
Em vias de lançar seu quinto livro – UFOs na Serra da Beleza, pela Editora do Conhecimento –, o co-editor da Revista UFO Marco Antonio Petit surpreendeu a todos com a revelação de que está se lançando como candidato a deputado federal no próximo pleito, em outubro. “Sempre entendi que a Ufologia tem muito de política, não essa partidária, vazia e corrupta de nosso dia-a-dia. Mas de política comportamental, estratégica e social mesmo”, declarou Petit ao responder ao primeiro que lhe perguntou por quê? De fato, Ufologia é pura política, desde os procedimentos de acobertamento ao Fenômeno UFO, instalados nos Estados Unidos há quase 60 anos, até o recente processo de aproximação dos ufólogos brasileiros de nossa Aeronáutica, em maio do ano passado, quando a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) foi recebida em Brasília, todas as peças manipuladas nesse jogo de xadrez são políticas.
A política é inerente ao ser humano e Petit compreendeu que sua atuação como possível deputado federal poderá levá-lo a obter ainda mais resultados na área ufológica – e esse é justamente seu plano. “Não temos nenhum representante de nossa classe na Câmara dos Deputados nem em qualquer Assembléia Legislativa estadual, e isso nos impede de conseguirmos o que precisamos”, disse. Se funcionar, o plano de nosso co-editor poderá resultar num salto qualitativo e quantitativo para a Ufologia Brasileira, que se verá, então, representada no meio político não apenas por um ufólogo, mas por um de nossos mais talentosos, criteriosos e produtivos ufólogos. Essa é uma grande diferença. Foram dados por Petit alguns dos passos mais importantes que levaram à inédita reunião com os militares.
Nesta entrevista, o co-editor explica detalhadamente seu plano e revela alguns segredos sobre sua ambição política. Experiente e persistente pesquisador – que tem em seu currículo mais de 600 vigílias noturnas em seus quase 30 anos de pesquisas ufológicas, com muito sucesso em dezenas delas –, Petit garante que vai aplicar na política a mesma tenacidade que tem demonstrado em sua vida de ufólogo. “Já passei por tudo em minhas atividades ufológicas, principalmente na Serra da Beleza. Já tive contato com luzes, naves e sondas mais de 100 vezes e obtive dezenas de fotografias. Estou preparado para defender a realidade da presença alienígena na Terra em Brasília”. Não temos dúvida disso.
Um mandato parlamentar a um ufólogo abrirá possibilidades nunca antes imaginadas para a Ufologia Brasileira
Noutros países, especialmente nos Estados Unidos e Europa, ufólogos de peso buscam ocupar cargos eletivos pela mesma razão: usar o poder político para abrir espaço para a Ufologia. O projeto do pré-candidato Marco Antonio Petit merece um voto de confiança de toda a Comunidade Ufológica Brasileira, especialmente de seus integrantes cariocas, que poderão não apenas apoiá-lo e dar-lhe seus votos, mas engajar-se na primeira campanha ufológica séria de que se tem notícia no país. Esta publicação e todos os integrantes de seu Conselho Editorial farão o possível para concretizar o projeto político de nosso co-editor. A campanha UFOs: Liberdade de Informação Já deverá ter um poderoso impulso neste processo, e seus resultados poderão ser, a médio prazo, imensamente mais significativos.
Como surgiu esta sua idéia de entrar para a política? Há muitos anos, pessoas de meu relacionamento, inclusive do meio ufológico, vêm me incentivando a buscar um mandato eletivo, com o objetivo de atuar a favor do estabelecimento da verdade em relação a presença dos discos voadores em nosso planeta e da aproximação de civilizações extraterrestres. A primeira dessas pessoas foi um dos pioneiros da Ufologia em nosso país, o pesquisador Fernando Cleto Nunes Pereira, autor de vários livros sobre o assunto. Foi o Fernando Cleto quem, ainda em 1954, participou como convidado do I Inquérito Confidencial sobre Objetos Aéreos Não identificados das Forças Armadas. Ele foi a primeira pessoa a ver que a possibilidade de eu me lançar a um cargo eletivo.
