Texto de Charles Q. Choi, especial para a LiveScience.
Tradução de Regina Prata, da Equipe de tradutores voluntários da Revista UFO.
Ao contrário de idéias para máquinas do tempo, este novo conceito não exige formas exóticas ou teóricas de matéria, esta nova idéia exige tecnologia muito mais avançada do que qualquer coisa existente hoje. Ainda existem questões importantes sobre a máquina ser realmente estável o suficiente para permitir uma viagem de volta no tempo.
Cientistas que estudam a viagem no tempo, geralmente pesquisam a gravidade, que surge quando a matéria dobra o tempo e o espaço. A pesquisa é baseada na dobra espaço-tempo, até que a linha do tempo realmente se volta sobre eles mesmos para formar um looping, tecnicamente conhecido como “curva temporal fechada”.
“Sabemos que essa dobra acontece todo o tempo, mas queremos que ela seja forte o suficiente e que tenha uma forma em especial, onde as linhas do tempo fazem loopings fechados”, diz o físico teórico Amos Ori, do Technion- Instituto de Tecnologia de Israel, em Haifa. “Estamos tentando descobrir se é possível manipular o espaço-tempo para desenvolvê-lo desta maneira”.
Muitos cientistas são céticos quanto ao fato da viagem no tempo ser possível. Por exemplo, geralmente se supõe que máquinas do tempo necessitam de alguma forma exótica de matéria, como a “energia de densidade negativa”. Uma material tão exótico tem propriedades bizarras, incluindo o fato de mover-se na direção contrária da matéria normal quando impelida. Tal material poderia existir em teoria, mas se existisse, possivelmente estaria presente apenas em quantidades pequenas demais para a construção de uma máquina do tempo.
As pesquisas mais recentes de Ori mostram que máquinas do tempo são possíveis sem matéria exótica, eliminando uma barreira para a viagem no tempo. Seu trabalho começa com um buraco na forma de um biscoito envolvido por uma esfera de matéria normal.
“Estamos falando destes loopings fechados todo o tempo, e a forma mais simples de um looping fechado é um circulo, por causa disto temos esse buraco com forma de anel”, explica Amos Ori.
Dentro deste vácuo em forma de biscoito, tempo-espaço poderiam ser dobrados sobre si próprios enfocando campos gravitacionais para formar uma curva temporal fechada. Para voltar no tempo, um viajante correria por dentro do buraco em forma de biscoito, indo cada vez mais longe no passado a cada volta.
“A máquina é ela própria tempo-espaço”, diz Ori. “Se criássemos uma área com uma torcedura como estas no espaço, isto permitiria linhas do tempo se fecharem sobre si próprias, possibilitado futuras gerações a retornarem para visitar nosso tempo”.
Ori enfatizou uma significante limitação desta máquina do tempo – “não pode ser usada para viajar a um tempo anterior àquele em que foi construída”. Suas descobertas são detalhadas no 3º número do jornal Physical Review D, da edição de Agosto.
No entanto, outros obstáculos permanecem. Os campos gravitacionais necessários para fazer a curva temporal fechada teriam que ser muito fortes, “da ordem daquela que se encontraria num buraco-negro”, disse Ori ao LiveScience. “Não possuímos nenhuma forma de criar campos gravitacionais tão fortes atualmente e, certamente não temos como manipular tais campos gravitacionais”.
Mesmo se máquinas do tempo fossem tecnicamente viáveis, os campos gravitacionais precisariam ser manipulados de forma muito precisa e acurada. Ori diz que seus cálculos sugerem que qualquer máquina do tempo seria instável, o que quer dizer que “o mínimo desvio poderia impedir que esta funcionasse. Precisamos explorar mais o problema da estabilidade das máquinas do tempo”.
O físico teórico Ken Olum, da Tufts University em Medford, Mass., que não participou desta pesquisa, foi cético a respeito de como este novo modelo sugere objeções teóricas anteriores no que diz respeito à viagem no tempo.
Olum observou que “é importante se estiver certo – que de fato haja um tipo de buraco em forma de looping. Isto deveria ser escrutinado muito mais de perto”. A razão de tanto trabalho, adicionou, seria para “expandir os limites do que é possível, o que podemos e o que não podemos ter”.