Wallacy Albino é uma daquelas pessoas que observam mais do que falam, até o exato momento em que se começa a discutir Ufologia. Ufólogo desde 1985, se interessou pelo assunto depois que presenciou dois avistamentos no início da década de 80. Desde essa época, manteve intensa atividade ufológica. Chegou a editar o jornal Hangar 18 e tornou-se apresentador, na cidade do Guarujá (SP), do programa de rádio e tevê Contato UFO. Wallacy é consultor da Revista UFO há anos e presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), fundado em 2000 e um dos mais atuantes no país. Em meio a todas essas atividades, produziu o documentário Círculos Ingleses: O Enigma Continua, em parceria com o ufólogo Marco Antonio Petit.
Agora, sua nova produção procurou agrupar as pesquisas das últimas décadas em torno do fenômeno dos círculos nas plantações, reunidas na obra O Mistério dos Círculos Ingleses [LV-12], recém-publicada pela Biblioteca UFO. Embora defenda a teoria de que os círculos são mensagens de civilizações alienígenas, em seu livro ele apresenta todas as possíveis explicações para as ocorrências, através de minuciosas investigações e entrevistas com renomados pesquisadores, que, como ele, se dedicam ao assunto há anos. Wallacy garante, nessa entrevista, boas informações para os entusiastas das incríveis formações da Inglaterra, ao passo que procura mostrar que a busca de uma resposta para o mistério continua. “Ainda não há nada garantido”, diz. Vamos à entrevista.
Os círculos são considerados pelos ufólogos uma das mais concretas provas de que o Fenômeno UFO não é fantasia. Você acredita que eles representam respostas para questões relacionadas à Ufologia? Sim. Acredito que os desenhos sejam mensagens enviadas por seres superiores a nós. Definitivamente, o Fenômeno UFO não é uma fantasia. Costumo dizer que quando a existência de vidas em outros planetas for provada, a foto de um círculo inglês valerá mais que a de um disco voador. Enquanto as naves confirmam essa existência, os desenhos mostram que tais seres estiveram aqui e tentaram se comunicar conosco. Esses pictogramas simbolizam, sobretudo, nosso analfabetismo. Existem evidências claras dessa relação. Em 2001, a revista britânica UFO Magazine UK [www.ufomag.co.uk] publicou uma matéria sobre um casal que supostamente teria presenciado a criação de um círculo. O depoimento de David Park mostra que seus pais viram uma nave discóide de cerca de 30 m de diâmetro pairando sobre o campo. O fato foi noticiado, assim como avistamentos, luzes e outros indícios da relação entre o Fenômeno UFO e essas formações.
Apesar dessa relação clara, o assunto foi analisado à exaustão por especialistas, tal como o doutor W. C. Levengood e Colin Andrews, que não se contentam com soluções simplistas. Essas análises falam sobre alterações genéticas e aceleração do crescimento das plantas que se encontravam no interior dos círculos. São indicativos de que algo muito sério estaria acontecendo? Não tenha dúvidas. Os exames laboratoriais indicam mudanças na estrutura celular das plantas, provavelmente causadas pelo excesso de calor sobre a vegetação. Isso é mais facilmente encontrado nos locais onde as sementes germinaram. Seus invólucros passam a envolvê-las de uma forma diferente do normal, que intriga biólogos. Além de outros fatores que desafiam a Física atual, que podem facilmente ser encontrados nas formações. Elas têm concentração anormal de energia, especialmente nas bordas externas. Os resultados de Levengood mostraram que as plantas são dobradas horizontalmente e possuem alterações anatômicas improváveis de serem copiadas por fraudadores, tal como os talos próximos ao solo, que formam redemoinhos complexos. Os “circólogos” dedicam-se tanto a isso que não há como falar em círculos e não mencionar tais modificações. Andrews, por exemplo, trabalha em tempo integral com essa questão e sua pesquisa ufológica tem apoio total do instituto britânico Circles Phenomena Research International (CPRI), que é patrocinado pela Fundação Rockfeller. Além dele, existem fotógrafos, jornalistas, químicos e inúmeros estudiosos que se dedicam ao tema.
Quais são os principais argumentos que comprovam a teoria de que os círculos são produtos de inteligências extraterrestres? Em primeiro lugar está o fato de que é impossível para seres humanos realizarem aqueles desenhos. Há evidências claras de que uma avançada e desconhecida tecnologia alienígena está por trás dos fatos. O argumento favorável a um propósito inteligente é reforçado também por diversas outras características, como a forte concentração desses desenhos nas áreas próximas a sítios arqueológicos construídos por raças com incomum avanço para suas épocas. A impressão é que, depois de 1980, a coisa se tornou freqüente, como se houvesse uma contagem regressiva para algo… Mas, é claro, observações sobre vida extraterrestre não são bem vistas entre os cientistas mais ortodoxos, que repelem essa idéia por não estarem de acordo com suas crenças pessoais.
