis
O pesquisador Gilvan de Brito se refere ainda a uma série de sítios arqueológicos somente no estado da Paraíba, onde podem ser encontradas figuras estilizadas, símbolos abstratos e representações incompreensíveis de um tempo não conhecido da história do Brasil. Sobre as inscrições no município de Souza, ele escreveu: “Aqueles que estiverem pretendendo dar asas à imaginação poderão ver nos litoglifos, que são gravuras em pedra, figuras parecidas com UFOs, tendo ao lado algo que se assemelha a duas pessoas. Na imagem, o mesmo objeto não identificado aparece com a antena recolhida no ar, antes de penetrar em uma formação de nuvens. Há no alto da imagem formações que lembram duas constelações”.
Também no Piauí podemos encontrar muitas inscrições rupestres semelhantes a estranhos objetos em voo, representados em meio ao seu mais diversificado acervo arqueológico. Poderíamos dizer que em todos os estados brasileiros podem ser observadas inscrições que levantam suspeitas de que alguma coisa grandiosa fora avistada pelos antigos habitantes de nosso país. Nesse trabalho não podemos abordar todas, evidentemente, mas mostramos as figuras que mais desafiam a lógica ou por se encontrarem presentes em Território Nacional sem uma explicação convincente. O Piauí é um exemplo dessa situação. O estado é riquíssimo em registros que permitem inflamar nossa imaginação e fazê-la especular sobre o que levou o homem primitivo a reproduzir, com tanta ênfase, certos símbolos circulares e estranhos desenhos na rocha viva.
No complexo arqueológico de Sete Cidades, por exemplo, é possível encontrar uma profusão de registros rupestres, mãos carimbadas, humanoides e figuras zoomorfas, além de caracteres semelhantes a letras de antigos alfabetos e outras representações de objetos desconhecidos. Em sua maioria, foram gravados pelo processo de impressão em pigmentos avermelhados e em algumas das áreas podem ser encontrados sinais inscritos de forma confusa e desordenada, parecendo tratar-se de um cenário notadamente caótico. Entretanto, outros elementos se destacam dos demais pela sua complexidade, como se tratassem de algo especial na vida daqueles homens ou tivessem despertado grande interesse, medo ou sentimento de adoração, induzindo-os a tentar representá-los. Naquele grande sítio arqueológico, como em muitos outros es
palhados pelo interior da localidade, podemos destacar inúmeras imagens interessantes.
Figuras estranhamente vestidas
Reinaldo Coutinho pesquisou regiões próximas de Sete Cidades que também contêm algumas representações no mínimo curiosas e podem ser analisadas sob o mesmo enfoque que vem sendo abordado nessa pesquisa. É provável que alguns arqueólogos pensem que seja especular a origem exógena desses sinais rupestres, um voo alto demais e muito especulativo, mas estou convicto de que existe algo de grande significado em tais registros, resultado de acontecimentos que gravaram nas mentes daqueles homens certas inscrições que não podiam ser por eles compreendidas. A insistência de certas formações circulares em diversas partes do globo terrestre, e de figuras estranhamente vestidas, não podem ser tratadas simplesmente como criação daquelas mentes limitadas e voltadas exclusivamente para a própria subsistência em nível instintivo. O que os teria levado a reproduzir sinais como os que foram encontrados em uma região chamada Buriti dos Cavalos, no interior do Piauí?
Próximo daquela localidade, no ponto denominado Jardim, também podemos registrar essas estranhas gravuras. Entre as imagens mais espantosas de Buriti está uma figura descomunal gravada em pedra na Toca do Morcego, em São Raimundo Nonato, no sul do estado. O que pretendiam seus autores representar? Só com muita ousadia podemos imaginar. E é preciso considerar ainda que em muitas localidades espalhadas por toda a extensão do Nordeste brasileiro existem grandes concentrações de registros pré-históricos, que estamos ainda pesquisando. Certamente, eles também estarão a indicar que algo de grande relevância teria acontecido na região, forçando seus habitantes primitivos a gravar suas impressões em pedra bruta.
“Mesmo que não se creia na hipótese extraterrestre desses registros, não será fácil explicar figuras humanoides gravadas em pedra e estranhas imagens circulares, como os UFOs”
Também se pode constatar que a Região Norte do Brasil sempre foi riquíssima em avistamentos de objetos estranhos no céu, chegando a ponto de obrigar a Aeronáutica brasileira a constituir uma comissão especial para estudar o fenômeno, denominada Operação Prato [Veja edição UFO 101, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. É provável que tais acontecimentos não sejam recentes, pois a quantidade de dados encontrados no Pará, Amazonas e em outros estados da Amazônia é de surpreender a qualquer pesquisador. Mesmo que não se creia na hipótese da procedência extraterrestre desses registros, não será fácil explicar certas figuras humanoides gravadas em pedra, tampouco estranhas representações circulares e de objetos que muito se assemelham a UFOs, que têm sido amplamente avistados nos dias de hoje e noticiados em todas as partes.
