Somos muito mais do que pensamos e, talvez, muito mais do que merecemos. As nossas obrigações cósmicas, como espécie inteligente que deverá, em futuro ainda não determinado, assumi-las integralmente, não foram visualizadas pela maioria absoluta das pessoas. Horizontalizadas em suas mesquinhas preocupações, que não ultrapassam os limites dos intrincados problemas sociais, cujos labirintos são criação humana, as pessoas não dedicam mais do que irrisórios momentos de atenção à Metafísica, tão cultuada no passado e considerada, hoje, como um verdadeiro lixo cultural, um entulho para certos círculos científicos.
Não paramos para pensar sobre o significado de nossas vidas. Somente em momentos de grande felicidade ou de tristeza imensa motivamo-nos a refletir acerca do motivo pelo qual estamos neste planeta. Às vezes, um acontecimento insólito, como o que ocorreu envolvendo minha pessoa — que não foi de grande alegria e nem de tristeza — tem o mesmo dom de despertar as mais diversas interrogações. Nunca mais seremos as mesmas pessoas depois que algo transcendente e contrário a tudo em que acreditávamos envolveu-nos, quebrando a segurança que sustenta a fragilidade do dia-a-dia.
Sabe-se, perfeitamente, que diversos “contatados” com UFOs mostraram-se, após, dotados de incríveis faculdades paranormais, como a telepatia, clarividência e até mesmo efeitos psicocinéticos. Entretanto, mais importante do que tais dons da mesma forma há o paralelo despertar da espiritualidade, um sentimento de que a vida é bem mais ampla do que julgamos e, por que não, sublime.
Muitos já despertaram para essa nova etapa da civilização humana, aguardando o período que deverá criar novas condições de vida, amalgamando culturas, políticas, ideologias e economia. Porém, esfacelados como estamos em centenas de grupos sociais, cada um desejando sobrepor-se aos demais, os expoentes espirituais que surgem, já nesta época, correm o sério risco de sofrer como aquele que deu a vida por nós há dois mil anos atrás. Temos de olhar à nossa volta, com espírito perscrutador e analítico, se desejarmos encontrar tais expoentes. Muitos estão perfeitamente camuflados dentre, as mais humildes condições, e, justamente por contrariarem nossos sentimentos materialistas, não lhes damos o devido valor. Mas eles já são milhares e a capacidade de reprodução e expansão de suas palavras é bem maior do que pensamos. Alguns podem estar ao nosso lado e não os percebemos.
Buscando na História elementos de ordem metafísica, chegamos à conclusão de que algo muito importante ocorreu fora de nosso alcance visual. Temos apenas o conhecimento fragmentado de fatos que iniciam-se na Mesopotâmia, envolvendo assírios e caldeus, e passam pelas civilizações egípcia, grega e romana. Sequer desejamos saber o que aconteceu, na mesma época, no oriente, que pouco pesa para nós, ocidentais, na balança dos fatos históricos. E antes disso? Aparentemente, acontecimentos traumáticos ocorreram em fase que a história clássica não consegue sequer sugerir, sob risco de, se assim o fizesse, envolver-se numa difícil e incômoda tarefa de revisionismo de tudo o quanto já foi compilado até os dias atuais.
Certas respostas para as nossas dúvidas interiores talvez estejam nessa época obscura. Atlântida, astecas, incas, bascos, pedras de Ica, pirâmides, ilha de Páscoa, dentre tantos outros enigmas insolúveis, mostram que o homem perdeu uma significativa parte de si mesmo, pois alguns desses segredos perdidos no tempo estavam mais do que ligados às raízes da Humanidade, uma possível chave que poderia dizer, hoje, quem é ele verdadeiramente. Talvez esse apagar das luzes do passado tenha sido uma bênção coletiva, pois parece que o ser humano, apesar de uma trilha de milênios, prima pela imaturidade, o que teria sido, conforme diversas teorias, a causa do fim dos atlantes, ao brigarem com forças superiores às suas.
Chegamos, então, a um ponto em que temos, obrigatoriamente, de analisar o homem em seus componentes físicos e extrafísicos. Se somos mais do que pensamos e também muito mais do que merecemos, é hora de repensarmos tudo e descobrir onde erramos. Isso nos leva a considerar se estamos ou não preparados para as nossas obrigações cósmicas, se o nosso potencial é para o bem ou para o mal, se saberemos aceitar o fato de que não estamos sós no Universo e que civilizações alienígenas já batem às nossas portas.
