“Ao meu modo de ver, tão importante como saber, é saber que há coisas que não se sabem.” (Ricardo Gómez, Buenos Aires, Argentina)
Este artigo é sintético, do ponto de vista do autor, sobre o que se denomina objetos voadores não identificados, e sua finalidade não é outra além de plasmar na palavra escrita seu pensamento sobre o que levar em conta para o estudo deste fenômeno de forma séria. O que aqui se verte são generalidades e, como tais, seguramente deixam fora de consideração casos particulares específicos.
Depois de notar como atualmente se toma tão às pressas o tema, percebe-se porque termina por se generalizar o conceito de que as pessoas que estudam o Fenômeno UFO não possuem a capacidade de análise de uma situação em primeiro lugar “anômala”, se convertendo, às vezes, em uma espécie de corrida para concorrer quem vê mais UFOs ou consegue documentar mais elementos que não podem ser identificados facilmente.
E, ainda que isso por si encha o requisito da denominação UFO, porque não pode ser identificado fidedignamente, as probabilidades de que se trate de aves, insetos fora de foco, em movimento, ou ambos, ou outros elementos como aviões, balões etc é muitíssimo maior do que se trate de algum tipo de nave extraterrestre, se não existe o complemento testemunhal que implique esta circunstância.
A seguir, uma análise sobre dois fatores indispensáveis a ter em conta. Por um lado o observador e, por outro, o observado, que se apresenta como imagens percebidas, fotografias, filmagens, vídeos etc.
O observador
Como primeiro passo, devemos especificar o que pretendemos entender ou estudar. Por definição em primeira instância, os UFOs tratam-se de “objetos”, ou seja, coisas, algo que ocupa determinado lugar no espaço, ou que provoca uma imagem que o faz parecer como tal diante dos olhos, sendo também captados por meios como câmeras fotográficas em todos seus tipos e filmadoras, como outros elementos técnicos.
Em segundo lugar, qualificar-lhes como “voadores”, se deslocam pelo ar ou ao menos isso é o que denota sua locomoção ou observação. Ainda que não seja exclusivo, já que existem observações de objetos em terra e água, ou interatuando entre os diferentes meios, os mencionados artefatos se deslocam pelo ar conformando uma determinada trajetória que lhe outorga verdadeiro “comportamento”.
Com esta simples descrição, não cabem dúvidas sobre que temas e ciências há de se aprofundar os conhecimentos para poder elaborar algum tipo de estudo, análise e conclusão provável. A aeronáutica e astronáutica, para desta maneira poder discernir e descartar, se for o caso, os artefatos que possam ter sido elaborados pelo homem.
Estas duas disciplinas vão nos fornecer as bases de entendimento sobre os objetos e suas capacidades voadoras ou de deslocação pelo espaço, como os satélites, que conforme suas órbitas podem ser observados a olho nu como pequenos pontinhos que passam entre as estrelas, ou um grande efeito luminoso de poucos segundos de duração, como o caso dos “iridium flare” que são enormemente confundidos por seu comportamento pouco habitual, ou um meteorito que segundo seu tamanho chamamos de estrela cadente.
Uma pessoa inquieta e que trate de se manter assim, aprenderá a distinguir as diferentes variedades de modelos de artefatos e seus desenhos. Inclui na medida das possibilidades as “naves” espiãs utilizadas pelos países mais avançados, tanto a nível tático como estratégico.
O ideal seria possuir estudos de engenharia aeronáutica, ler tudo o possível sobre o tema, suas origens, evolução e assistir documentários que há hoje em dia, tornando o acesso a um conhecimento mínimo bem mais fácil e recursos informativos muito importantes.
Certamente, noções de astronomia são bem vindas, para entender o que é um aerólito, por exemplo, e qual pode ser seu comportamento (desde a estrela cadente até o bólido que, como uma grande bola de fogo, cruza o céu), como outros fenômenos observáveis no céu e, muito especialmente, onde e quando se vê o planeta Vênus, ao longo da história confundido numa infinidade de avistamentos ufológicos.
Como parte integrante da aeronáutica, não pode faltar um básico de meteorologia para poder interpretar os possíveis fenômenos naturais presenciáveis no céu e, segmentando a astronáutica, devemos ter noção de foguetes e testes balísticos, a fim de apreciar o que é o comportamento de um foguete em suas diferentes etapas depois de seu lançamento.
