Michio Kaku é um físico e um dos criadores da teoria das cordas. Como informante, ele escreveu vários livros; é especialista nos tópicos geralmente proibidos à mesa: existe Deus? Existe vida fora da Terra? O que o futuro nos reserva?
Talvez por esse motivo, ele é um dos cientistas mais reconhecidos hoje em todo o mundo. Neste fim de semana, ele participou do Congresso Mundial de Ufologia em Barcelona, para falar sobre a possibilidade de provar que há vida fora da Terra, o que, na sua opinião, aumentou consideravelmente no ano passado.
Ele acredita que nossa sociedade vai melhorar e que no futuro não haverá guerras, porque o conhecimento está se expandindo; que capacita as pessoas e fortalece a democracia. “Duas fortes democracias nunca entraram em guerra”, diz ele.
Foi a primeira vez em toda a sua carreira que Kaku esteve presente em um congresso sobre o estudo da vida extraterrestre, algo que suscitou muitas expectativas entre seus seguidores.
A comunidade científica atual mostrou seu espanto com o físico mais importante de nossa geração, dando-lhe o prêmio como “o grande criador da teoria das cordas”, continuando o trabalho do Dr. Albert Einstein na “teoria de tudo”.
O Doutor Michio Kaku fez sua palestra científica no Congresso Mundial de Ufologia , dando um salto quântico para mudar algun conceitos sobre Ufologia para toda a humanidade. Assista a um trecho de sua palestra no evento:
Assista a sua entrevista, após o evento, para o canal ABC espanhol:
“Como a teoria das cordas é inspirada?”
– É baseado na música: o universo é feito de cordas vibrantes e cada partícula subatômica (prótons, nêutrons, elétrons …) são notas musicais em um pequeno elástico que vibra. A física é a lei da harmonia dessas cordas; Química, as melodias que podem ser tocadas nelas; o universo, a sinfonia; a mente de Deus, a música cósmica, que ressoa no hiperespaço.
“E o resto das artes?”
– A física e as artes são semelhantes umas às outras. A poesia do universo é baseada na matemática da harmonia. Tudo está relacionado porque todos fazemos parte de uma grande harmonia que forma o universo e que começou com o Big Bang.
“Nós estamos indo para a perfeição?”
– A perfeição já existe, embora não esteja em sua forma final, mas acho que alcançamos a teoria. Existem duas teorias: a dos grandes, de Einstein, sobre um universo em expansão e buracos negros; e o da pequena mecânica quântica. Essas duas teorias não se falam, são baseadas em diferentes princípios matemáticos e físicos.
Bem …
“Por que Deus criaria um universo com duas mãos que não se falam?” A teoria das cordas une as duas teorias.
“Você acredita em Deus?”
– Einstein não acreditava em um Deus cristão, que responde às orações, anda sobre a água ou faz milagres. Ele acreditava no Deus de Spinoza, o Deus da ordem, harmonia, beleza, simplicidade e elegância. O universo pode ser feio, aleatório, caótico, mas o nosso é um universo ordenado, as leis da física, todas elas, cabem em uma folha de papel. Você não pode colocar todas as leis da literatura ou filosofia em um pedaço de papel.
“Você fala muito sobre Einstein, ele é seu Deus?”
“Não, ele não acreditava em um Deus Persona.”
-E você?
“Acredito na direção que Einstein estava seguindo”. Ele era um agnóstico em relação a um Deus que interfere em sua vida.
“Então você é um agnóstico …”
“Eu não posso provar ou refutar.” Algumas pessoas acreditam que podem refutar a existência de Deus, mas isso é impossível. Demonstrar um negativo é impossível.
-A que se refere?
– Como eu poderia refutar a existência de unicórnios na Terra? Não importa o quanto você tente, pode haver algum lugar; então, você não pode refutar um negativo, porque talvez em algum lugar possa haver um Deus ou um unicórnio.
– Há quem diga que o amor é a resposta.
“Depende de qual é a pergunta.”
– Todas as perguntas, a fórmula perfeita que você está procurando.
– A beleza de um poeta é indefinível. Algo bonito escapa da língua. Para os físicos, beleza é simetria. A beleza, portanto, é a chave do universo. Durante o Big Bang, houve simetria perfeita. Hoje, a simetria está quebrada, há montanhas, nuvens, arestas díspares, coisas quebradas. A força dominante no universo é a beleza.
“Voltaremos a alguma unidade perfeita?”
“A teoria de Einstein quebra bem no Big Bang, então precisamos de uma teoria superior”. A teoria das cordas diz que esse universo é uma bolha, mas existem muitas bolhas por aí, em um multiverso (a união de muitos universos) de bolhas. Como em um banho de espuma, as bolhas se fundem e criam bolhas maiores ou se separam e criam pequenas bolhas. Isso aconteceu antes do Big Bang, então o universo está em criação contínua.
“Interessante”.
