A pequena cidade de Dois Córregos tem cerca de 22.000 habitantes e está localizada em pleno planalto central paulista. Possui esse nome porque as pousadas eram construídas às margens do Ribeirão do Peixe, cujos afluentes são os córregos Fundo e Lajeado. O turismo ecológico é um dos atrativos da cidade, cuja região é repleta de belezas naturais como matas nativas e belas cachoeiras. Existe inclusive um filme com o título Dois Córregos, dirigido por Carlos Reichenbach e filmado em 1999, com diversas locações na região. Dois Córregos e sua cidade vizinha, Bocaína, com cerca de 9.000 habitantes, têm sido palco de inúmeros avistamentos de UFOs, alguns deles registrados em fotos, e diversas ocorrências misteriosas envolvendo seres estranhos e fenômenos pouco conhecidos.
A casuística da região chamou atenção desse autor a partir do recebimento de uma fotografia digital de um suposto UFO enviada por um morador da cidade, Márcio Mendes. A foto, obtida por um amigo dele, Ulysses, mostra um objeto brilhante próximo ao horizonte. Ulysses trafegava pela estrada, no dia 14 de julho de 2004, e estacionou seu carro logo após o trevo que dá acesso à cidade de Bocaína, com intenção de fotografar o pôr do Sol com sua câmera digital,?recém adquirida. Trata-se da Fine Pix A210 da Fujifilm. Ele relata que estava admirando os tons avermelhados do céu quando notou um objeto claro, fusiforme, com dimensões aparentes de uns 20% do disco solar, deslocando-se, rapidamente, logo à frente do Sol, fazendo movimentos elípticos. Infelizmente, devido a um erro de operação de Ulysses, algumas imagens foram apagadas. Apesar da câmera ter uma ótima resolução, cerca de 3,2 megapixels, as imagens em questão foram obtidas em baixa resolução, de 640 x 480 pixels, o que fornece uma menor quantidade de detalhes, registrados pela câmera, na fotografia.
Em virtude disso, não foi possível fazer uma análise detalhada da imagem do objeto para uma determinação precisa de sua forma e outras características. Uma segunda foto, resgatada na câmera, foi obtida alguns segundos antes e mostra o mesmo local, porém sem o estranho objeto. Devido ao pequeno intervalo de tempo entre as fotos é pouco provável que se trate de algum tipo de avião, inclusive devido ao fato da área normalmente não ser rota de aeronaves. Existe um campo de pouso particular na região, mas se encontra distante e na direção oposta à do avistamento. A foto foi enviada também a dois outros membros da Equipe UFO, Rogério Chola e Claudeir Covo. A análise de Chola não encontrou evidências de que o risco branco se tratasse de um rastro de condensação de alguma aeronave, uma vez que as imagens foram obtidas com uma diferença de apenas 16 segundos. Porém, não descartou a possibilidade de ser algum tipo de reflexo. Já o pesquisador Covo colocou a hipótese de ser algum tipo de reflexo, porém estranhou a falta de simetria, que normalmente surge nas imagens quando existem reflexos de luzes.