Também a balonística, sobre o uso de balões meteorológicos de látex, até os grandes balões de investigação de alta atmosfera. Sobre estes últimos não só há que saber as datas de seus lançamentos, trajetórias e características, senão qual é o aspecto na sua altura de trabalho (forma em que se visualizará por um observador munido do instrumental adequado), que costuma ser a mais de 20 km de altitude. Compreender sua dinâmica de ascensão, permanência e mudança de configuração à observação terrestre e aérea, tendo em conta a cada um dos elementos que o conformam.
O conjunto mencionado seria o requisito ideal para se converter em um observador qualificado. Dentro destes tópicos, poderíamos concluir que os engenheiros aeronáuticos seriam os mas idôneos para interpretar os objetos que se deslocam no céu.
No mesmo status encontramos os pilotos militares, que possuem uma formação geral muito unida à engenharia e com o valor agregado que, em sua profissão, não só vivem observando o céu e tudo o que voa, mas também devem identificar corretamente as aeronaves que ocupam seu espaço aéreo, e os objetivos em ar, mar e terra.
Seguidamente, os pilotos comerciais. Muitos deles são ex-pilotos militares. Independentemente disso, quiçá sejam os que mais horas de vôo possuem, portanto passam sua vida observando o céu e as aeronaves que o sulcam com as que se cruzam de forma cotidiana e desde um ponto de vista diferente. Ademais, realizam um exame psicofísico anual que garante sua estabilidade emocional, entre outras coisas.
Os pilotos privados por formação seguiriam em capacidade para discernir sobre objetos voadores, ainda que dificilmente atinjam a quantidade de horas de vôo que pode ter um piloto comercial.
Os controladores aéreos são também observadores qualificados, assim também os operadores de radar pela essência de seu trabalho. Aficcionados ao tema aeronáutico, podem reunir as qualidades necessárias ao esperado.
Conquanto os conhecimentos
são importantes, também o é a capacidade de apreciar as circunstâncias especiais que podem rodear uma observação e tratar de discernir a magnitude de influência destas, que podem ou não distorcer a imagem de objetos, os fazendo irreconhecíveis.
As características pessoais de observação, não só quanto a qualidade da visão como a capacidade de apreciar detalhes, é extremamente relevante ao tempo de transmitir a vivência do que se vislumbrou. Neste sentido os oficiais de polícia e bombeiros, por exemplo, recebem a instrução necessária para saber detalhar metodicamente diferentes tipos de palcos, descrever acontecimentos e todo tipo de situações como parte de seu trabalho investigativo orientado ao âmbito forense.
Até aqui, uma apertada síntese de por quê a formação profissional ou conhecimentos adquiridos ajudam a avaliar a imagem observada a fim de poder discernir a respeito de sua possível origem, tendo em conta fundamentalmente seus aspecto e comportamento.
O fato, por si só, de que percebamos uma imagem, seja de forma direta ou através de uma foto/vídeo e que ela não se correlacione com algo que conhecemos, não implica automaticamente que seja uma nave extraterrestre.
É mais importante determinar seu comportamento real, que no caso das fotografias deveriam ser acompanhadas por um breve depoimento de quem obteve as imagens, já que as particularidades de deslocação, tempo de permanência – estático ou os pequenos movimentos crescentes e descendentes -, movimentos aleatórios próprios de um objeto livre ao acionar turbulento do vento, ou qualquer outra particularidade que sirva para comparar com objetos conhecidos nos dará uma primeira apreciação de possibilidades válidas e menores chances de ser influenciado por nossa própria mente, que pode condicionar conclusões nem sempre fiéis à realidade.
Para evitar interpretações errôneas do comportamento é necessário contar com um ponto de referência (postes, copas de árvores, morros, edifícios etc), já que a concentração visual de um ponto no espaço pode fazer-nos parecer que está em movimento e se tratar somente de uma ilusão ótica (pareidolia). Para isto é importante o ponto de referência e apreciar as distâncias em decorrência do tempo.