“Eu cresci como cristão, mas meus pais eram budistas”. No budismo, existe apenas o nirvana, não há um Deus ou um Big Bang, mas um nirvana eterno. Para os cristãos, houve um tempo em que Deus criou tudo. Eu cresci com essas duas idéias opostas, uma diz que não havia começo e outra disse que sim.
– Como você encontrou harmonia?
– Unindo as duas teorias, porque o nosso universo teve um começo, um momento em que começou, mas há “Big Bangs” acontecendo o tempo todo, porque essas bolhas existem em um estágio maior, que seria o nirvana, o hiperespaço.
– Muitos o consideram otimista.
– Em média, se contarmos toda a história da humanidade, a expectativa de vida
não chega a 30 anos. Nossos avós não tinham televisão, rádio ou telégrafo. Se você queria se comunicar, gritou pela janela. Havia doenças e dificuldades. Hoje temos muitos problemas, mas a cada década progredimos e a tecnologia tem uma tendência positiva.
-Para onde vamos?
Haverá três tipos de civilizações. O tipo um é planetário, eles controlam o clima, vulcões ou tremores. O tipo dois é o estelar, eles podem usar o poder de uma estrela, colonizar vários planetas, controlar o sol. Depois, há os três, que são os galácticos: eles correm galáxias, viajam entre eles.
“Parece ficção científica.”
– Crescendo, como estamos fazendo, pela quantidade de energia que consumimos por ano, podemos calcular quanto tempo levará para nos tornarmos uma civilização tipo um, dois ou três. O primeiro, em 100 anos, até 2100, teremos poder planetário. Internet é a primeira tecnologia do tipo um, que caiu acidentalmente neste século. A língua planetária será o inglês ou o chinês mandarim. Já estamos alcançando uma economia planetária e uma cultura planetária já existe, é rock and roll.
“E os dois?”
“Em mais 100 anos, seremos estelares e imortais.” Nada que chamamos de ciência até agora pode destruir uma civilização do tipo dois. Cometas e asteroides podem se mover. Mesmo se o Sol morrer, eles irão para outro Sistema Solar. Para alcançar o tipo três, que é galáctico, precisaremos de mais 100 anos.
“Existem civilizações assim?”
– Existem pessoas que afirmam ter visto naves viajando de uma estrela para outra em seu jardim. Certamente é uma civilização do tipo dois, embora provavelmente seja do tipo três. De qualquer forma, eles são milhares de anos mais velhos que nós.
“Existe dinheiro em tal sociedade?”
– Terá um significado diferente, porque para um físico existem apenas duas coisas que têm valor: energia e informação. Tudo pode ser resumido nisso. Dinheiro é a capacidade de mover objetos e é aí que entra a energia. Quando você compra coisas com dinheiro, na verdade você está substituindo dinheiro por energia. Agora, as pessoas compram informações. Essa é a fonte da nova sociedade tecnológica, mas também podemos ser direcionados por energia e dinheiro, é isso que o comércio significa: o movimento da energia.
“Por que você veio a este congresso?”
– Explicar que o ônus de ter que provar a existência de vida fora da Terra não cabe mais aos crentes.
Então?
Agora temos provas. A ciência é baseada no que pode ser verificado, reproduzido e refutado. No ano passado, o jogo mudou.
-Em que sentido?
– Porque os pilotos militares documentaram objetos que se movem até cinco ou 20 vezes a velocidade do som em zigue-zague, causando força centrífuga que mataria qualquer ser vivo. Não são balões, não são gases, não é uma anomalia do tempo ou o eco de um radar.
-Que são?
– Existem duas possibilidades: é uma civilização do tipo dois ou três que vive fora da Terra ou são drones hipersônicos, criados por algum governo. Em março deste ano, Putin anunciou que havia aperfeiçoado drones hipersônicos manobráveis. Os Estados Unidos também admitiram que, até dois anos atrás, estavam trabalhando na mesma coisa, mas abortaram o programa após os confrontos de alguns. Os chineses disseram que também estão trabalhando nisso. Então, ou são veículos de teste ou é outra civilização que veio nos visitar.
– Como saber?
“Como sabemos que eles existem, devemos reproduzi-los.” Se não podemos fazê-lo, eles não são deste mundo. Nós não tínhamos estado aqui antes. Agora, o ônus da prova corresponde aos militares. Eles devem mostrar que não são drones hipersônicos nos quais trabalham há 15 ou 20 anos.
-Cabelos em pé.
– Quando o bombardeiro estratégico se desenvolveu na Área 51 dos Estados Unidos, havia muitas histórias de objetos voadores não identificados. Talvez o que as pessoas estejam vendo sejam drones hipersônicos. Muitas pessoas já os viram, apesar de não terem conseguido tirar fotos ou gravar. Nós já os temos.
“Parece o enredo de um filme.”
– Quando alguém me diz que foi abduzido, digo que na próxima vez que for, que ele tente furtar alguma coisa, de modo que, quando voltar à Terra, tentaremos reproduzi-la. Quando o fazemos, podemos verificar sua existência.
Fonte: ABC.es