Evoluções rápidas — Ulysses nos conta como foi seu avistamento: “Ao observar o crepúsculo, notei que havia um objeto luminoso que fazia evoluções numa grande velocidade envolvendo uma extensa área do espaço aéreo, próxima ao poente”, afirmou. Entretanto, no momento, ele não observou se havia qualquer espécie de ruído, tampouco sinais visíveis de rastro de condensação. Segundo Ulysses, fotografar ocasos do Sol, luares etc, é um de seus passatempos. “Em se tratando da situação, mais do que depressa, apanhei a?câmera e mirando para o poente comecei a fazer fotos. Enquanto a máquina processava as imagens, e dada a ansiedade em registrar o fato, tinha a preocupação em verificar se haveria memória disponível para tirar mais fotos do objeto que continuava sua evolução”. Na ocasião, o artefato parecia, a princípio, se descolar em trajetória circular sobre algum ponto de referência no solo. “Sendo que da posição onde eu estava observando, a trajetória pareceu ser elíptica, ora aproximando-se do horizonte, ora elevando-se acima deste”, destacou Ulysses. “A foto que enviei não corresponde à melhor posição do objeto, pois, finalmente, quando deixou a trajetória circular deslocando-se do poente para o nordeste, mostrou-se mais nítido e próximo. Situação em que tomado pela forte emoção simplesmente deixei de fazer uma nova imagem”. O tempo total de avistamento foi de quatro a 5 minutos, compreendendo o momento em que Ulysses pegou a câmera, fez as fotos e apagou algumas, preocupado com a memória disponível, levando-se em consideração a inexperiência com a nova câmera e a possibilidade de não ter registrado o objeto nas primeiras tomadas. “Após inúmeras evoluções já descritas, creio que o momento registrado e a trajetória final teve a duração de aproximadamente 20 segundos, quando o objeto se perdeu na direção nordeste, por trás de nuvens, em trajetória retilínea. As nuvens não foram enquadradas na foto disponível”.
Outro avistamento interessante ocorreu há alguns anos à cerca de três quilômetros desse mesmo local. Mauro Mendes, já falecido, pai de Márcio Mendes, era contador e bancário. Na ocasião ele e sua esposa voltavam de viagem de Jaboticabal (SP), onde fizeram alguns exames médicos, quando foram surpreendidos por, segundo descreveram, uma bola de fogo que acompanhou o carro a poucos metros do solo. Depois ela desapareceu por detrás de um conjunto de eucaliptos. Uma curiosidade da região é que, à cerca de 8 km do local desse avistamento, existe um pequeno morro ao lado da estrada conhecido como Morro do Querosene. As pessoas da localidade relatam que quando estão próximas ao morro sentem um forte cheiro de querosene, por isso a origem do nome. Um relato similar consta nos arquivos do Reporte OVNI [www.reporteovni.rg3.net], porém ocorrido em outro local.
Em 1997, um casal viajava pela Rodovia Carvalho Pinto, próximo a um túnel inacabado, quando notaram um objeto de brilho vermelho surgir no horizonte vindo do lado esquerdo do veículo, perpendicularmente à rodovia. O objeto se movimentou em todas as direções em grande velocidade e sobrevoou o automóvel. Depois de passados aproximadamente cinco minutos, afastou-se velozmente na mesma direção em que o carro se movia.
Crianças ou extraterrestres? — Em Dois Córregos (SP), um estranho acontecimento foi relatado por Vicente Galvin, já falecido. Ele era uma pessoa simples, lavrador, apreciador de caça e pesca, além de ser um grande conhecedor da região. Galvin passou por um curioso incidente e teve seu relato gravado em fita na década de 80, permanecendo como um precioso registro do ocorrido. Na época relatou na gravação que, quando era adolescente, residia na zona rural com um irmão que estimava muito. Em um certo dia – não se recordava a dat
a – saíram bem cedo, antes do nascer do Sol, em direção a uma lavoura de melancias na qual trabalhavam. Eles foram a pé até o local e, mesmo estando a uma certa distância, viram o que parecia ser um grupo de crianças brincando no melancial. Estranharam o fato e pensaram que podiam estar roubando as frutas.
Correram, então, na direção das supostas crianças que, segundo Galvin, não perceberam sua aproximação. Quando estavam mais perto, detiveram a marcha, ocasião em que foram percebidos. As crianças se assustaram e ficaram paradas olhando para eles. A partir desse momento, ele e seu irmão tomaram consciência que não se tratava de roubo de melancias, pois não estavam mexendo nelas, e uma das crianças segurava em sua mão um feixe de mato. Elas usavam uma vestimenta tal qual a farda do Tiro de Guerra, conforme Vicente mencionou em seu relato, de cor verde-oliva e botas pretas.