O despertar do homem traz consigo a responsabilidade, o dever de não deixar que fatores afluentes derivem para caminhos tortuosos e distantes do telefinalismo que parece estar reservado à civilização humana. As antigas escolas herméticas, ligadas ao conhecimento esotérico, nunca abriram suas portas a quem não estivesse preparado moral e intelectualmente. Para ter acesso aos conhecimentos esotéricos, o indivíduo era obrigado a submeter-se a um período de provas, iniciático. Isso tinha a sua razão de ser, pois tal conhecimento é tão perigoso quanto o da fissão nuclear, se porventura cair em mãos despreparadas ou desonestas. Poderia estar acontecendo algo semelhante no campo da Ufologia? Estaríamos preparados para receber informações referentes a possíveis civilizações alienígenas, sem um correspondente processo iniciático?
O homem é um incrível condensado energético, a materialização de princípios cósmicos que sugerem a existência de uma vontade superior e coordenadora de tudo o que existe, material ou não. Se imaginarmos o homem como estando posicionado no fundo de um funil, simbolizando tal estreitamento a materialização de princípios superiores que desceram até o tangível, poderemos, da mesma maneira, julgar que existe a possibilidade de abertura do funil, no lado oposto, resultado de duas retas que se cruzam, e simbolizando, por sua vez, o espírito, o potencial humano que pode ligar-se ao Cosmos. Pietro Ubaldi denomina aquele que descobre esse outro lado do funil como um “super-homem”, um ser incomum entre os humanos. Dele é uma citação que cala profundamente em nossos corações:
“Existem humanidades superiores que já vivem nesse estado orgânico. O indivíduo, alcançada a sua maturação, passa automaticamente a fazer parte delas. E quem nelas ingressa, embora materialmente esteja vivendo no ambiente terrestre, passa a usufruir todas as defesas e dispor de todas as forças e poderes que de direito pertencem aos seres daquele plano. Para entrar no círculo de tais humanidades e desses planos superiores de vida, a estrada aberta a todos é \’viver a Lei”. (3)
É certo que Ubaldi fala de outras humanidades no sentido espiritual. Mas, no estágio em que estamos, será lícito separarmos o físico do extrafísico? O mundo além da matéria sempre foi considerado como algo completamente à parte, distinto daquilo que podemos perceber através de nossos sentidos,
que, sabemos, não são tão perfeitos como gostaríamos que fossem. Entretanto, o Universo é somente a expressão energética de princípios superiores, sendo a matéria apenas uma de suas fases transitórias. Assim, falarmos do natural e sobrenatural significa isolarmos partes de um mesmo conjunto, a perda de sua principal característica que é a unidade.
Se pensarmos no que é um espírito, chegaremos à conclusão de que é algo etéreo, diáfano. E assim será porque nosso presente estado físico é a medida das coisas. Um objeto qualquer será macio ou duro conforme o nosso sentido do tato. Se fosse dada às rochas uma hipotética possibilidade de emitirem opinião a respeito dos humanos, certamente os descreveriam também como seres etéreos, com uma insignificante densidade, dotados de uma incrível capacidade de deslocamento e desdobramento (reprodução). Seríamos, assim, para as rochas, o que os espíritos são para nós. Mas não o somos. Somos apenas seres saídos das névoas do passado e cuja trilha evolucionária está, ainda, muito distante de seu ápice.
Mas por que estamos divagando por campos quase que filosóficos, munindo-nos de asas de águia para que nossos pensamentos subam até as alturas do inconcebível? O assunto é Ufologia, algo que, O assunto é Ufologia, algo que, antes de tudo, sugere exatamente o contrário, isto é, o apoio no manancial seguro da ciência. Na verdade, tal apoio nos é necessário mais pelas nossas inseguranças, pois, na busca do desconhecido, desconfiados de tudo o que possa nos tragar totalmente, necessitamos de coisas sólidas e fatos. Desejamos a segurança nas idéias, opiniões e fatos, Tarthang Tulku, monge tibetano, em seu livro A Expansão da Mente, dá-nos uma boa visão a esse respeito:
“Queremos que nosso mundo seja, ao menos em parte, sólido e estável, algo em que possamos nos apoiar. Não vemos que, se alguma parte de nossa existência fosse fixa ou sólida, isto, na verdade, representaria um grande obstáculo — pois o que permite crescimento e desenvolvimento é a mudança. A transitoriedade não é, de modo algum, uma ameaça; antes, é uma abertura para novos horizontes”. (4)
Ao encararmos a Ufologia frontalmente, estaremos pisando no terreno movediço anteriormente mencionado. Desejamos, até por uma questão de amor-próprio, que a nossa auto-imagem seja preservada, que não sejamos uma fonte de decepção para nós mesmos. Entretanto, somente um novo ser humano, renascido dentre os restos do sofismático e egocêntrico espécime do século XX, pode levar a cabo uma empreitada tão árdua. Enquanto formos reflexo do caos que impera no mundo inteiro, não teremos acesso ao imenso potencial que pode unir o nosso interior ao Cosmos.