Parece que você já pensava numa carreira política há um certo tempo, não? Sim, durante os últimos anos, apesar da possibilidade de uma atuação política concreta ter surgido em minha mente em vários momentos, sempre que ponderava sobre ela eu acabava por desistir, achando que ainda não era o momento certo. Na verdade, comecei a levar a sério essa possibilidade a partir do momento que sofri um acidente de carro, que relatei em meu livro UFOs, Espiritualidade e Reencarnação [Editora do Conhecimento, 2004], após o qual minhas percepções sobre o lado transcendente da presença extraterrena e de minha atuação na Ufologia passaram a ter um significado maior. Desde esse momento, resolvi assumir de maneira mais engajada algo que sempre esteve em minha frente. Ora, não estamos aqui por acaso e minha atuação na Ufologia – como a de vários companheiros que fazem parte da Revista UFO, começando pelo seu próprio editor –, tem que ter um sentido maior.
Sua motivação, então, para ser agora um pré-candidato vem de sua inquietação interior com relação à falta de respostas para a Ufologia? De uma certa forma, sim. Tenhamos ou não coragem de assumir – como você fez publicamente, Gevaerd, em um evento no Rio de Janeiro, por ocasião do nascimento da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já –, existe um sentido “messiânico” em nosso trabalho com a Ufologia. O estabelecimento da pluralidade da vida no universo, a certeza de nossa origem cósmica e as intervenções extraterrestres nesse planeta, tudo isso associado à percepção de uma “dimensão espiritual”, nos fornece um conjunto de agentes de transformação para nossa humanidade. É a partir dessa dimensão espiritual que nosso universo material se organiza e se manifesta.
A campanha pela liberdade de informação pesou em sua decisão? Sim. A gente sabe que durante décadas nossos militares – principalmente a Força Aérea Brasileira (FAB) – sempre negaram a realidade do Fenômeno UFO. Pois foi através da campanha deflagrada pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) que nossas autoridades militares finalmente assumiram a existência de um vasto arquivo sobre a existência dos discos voadores e suas manifestações em nosso Território. O processo de abertura foi inexplicavelmente paralisado, após a nossa visita à Brasília, como denunciamos através das páginas de UFO [Veja texto Cadê Nossa Resposta, Presidente Lula? em UFO 115]. Protocolamos nossas cartas de pedido formal de abertura em Brasília – ao comandante da Aeronáutica, ao ministro da Defesa e ao próprio presidente Lula – e não tivemos sequer um “não” como resposta às nossas solicitações. Isso é inadmissível e ficou claro, para mim, se é que havia realmente alguma dúvida antes, que os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) não estavam de fato interessados em abrir coisa alguma. Desta forma, o passo seguinte tem que ser necessariamente dado mediante uma atuação parlamentar – e isso na esfera federal. Minha candidatura a deputado federal está nascendo para suprir esta necessidade.
Não seria mais fácil começar sua carreira parlamentar buscando um mandato municipal ou mesmo estadual? Certamente. Mas eu não estou procurando um “emprego” de vereador ou mesmo de deputado estadual. Quero fazer muito mais e irei. Veja, a partir de minha atuação na Ufologia, principalmente com pesquisas e projetos relacionados ao sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, onde está localizada a hoje famosa Serra da Beleza – uma das áreas mais ricas em manifestações ufológicas do mundo –, meu nome atingiu uma grande projeção. Foram centenas de entrevistas que concedi a rádios, jornais e programas de tevê, vários em rede nacional, falando da presença dos UFOs particularmente nos distritos de Conservatória e Santa Isabel do Rio Preto, na citada região. Isso para não falarmos de uma série de eventos culturais que realizei, que ajudaram a promovê-la. A partir de iniciativas desse tipo, realizadas nos últimos anos, a população local passou a ter as mesmas possibilidades da que reside, por exemplo, na cidade do Rio de Janeiro, e pode freqüentar o planetário da cidade ou as sessões públicas do Museu de Astronomia.
Marco Petit é um dos mais talentosos ufólogos que já conheci e certamente terá sucesso em tudo o que empreender
– Irene Granchi
Sua atuação no sudoeste do Rio é notória, tanto que agora você lança um livro sobre seu trabalho ufológico na Serra da Beleza. Exato. O livro é mais uma destas ações. Veja, eu fiz questão de levar Ufologia, astronomia e muita cultura àquelas cidades. Minhas atividades, evidentemente, acabaram também por incentivar o turismo da região. Mas o ponto em questão é o que eu poderia fazer sozinho como vereador de um município, mesmo que fosse da cidade do Rio de Janeiro, ou de um integrante da Assembléia Legislativa do Estado, em relação a política de acobertamento ufológico? Quase nada!
