Atualmente, os meios de comunicação têm uma função reguladora na sociedade. Controlam o fluxo, a quantidade e a qualidade de informação a ser veiculada. Diversos episódios da História foram diretamente influenciados pela mídia — vide o impeachment do governo Collor, por exemplo, que sem a imprensa não teria a mesma força e adesão popular. Na Ufologia isso não é diferente: os meios de comunicação, principalmente neste fim de século, são fundamentais para uma reeducação sobre o tema. Os ufólogos, muitas vezes acusados de ostracistas ou isolados, agora se rendem e já são capazes de fazer parcerias com a imprensa, dividindo informações e tornando-as públicas.
Ninguém mais pode se dar ao luxo de ter uma informação só para si. O mundo mudou. E a Ufologia também. O surgimento das info-estradas torna isso mais evidente e coloca o homem diante de opções que até pouco tempo não passavam de mera ficção. A mídia não é mais ditadora e, tampouco, é o “quarto poder” como ainda costuma ser chamada por alguns. Ela é simplesmente um conjunto de vias que facilitam o acesso à informação, e hoje está muito mais democrática: o espectador pode escolher e opinar sobre o que assistir na TV, ouvir no rádio, ler nos diários e acessar nos sites da Internet que mais lhe agradarem.
A Ufologia está se tomando cada vez. mais acessível. As notícias chegam de todos os lugares e é impossível ficar parado diante delas. Um grande exemplo disso é o Caso Varginha que, ao ser lançado nos meios de comunicação de massa gerou grande polêmica e despertou o interesse público para críticas, informações e até mesmo piadas. Porém, o mais importante nesta divulgação do Caso Varginha foi a reação das entidades que, segundo Ubirajara e Pacaccini, estão envolvidas na operação de captura de dois seres biologicamente não classificáveis.
Ao perceberem que suas atividades secretas podiam ser desvendadas a qualquer momento, certos membros do Exército, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Saúde Pública e universidades tiveram uma reação defensiva. Ou seja, mostraram-se muito mais preocupados do que deveriam… Para Ubirajara Rodrigues, isso foi resultado de uma pressão que somente a imprensa poderia exercer sobre as autoridades: “Temos que admitir que a mídia é a maior arma dos ufólogos. Se não jogássemos tudo para a imprensa, o caso teria estagnado… No momento em que vimos que a coisa estava ficando perigosa para nós. reunimos os ufólogos e resolvemos jogar tudo na imprensa”.
Pacaccini, sem receios, afirmou que se não fosse por alguns membros da imprensa brasileira, tudo já estaria perdido: “Não tenho medo de dizer que a Ufologia mundial deve muito a pessoas como o Luiz Petry, produtor do Fantástico, que está produzindo as matérias do programa com uma incrível seriedade”.
Contudo, os pesquisadores ainda não revelaram todas as informações que possuem. Há muitos detalhes sobre o caso que precisam ser esclarecidos e ditos publicamente, mas isso ainda não foi feito por questões de segurança, principalmente das testemunhas, Eles asseguram que, quando chegar a hora certa, todos terão acesso a todas as informações sobre a criatura capturada secretamente em Varginha.
CASSETADAS — Se por um lado a veiculação do caso na imprensa foi positiva e aumentou sua credibilidade, por outro, também pode ter causado um efeito inverso. O surgimento de piadas e falsos boatos foi inevitável. Imediatamente após a primeira matéria na TV sobre a criatura de Varginha, as chacotas surgiam em todos os cantos e não tardou para que programas humorísticos se apropriassem do fato…
Tal foi o caso do Casseta e Planeta, da Rede Globo, que esteve em Varginha e conseguiu reunir milhares de pessoas na praça central da cidade. Tudo para fazer uma grande brincadeira com a população, tendo inclusive o prefeito, Aloysio Ribeiro de Almeida, presente no palco. Contudo, para os pesquisadores do caso (que não quiseram participar do programa), essa atitude humorística é saudável e não prejudica o andamento da pesquisa. “Não temos nada contra isso. Se eles fazem piada até com o presidente da república, por que não poderiam fazer conosco?”, disse Vitório Pacaccini.