98 para os cearenses não está sendo somente o ano em que o Brasil perdeu a Copa do Mundo, mas também, pelo menos no primeiro semestre, um ano recorde de avistamentos de objetos voadores não identificados, esses estranhos veículos que a cada dia despertam mais a atenção das autoridades em todo o planeta. Nos meses de janeiro a julho, mais de 38 casos ufológicos deixaram os fortalezenses com os olhos fixos no céu, a fim de acompanharem os movimentos exóticos de bolas luminosas, luzes em cores variadas e até mesmo de enormes corpos cilíndricos classificados como naves-mãe.
Nestes shows aéreos, algumas autoridades puderam testemunhar os fatos, entre elas o coronel Vasconcelos, do Exército, e o prefeito de uma cidade próxima à Fortaleza. O doutor Júlio César teve oportunidade de observar um UFO na terça-feira de carnaval, às 04h00, ligando em seguida para o Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU) e comunicando que, ao se deslocar de Maracanaú para esta capital, exatamente meia-hora antes do ocorrido, foi seguido por algo que fugia ao normal. “Era uma estranha bola luminosa que passava de um lado para outro da estrada, ora aumentando, ora diminuindo sua intensidade. Ficava à pouca altura e subia velozmente, mas sempre acompanhando o veículo”, declarou o prefeito.
Antes disso, às 21h30 do dia 14 de fevereiro, o CPU foi acionado para desvendar misteriosos fachos de luzes coloridas que vasculhavam os céus da redondeza por trás da Serra de Maranguape, nas proximidades de Maracanaú. As luzes abriam e fechavam um leque multicolorido que, segundo a testemunha Clécio Júnior, “…parecia que saía do nada em direção ao espaço e às vezes descia rumando para o solo e para o leste, emanando de algo que não era visto pelos presentes”. Os pesquisadores do CPU estiveram no local acompanhando os fatos, mas não conseguiram fotografar e nem explicar o que eram tais raios luminosos que impressionaram mais de 300 testemunhas – entre as quais algumas que gritavam desesperadas, acreditando que seria o Apocalipse e que ali estavam os primeiros sinais do fim do mundo…
1998 será um ano recorde em observações de objetos voadores não identificados. Até o presente momento, dezenas de casos foram registrados
Marcas no solo – Na realidade, os estudiosos reconheceram tratar-se de mais um caso ufológico comum. Tanto que, no dia seguinte a este fato, uma equipe do CPU esteve no local interrogando as pessoas que ainda se mantinham assustadas, pois viam que as luzes saíam de perto de onde residem, a aproximadamente 400 m, sem que existisse algo para causar tal fenômeno. O CPU buscava uma explicação lógica para os fatos, mas no local onde o leque luminoso surgiu nada foi encontrado. Não havia marcas no solo, pegadas ou a presença de corpos estranhos – nem mesmo as árvores da mata fechada que existe no local sofreram conseqüências.
Outro acontecimento que amedrontou os cearenses deu-se em pleno centro da cidade de Fortaleza, às 05h10min do dia 8 de fevereiro, quando vários telefonemas ao CPU despertaram este autor informando que havia algo estranho no céu. Bem acima do prédio do Banco do Estado do Ceará alguma coisa brilhante e discoidal rodopiava pairando ora estático, ora saindo e voltando à mesma posição, numa incrível velocidade. Imediatamente acionamos outros estudiosos pertencentes ao Centro e fomos todos para o local observar os fatos, lá permanecendo até às 05h30min. Neste instante, depois de efetuar várias manobras, o UFO dirigiu-se para o mar e desapareceu no horizonte, ficando apenas a documentação fotográfica de sua presença em nossos céus.
Ainda na mesma madrugada, por volta das 04h15, o estudante Yuri regressava à sua casa e viu algo diferente contrastando com a noite. Um estranho objeto, que também foi observado por várias pessoas, dava um verdadeiro show aéreo sobre Fortaleza. Yuri correu até sua casa, apanhou uma filmadora e documentou tudo. “Era uma espaçonave de outro planeta, aquilo não poderia ser terrestre”, declarou a este autor, completando ainda que “…o objeto era administrado por uma inteligência, e que inteligência!”.
Quando apresentou o filme à Equipe CPU, em sua residência, Yuri comentava sempre exclamando: “Vejam: o objeto vai e volta ao mesmo local, ao ponto de partida. Agora transformou-se em dois objetos que saem em grande velocidade. Observem, eles desaparecem entre os prédios e o horizonte do oceano. E fantástico! Meu Deus, o que poderá ser realmente?”. Evidentemente, um objeto voador não identificado. A TV Manchete Canal 2, de Fortaleza, também alertada, documentou o evento e conseguiu captar a cena em que o objeto se multiplicava. A filmagem feita pelos cinegrafistas profissionais foi apresentada ao público cearense.
