Astrônomos da Universidade de São Paulo (USP), localizaram a estrela HIP 102152, situada à 250 anos-luz de distância, que tem características muito semelhantes às de nosso Sol. A estrela está sendo chamada de gêmea solar e seu estudo pode auxiliar a compreender a evolução futura do astro central de nosso sistema.
Uma das características de HIP 102152 que irá auxiliar nessa pesquisa é sua idade, de 8,2 bilhões de anos, muito mais velha que o Sol, que tem 4,5 bilhões de anos, mesma idade do sistema solar. A estrela, localizada na constelação de Capricório com a utilização do Telescópio Muito Grande (VLT), do consórcio europeu ESO, instalado no Chile, é a gêmea solar mais velha já descoberta.
Jorge Melendez da USP, líder da equipe que realizou a pesquisa, comentou: “Por décadas, astrônomos têm tentado encontrar gêmeas solares para entender melhor nosso próprio Sol. Mas desde que a primeira foi localizada em 1997 poucas foram descobertas. Agora temos a disposição o equipamento do VLT, que consegue realizar análises espectrográficas de alta qualidade, e podemos examinar gêmeas solares com extrema precisão, para responder as questões que temos a respeito do Sol”.
Um dos mistérios que os astrônomos pretendem desvendar com o estudo de gêmeas solares como HIP 102152 é a razão de o Sol possuir tão pouco lítio. Este é um dos elementos mais básicos na conhecida Tabela Periódica e foi criado no início do universo no Big Bang, junto ao hidrogênio e hélio. A composição das estrelas costuma refletir a abundância dos elementos contidos na nuvem primordial ou nebulosa onde se formaram. Porém, o Sol possui apenas 1 por cento do lítio presente na nuvem de gás onde nasceu.
O que os astrônomos brasileiros descobriram é que HIP 102152 possui ainda menos lítio do que o Sol. Como pesquisas anteriores apontam que estrelas jovens possuem mais lítio que aquelas mais velhas, a nova descoberta parece indicar que conforme envelhecem as estrelas destroem ou perdem seu lítio. A equipe da USP comenta que, dessa maneira, os níveis de lítio presentes no Sol devem ser compatíveis com sua idade.
O estudo brasileiro aponta algo ainda mais interessante, sugerindo que HIP 102152 é ainda mais semelhante ao Sol do que se pensava. Essa estrela e a nossa são deficientes em elementos que existem em abundância na Terra e em meteoritos caídos aqui e já analisados. Esse fato pode indicar que HIP 102152 pode ter planetas rochosos como a Terra em seu sistema e já surgem especulações na comunidade astronômica que esses mundos podem conter vida. A descoberta será publicada no Astrophysical Journal Letters.
Leia o artigo dos astrônomos brasileiros no Astrophysical Journal Letters
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