A descoberta de Proxima b, mundo habitável orbitando Proxima Centauri que, a 4,25 anos-luz é a estrela mais próxima do Sistema Solar, espantou o mundo em agosto de 2016. As intensas discussões a respeito das possibilidades reais de existir água na superfície desse exoplaneta seguem desde então, e um novo estudo, publicado no periódico Astronomy and Astrophysics, aponta para possibilidades maiores sobre a habitabilidade e existência de vida alienígena nesse planeta. O texto é de autoria de uma equipe de astrofísica da Universidade de Exeter, que usou modelos computacionais para elaborar hipóteses sobre o clima em Proxima b.
Ainda se sabe pouco a respeito desse mundo alienígena. Sua massa é ao menos 1,27 vezes a da Terra, e o raio cerca de 1,1 vezes o de nosso planeta. Orbita Proxima Centauri em 11 dias terrestres, a uma distância de 7,5 milhões de km ou 0,05 Unidades Astronômicas (AU). Um dos problemas é que Proxima Centauri é uma anã vermelha do tipo M, e apesar de ser menor e mais fria que nosso Sol, ainda assim possui muita atividade, com ejeções de massa coronal e outros fenômenos que banham suas proximidades com altas doses de radiação. Além disso, a maior parte da luz da estrela está próxima da região infravermelha do espectro, e portanto para ser habitável Proxima b teria que ter sua superfície protegida por uma atmosfera adequada. Os dados conhecidos foram alimentados em um supercomputador da universidade, que utilizou um modelo conhecido como Met Office Unified Model (UM) nas análises. Esse modelo há décadas é utilizado para estudar o clima terrestre, auxiliando em previsões do tempo, análise dos efeitos das mudanças climáticas e outros.
A equipe analisou duas possibilidades em termos de atmosferas. Uma era similar à da Terra, e a outra mais simples, com nitrogênio e traços de dióxido de carbono. Quanto ao movimento do planeta, igualmente duas hipóteses foram testadas, Proxima b ter sempre a mesma face voltada para a estrela, e a outra a de sua órbita ter uma razão de 3:2 de ressonância. Isso significa que o planeta giraria em torno de seu eixo três vezes para cada duas órbitas, como Mercúrio faz em relação ao Sol. Esta última possibilidade aponta que mais regiões do planeta poderiam se manter habitáveis, com água líquida e estável na superfície. Os resultados em todas as configurações se mostraram incrivelmente favoráveis quanto à habitabilidade de Proxima b, que teria em cada caso um clima bastante estável, permitindo que grandes regiões do planeta fossem habitáveis.
ANALISANDO AS POSSIBILIDADES DA VIDA ALIENÍGENA
O estudo aponta que indiscutivelmente a razão orbital de 3:2 favorece ainda mais a habitabilidade de Proxima b, com mais regiões permitindo a existência de superfícies líquidas. Por sinal o estudo assumiu que o planeta é inteiramente coberto por água, mas é mais provável que existam porções de terra em sua superfície. Além disso, uma órbita mais excêntrica ou elíptica ao redor de Proxima Centauri poderia incrementar ainda mais a habitabilidade do planeta, conforme os resultados indicam. A equipe responsável pelo estudo indica ainda que esse método pode ser utilizado em exoplanetas do tipo terrestre, sendo que já havia sido utilizado para elaborar modelos de mundos alienígenas do tipo Júpiter quente. Dessa forma, havendo suficiente informação disponível, esta pode ser utilizada nesse modelo para prever como será o clima e a habitabilidade desses mundos distantes. Pesquisas mais aprofundadas serão possíveis com os novos instrumentos que devem entrar em serviço nos próximos anos, como o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT) que começará a operar em 2024.
Confira o artigo sobre a habitabilidade de Proxima b
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