O observado
Aqui devemos diferenciar quatro elementos:
1. O depoimento de quem observou (testemunha);
2. A imagem/video do observado;
3. O meio técnico utilizado para obtê-lo;
4. As condições ambientais nas quais observou.
1. O depoimento
Algumas pessoas aproveitam a difusão do Fenômeno UFO para buscar seu “minuto de fama” com a possibilidade de aparecer na imprensa, ser entrevistado e requerido por jornais e revistas, sentindo-se, ainda que momentaneamente, como alguém “importante”.
Esta atitude também pode trazer acarretado um possível ganho econômico, conseguindo viver da exploração por algum período. Também poderíamos agrupar aqui aos farsantes. São indivíduos que desfrutam de enganar as outras, querem demonstrar que os demais são todos tontos e elas é que sabem a verdade de tudo.
Em geral produzem um material, seja fotográfico, testemunhal ou casuístico de forma fraudulenta, para após um tempo poderem divertir-se fazendo conhecer a falsidade de sua criação. Às vezes, simplesmente se calam e desfrutam vendo como sua “criação” tomou difusão em meios jornalísticos.
Por outro lado, temos pessoas que viveram e presenciaram uma experiência que não puderam explicar de forma convencional, e isso as levou a aprofundar na investigação do fenômeno, já que não puderam assimilá-lo, se encontram em eterna busca de informação que lhes clarifique uma explicação.
Gente que não busca notoriedade, prefere permanecer no anonimato, teme contar suas experiências para não ser ridiculizada, que tem situações ocorridas de anos anteriores e não as difundiu nem contou a seus amigos e até a familiares, mas que narram o sucedido na confiança adquirida no interlocutor, são as que podem contribuir com elementos mais “puros”. Se a isso lhes somarmos uma formação profissional na qual a testemunha arrisca sua reputação se transcender o relatado, são depoimentos a ter em conta para sua posterior valoração.
2. A Imagem
Lamentavelmente abundam as imagens em que, muito às pressas, se colocam como UFOs. As classificaremos como imagens estáticas às fotografias e imagens dinâmicas às filmagens. Aqui é imprescindíval ter conhecimentos de fotografia em geral, Iluminação, perspectiva etc.
As imagens estáticas, sejam digitais ou de filme, só nos mostra um instante captado pela câmera fotográfica. Se não há acesso ao depoimento da pessoa que obteve essa foto, é muito difícil valorizar corretamente. É preciso saber com exatidão não só as características técnicas da imagem, como a velocidade de obturação com que foi obtida, que diafragma se utilizou, quantas ISO tinha o filme ou com quantas dela trabalhou a câmera digital, idem às circunstâncias em que se conseguiu essa imagem.
Antigamente, pedia-se o rolo de filme que continha a foto questionada para uma série de avaliações. Se as fotografias com negativos podiam-se fraudar, as digitais são 100 vezes mais fáceis de alterar ou distorcer.
Ter uma noção de fotografia é elementar se pretendemos interpretar uma imagem, devemos saber que fatores e como influem, por exemplo, a velocidade de obturação e a profundidade de campo ou zona nítida que nos dá o diafragma.
O estudo das técnicas utilizadas pelos criadores de efeitos especiais e os softwares para essa finalidade são de aplicação na fotografia, pelo que o jogo de “a distorsão de tamanho por perspectiva” é aplicável na interpretação de determinada imagem. Um objeto suspenso no ar que não possua referência com outro (projeção de sua sombra, por exemplo) dificilmente pode ser determinado a que distância se encontra e que tamanho tem se só se contar com aquela foto.
As imagens dinâmicas ou filmagens possuem uma riqueza maior à imagem estática, pois põe perante nossos olhos, possivelmente, o mesmo que apreciou a testemunha. É como se fôssemos também testemunha do mesmo evento ou fenômeno, ainda que de forma parcial, j&aac
ute; que sempre haverá fatores que não ficam registrados em um video ou filme.
A inclusão do movimento na imagem pode nos dar pistas sobre sua autenticidade. Os movimentos pouco fluídos, sem estabilidade, geralmente com um vaivém pronunciado (tremido), pode ser indicador de que se trata de um objeto estático ou pendurado, tentando fazer passar por “nave” se deslocando lentamente. O mesmo daqueles que denotam movimentos circulares do tipo pendular, que se correlacionam com objetos presos em finos fios de nylon transparente.
