Das estruturas mais misteriosas do passado, geoglifos são grandes figuras feitas no chão. O Brasil está prestes a reconhecer o valor histórico de um deles. Trata-se da representação de um quadrado com um círculo concêntrico que ocupa uma área de 20 mil metros quadrados no Acre, construído a partir de valas de aproximadamente 11 metros de largura e 2,5 metros de profundidade e, conforme calculam cientistas, deve ter sido feito em um período de 1,5 mil a 2,5 mil anos atrás. O misterioso desenho fica no sítio arqueológico Jacó Sá, a 50 quilômetros da capital do Acre, Rio Branco.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), decidirá em Belém, no Pará, sobre o tombamento da curiosa estrutura. Quando tombada, será inscrita como patrimônio brasileiro e, portanto, protegida por lei. Será a primeira vez que um geoglifo terá o reconhecimento de patrimônio do IPHAN. A gigantesca figura do Acre também está entre os bens candidatos a integrar a lista de Patrimônio Mundial – para isso, precisará ser avalizada pela Unesco.
(Geoglifo no Acre | Crédito: Oscar Liberal/ IPHAN)
Calcula-se que haja mais de 500 geoglifos no Brasil – a maior parte no Acre – e o estudo dessas estruturas pode ajudar a contar um pouco sobre a ocupação pré-colombiana no País. Ironicamente, a descoberta de novos geoglifos aumenta com o desmatamento, porque muitas estruturas assim estavam cobertas pela Floresta Amazônica. “Mais geoglifos vêm sendo encontrados em decorrência de novas pesquisas. Recentemente, mais de 80 novos sítios foram localizados no Mato Grosso, o que amplia bastante não apenas o número de geoglifos conhecidos, mas também sua distribuição espacial no território brasileiro”, diz o arqueólogo Flávio Rizzi Calippo, diretor do Centro Nacional de Arqueologia do IFHAN.
Embora apenas uma das estruturas deva ser tombada nesta semana, o sítio Jacó Sá é formado por dois geoglifos. “Sítios arqueológicos, onde são localizados os geoglifos, comumente apresentam mais de uma estrutura e elas podem, inclusive, estar interligadas por valas que formam caminhos”, comentou o arqueólogo Thiago Trindade, um dos responsáveis para elaboração do parecer técnico do tombamento.
(Pesquisador dentro da vala do geoglifo. Crédito: IFHAN)
“Enquanto isso, alguns integrantes da etnia Huni Kuin, que visitaram o sítio em 2016, descreveram-no como uma ‘tatuagem na terra’, estreitando a ideia de que essas estruturas estão de alguma forma relacionadas a aspectos identitários ancestrais”, lembra Trindade. Por suas características – dimensões, formas e materiais encontrados nos sítios -, há pesquisadores que também sugerem uma relação entre os geoglifos do Acre e as aldeias fortificadas encontradas no Alto Xingu. “Que são grandes aldeias organizadas no espaço de maneira a se comunicarem por meio de estradas a outras aldeias ou áreas de interesse na paisagem, como rios ou roças”, explica Calippo.
Diante da vasta região na qual esses sítios se distribuem, que foram ocupadas historicamente por diferentes etnias indígenas, e diante das diferenças na cultura material por eles apresentadas, sobretudo vestígios de vasilhames cerâmicos, estima-se hoje que as valas que formam os geoglifos sejam um traço cultural compartilhado por diferentes populações indígenas, o que favorece também distintas hipóteses de interpretação sobre seus usos e significados.
Fonte: BBC
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