Nosso país é fértil de exemplos maravilhosos de pessoas que há muito pertencem a mundos superiores, embora fisicamente continuem entre nós. Sob o ponto-de-vista espiritual, somos, apesar de opiniões céticas e contrárias, um dos maiores receptáculos da Humanidade. Não podemos avaliar o que isso representa sem pensarmos num provável objetivo que ainda se perde no futuro, algo que transcende ao simples dia-a-dia. O importante desse objetivo de longo prazo é o de que deverá ser o mesmo, ou pelo menos assemelhado, para outras civilizações. Se a vida, em nosso planeta, evoluiu do mineral para o vegetal e, deste último, para o animal, criando, por fim, um produto refinado que é a inteligência, certamente que não o fez por acaso.
Em contatos estreitos com civilizações extraterrestres que tivessem tido a oportunidade de um desenvolvimento intelectual e moral superior ao dos humanos, certamente correríamos o risco de um grande trauma. Poderíamos chegar como cientistas e sair como bárbaros, com o amor-próprio ferido e toda a nossa segurança esvaída perante o reconhecimento de um poder muito maior. Valeria à pena, hoje, no estágio em que atravessamos, forçarmos um contato com civilizações mais avançadas? E óbvio que muito ainda nos falta e que, em nosso próprio benefício, devemos nos manter insulados neste pequeno planeta do sistema solar, pelo menos até que consigamos resolver nossas dúvidas e problemas existenciais desprovidos de um sentido de moral mais ampla. Esse fato parece ter sido reconhecido por alguns de nossos visitantes extraterrenos, que demonstraram claramente não estar o homem pronto para ingressar numa comunidade cósmica.
Muitos poderes interiores aguardam a eclosão espiritual do homem. Paradoxalmente, tais poderes interiores estão ligados ao Cosmos, ou seja, quanto mais o homem navegar em direção ao seu mundo interior, tanto mais ele conseguirá expandir-se em outros planos. As promessas quanto ao futuro do homem são maravilhosas e permitem prever o seu ingresso, como um todo social, nas humanidades superiores que existem no Universo. A Ufologia possui uma responsabilidade imensa nessa tarefa, pois tem o poder de sugerir mudanças e divisar horizontes situados bem mais além do que os estreitos e curtos limites formados pelo homem e que correspondem ao seu cinturão de defesa contra tudo o que possa ameaçar o seu pequeno mundo. Para isso não é necessário preparo intelectual, mas tão somente a mente aberta para admitir novas possibilidades para o homem e inscritas em leis realmente universais e que não correspondem, obrigatoriamente, às nossas vaidades.
Certas verdades não se abrem facilmente para o homem. Parece que, pelo contrário, fecham-se ao menor sinal de perigo, quando mentes não preparadas ou mal-intencionadas desejam penetrá-las. Os poderes do Universo não necessitam de força para serem extraídos, mas apenas a intenção harmônica com suas leis. Entre a dinamite para estourarmos as porias do cofre que contém os segredos cósmicos e a possibilidade de o abrirmos contando com os seus códigos e chave, esta última é a melhor condição. Lembremo-nos, porém, que os códigos e a chave desse cofre somente serão entregues a quem os mereça! Poderemos até roubá-los, mas teremos, inevitavelmente, de enfrentar a reação contrária que virá com toda certeza…
Vive na índia um místico chamado Sai Baba, que é venerado como a reencarnação de Cristo, muito embora ele nada tenha respondido a respeito. Mas os budistas o veneram como um Buda, enquanto que os muçulmanos o vêem como Maomé. Seus poderes são imensos, talvez os maiores concedidos a um ser humano contemporâneo, repetindo, por vezes, milagres idênticos aos mencionados no Novo Testamento, como a ressurreição de um indivíduo morto há três dias e cujo corpo já começava a dar sinais de decomposição. Materializações e transmutações materiais são fatos corriqueiros cm sua vida de pregações. Sai Baba pode deslocar-se livremente, em espírito ou corpo, bem como transfigurar-se em pessoa distinta; enfim; ele pode o inconcebível para a nossa mente calejada pela hipertrofia do lado esquerdo do cérebro, racional, em detrimento do potencial intuitivo situado no hemisfério direito. Sai Baba, tal como Cristo, nunca deixou de dizer aos seus discípulos que tais poderes não configuram dons particulares a somente ele, mas que qualquer um pode alcançá-los. Apenas, segundo ele, não sabemos ler no grande livro do Universo; seríamos analfabetos que brincam com os volumes de uma grande biblioteca sem desconfiar das possibilidades maravilhosas que existem dentro deles.