A chegada da técnica digital dá possibilidades maiores de criar quase qualquer coisa. O ideal seria contar com duas filmagens simultâneas para apreciar se correlacionam em tempo, espaço e poder descartar possíveis fraudes.
Existem vídeos onde se mostram supostos UFOs em movimentos rápidos e erráticos, que dão a impressão de que os mesmos provocam essas deslocações ao mesmo tempo que mudam de tamanho e luminosidade.
Este efeito, quando se filma um objeto ou ponto luminoso, é provocado pela ação do cinegrafista, geralmente de forma involuntária. O movimento é o do “pulso” que se vê aumentado consideravelmente ao aplicar o zoom muito potente, o que reduz notoriamente o ângulo de tomada e torna dificílimo manter o objeto quieto se não contar com um tripé ou suporte específico para manter a câmera estática.
O aumento de tamanho do objeto ou sua distorção é conseqüência também da aplicação do zoom, que faz com que o objeto “se vá” do foco e, ao ser um ponto emissor de luz, tome um aspecto totalmente diferente ao original, não só em tamanho como também em sua forma e luminosidade.
Em realidade, para poder determinar se um suposto artefato tem uma deslocação real, é preciso compará-lo com objetos fixos da paisagem, como árvores ou edifícios, já que as nuvens têm deslocação própria, ainda que constante.
3. O meio técnico
As câmeras fotográficas possuem diferentes qualidades e preços. Conhecer o modelo de câmera que se utilizou ajuda a entender, segundo a qualidade do mesmo, se suas lentes constitutivas da objetiva possuem tratamento anti-reflexo [Coated] e se em todas suas lentes e em todas as caras das lentes [Fully multicoated].
Nas câmeras digitais inclusive a superfície do CCD (componente eletrônico sensor que capta a imagem, de poucos milímetros de lado e que substitui ao filme) é muito brilhante e pode provocar reflexos internos formando “fantasmas” na imagem obtida, em combinação com a cara interna das lentes. Uma objetiva fotográfica pode estar constituída até por oito ou 15 lentes em diferentes “grupos”, ou menos, dependendo se a câmera é de maior ou menor qualidade.
A capacidade de configuração da mesma a fará propícia a obter certos efeitos desejados ou não. Os sensores do foco automático [Autofocus], bem como a combinação velocidade/diafragma e o balanço de alvos juntos com as ISO darão um resultado de acordo à iluminação do que se está fotografando.
O tema do foco automático é importante já que é muito fácil que se fotografem objetos em diferentes planos e à diferentes distâncias, o que lhes pode dar um aspecto distorcido, pois alguns aparecerão nítidos em foco e outros o fazem em forma borrosa por se acharem fora da zona nítida.
4. As condições ambientais
A fotografia é a captação em um instante de tempo da luz refletida nos objetos ou a que eles emitem. Maior ou menor quantidade de luz condiciona inexoravelmente os resultados obtidos na fotografia tomada. Não é o mesmo tirar uma foto em um dia ensolarado ao meio dia e num dia semi-nublado ou nublado. Não só porque sairão mais ou menos escuras – isto nas câmeras atuais é compensado automaticamente -, mas alteram as velocidades de obturação e o diafragma.
Portanto, serão diferentes as profundidades de campo ou zona nítida e a capacidade de “congelar” um objeto para que este não saia movido. As diferentes distâncias focais das objetivas também são determinantes para aumentar ou diminuir a profundidade de campo.
Como resultado disso podemos ver paisagens que saem nítidas e iluminadas, com objetos que estão bem mais perto que a paisagem, fora da “zona de foco” conforme seja a lente e o diafragma utilizado. Se a velocidade de obturação não é muito alta, poderá aparecer nítida uma paisagem, mas um objeto pequeno como um inseto ou ave, que se desloca em velocidade sairá como um objeto “movido”, uma mancha ou borrão.
Se a isso lhe agregamos que possa estar a uma distância muito menor ou muito maior com respeito ao objeto principal da fotografia, teremos algo borrado ao qual não poderemos identificar, por se acharem distorcidas suas bordas e configuração geral.