Sítios arqueológicos abundantes
Vamos encontrar no Pará, por exemplo, muita coisa estranha feita em pedra bruta. Usando como fonte o livro A Arte Rupestre na Amazônia [Editora Unesp, 2003], da pesquisadora Edithe Pereira, constatamos a riqueza da manifestação arqueológica na forma de inscrições e pinturas rupestres naquele estado. Edithe apresenta de forma criteriosa as inúmeras representações líticas de localidades pouco conhecidas do Brasil, nas quais se destacam figuras que nos levam a imaginar que se tratassem de objetos voadores não identificados que teriam sido avistados por seus autores, em um tempo muito remoto. Na região onde se localiza Monte Alegre, por exemplo, há uma grande quantidade de sítios arqueológicos, como Serra da Lua, Morro do Sol, Pedra do Mirante, Gruta Itatupaoca, Caverna e Painel do Pilão, Abrigo da Coruja, do Irapuá etc, todos localizados nas serras do Ererê e de Paituna.
Também encontramos na Serra do Ererê desenhos interessantes que despertam a curiosidade ao mostrarem figuras estilizadas que lembram algo parecido com o que hoje são descritos como UFOs, além de estranhos desenhos humanoides. Algumas dessas inscrições existem em grande quantidade e podem ser encontradas em toda a extensão da serra. Na bacia dos rios Araguaia e Tocantins, principalmente em uma região denominada Martírios do Araguaia, pode-se ver diversas gravuras em baixo-relevo que mostram uma grande variedade de objetos curiosos e figuras zoomorfas.
Já na bacia do Rio Trombetas, próximo aos rios Erepecuru, Murapi, Paru d’Oeste e Igarapé Campo Grande, existem também outras representações de caráter excepcionalmente intrigantes. Algumas delas são reproduzidas neste artigo por serem muito expressivas e permitirem análise sob uma ótica não necessariamente acadêmica, pelo seu alto grau de estranheza. A bacia do Rio Xingu é também riquíssima em registros rupestres. Em um local denominado Cachoeira de Itamaracá existe um desenho cujas características não podem ser, em absoluto, atribuídas a povos primitivos, face à sua complexidade.
Representação de aldeias fortificadas
O estudioso Domingos Soares Ferreira Penna visitou aquela região, em 1885, e reproduziu a enigmática figura, dando-nos a possibilidade de ver que se parece com um esquema técnico — apesar de alguns pesquisadores quererem lhe atribuir explicações ordinárias, como se fosse apenas representação de aldeias fortificadas. Também noutras localidades podemos encontrar imagens em baixo-relevo que lembram máquinas em voo, como as registradas no Paredão Valha-Me Deus, no município de Altamira, também no Pará. Em um local chamado de Ilha de Pedra, dentre outros objetos estranhos esculpidos, vemos várias imagens com formatos distintos. Na Pedra Gravada, em Anapu, há registros similares de estranhas reproduções.
Surpreendentes objetos e figuras desconcertantes também foram descobertas em uma grande rocha do estado de Roraima, pelo pesquisador e escritor Marcel Homet, próximo a Serra do Parimã, na divisa do Brasil com a Venezuela. Seguramente, se tratam de inscrições de origem desconhecida e muito antigas, não podendo ser simplesmente atribuídas a índios da região ou a homens primitivos pela profusão de símbolos tradicionais conhecidos do Velho Mundo. Elas encontram-se registradas, segundo o autor que as copiou, em uma grande rocha denominada Pedra Pintada, podendo-se destacar certos conjuntos de caracteres que lembram letras e símbolos religiosos e esotéricos, além de figuras complexas similares a máquinas voadoras.
O que essa vasta simbologia estaria fazendo em plena selva amazônica? Quem as teria produzido? Com que finalidade? É provável que Montalvânia, em Minas Gerais, seja uma das localidades de nossa terra onde mais se adensam os mistérios sobre o homem primitivo que viveu no Brasil ancestral. O fato de já existirem certas explicações acadêmicas sobre as inscrições e desenhos encontrados em suas grutas não quer dizer que sua origem e significado tenham sido esclarecidos. Alguns registros nas pedras permitem levantar hipóteses variadas e até mesmo supor que acontecimentos de transcendental importância teriam sido percebidos também por aqueles homens pré-históricos.
Seres aquáticos e deuses mitológicos
Não podemos compreender como, em condições normais, os temerosos moradores daquela região, milhares de anos atrás, pudessem ter sido capazes de deixar gravado em pedra imagens de caráter tão controvertido, para não dizer difícil de serem reproduzidas por alguém que as tivesse criado com a exclusiva intenção de lazer.
