O primeiro tipo de evidência que encontrei durante minhas investigações sobre a presença de uma cultura potencialmente avançada no subterrâneo do planeta estava, e ainda está, associada às fotografias da Mars Global Surveyor. A descoberta aconteceu devido a algumas imagens feitas pela espaçonave e diz respeito à presença de dutos ou tubos gigantescos fotografados pela primeira vez no dia 11 de agosto do ano de 1999, na região conhecida nas cartas marcianas como Acidalia Planitia. A fotografia de etiqueta M04- 00291, que possui em seu centro as coordenadas 27.08°W e 39.12°N, foi divulgada por meio de um comunicado publicado no site Malin Space Science Systems [Endereço: www.msss.com], no dia 22 de maio de 2000. Esses dutos visíveis na fotografia são muito semelhantes, em termos de suas estruturas e formas, aos de material plástico produzidos para envolverem e isolarem nossas redes elétricas, chamados de conduítes. As estruturas detectadas na imagem mencionada, entretanto, têm um tamanho realmente gigantesco, com quilômetros de extensão, e uma largura de centenas de metros.
Essas construções, como pode ser observado nessa primeira imagem, apesar de terem parte de suas estruturas expostas acima do nível do solo, parecem de fato penetrar no subterrâneo do planeta. A fotografia, devido à dimensão das próprias estruturas, é uma das poucas entre as 212 mil existentes na galeria de fotos da Mars Global Surveyor disponibilizadas pelo site Malin Space Science Systems, e dispensa o processo de ampliação para termos acesso aos objetos de nosso interesse.
No dia 30 de setembro de 2003, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) divulgou no site do Malin outra imagem relacionada a esse tipo de descoberta. A foto, obtida no dia 27 de outubro de 2002 e que leva a etiqueta E21-01421, quando a espaçonave se encontrava a uma altitude de 411 km mais uma vez sobre a área de Acidalia Planitia, revela quase a mesma cena que havia sido documentada pela primeira vez em 1999, com uma pequena diferença de angulação. O destaque, tanto nessa nova fotografia quanto na anterior, são várias estruturas que convergem para um ponto específico, onde uma delas aparentemente acaba por penetrar no subsolo da região. Um dos dutos faz a mesma coisa em outro ponto da área — onde, inclusive, alguns investigadores alegam ter detectado outra escultura representando mais uma face, dessa vez de dimensões mais modestas.
Estruturas misteriosas
Existe também um ponto da citada estrutura em um dos tubos que parece ter cedido, formando uma espécie de bacia que aparenta refletir a luz solar de uma maneira mais intensa. Esse detalhe também é visível tanto na fotografia obtida em 1999, como na conseguida de maneira prévia no ano de 2002. Essas figuras misteriosas foram localizadas não só em outras imagens como também em diversos pontos do planeta. O comunicado publicado no dia 16 de outubro de 2000, que apresenta a foto de etiqueta M11-04220, revela a existência das mesmas formas, por exemplo, na região de Ares Vallis, na área equatorial que já havia apresentado outras descobertas realizadas pelo Pathfinder e seu rover. Ou seja, os sinais de antigas construções no nível subterrâneo em outros pontos do planeta parecem realmente indicar a existência de uma civilização no passado remoto de Marte, que tinha já suas ramificações abaixo do nível de sua superfície.
Desde o início, apesar e independentemente da visão geral de vários investigadores ser semelhante à minha no que diz respeito ao caráter subterrâneo dessas estruturas, procurei investigar ao extremo a validade dessa possibilidade, analisando cada detalhe presente nas imagens. A foto mais expressiva, e ao mesmo tempo a que fornece mais subsídios para a solidificação dessa opinião, é a imagem número M03-00102, obtida pela Mars Global Surveyor no dia 01 de agosto de 1999. Ela documenta outra área de Acidalia, cujas coordenadas centrais são 29.65°W e 39.20°N. A definição da fotografia é excelente e cada pixel representa pouco mais de três metros, o que favoreceu a observação minuciosa de tudo que pode ser visto no solo da região. Também utilizei várias das ferramentas disponíveis relacionadas ao processamento digital de imagens em busca de sinais da presença do complexo de estruturas abaixo do nível da superfície. Os resultados foram mais do que animadores.