O movimento de um inseto diante da câmera fotográfica, ao momento de captar uma foto, seguramente poderá ser visto como uma pequena mancha borrosa porque este não está estático e ainda fora de foco. O uso do flash não só contribui com a quantidade de luz necessária para que a foto não saia escura, ajuda a “congelar” a imagem dos objetos que se achem dentro de seu alcance, entre três e 7 metros aproximadamente, conforme o flash.
Os objetos excessivamente iluminados ou geradores de luz (por exemplo, o Sol – mesmo que esteja por trás de nuvens -, a Lua ou lustres acesos), quase com segurança provocarão reflexos. Nunca é aconselhável orientar uma câmera digital ao Sol para obter uma fotografia, para fazer isto existem filtros especiais, ou vidros do tipo de máscara de soldar. Caso contrário, pode arruinar o CCD ou CMOS.
Quando a luz é escassa, como é o caso de um dia nublado, as câmeras digitais automáticas podem “confundir-se” e não saber exatamente pôr em foco os objetos que se acham em diferentes distâncias, pois e
ste sistema trabalha com os contrastes obtidos. Por este motivo as câmeras normalmente trazem um iluminador que se aciona previamente para poder ajudar.
Ademais, para compensar essa diminuição lumínica, baixará a velocidade de obturação, provocando que o objeto saia movido, fora de foco ou ambos. Tal é o caso de uma enorme quantidade de fotos, muitas vezes chamados de “OVNIs fortuitos”, mas que têm a particularidade de que o autor da imagem, na maioria das vezes, não avista nada no momento de fazer a fotografia. E isto é rigorosamente verdadeiro, já que sua atenção não chega a captar a um inseto que passe voando próximo de sua câmera, ou a uma ave que passe alguns metros adiante.
Os céticos obtusos, ou pseudo-céticos
Há quem veja UFOs até na sopa e os que crêem ser os donos absolutos da verdade querendo explicar, às vezes, o inexplicável.
Provavelmente e devido aos erros de interpretação mencionados nos parágrafos anteriores é que se proliferam os denominados de forma genérica como céticos.
O problema destas pessoas na prática, é achar que todos os acontecimentos não são outra coisa que fenômenos e objetos naturais ou feitos pelo homem, que são vistos em situações pouco comuns por pessoas com escasso ou nulo conhecimento das ciências e que, ante esse desconhecimento, elaboram uma imagem mental influenciada pelos filmes, livros e revistas ou por simples associação, por se acharem diante de algo para eles desconhecido, e não poder discernir corretamente sobre qual é sua origem.
Isso provavelmente possa ser aplicado a vários casos, mas de jeito nenhum pode ser generalizado. O erro do cético é desconhecer o limite de seus conhecimentos. Alguns acham que têm explicação para tudo, pensam que o homem atual atingiu o conhecimento máximo e a capacidade de entendimento de tudo o que lhe rodeia.
O conhecimento atual é muito superior ao de 500 anos atrás, mas sem dúvida é infinitamente inferior ao de 500 anos no futuro. “Ao meu modo de ver, tão importante como saber, é saber que há coisas que não se sabem”.
Nem sequer sabemos como está constituída exatamente a matéria e como se origina. Descobriram primeiro em forma teórica e depois com diferentes instrumentos científicos a existência de partículas e sub-partículas. Lhes vamos atribuindo nomes estranhos, como quarks, léptons, hádrons etc. Não chegamos a entender totalmente ao universo e nem falar da anti-matéria, da matéria escura ou a própria gravidade.
Acham que com uma explicação que “mais ou menos” justifique uma parte de determinada qualidade ou comportamento, já atingem solução final. Muitas vezes, acabam dando um esclarecimento com alto conteúdo tecnológico e técnico, atribuindo a um evento uma origem tão improvável que seria um “milagre” que pudesse suceder.
Ignoram por completo o conceito científico de identificar e, no entanto, se ufanam de fazê-lo permanentemente, sem dar conta que esse comportamento cientificista leviano é o que os desacredita.
Em outras ocasiões, é uma sincera convicção (que assemelha-se a fé cega, ao avesso, digamos assim) de que todo o Fenômenos UFO e sua complexidade tem uma explicação singela e mundana, que o extraordinário de seu aspecto e comportamento não é outra coisa que a interpretação que faz nossa própria mente de um fato comum em circunstâncias excepcionais.
