As mutilações e mortes inexplicadas de animais surpreendem a opinião pública de toda a Argentina desde o começo da década passada, atingindo picos de mais atividade ao longo dos anos, como ocorreu no começo de 2002. Nesta ocasião foram encontrados animais mortos com sinais de mutilações muito estranhos e que chamaram a atenção dos ufólogos por suas características inusitadas. Ainda não se sabe quem as teria feito, com que finalidade e com quais meios, mas os animais atacados foram achados em áreas rurais bem diferentes entre si e, em alguns casos, de difícil acesso.
Mais interessante ainda é o fato de que muitos produtores rurais dessas regiões também informaram ter observado luzes estranhas e silenciosas sobrevoando os campos nas noites que precederam a descoberta das carcaças — especialmente esferas e triângulos voadores. Suas cores variavam do vermelho para o azul, passando por várias tonalidades. Somente em alguns casos se escutou certo zumbido emitido pelos artefatos, que algumas testemunhas compararam com o barulho do vento.
Cortes com objetos precisos
Mas, apesar de muita pesquisa, ainda não há uma resposta definitiva para essas mutilações na Argentina, em especial as que se concentram na província de La Pampa, na Patagônia. Até mesmo órgãos governamentais se envolveram nas investigações, como o Serviço Nacional de Sanidade Animal (Senasa), que, infelizmente, não ofereceu à Comunidade Ufológica nenhuma explicação para o fenômeno. Ao contrário, o serviço manifestou-se por meio da imprensa informando que um suposto rato de nariz vermelho — uma espécie desconhecida na região das mutilações — seria o responsável pelos ataques. Foi uma informação ridícula e inaceitável.
Meses depois, o jornal da Faculdade de Veterinária da Universidade Nacional de La Pampa desmentiria o órgão ao publicar que, depois de um ano de intensivos estudos, a Senasa determinara que os cortes praticados nos animais mutilados eram mecânicos, isso é, produzidos por objetos cortantes utilizados para tal fim. Mas mesmo com a informação oficial, extraída à força do instituto, não se sabe quem são os responsáveis pelos ataques e ainda não há respostas disponíveis, já que próximo e ao redor das carcaças não foram encontrados vestígios de qualquer natureza.
Os produtores rurais da área, que conhecem muito bem o comportamento animal, sabem que sempre há sinais de resistência dos bichos quando um deles é separado da manada, como para um rodeio, por exemplo. Assim, é impossível que não haja nenhum sinal de luta e nenhuma marca sequer. Mas para tentar entender este cenário são muitas as hipóteses, que se juntam às dezenas de testemunhos de pessoas que jamais deram importância ao assunto e que se surpreenderam ao ver as evidências. Muitas, antes céticas, admitiram ter observado as estranhas naves silenciosas sobre os campos, que variavam sua forma de maneira inexplicada.
Para investigar os ataques, a polícia de La Pampa realizou, durante vários anos, um completo trabalho de campo, descobrindo em um pasto onde foi achada uma vaca mutilada três estranhos círculos de 50 cm de diâmetro equidistantes entre si por 5 m — dando a sensação de que algo muito pesado havia pousado próximo ao animal. O terreno era coberto por pastagem do tipo puna, uma espécie de capim muito resistente e tradicional da região, que normalmente não se amassa com facilidade. Mas, então, o que teria atingido aquele campo?
Agentes causadores dos ataques
Outro detalhe significativo e reincidente nos casos de mutilações de animais é que nem mesmo predadores carniceiros e parasitas se aproximaram das carcaças para comer sua carne — nem quando o animal ainda está fresco. Porém, mesmo não sabendo quem seriam os agentes causadores dos ataques, o fato é que na região sempre aconteceram mutilações, e continuam acontecendo. Tanto que os produtores já não denunciam novos casos à polícia porque nunca há respostas às investigações e acabam sendo apenas prejuízo para eles — nem as seguradoras cobrem as perdas causadas pelas manifestações. Por isso, os produtores não somente manifestam sua estranheza como também expõem sua preocupação com os episódios, com receio de novas perdas econômicas.