Após a aproximação de Galvin e seu irmão, as crianças se assustaram e correram para um objeto que, até então, as testemunhas não haviam notado. Era esférico, sem luzes ou brilho, porém, prateado. Assim que os tripulantes entraram o objeto decolou em baixa velocidade e ficou pairando no ar. A altura era tal que passou a ser iluminado pelo Sol, que ainda não estava visível na região. Depois de permanecer algum tempo nessa condição, o objeto partiu definitivamente em trajetória ascendente.
Mãe do Ouro paulista — Galvin sempre contava diversos avistamentos da chamada lenda da Mãe do Ouro. O ufólogo Antônio Faleiro, em seu trabalho UFOs no Brasil, Misteriosos e Milenares [Edição 10 da coleção Biblioteca UFO, código LV-10 da seção Suprimentos de Ufologia dessa edição] coloca que diversas manifestações de UFOs foram incorporadas ao folclore do país devido ao desconhecimento do fenômeno pela população. A Mãe do Ouro seria um desses casos, normalmente descrita como uma bola de fogo que rondava a região rural. Diz a lenda que o lugar que a Mãe do Ouro parava era onde havia escondido o seu ouro. Por essa razão, moradores iam a esses locais no dia seguinte ao avistamento e cavavam a terra em busca do precioso minério. É bastante comum o avistamento desse fenômeno entrando ou saindo de rios, ou simplesmente sobrevoando mananciais, talvez utilizados como forma de se esconderem. A água pode ser usada também como fonte de energia e por essa razão, talvez, seja tão comum avistamentos de UFOs em locais onde existe o elemento em abundância.
Contatos com tripulantes, como o de Galvin e seu irmão, ocorrem com certa freqüência na casuística ufológica. Nos arquivos do Reporte OVNI existe o registro de uma testemunha que se deslocava de carro para a cidade de Cordeirópolis (SP) quando avistou um ser estranho, de pé, parado no acostamento. Ao se aproximar notou que usava uma roupa simétrica, de cores azul e vermelha, com desenhos triangulares e golas pontiagudas. O ser possuía aparência humana e rosto afinado no queixo. Ele ficou imóvel, braços paralelos ao corpo, fitando a testemunha até o momento que esta se retirou do local.
Estranha foto do cometa — Márcio Mendes, que nos enviou a foto tirada por Ulysses, é físico e atua como astrônomo amador na região há anos. Uma de suas paixões é realizar fotografias de objetos celestes. Ele é o autor do primeiro registro fotográfico, em 1999, da Nova Velorum – uma estrela que aumenta de brilho repentinamente –, tendo capturado antes mesmo de ser descoberta visualmente, conforme reconhecimento oficial da União Astronômica Internacional, através de sua circular de número 7203. Porém, o inusitado ocorreu em 1996, quando fazia fotos do cometa Hyakutake. Era 24 de março de 1996, o dia da aproximação máxima do cometa. Ao anoitecer, o tempo estava aberto e a noite linda já que, nos dias anteriores, ocorrera chuva e presença de nuvens. Mendes fez uma seqüência de fotos, que se iniciou às 22h30. A câmera foi colocada em cima de um telescópio, que serviu como tripé. A última foto foi feita às 03h50. Durante esse período nada foi notado de diferente. Porém, na penúltima fotografia, obtida às 03h20, surgiu algo inesperado.
No campo da imagem, à esquerda do cometa, apareceu uma estranha estrutura de cor alaranjada, ocupando quase toda a altura da fotografia. Com a forma de um cogumelo, sendo transparente em algumas partes, aparentava ser algum tipo de luz ou energia, porém, não havia nada no local que pudesse causar o fenômeno. É pouco provável que se trate de algo na objetiva da câmera, já que não aparece na foto seguinte, tendo surgido em um único fotograma. No local onde a câmera foi posicionada – num gramado à frente da varanda da casa do observador – existe uma trepadeira, mas ela estava à cerca de dois metros, ou mais, de distância atrás da câmera e não tinha como um de seus ramos ter ficado na frente da máquina. Isso foi verificado pelo observador. Também não havia luzes acesas, mesmo em locais próximos, que pudessem causar qualquer tipo de reflexo.