E você vê que poderá mudar as coisas como deputado federal? Tenho convicção disso. Temos que mudar os rumos dessa história enquanto ainda existe tempo. Pois podemos estar na iminência de um contato planetário e devemos estar preparados. O trabalho iniciado pelos pioneiros da Ufologia em nosso país – como a professora Irene Granchi, o general Moacyr Uchôa, o Reginaldo de Athayde, o próprio Fernando Cleto, entre outros –, depois assumido por outra geração de ufólogos, da qual faz parte a maioria dos integrantes da Equipe UFO — tendo à frente nomes como Claudeir Covo, Ubirajara Rodrigues, Rafael Cury, Gevaerd etc –, atingiu um nível de maturidade e credibilidade que hoje nos possibilita um novo e decisivo passo. Veja que mesmo com muitas limitações, nossa campanha nos levou à Brasília para conhecermos os arquivos secretos da FAB.
Mas haverá espaço político para você se mobilizar em Brasília? Ou seja, será que, apenas como um representante da Comunidade Ufológica Brasileira na Câmara dos Deputados, você será ouvido? Penso que sim e trabalharei obstinadamente para isso. Vou intervir diretamente com conhecimento ufológico maciço no Congresso Nacional. Minha candidatura só tem sentido dentro desta visão, estando a serviço de realmente maior. Todos nós, ufólogos, que já percebemos a importância do estabelecimento da verdade sobre a presença extraterrena para o destino de nosso país e de nossa humanidade, podemos juntos fazer parte deste projeto. Estamos vivendo um momento único. Podemos fazer deste país uma liderança mundial no processo de abertura de informações ufológicas, que revelará finalmente a verdade sobre o que acontece sobre nossas cabeças desde que chegamos a este planeta. A Revista UFO e seus leitores, em conjunto, mais uma vez, podem fazer a diferença. Basta acreditar.
Em que partido você se lançará deputado federal e como chegou até ele? Foi uma escolha pessoal? Aconteceu de maneira natural, na medida em que crescia em mim a necessidade de tomar a decisão que estou tomando. Após eu não ter mais dúvidas sobre o caminho a seguir para poder produzir ainda mais pela Ufologia, entrei em contato com o amigo Luiz Carlos Prestes Filho, com quem já vinha trabalhando em projetos de turismo ufológico em andamento em Conservatória e Santa Isabel do Rio Preto [Veja UFO 98], para que juntos avaliássemos o quadro político e partidário da região. Nossa análise me fez procurar, até por questões éticas, o deputado André Correa, líder da bancada do Partido Popular Socialista (PPS) na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Este parlamentar já vinha apoiando vários de nossos projetos turísticos – como a instalação, com projeto de Hans Donner, de um centro de estudos e observações ufológicas na Serra da Beleza [Veja UFO 116] –, além de meu próprio jornal Vimana. O deputado, inclusive, já havia conseguido verba junto ao governo estadual para a realização de um de nossos primeiros eventos na região. Portanto, era uma pessoa a ser ouvida e consultada.
Como foi seu encontro com o deputado André Correa? Fui ao seu escritório e falei de início com o senhor José Antônio, seu chefe de gabinete, revelando minhas pretensões e a necessidade de uma legenda para a materialização de meu projeto. Poucos minutos depois, para minha surpresa, recebi um ligação do deputado, já de imediato garantindo que eu teria todo o seu apoio. Ele pediu para que eu me filiasse ao seu partido e em poucos dias já estava com a ficha de pré-candidato preenchida. Ou seja, o processo foi deflagrado.
Este é um caso raro de apoio político a um ufólogo. O deputado se interessa por Ufologia? Por incrível que pareça, sim. Apesar de conhecer o deputado há vários anos, até pouco tempo atrás eu ainda não sabia que o mesmo já tinha sido testemunha dos fenômenos da Serra da Beleza. Minha surpresa maior ocorreu há poucos dias – vários meses depois de minha filiação ao PPS –, quando descobri que a virtual candidata do partido ao governo do Rio de Janeiro é a atual deputada federal Denise Frossard, conforme declarou em recente entrevista. E ela também é testemunha de um fenômeno ufológico, conforme revelou à revista Gol, da respectiva companhia aérea. Denise e vários amigos tiveram um encontro com um cilindro voador de grandes proporções na Praia do Leblon.