Mas a postura dos cientistas ortodoxos não é contra a autenticidade dos círculos ingleses? Sim. Mas pela lógica, a Ufologia é o meio mais sensato de se explicar o que está ocorrendo nas plantações inglesas e pelo mundo afora. Isso não pode ser ignorado por eles. Há fraudes também, que sempre existiram, mas seu mecanismo de fabricação é muito simplório e facilmente detectável. Além disso, as pessoas que reivindicaram a autoria das imagens fracassaram ao tentar reproduzi-las. Os argumentos tornaram a ser menos convincentes com o passar dos anos. Definitivamente, esses desenhos são criados por uma inteligência superior a nossa.
Isso foi reforçado pelas formações surgidas em Chilbolton, em 2001, e Crabwood, em 2002, que são tão significativas que chegaram a ganhar capítulos próprios no seu livro. O que elas tentaram nos dizer? Antes de qualquer coisa, que nós estamos atados. As características das figuras e as peculiaridades de cada uma delas geram desconforto até mesmo entre os circólogos e um terrível mal-estar entre os céticos, que agora estão sem condições de explicar o que se passa. A figura de Chilbolton foi um grande susto. O desenho era extremamente parecido com a mensagem enviada pelo Programa de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI), em 1974, e estava grafada ao lado de um observatório localizado naquela região. Era como se a formação fosse uma resposta a nossa mensagem. Mas ela trazia alterações em seu conteúdo, tal como em relação aos números atômicos que indicam os elementos necessários à vida na Terra, além de outros dados que deixavam claro que há uso de inteligência avançada na imagem. Todas essas informações estão explicadas no livro. Ademais, fazer desenhos como esses, de Chilbolton e Crabwood, é uma tarefa que está além da habilidade humana, ainda mais numa única noite. Quem quer que tenha criado a figura estava tentando dizer algo realmente sério para nós. O problema é que não compreendemos, ainda, o significado da mensagem. Mas os circólogos estão trabalhando nisso.
No caso da formação de Crabwood há uma imagem que lembra um CD, bem ao lado da figura de um extraterrestre. Você tem idéia do que isso significa? Crabwood ainda é uma dúvida. Ela surgiu justamente quando as discussões sobre Chilbolton – que deixaram os estudiosos atônitos – pareciam ter esfriado. O rosto do ET e o círculo codificado parecem ter sido feitos pelos mesmos autores da formação de 2001 [Chilbolton]. É como se eles tivessem se esforçado em deixar o mundo ainda mais desconcertado. Os eventos anteriores foram um aquecimento para este desenho, que surgiu para dividir a opinião dos ufólogos. No entanto, independente do seu autor, a figura é importante por dois aspectos: se for provado que é autêntica, estamos diante de algo absolutamente extraordinário para a Humanidade, uma mensagem verdadeira de seres de outros mundos. Só nos resta saber quando faremos contato com as civilizações que a criaram…
Wallacy, seu livro foi lançado justamente no momento em que o país está ligado na questão dos círculos ingleses. Isso vai ajudar a conscientizar as pessoas. Você crê que o tema é um modismo ou que será cada vez mais difundido? Quem se interessa e acompanha a Ufologia de perto já está bastante familiarizado com ofenômeno dos círculos nas plantações. Mas agora parece que a grande mídia se interessou ainda mais pelo assunto. Parte disso se deu em razão de Sinais, o filme do diretor M. Night Shyamalan, estrelado por Mel Gibson. Apesar do filme não ter se aprofundado no assunto como deveria, mostrou que essas marcas nas plantações existem e sua origem está cada vez mais confirmada como tendo ligação com UFOs. Então, as pessoas acordaram para o fato de que a coisa é muito séria. Depois que o filme sair dos cinemas, o assunto ficará um pouco de lado, masas novas formações continuarão a ser acompanhadas, pesquisadas e, principalmente, divulgadas no meio ufológico. Ao contrário dos lançamentos de Hollywood, as pesquisas nunca param.
Uma busca por explicações
No início da década de 80, publicações do mundo inteiro se juntavam a emissoras de tevê para estampar incríveis imagens de desenhos feitos nas lavouras da Inglaterra. Eram imagens até então simples, mas inexplicadas. Agora, após mais de 20 anos, o fenômeno não apenas persiste como assumiu uma complexidade impressionante. As figuras são cada vez maiores e mais desafiadoras, compostas muitas vezes por centenas de objetos geometricamente arranjados entre si, que os estudiosos atribuem a extraterrestres. De fato, muitos UFOs e sondas já foram observados sobre os círculos.
O mistério dos círculos ingleses inspirou um ufólogo brasileiro a escrever uma bela e completa obra. Wallacy Albino estuda o tema há anos e o considera um dos maiores enigmas da atualidade. O resultado de seus estudos está em O Mistério dos Círculos Ingleses, lançado pela Biblioteca UFO, com o código LV-12. A obra analisa as manifestações desde 1980 até os dias de hoje, apresentando dados técnicos sobre as ocorrências, fazendo comparações com sítios arqueológicos e expondo entrevistas com pesquisadores, ufólogos e estudiosos. O livro traz um capítulo especial e um encarte colorido de 40 páginas com os novíssimos casos registrados este ano. Para adquirir um exemplar, consulte o encarte de Suprimentos de Ufologia, desta edição.