Para eles, as pesquisas e informações acumuladas durante décadas sobre a existência dos UFOs como naves extraterrestres condiciona nossos julgamentos, nos fazendo interpretar o visualizado com um agregado inconsciente. Talvez a psicologia possa interpretar melhor os mecanismos que podem chegar a produzir para essa percepção.
Conquanto em alguns casos o mencionado anteriormente possa ser real, este mecanismo psicológico precisa de uma “alimentação” prévia. Não se pode condicionar algo que sequer se conhecia a existência. Nesta situação hipotética se achariam os autores de alguns dos petróglifos, quadros e pinturas em diferentes épocas da história e as pessoas do começo e meados do século XX.
Há tempos verdadeiros pesquisadores têm estimado de que algo em torno de 95% dos avistamentos podem ter uma explicação compatível com o nível de conhecimentos atuais. Os 5% restantes não podem ser descartados de forma arbitrária e fazermos de conta de que não existe. Singelamente, há que trabalhar sobre esses casos e aprofundar concientemente sua investigação com um conjunto de profissionais em diferentes áreas de especialização.
Pretender, como dizem alguns céticos, que se 95% tem explicação seguramente os 5% restantes responde ao mesmo tenor, não é apenas infantil. É abertamente negar precisamente o que deve ser pesquisado e mais bem responde a um escape por sua própria incapacidade de compreender a natureza do fenômeno.
Certos céticos dão uma amostra tão cabal de seu desconhecimento do que é o pensamento científico, que sequer reunem elementos informativos mínimos para poder fazer uma primeira apreciação que não se contradiga com os que contribuem como válidos, dirigindo sua conclusão muitas vezes a questionar a respeito de determinado acontecimento. Arriscam qualquer teoria, por mas improvável que pareça, com a finalidade de manter o evento em níveis entendíveis.
Conclusão
Os conhecimentos relacionados à área aeronáutica são imprescindíveis se vamos estudar um fenômeno que implica possíveis naves voadoras.
Os pilotos são os mais capacitados para emitir julgamento sobre o que percebem em razão de sua formação e atividade permanente. As demais pessoas vinculadas ao meio, bem como os políciais e bombeiros, seguem em credibilidade, com as exceções que possam surgir em algum caso particular.
Independentemente da formação profissional mencionada, as qualidades pessoais de um indivíduo para a observação, são quiçá as mais importantes a ter em conta, ainda que não possam avaliar no momento do que se trata, pois possuem a capacidade de transmitir a outros uma série de detalhes e informações relevantes ao momento de sua análise.
Pretender desqualificar aos depoimentos dos pilotos, ou pôr ao nível de qualquer outra pessoa que careça por completo desse conhecimento, não só é pouco cauto e imprudente,
senão que denota um desconhecimento do grau de formação que possuem. Uma falha importante na estrutura de pensamento básico e carece por completo da capacidade para estabelecer uma escala valorativa mínima.
Desqualificar testemunhas qualificadas pouco têm a ver com a ciência, senão com a intencionalidade individual manifesta de desacreditar a existência do fenômeno, obedecendo a interesses pouco claros.
Por outra lado, achar que todo depoimento ou imagem que anda circulando corresponde a naves extraterrestres, ou que toda luzinha que se veja sejam ETs que vêm nos buscar para levar a um mundo melhor, também não é são, nem lógico.
Pode existir vida extraterrestre, extratemporal ou extradimensional. Mas também a raça humana, em seu conjunto, não está preparada para aceitá-las em sua totalidade. Ainda existem temores e preconceitos em algumas pessoas (cada vez menos) que não podem admitir essa idéia em suas mentes. Para elas, seria imprudente que as nações, supondo que tivessem contato com esses seres, o dessem a conhecer de forma massiva, já que as conseqüências poderiam ser catastróficas (Basta recordar a onda de suicídios em 1938 quando se narrou A Guerra dos Mundos por Orson Wells).
Esperamos ter contribuído com algo útil a quem seriamente pretende entender este apaixonante fenômeno, para o qual é necessário manter a mente fria e aberta a acontecimentos que não seria por não entendê-los que deixariam de existir.