Há uma pequena cidade que fica quase na divisa de Minas com a Bahia que chama a atenção por certas peculiaridades. Trata-se de Montalvânia, município rodeado por inúmeras formações rochosas e pequenas elevações pétreas de cor cinza escuro, onde podem ser encontradas diversas grutas e cavernas com esculturas desconcertantes. Fundada por Antonio Montalvão, suas ruas possuem nomes de filósofos e pensadores, como Descartes, Rui Barbosa, Einstein, Arquimedes, Galileu etc. O visitante que chega àquelas paragens fica sensibilizado ao passar pela Rua Zoroastro, passear na Praça Buda, caminhar na Avenida Confúcio ou conhecer a Rua Mama Cocha. As pinturas e imagens em baixo-relevo de suas grutas mostram uma grande variedade de gigantes aquáticos, deuses mitológicos, seres estranhos e representações que lembram objetos voadores.
Em visita à região, fiquei estupefato com tamanha profusão de símbolos e figuras variadas, diferindo-se muito das petrogravuras encontradas noutros lugares da Terra, obra de homens primitivos que, geralmente, utilizavam pigmentos em vermelho para retratar animais, cenas de caça e sinais menos sofisticados. É certo que Montalvânia guarda muitos segredos a serem desvelados e que sua antiguidade é notória. Mas ao que parece, tão cedo seus mistérios não poderão ser explicados pelos pesquisadores, pelo menos em termos ordinários, face à sua insofismável estranheza e denotada expressividade. De qualquer forma, aquele acervo arqueológico tem maior chance de ser preservado da sanha destruidora do mundo contemporâneo do que outros, pois seu acesso é muito difícil e só pode ser alcançado através de caminhadas por trilhas e picadas abertas pelo mato adentro.
Montalvão afirmava que a primeira civilização da Terra havia surgido naquele local, tomado por um grande lago que cobria a vasta região. Disse que havia três raças dominantes: branca, negra e vermelha. Essa última seria uma progênie de “gigantes seres voadores que possuíam força descomunal e foram os responsáveis por grandes construções em pedra”. O estudioso ainda afirmava que nas cavernas de Montalvânia existiriam “deuses gravados em rocha que muito tempo depois a Grécia adotaria em seu panteão e os colocaria no Olimpo”. Um exemplo disso é o deus com garras nas mãos e rabo de peixe que o pesquisador afirma se tratar do imperador das águas, Poseidon, que em sua caverna guardaria inúmeros registros pictóricos, em baixo-relevo e de grande importância.
Inexplicáveis e intrigantes
Se as teorias do pesquisador parecem extravagantes, as petrogravuras que se acham nas grutas e cavernas de Montalvânia lhe dão sustentação. São tão inexplicáveis e intrigantes que lá estão aguardando um pouco de ousadia dos estudiosos para compreendê-las e dar-lhes uma explicação mais coerente sobre sua existência e o que pretenderam relatar, concorrendo assim para a elucidação de seus mistérios. A localidade e seus registros pictóricos desafiam a mente humana, exigindo até mesmo uma revisão na história dos antigos povos do Brasil. Como testemunhas vivas, suas eloquentes gravuras pétreas preservam imagens complexas de um passado remoto que a ciência insiste em não querer aceitar.
Em muitas outras cidades mineiras também podem ser encontrados desenhos estranhos, que em nada se assemelham àquilo que aqueles moradores da época do sílex pudessem conhecer ou imaginar. Algumas das imagens descobertas em paredões do norte de Minas deixam à mostra algo inusitado, como se fosse uma tentativa de apresentar coisas desconhecidas que aqueles homens estavam percebendo nos céus ou vendo descer até o chão. Coisas que vinham lhes causar incômodo e apreensão, a ponto de fazê-los registrarem seu medo e estupefação nos paredões e nas grutas onde viviam.
O estado de Mato Grosso é também muito rico em inscrições de cunho desconhecido, para não se falar dos incompreensíveis acontecimentos que ocorrem em algumas de suas regiões — principalmente nos locais mais próximos da Serra do Roncador. Existem muitas coisas naquela área que ainda não podemos entender, apesar de nossa tecnologia e conhecimentos científicos, especialmente quando nos deparamos com certas descobertas e uma aura de mistério que se adensa sobre a real condição da vida no passado da Terra. Em uma de minhas viagens, pude ver em Barra do Garças um objeto encontrado em uma das cavernas próximas, que mais se parecia com uma espécie de fóssil de um maquinário qualquer. O mais estranho é que era constituído por várias chapas perfuradas e ajustadas com parafusos, arruelas e porcas, como as que conhecemos hoje. Porém, estava petrificada e foi encontrada em uma região onde podem ser vistas outras peças semelhantes, também com origem inexplicada.