Eu li a entrevista da deputada e admirei sua coragem em admitir o fato. Pois é, ela foi muito corajosa. Mas será que tudo isso é uma simples coincidência? O deputado André Correa ter tido uma experiência e estar me apoiando. A Denise Frossard também ter tido um contato e eu estar no mesmo partido que ela… Para um bom observador, não é difícil perceber a importância do que esta acontecendo. Por isso eu insisto: a hora é agora. Minha presença no Congresso Nacional, a reeleição para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro de um deputado comprometido com projetos ufológicos, como o André Correa, e a possibilidade de termos uma governadora em um dos principais Estados do país sensível ao tema?! Isso tem que ter uma razão. Mas o que podemos fazer a partir deste quadro? Também não é difícil perceber que estou no partido certo para levar adiante meu projeto.
Tomara. Vamos torcer e trabalhar para isso. Mas conte-me, sua escolha partidária também levou em conta aspectos religiosos de uma campanha? Com toda certeza. Não faria sentido, por exemplo, eu estar no partido da atual governadora do Rio, Rosinha Matheus, que é apoiada por uma corrente religiosa que, apesar de suportar e até defender a idéia de que certas pessoas tenham tido avistamentos de UFOs, defende a idéia que esses aparelhos “são de origem demoníaca e vêem à Terra com o objetivo de afastar o homem de Deus”.
O pior de tudo é que o Congresso Nacional está cada vez mais ocupado por pessoas que pensam exatamente desta forma. É verdade, uma triste verdade. Mas ainda é tempo de reverter esse processo e tornar a Casa mais aberta à realidades inquestionáveis, como a da presença extraterrestre em nosso planeta. É hora de fazermos alguma coisa para mudarmos a situação. Este grupo político não está lá por acaso – ele tem um projeto definido para chegar ao poder máximo, a Presidência da República. O que podemos esperar de pessoas que acreditam que estamos em guerra com o diabo? Nosso país não merece esse destino! As implicações de práticas religiosas obtusas nas atividades de parlamentares são profundamente preocupantes, e a maior parte dos brasileiros ainda não se deu conta desta realidade. Temos que acordar a Nação para isto!
Com sua candidatura, você espera um confronto com nossas instituições militares? Ela poderá ser vista como uma ameaça à política de acobertamento? De forma alguma. A campanha UFOs: Liberdade de Informação Já pode servir de exemplo para avaliarmos as reações de nossas Forças Armadas. Os membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) estiveram em Brasília justamente como conseqüência de nossas cobranças em relação ao acobertamento e também de nossas denúncias em meio à campanha. Repassamos para imprensa, como já foi divulgado e publicado, inclusive documentos sigilosos sobre UFOs no Brasil, oriundos dos arquivos da própria FAB. Não foi nossa concordância ou passividade com a atual política do sigilo e do acobertamento que nos levou à Brasília. Não. Pelo contrário, alguns de nossos principais colaboradores nesta iniciativa são militares, alguns inclusive da ativa, que já perceberam a importância da divulgação da verdade sobre a presença dos UFOs. Pretendemos levar vários destes militares a Brasília, para que possam falar o que sabem e o que descobriram no cumprimento de funções constitucionais. O número de oficiais da reserva que também deseja participar de um projeto com esse perfil é grande.
Quais serão seus primeiros passos quando você tiver lançado sua candidatura? Pretendo convocar audiências em que serão ouvidos inclusive aqueles que nos receberam nas instalações do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), onde estão os documentos que tivemos a chance de examinar. Sabemos que o que nos foi mostrado é uma parte insignificante do arquivo total da Aeronáutica e que muitos materiais continuam em outras áreas militares – como uma área de segurança máxima situada nas instalações do I Comando Aéreo Regional (COMAR I), em Belém (PA). As informações em poder dos militares não podem e não vão continuar a ser mantidas longe da população, pois ninguém tem o direito de decidir o que cada um de nós deve ou não saber sobre uma realidade na qual estamos todos inseridos. Algo que a maioria de nós, ainda, por decisões que não tomamos, continua a desconhecer.
Você terá muito trabalho pela frente, estimo. Não somente uma campanha política para deputado federal é estressante, mas uma que agregue elementos como esses que serão sua bandeira, uma mobilização pela liberdade de informações ufológicas. Eu sei disso e estou preparado. Não estou me lançando nesta iniciativa como uma aventura. Quero e irei conseguir meu intento, que é abrir os arquivos e ajudar a transformar o Brasil numa Nação mais esclarecida sobre o Fenômeno UFO. Veja, a falta de informações sobre o tema, entre outros problemas, é justamente a responsável por visões distorcidas de nossos visitantes extraterrestres – como àquelas já mencionadas, que florescem dentro de certos meios evangélicos. Um estudo científico, realizado por civis e militares, é necessário para a compreensão em larga escala do problema.