Outra testemunha também filmou um estranho objeto nas imediações em que Yuri havia documentado o seu. O filme foi apresentado ao CPU e pela primeira vez os pesquisadores observaram que, em vez de mudar bruscamente sua trajetória, o UFO efetuou uma curva em meio círculo, como fazem os aviões. Nesta ocasião, o objeto liberou algo semelhante a um gás, provavelmente resultante de alguma combustão, e mudou a sua cor do cinzento para o róseo e, depois, vermelho-escuro e azul. A filmagem, muito boa, mostra algo em forma de disco luminoso que se deslocava em vários sentidos. Em dado instante, o UFO pôde pairar por dois minutos e meio.
O mais importante desses acontecimentos de fevereiro, no entanto, foi o que envolveu os estudantes Thallys eThiego, irmãos de 9 e 13 anos respectivamente. Eles encontravam-se na varanda do apartamento onde residem, de frente para o mar, na Praia do Futuro, quando avistaram alguma coisa que brilhava no céu escuro e se aproximava numa velocidade muito grande, que não sabem calcular. A tal luz desceu até baixa altitude e ficou flutuando acima do mar, bem distante e a uma altura superior à do apartamento onde residem. Alguns dias antes, Thallys e Thiego haviam ganhado uma máquina fotográfica digital. Quando se lembraram dela, correram nervosos e a apanharam, enquanto gritavam por sua mãe que estava em outro quarto.
O nervosismo era grande e os irmãos temiam tratar-se de algo assombrado, mas nem conseguiam pensar no que poderia ser aquilo. A o
corrência, no entanto, durou pouco – de dois a quatro minutos, o que eles não sabem bem, já que estavam muito nervosos. Quando sua mãe chegou à janela o objeto não estava mais lá. Havia subido e desaparecido no espaço. Dona Rosermínia Ferreira da Silva, mãe dos meninos, ligou ao CPU para relatar o fato e solicitar a presença dos estudiosos no local. Ela havia assistido anteriormente uma reportagem sobre o Centro, mas, mesmo assim, pediu sigilo.
Vinte e quatro fotos foram tiradas por Thallys e Thiego, todas impressionantes. Segundo eles, o UFO acendia e apagava várias luzes, ficando apenas uma esfera cinzenta no céu, quase invisível. Quando acendia, parecia ser metálica, reluzente e dividida ao meio. Na parte inferior havia uma luminosidade leitosa e espessa que, da metade para cima, era também transparente. O objeto tinha o tamanho de uma Lua cheia, mas diminuía e crescia incessantemente. Aquilo era silencioso e dava medo, deixando os meninos apavorados e sem entender nada.
Tubo fosforescente – Acima da esfera, em sua parte superior, uma luz semelhante à de mercúrio corria da esquerda para a direita e voltava velozmente. A luz não se encostava ao corpo da esfera, parecendo estar solta e girando na metade do UFO. Quando se deslocava, deixava uma espécie de tubo fosforescente, como um rastro que não se expandia e nem se desfazia. As fotos, no entanto, não ficaram claras, pois as crianças quase nada entendem de fotografia e apenas apontavam e apertavam o botão da máquina. Para estudarmos a documentação, passamos as fotos para o computador e, depois, as fotografamos diretamente do monitor. Este trabalho foi realizado pela Equipe CPU, acompanhada de um expert em análises fotográficas, o doutor Cesar Gabiele. Todos concluíram que o objeto não se parece com nada conhecido pelos ufólogos, pois a casuística jamais apresentou algo com tais características. Isso nos obrigou a estudá-lo por vários meses, procurando mais testemunhas que também pudessem ter presenciado o fenômeno, corroborando assim a história dos meninos.
A incansável busca veio finalmente com respostas positivas, pois o pescador Francisco Santero de Alencar, 48, e os comerciantes Paulo Sinfrônio Siqueira e José Silva Ramos também viram o corpo estranho no céu e o descreveram em detalhes, declarando que “… o \’bicho \’estava a uma boa altura e dava para ver a luz que corria no dorso dele”. A descrição foi recebida repleta de emoção por parte das testemunhas.
Noutra cidade cearense, desta vez em Pacajús, casos ufológicos se sucederam no primeiro semestre do ano. Durante todo o período de Carnaval, por exemplo, vários objetos voadores não identificados foram registrados no município – um dos quais chegou a descer e ficar a aproximadamente 300 metros de altura sobre a cidade. Por suas características, teria sido uma sonda ufológica com aproximadamente um metro de diâmetro. Ela pairava no ar, subia e às vezes mudava de cor, fazendo com que o caminhoneiro Paulo Matias parasse seu veículo para vê-la. Quando o entrevistamos, Matias declarou ter notado que o motor de seu caminhão estava falhando – “esguiando”, segundo disse – e fazendo com que diminuísse a velocidade e andasse apenas aos “sopapos”. Ao descer do veículo, a testemunha viu que o objeto se aproximava de onde estava, chegando a estacionar em cima dele. Ao se movimentar, aquilo deixava um estranho rastro de fumaça quase imperceptível.