Existem muitos inscritos rupestres excepcionais e formações rochosas interessantes também em toda a região do Roncador, assemelhando-se a esfinges e edificações monumentais. Seu mistério se liga à crença dos mundos subterrâneos e, segundo alguns, certas representações líticas são indicações que velam a passagem para tais regiões ignotas. Também no município de Paranaíta, no norte de Mato Grosso, pesquisadores brasileiros descobriram em toda a extensão de uma grande rocha calcinada, denominada Pedra Preta, diversos riscos que pareciam ter sido traçados por hábeis mãos em um passado muito remoto. Percorrendo com giz essas linhas em baixo-relevo, vê-se que desvelam uma plêiade de variados desenhos, alguns gigantescos, que representavam animais, figuras variadas, círculos e outras inscrições de caráter desconhecido, assemelhando-se a um grande registro a céu aberto.
Inexplicáveis e intrigantes
Muitos outros estados brasileiros também têm mostrado, a cada dia, novas descobertas de atividades pré-históricas, representadas pelas mais diversas modalidades de petroglifos e revelando inusitadas figuras e formas de expressão. Em algumas reproduções gravadas em pedra podem ser observadas semelhanças com objetos em voo, cujo formato se aproxima dos tão discutidos discos voadores. São várias as manifestações rupestres no Território Nacional, de norte a sul, e também muitos os mistérios que as envolvem. É curioso imaginar o que teria levado os antigos habitantes de nosso país a se preocuparem tanto com certas imagens incomuns e porque tanto desejaram que elas fossem eternizadas através de registros em pedra.
Não é pretensão desse autor explicar tais manifestações como decorrentes exclusivamente de fenômenos inexplicáveis que nossos antepassados teriam presenciado ou que faziam parte de suas vidas. Porém, é minha obrigação apontá-las e pesquisá-las, para que sejam observadas através de outras perspectivas, e não somente as adotadas pelo academismo oficial que insiste em não dar a devida atenção a tal situação. Não se pode ignorar as abundantes evidências de que certos sinais gravados pelo homem primitivo muito se assemelham aos famosos discos voadores e que sua presença em todo o país, sobre suas rochas milenares, são uma prova contundente de sua manifestação desde os tempos mais remotos.
A estreita ligação entre o folclore e a Ufologia
por Cláudio T. Suenaga
Os mitos dizem respeito ao que há de mais remoto na formação cultural e antropológica do ser humano, e surgem como uma necessidade de completude e entendimento do mundo. As lendas e personagens mitológicas são resultado da interpretação humana de fenômenos aparentemente inexplicáveis e inusitados. Estão diretamente ligados à realidade cotidiana e às relações entre o homem e a natureza estabelecidas pela complexidade social do meio. Hoje, após análises e estudos mais aprofundados, percebe-se que a gênese de elementos folclóricos está basicamente fundamentada em ocorrências ufológicas que, na época, não foram reconhecidas como tal.
Geralmente, o Fenômeno UFO é descrito como aparições de cunho religioso ou divino. Nos livros sagrados de muitas religiões pode-se constatar nitidamente a presença de extraterrestres entre os humanos. Buda teve seus contatos com seres inteligentes de outros mundos. Gilgames teve visões de seres espaciais. Zoroastro viu Ahura Mazda sob luzes, raios e trovões. Moisés e Abraão tiveram contatos com seres que utilizavam naves resplandecentes, queimando tudo o que havia ao redor, expelindo fogo e fumaça. Ezequiel teve um encontro com uma carruagem de fumaça etc. Dessa forma, tais contatos extraterrestres foram interpretados como manifestações sagradas, atribuídas a deuses, santos e outras divindades.
No Brasil, por exemplo, a riqueza folclórica e a diversidade mítica revelam o incontável número de visitas extraterrestres ocorridas nas mais variadas localidades do território. O ufólogo mineiro Antônio Faleiro, consultor da Revista UFO, registrou e pesquisou muitas lendas do folclore brasileiro, analisando e relacionando os mitos com o Fenômeno UFO [Veja seu livro UFOs no Brasil, código LIV-010 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Em um dos trechos de sua pesquisa, Faleiro cita a carta do padre José de Anchieta, referindo-se a estranhas aparições na época do descobrimento do Brasil. “Há também outros fantasmas máximes nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto ao mar e aos rios. São chamados de ‘que é todo fogo’. Mas não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali. Acomete rapidamente os índios e os mata como a curupiras. O que seja isso não se sabe com certeza”.
O trecho da carta de Anchieta é revelador e um exemplo de que, por todo o país, há uma verdadeira inundação de contos ligados aos UFOs — como esse descrito acima que, de algum modo, diz respeito a manifestações incomuns tanto na cultura popular como na indígena. Todas essas revelações recorrem ao processo mitológico para relatar o que, na realidade, são ocorrências ufológicas de seres visitantes na Terra.