Você está convencido de que é realmente possível acabar com o processo de acobertamento ufológico em nosso país, apesar dos interesses e das pressões dos EUA em contrário? Sim, sem a menor dúvida. Basta termos realmente vontade política para isso. O governo dos Estados Unidos continuará investindo pesado na pesquisa do Fenômeno UFO, através de projetos que serão sempre mantidos longe dos olhos de sua própria população, e quer que outros países sigam suas determinações. Seu objetivo é evidente: a absorção da tecnologia extraterrestre para estabelecer uma supremacia científica, tecnológica e militar no globo. Os EUA realizam, inclusive, um processo de monitoramento em termos mundiais, acompanhando não só as pesquisas civis, realizadas pelos principais ufólogos, como também os casos que periodicamente envolvem militares, inclusive no Brasil. Existem documentos que provam isso, liberados por força da chamada Lei de Liberdade de Informação.
Você pretende expor o suposto processo de intercâmbio entre militares brasileiros e norte-americanos no que se refere à pesquisa ufológica e seu acobertamento? Este será um de meus objetivos como deputado federal. Você sabe que, ao mesmo tempo em que no passado repassávamos informações sobre UFOs para o governo dos EUA, nossos comandos militares recebiam em contrapartida algo que poderíamos chamar de “orientações” sobre como deveriam tratar o assunto em termos governamentais. De uma maneira ou outra, evidentemente, essa política visava – e ainda visa – a manutenção da atual situação. Dez anos atrás, tal interferência e “ajuda” norte-americana foi sentida mais uma vez, de maneira profunda, por ocasião do Caso Varginha.
Você crê que militares dos Estados Unidos atuaram na investigação e acobertamento, junto dos brasileiros, do Caso Varginha? Sem sombra de dúvidas. Existe até uma grande suspeita de que, além de “colaboração” recebida dos norte-americanos para nossos militares tratarem o assunto, os materiais relativos ao caso tenham sido transportados para os EUA. Tudo aconteceu com extrema facilidade, longe dos olhos de um Congresso Nacional desatendo, cuja maioria acredita que estamos diante do diabo ou que o fenômeno que nos acompanha desde os primórdios da humanidade é uma mera ilusão. Até o secretário de Estado Warren Christopher e o administrador da NASA, Daniel Goldin, estiveram no Brasil, justamente durante o fervor do Caso Varginha…
E os arquivos da Marinha e do Exército brasileiros, eles também serão alvo de sua atuação como parlamentar? Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar, como já revelei no início de nossa conversa, que minha atuação quanto a esse assunto ou qualquer outro não será algo pessoal do deputado federal Marco Antonio Petit. Quero deixar claro que só tomei a decisão de levar à frente este projeto após muita reflexão e garantia de apoio de muita gente em posição-chave, que pensa como eu e quer ver a verdade exposta. Assim como ter tido do editor de UFO a confirmação de seu apoio ao meu projeto e a percepção de que estamos diante de um grande momento para a Ufologia Brasileira. O mesmo tipo de conversa eu tive com o presidente da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB), Rafael Cury.
Você pode estar certo de que a UFO estará ao seu lado durante sua corrida pelo mandato e, mais ainda, quando você já estiver na Câmara dos Deputados. Agradeço o apoio e farei tudo para honrar a confiança em mim depositada. Quero dizer que, respondendo à questão formulada a pouco, vou atuar não só em relação aos arquivos da Aeronáutica, como também aos do Exército e da Marinha. Já conversei várias vezes com militares destas duas Forças a respeito de tais arquivos. Em relação a Marinha, já estamos trabalhando com um grupo de militares dispostos a colaborar. A população de nosso país pode ter certeza de que, dentro de nossas Forças Armadas, existem pessoas que compartilham de nossos ideais, que estão chegando a postos de comando e dispostos a atuar decisivamente. Minha candidatura pretende colaborar neste processo. Após a eleição, estarei em condições de convocar tais militares a prestarem seus depoimentos – alguns inclusive relacionados ao Caso Varginha.