Conseguiu-se seguir um dos dutos por cerca de mais de 17 km, determinar e acompanhar seu traçado, inclusive quando estava dimensionado abaixo do nível do solo, pelos vestígios do mesmo na imagem. Em três pontos na fotografia ele é perfeitamente visível, sendo que em dois deles parece que foi construído acima do solo. Já no terceiro o atual estado de visibilidade da construção foi aparentemente causado por um desnudamento de sua estrutura por processo erosivo. Nessa parte, apesar de poder ser observado com facilidade, a figura está visivelmente abaixo do nível do solo.
O conjunto de estruturas localizado principalmente na região conhecida como Acidalia Planitia parece de fato revelar que em uma época, talvez anterior às grandes modificações climáticas no planeta, os antigos habitantes de Marte já estavam optando por desbravar sua área subterrânea, onde já podiam inclusive estar vivendo, independente de ainda manterem uma presença significativa na superfície — cujos sinais deixados foram inicialmente detectados desde a primeira missão orbital que envolveu a espaçonave Mariner 9.
Campo de dunas
Outra imagem descoberta recentemente no já citado site Photojournal, de propaganda das atividades da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), é a fotografia de etiqueta PIA08615, obtida pela Mars Global Surveyor pouco tempo antes da época em que foi perdido o contato com a espaçonave, já no final de sua missão. A foto foi divulgada inicialmente no dia 19 de julho de 2006 por meio de um comunicado do Malin Space Science Systems. Nela havia um campo de dunas localizado na região polar norte de Marte, situado nas coordenadas 79.7°N e 148.3°W. Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), em meio às dunas podemos ver sinais de uma alta concentração de gás carbônico, responsável pelas partes escurecidas na fotografia. Porém, uma observação mais detalhada dessa imagem revela que existe um padrão de alinhamento dessas manchas, como se a maior parte delas estivesse aparecendo a partir do que parecem ser dutos em meio às dunas.
A imagem é realmente mais do que interessante, justamente por conta desse padrão relacionado aos alinhamentos que podem ser observados. O comunicado original, que foi publicado no site do Malin e utilizado como base para a
postagem no Photojournal, de maneira curiosa não revela muitos detalhes a respeito do que podemos ver na cena. Também não são facultados, como é comum nesses casos de publicação das fotografias, alternativas com maior definição da mesma imagem. Os alinhamentos nos quais se concentram essas emanações de gás carbônico têm quilômetros de extensão e podem representar alguma rede de dutos em meio à areia das dunas dessa área polar do planeta — de onde, na verdade, poderia estar ocorrendo um escapamento de gás carbônico ou outro tipo de material relacionado a alguma atividade alienígena na atualidade.
Este trabalho, entretanto, não poderia chegar ao seu final sem que se apresentasse para o leitor outro tipo de descoberta relacionada à possível presença extraterrestre nos subterrâneos marcianos, que teve nas imagens da espaçonave norte-americana Mars Odyssey as primeiras evidências e sinais de suas possíveis implicações. Ela pode estar relacionada a tudo que apresentamos nos últimos parágrafos.
Aberturas no subsolo
O achado em questão está associado a várias aberturas de aspecto circular para o subsolo na região conhecida como Arsia Mons, na área equatorial do planeta, em 9ºS e 239ºE. Esses buracos negros, como passaram a ser denominados pelos cientistas e técnicos do JPL, possuem, segundo a própria agência espacial, entre 125 e 200 m de diâmetro. Conforme os comunicados oficiais, podem ter sido gerados pelo colapso do solo vulcânico da região, que teria cedido em vários pontos provocando o aparecimento dessas aberturas gigantescas, cuja profundidade ainda carece de uma mensuração mais adequada. Seriam apenas de estruturas naturais, como sugerido pela NASA? Não pode ser descartada a possibilidade, mesmo que os buracos tenham sido causados por atividade vulcânica, de que agora eles estão sendo utilizados pelos seres, que já sabemos estarem no planeta, independentemente de serem sobreviventes de uma antiga civilização ou relacionados a uma presença mais recente de forças alienígenas em Marte.