Da mesma forma, temos inúmeros e intrigantes exemplos no mundo ocidental. Edgar Cayce, o “Profeta Adormecido”, uma pessoa desprovida de conhecimentos formais, que, ao dormir, entrava em transe e revelava-se como grande vidente e curador. Thomas Green Morton, brasileiro de Minas Gerais, que reúne capacidades enormes no terreno de materializações e transmutações, um verdadeiro fenômeno que já começa a ter reconhecimento internacional. Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, também de Minas Gerais, um homem que, ao longo de sua humilde vida desprovida de estudos, conseguiu escrever nada menos do que trezentos livros que intrigam estudiosos dos mais diversos campos, desde a religião, passando pela Filosofia e alcançando o fechado clube da ciência. Temos o fenômeno “Doutor Fritz”, que, depois de passar pelo simples homem do povo que era Zé Arigó, instalou-se na pessoa do médico pernambucano Edson Queiróz, Isso tudo é revelador de que o homem 6 muito mais do que um simples aglomerado de matéria orgânica, que possui uma constituição paralela a material e que, nela, podem estar escondidas as grandes possibilidades humanas que contenham o passaporte para o conhecimento cósmico.
Transportados tais fatos para o terreno inseguro da Ufologia, podemos imaginar que fenômenos como os de Chico Xavier ou de Sai Baba nada mais são do que lições de vida e uma espécie de antecipação quanto ao que deveremos ser, em futuro ainda não determinado, e também, da mesma forma, cm relação ao que poderemos esperar de civilizações extraterrestres já bem mais evoluídas moral e intelectualmente. É possível que um vidente do porte de Chico Xavier possa, sem quaisquer problemas, manter contato com seres extraterrestres, principalmente quando eles já batem às nossas portas. Mas, para o vidente, será importante tal tarefa que tanta satisfação traria apenas aos ufólogos? Possivelmente não, pois pelo seu prisma, a quem foi entregue sob confiança o segredo do cofre que contém a chave dos conhecimentos cósmicos, interessa o crescimento moral da Humanidade, sua elevação como um todo social. Não poderemos, pela sua ótica, solicitar o que ainda não merecemos. E ele certamente estará correto em sua linha de pensamento, pois, na escala de conhecimentos, ainda não saímos do pré-primário.
Talvez essa terrível condição já tenha sido percebida pelas verdadeiras expedições extraterrestres ao nosso planeta. E isso, embora fira nossas vaidades, é um direito deles – e quem sabe uma felicidade para nós, já que poderíamos sofrer um choque cultural tão grande que a Humanidade correria o risco de um completo esfacelamento. Voltemo-nos, portanto, um pouco mais para o nosso próprio interior, ao Mestre que existe dentro de cada um, a centelha que mantém contato com o inconcebível, para, antes de tentarmos saber o que os extraterrestres desejam a nosso respeito, descobrirmos, isto sim, o que desejamos deles. E então seremos mais honestos com nós mesmos…
Os discos voadores são uma prova: a vida se espalha pelo universo
Há alguns anos, cientistas do mundo inteiro se reuniram para um congresso científico que tinha por objetivo estabelecer, ainda que por estimativas, um número que representasse a quantidade de planetas que pudessem ter civilizações de seres inteligentes abrigadas, no universo. Esta comissão não conseguiu avaliar tal número, no entanto, para todo o universo, e contentou-se em estimar que pelo menos em nossa galáxia, a Via Láctea — uma das pequeninas do universo —, devam existir, com certeza, algo entre 40 e 50 milhões de planetas com condições suficientes para abrigar a vida como a concebemos. Desses, algo em torno de 8 milhões teria condições de abrigar vida inteligente, pensante: verdadeiras civilizações. Foi lima espécie de “chute científico”, visto que sequer sabemos com certeza se há vida em Júpiter — só para citar um planeta que é um vizinho nosso, se comparado a planetas de outras estrelas… No entanto, os UFOs parecem que trazem em si a resposta mais exata para as indagações dos cientistas pois, só no período de 1945 a 1975, foram registradas nada menos do que 2,6 milhões de observações de UFOs — e estes são dados oficiais, de pessoas que, em 133 países do mundo, membros da ONU, narraram suas ocorrências, o que, na prática, não chega a ser nem 1% das pessoas que têm algum tipo de contato.