“Mesmo com as denúncias, intervenções e atuações policiais, ninguém consegue dar uma resposta definitiva”, diz um deles. “E então vem a Senasa nos dizer que um rato de nariz vermelho é o responsável pelas mutilações, como se fosse uma história que teria chegado ao fim”, reclama outro. No meio desta situação, como não poderia deixar de ser, não faltaram pessoas dando palpites e surgiram aqueles que se colocaram céticos quanto ao fenômeno das mutilações — mesmo que não tenham se dado o trabalho de investigar as ocorrências. Mas o certo é que os fatos não podem ser explicados como tendo causa natural. Trata-se, de fato, de algo extraordinário.
Um capítulo especial desse fenômeno na Argentina está se dando na citada província de La Pampa, no sul do país, onde os casos passam de centenas. Pode-se seguir a espantosa cronologia dos episódios na região a partir da publicação de notícias em jornais como o La Arena e o El Diário, que destinaram muitas páginas de suas edições ao tema. Além da ação da polícia, que também participa intensamente das investigações junto com veterinários, engenheiros agrônomos e, indiretamente, funcionários do Poder Judicial [Para averiguar possíveis crimes contra a propriedade].
Alguns profissionais consultados expressaram que os cortes encontrados nas carcaças mutiladas são feitos de maneira inexplicada e sem paralelo na veterinária. Outros os compararam com os produzidos em laboratórios com um instrumento chamado termocauterisador, uma espécie de bisturi eletrônico microprocessado. Se fosse tão simples a resposta, estaria encerrado o problema, mas não é. Simplesmente não existem rastros dos responsáveis pelos ataques. A falta de evidências físicas nos locais dos ataques foi o que surpreendeu os trabalhadores rurais e, logo depois, os investigadores policiais, terminando por impressionar ufólogos e veterinários.
Sem paralelo na veterinária
Quando os fatos são levados ao conhecimento de estudiosos de outras províncias argentinas [Estados], como a de Buenos Aires, onde o fenômeno também é registrado em abundância, fica a sensação de estarmos frente a algo desconhecido — que n&atild
e;o necessariamente temos que relacionar a naves alienígenas seus tripulantes, como defendem alguns estudiosos. Mas, se não o fizermos, que outra explicação teríamos para o fenômeno? Seriam eles produzidos por algum órgão secreto argentino ou de qualquer outra nação, como os Estados Unidos?
A contrariar esta hipótese está o fato de que, após inúmeras análises e investigações de campo, com entrevistas feitas com peões, produtores rurais, veterinários e também policiais, uma constante registrada nos casos de mutilação de animais é a observação de uma estranha luz não identificada sobre os campos, geralmente vista pouco antes da descoberta das carcaças. Ou seja, não se pode negar a potencial relação dos ataques com o Fenômeno UFO.
Precauções a ser tomadas
No meio deste cenário, não se pode deixar de mencionar o impecável trabalho que a polícia de La Pampa realizou, demonstrando alto profissionalismo na análise dos casos. Os agentes, ao contrário do que normalmente se esperaria de um poder público, mantiveram mentalidade aberta e convocaram a todos que pudessem ajudar a entender as ocorrências.
Quando surgiram os primeiros episódios de mutilação, o delegado Héctor García também consultou estudiosos, como esse autor, sobre que precauções deveriam ser tomadas ao se aproximar das áreas críticas. Com a informação em mãos, os policiais procederam à investigação precavendo-se com luvas e outros aparatos, e tomaram a atitude de preservar — no mínimo por três dias — os locais afetados, examinando minuciosamente os arredores e convocando instituições que tenham equipamentos para medição de radiação e eletromagnetismo.
Um dos casos mais surpreendentes de mutilação na referida província ocorreu na localidade de El Huitrú, próxima da cidade de General Acha, onde a cerca de 20 m de uma carcaça foram achadas as marcas circulares de 50 cm de diâmetro já mencionadas — elas denunciam o pouso de algo muito pesado. Mas uma viagem por boa parte da Patagônia também permite coletar importantes informações de casos do gênero ocorridos em distintas regiões, tanto na área costeira quanto perto da Cordilheira dos Andes, algumas de características surpreendentes.