A noite estava abafada e havia diversos vaga-lumes no local. Em algumas fotos esses insetos foram registrados, mas, o aspecto é completamente diferente. Os vaga-lumes foram vistos durante várias exposições, fato que não ocorreu quando se obteve a foto em questão. Vale ressaltar, também, que a estrutura aparece com perfeição no negativo e não existe nenhum indício de falha ou defeito do filme. Mas, afinal, o que a câmera registrou? Terá captado algo invisível aos nossos olhos e que não pertence ao nosso plano físico? Seria coincidência que a foto tenha sido obtida na mesma região onde diversos avistamentos de UFOs tenham ocorrido?
Fotos anômalas — Temos a inclinação natural de acreditar que os UFOs venham de outros planetas e chamamos seus ocupantes de extraterrestres. Sabemos, porém, que vivemos num universo de múltiplas dimensões. De acordo com a Teoria das Cordas – teoria física que trata da estrutura do espaço-tempo –, vivemos em um universo de 10 dimensões. Da mesma forma que supomos que a Terra não é o único planeta habitado no universo, devemos ter consciência, também, que não existem motivos para acreditar que a dimensão física em que vivemos seja a única a abrigar vida. Devem ex
istir formas de vida em outras dimensões e esses seres podem estar nos visitando e interagindo conosco. O que garante que os UFOs e seus tripulantes não possam estar vindo de uma dimensão próxima?
Estranhas estruturas têm aparecido em fotos, a maioria obtida através de máquinas digitais. São como bolhas que, em algumas situações, aparentam mostrar um leve deslocamento. São conhecidas como orbs [Veja matéria nesta edição]. Estudos preliminares realizados por esse autor indicam que alguns deles não são meros reflexos e muito menos causados por gotículas de água suspensas no ar, como já foi sugerido para explicar todos os casos. Curiosamente, uma foto digital obtida pelo mesmo autor da imagem do cometa mostra uma dessas estruturas. O que nos leva, uma vez mais, a pensar se é por coincidência que esses fenômenos estejam ocorrendo nessa região repleta de avistamentos de UFOs. Convido o leitor, usuário de câmera digital ou convencional, que queira colaborar nesse estudo, a enviar qualquer foto onde essas estruturas ou outras anomalias apareçam.
Tirando o máximo das fotos digitais
Com o recente aumento das vendas e a popularização das câmeras digitais, torna-se cada vez mais freqüente o registro de UFOs ou objetos estranhos por esses equipamentos. Infelizmente, quando se trata de fotos digitais não temos o negativo, que muito auxilia na hora de se analisar uma imagem. Porém, o que podemos fazer para obter melhores fotografias e que forneçam mais informações aos pesquisadores?
Uma das características de uma câmera digital é a sua resolução, medida em megapixels. Quanto maior a resolução de uma câmera, maior é a quantidade de informação que ela pode captar. Uma câmera de alta resolução também tira fotos em resolução baixa, o que permite armazenar uma maior quantidade das imagens. Porém a qualidade será menor. É importante, quando se trata do registro de um objeto não identificado, usar a resolução máxima da câmera.
Outro recurso comum nas câmeras digitais é o zoom, que permite a aproximação da imagem. Existem dois tipos, o zoom ótico e o digital. O zoom ótico é o obtido através da ação das lentes da câmera. Já o digital utiliza um software para interpolar os pixels não presentes na imagem original. Isso faz com que a imagem perca um pouco de qualidade e o resultado nem sempre é satisfatório. Ao se fazer uma foto de um objeto voador não identificado não utilize, de forma nenhuma, o zoom digital. Se a sua câmera tiver o zoom ótico, ou uma combinação dos dois, utilize somente o ótico. Mas, antes obtenha uma foto de grande campo, totalmente sem zoom.
Um último conselho: não altere nada na imagem antes de submetê-la à análise. Envie a fotografia da forma que descarregou da câmera. Não altere contraste, brilho e nenhuma outra propriedade. A imagem original pode conter informações que serão perdidas se o usuário fizer qualquer tipo de tratamento na foto.