A interpretação do JPL apresenta essas misteriosas aberturas como de origem geológica ou vulcânica, que poderiam estar conectadas com galerias subterrâneas por onde no passado circulava a lava dos vulcões existentes na região. É importante ressaltar que não se tratam, segundo a agência espacial, de crateras vulcânicas os orifícios por onde a lava do planeta era expelida. Inclusive, conforme atestam as fotografias, não há o menor sinal ao redor dessas estruturas que indique uma ejeção de material vulcânico no presente ou mesmo no passado. O que chama a atenção em algumas das imagens dessas aberturas é que simplesmente não é possível a observação do fim desses buracos negros. Foi justamente a constatação disso que levou ao surgimento dessa denominação ou rotulação das cavernas, terminologia também utilizada nos sites da agência espacial e de universidades associadas.
Novas fotos e descobertas
Se as imagens obtidas pela Mars Odyssey já causaram um forte impacto dentro a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), transformando os buracos negros em um dos destaques nos sites do órgão, com a chegada da Mars Reconnaissance Orbiter ao planeta, em março de 2006, as investigações foram aprofundadas e permitiram novas surpresas, cujas implicações ainda estão sendo avaliadas. O nível de definição superior das câmeras dessa espaçonave foi progressivamente permitindo novas fotos e descobertas. Foram surgindo imagens de cavernas menores em termos do diâmetro de suas aberturas em outros pontos da superfície marciana, apresentando o mesmo aspecto da invisibilidade do fundo. Essas fotografias podem ser acessadas no site do Experimento de Imagem Científica de Alta Resolução [High Resolution Imaging Science Experiment, HiRISE], por meio do comunicado PSP _009488_1745.
Mesmo que essas galerias subterrâneas sejam de origem natural, esse pode ter sido um aspecto favorável para ocupação desses locais pelos representantes da antiga civilização que se supõe ter existido em Marte, quando as condições planetárias na superfície se deterioraram — eles podem estar vivendo lá até nos dias atuais, ou outros grupos alienígenas podem estar ocupando os mesmos buracos, interessados em manter uma presença objetiva no planeta, mas em um nível mais seguro, abaixo da superfície.
Os sinais de antigas construções no nível subterrâneo em outros pontos do planeta parecem realmente indicar a existência de uma civilização no passado remoto de Marte, que já tinha suas ramificações abaixo do nível de sua superfície
Dentro desse tipo de especulação, parte dos UFOs registrados inclusive nas imagens do projeto Mars Rovers Exploration — não foi só o Spirit que obteve imagens desse tipo —, poderiam estar saindo das instalações subterrâneas. Não existem vantagens ou facilidades maiores para que os seres existentes em Marte na atualidade, independente de terem origem relacionada à antiga civilização ou não, fizessem uma opção pela superfície do planeta. Pelo contrário. Hoje a atmosfera do vizinho é muito menos densa do que foi no passado e não existe camada de ozônio para a filtragem da radiação ultravioleta — ela apresenta uma ínfima parte do oxigênio que teve em outras épocas, formada quase exclusivamente por dióxido de carbono, gás extremamente tóxico. Por conta da densidade inferior, as temperaturas caíram bastante desde a época em que existiam rios, mares, oceanos e a água circulava pelo planeta em larga escala em estado líquido.
Campo magnético
Outro sério problema que nossos primeiros astronautas a serem enviados ao Planeta Vermelho terão que enfrentar, e que hoje já é objeto de atenção dentro dos projetos de exploração de Marte por naves tripuladas, é a ausência de um campo magnético ativo como o que temos em nosso planeta. Existe um consenso quase total por parte dos especialistas na área de nosso programa espacial de que o vizinho já teve um campo magnético como o terrestre em seu passado remoto, mas que teria desaparecido. Nessa época distante, as linhas de fo
rça magnéticas, como acontece hoje com as do campo que envolve a Terra, desviavam e protegiam as formas de vida que existiam em sua superfície dos raios cósmicos, provenientes tanto do Sol quanto do restante do universo.
Esse tipo de radiação tem influência altamente negativa sobre as moléculas do DNA, mas, segundo a própria agência espacial, não pode ser vista como algo definitivo sobre a presença de formas de vida na atualidade do planeta — de uma forma ou de outra deve ser encarada como algo de implicações desfavoráveis. O desaparecimento do campo magnético marciano tem levantado várias questões e provavelmente está associado ao próprio processo que levou ao fim as condições favoráveis à presença de vida em larga escala em sua superfície. A opinião vigente, defendida por vários cientistas, não só da NASA como também da própria Agência Espacial Europeia (ESA), é de que essas duas situações estariam relacionadas ao impacto de um grande bólido ou asteroide contra a superfície marciana.