Você tem muitos familiares militares, embora a maior parte na reserva. Como eles estão vendo sua pré-candidatura? Com bons olhos. Vários destes atingiram altos postos dentro da hierarquia militar de nosso país e sabem da importância do Fenômeno UFO. Meu tio-avô, hoje falecido, por exemplo, foi o general Gentil Marcondes, comandante do I Exército, na época do atentado do Riocentro. Portanto, conheço os militares e sei com quem estou lidando. Desde que o mundo é mundo sempre existiram dois grupos dentro das instituições de poder, fossem elas militares ou não.
Que grupos? O primeiro é formado por aqueles que vêem o poder como um meio de construir algo que engrandeça nossa existência. Já o segundo vê no poder apenas um meio de atingir seus objetivos escusos, sejam pessoais, estratégicos, nacionais etc. Este grupo tem como base de sua atuação a ignorância em todos os seus sentidos e variantes. Não é difícil perceber que, de uma maneira ou outra, nossa humanidade, salvo em alguns momentos especiais, tem sido comandada pelos últimos. Eu tenho orgulho de fazer parte de um grupo que foi responsável por expressiva parcela do que foi realizado nas últimas décadas dentro da Ufologia em nosso país. O nosso horizonte de atuação terá certamente como limite a nossa capacidade de mobilização. A própria campanha eleitoral já será um momento especial.
Dê, desde já, embora a campanha ainda não tenha começado e não haja palanques em que possamos subir, sua mensagem aos leitores da UFO e convoque-os para unirem-se em torno de seu projeto. Bem, convido desde já todos aqueles que já perceberam a importância do que podemos construir neste processo, para que entrem em contato e nos organizemos. A “moeda” que financiará nossa campanha será apenas nossa vontade de fazer da próxima eleição um marco para o despertar de nossa população para uma realidade inegável e inescapável de que, mais cedo ou mais tarde, obrigará nossa humanidade à uma profunda reformulação de seus conceitos fundamentais. O Fenômeno UFO sempre interagiu com nossa civilização ao longo de sua história, e agora, através das interrogações que são levantadas, a partir do aprofundamento das pesquisas, certamente levará o homem a dar seu primeiro grande passo em busca do seu verdadeiro lugar no Cosmos.
Afinal, presidente Lula, cadê a resposta ao pedido dos ufólogos?
O Brasil inteiro acompanhou através do programa Fantástico, da revista Istoé, do jornal Folha de S. Paulo e outros veículos de imprensa, o encontro histórico dos ufólogos brasileiros com os militares da Aeronáutica, ocorrido em Brasília, em 20 de maio de 2005 [Veja a edição 111]. A reunião deu-se na sede do VI Comando Aéreo Regional (COMAR 6), onde estão alojadas as corporações militares que receberam os ufólogos, o I Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I) e o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra).
Este foi o resultado direto do esforço e da persistência dos integrantes da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que lançaram em abril de 2004 a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, através da Revista UFO. Tal atitude tornou-se um marco inédito na história de nossa Ufologia, um feito festejado no país e reconhecido até mesmo no exterior. Muitos membros da comunidade ufológica não acreditaram que o encontro poderia acontecer, ainda mais tendo a iniciativa do convite partido da Aeronáutica. Na oportunidade concedida aos ufólogos, os integrantes da CBU entregaram aos mais graduados militares destacados para a visita três correspondências contendo o pleito formal da Ufologia Nacional, representado pelo chamado Manifesto da Ufologia Brasileira, um texto que exprime o que a maioria dos estudiosos pensa sobre o Fenômeno UFO e o que pedem às autoridades.
Falta de interesse — Entre suas reivindicações estão a abertura dos arquivos militares secretos sobre discos voadores no país, o fim da política de sigilo ao assunto e o estabelecimento de uma comissão mista de investigação de UFOs, constituída por ufólogos civis e integrantes das Forças Armadas. A iniciativa teve a participação maciça de grande parte da população brasileira, simpatizantes do fenômeno e ufólogos de todos os estados, que manifestaram o seu apoio assinando o manifesto. Já temos mais de 50 mil assinaturas no abaixo-assinado da campanha, no site da Revista UFO.
Entretanto, após quase um ano do histórico encontro, nossas autoridades não se manifestaram sobre o assunto. Cartas foram entregues ao comandante da Aeronáutica brigadeiro Luiz Carlos Silva Bueno, ao ministro da Defesa José Alencar e ao próprio presidente Lula. Até agora estamos esperando a gentileza de uma resposta destes três senhores…