O Peru sempre foi considerado um importante polo de avistamentos de fenômenos aéreos anômalos. Entretanto, até pouco tempo atrás não havia bibliografia ou investigações de campo precisas de ocorrências ufológicas naquele país. Desse modo, casos extraordinários, que muito poderiam contribuir para o entendimento científico de tais manifestações, infelizmente permaneceram ignorados pela opinião pública internacional e, principalmente, pela Comunidade Ufológica Mundial. Todavia, de duas décadas para cá esse quadro começou a mudar. Um dos episódios que levaram a essa transformação se deu por volta das 19h00 de 13 de outubro de 2001, quando centenas de pessoas estavam nas ruas de Chulucanas, cidade no norte do Peru, para assistir ou participar de uma tradicional celebração religiosa, a Procissão do Senhor de Ayabaca.
De repente, oito bolas de luz em cores variando entre o vermelho e o alaranjado se posicionaram no céu da tranquila cidade, quase na divisa com o Equador. Na verdade, desde as 17h00 daquele mesmo dia, ainda que sem chamar tanta atenção, um grupo menor de pessoas já tinha observado aquelas estranhas esferas formarem uma série de figuras geométricas no céu e depois manterem uma estranha e silenciosa presença, até desaparecerem no firmamento. Estima-se que centenas de pessoas testemunharam os fatos — talvez milhares.
Felizmente, os eventos foram capturados em vídeo pelo fotógrafo Ivan Iza, que poucos dias depois, em 25 de outubro, conseguira também registrar, no vizinho Vale de Morropón, um objeto em forma de lágrima que aparecia no céu em meio a luzes piscantes. O artefato teria aproximadamente 25 m de diâmetro e pairou sobre os campos próximos da cidade em silêncio, por quase meia hora. Uma das cenas mais interessantes desse vídeo é a aparente aterrissagem de duas das tais luzes entre as árvores do lugar.
Investigações oficiais
Os avistamentos em Chulucanas tiveram grande repercussão no país e boa parte das investigações ficou a cargo da então Oficina de Investigación de Fenómenos Anómalos Aeroespaciales (OIFAA), entidade da Força Aérea Peruana (FAP) fundada em dezembro de 2001. Um dos primeiros órgãos oficiais de pesquisas ufológicas do continente e entre os poucos existentes em todo o mundo, o Escritório [Oficina em espanhol] recebeu chancela governamental para suas atividades devido à importância que o fenômeno assumia naquele país de culturas ancestrais. Para chefiar as investigações de campo do que passaria a ser conhecido como Incidente Chulucanas, a entidade destacou esse autor, por suas atividades de ufólogo civil e sua especialização em defesa e desenvolvimento aeroespacial pela Escola Superior de Guerra Peruana. Logo se descobriu que os vídeos de Iza eram apenas a ponta de um grande iceberg.
A repercussão do Incidente Chulucanas na opinião pública peruana teve vários desdobramentos. Um deles aconteceu em fevereiro de 2003, quando o coronel José Raffo Moloche, diretor de assuntos aeroespaciais da FAP, declarou à imprensa que os fatos do estado peruano de Piura estavam sendo investigados pelo Escritório, tornando-se as primeiras ocorrências ufológicas a serem tratadas de forma oficial por um governo daquele país — caso raro no mundo. As investigações dos fatos em Chulucanas chegaram ao seu ápice na manhã de 06 de agosto de 2004, quando uma equipe de reportagem do canal norte-americano Univision chegou à região para realizar um documentário sobre o assunto — que, durante longos 55 minutos, teve a sorte de filmar um objeto luminoso de origem desconhecida, cujas manobras incomuns pareciam formar traços de um eletrocardiograma no céu. Tornados públicos, os fatos causaram tremendo estardalhaço no Peru, e Chulucanas foi elevada à condição de um dos mais ativos hot spots ufológicos do mundo.
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