Quando os Estados Unidos iniciaram seu programa de ônibus espaciais há décadas, o país decidiu construir um veículo que faria das viagens espaciais uma rotina e superaria os soviéticos no esforço para dominar o espaço durante a Guerra Fria. A aeronave resultante tinha 2,5 milhões de componentes e era nove vezes mais rápida que uma bala ao zarpar em direção ao céu. Foi a primeira aeronave reutilizável, capaz de deslizar de volta para a Terra e pousar como um avião.
“Naquele momento, era uma coisa de ponta”, disse o historiador chefe da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), Bill Barry. “Era vista como um importante passo à frente”. Outras naves espaciais tripuladas não voltaram para casa. Elas eram mísseis balísticos que caíam no mar ou usavam hélices e pára-quedas para retornar à Terra.
O programa dedicado a ônibus espaciais será encerrado no mês que vem após três décadas e 135 viagens, quando a Atlantis retornar de uma missão em 08 de julho. A NASA está entregando seus ônibus espaciais a museus pois eles são muito antigos e caros para continuar voando. A agência espacial pretende desenhar e construir algo novo e com um alcance maior.
Para entender as relíquias que são os ônibus espaciais, considere: quando o primeiro deles, o Columbia, fez seu primeiro vôo em abril de 1981, a música ainda era vendida em fitas cassete, não havia endereços “pontocom” e os EUA não tinham um serviço comercial para celulares. O design das aeronaves é um produto dos anos de 1970.
O presidente Richard Nixon assinou a autorização para o programa de ônibus espaciais em 1972, meros 15 anos após a então União Soviética lançar o primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik, com o tamanho de uma bola de praia, que marcou a aurora da era espacial. “Ficarei muito triste quando o último vôo acabar”, disse Barry. “Eu amo o programa e lamento vê-lo acabar, mas acho que é tempo de deixá-lo ir”.
Cinco ônibus espaciais foram construídos, terminando com a Endeavour em 1992.