Um misterioso objeto celeste tem confundido os cientistas desde a sua descoberta, em 19 de outubro de 2017, pelo telescópio Pan-STARRS 1, no Havaí. O primeiro objeto interestelar no Sistema Solar, apelidado de “Oumuamua”, ou “um mensageiro que vem de um passado distante” em havaiano, foi tema de estudo em um artigo do instituto de investigação Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics, publicado em 01 de novembro deste ano, no qual os pesquisadores cogitaram a hipótese de que Oumuamua não seria apenas um cometa ou asteroide como aventado anteriormente, mas algo maior e que vem gerando muita polêmica na mídia.
A explicação mais exótica que surgiu na internet deu-se a partir do artigo, que mencionou que uma das possibilidades é a de se tratar de um pedaço de artefato artificial alienígena. Segundo o texto, “o Oumuamua poderia ser uma nave totalmente operacional enviada intencionalmente à Terra por uma civilização extraterrestre”. Há os que defendem ser uma nave alienígena enviada de outra galáxia; ou uma sonda extraterrestre nos vigiando; ou um meteoro; ou ainda um cometa, enfim. E há os que acreditam ainda não ser possível dar a certeza do que ele é.
O canal CNN sugeriu ser uma sonda alienígena; a revista Hypescience publicou não ser nem cometa nem asteroide; o site Globo mencionou que seria um objeto artificial, mas enviado por extraterrestres à Terra; o Jornal The Washington Post, em nota nesta semana, afirmou que “sente muito, mas o objeto estranho não foi enviado por alienígenas para nos salvar”; a revista Veja aventou a possibilidade de ser uma nave alienígena etc. Independentemente do que foi sugerido, o estudo não esgotou as possibilidades e não deu o veredicto final.
De acordo com o trabalho, o objeto tem uma trajetória altamente hiperbólica e inesperada. Conforme as propriedades de levantamento e detecção feitas, estima-se que sua densidade também seja maior do que a esperada pelos modelos teóricos anteriores, além de que as grandes variações em sua magnitude aparente e a periodicidade da curva de luz sugerem que Oumuamua está girando em um estado excitado de spin (movimento cambaleante) e ainda tem uma proporção extrema, ou seja, um valor sem precedentes para asteroides e cometas anteriormente conhecidos no nosso Sistema Solar.
O artigo mostrou que, se “Oumuamua gira em seu estado de maior energia rotacional, deve ser extremamente oblato (semelhante a uma panqueca) e não parecido a um asteroide ovalado, como sugerem as expectativas anteriores”. Apesar de concluírem que a aceleração observada é provavelmente o resultado de uma atividade cometária, Oumuamua não mostra nenhum sinal de atividade de um cometa, também não tem cauda cometária e linhas de emissão e absorção de gás comum em cometas.
Do ponto de vista teórico, Roman R. Rafikov já havia mostrado que, se a desgasificação fosse responsável pela aceleração do objeto, como era esperado, então isso teria impulsionado uma rápida evolução da rotação de Oumuamua, o que não é compatível com as observações. Se não é atividade de cometa, o que pode impulsionar a aceleração antigravitacional observada?
Os pesquisadores exploraram a possibilidade de Oumuamua ser um artefato extremamente fino, acelerado pela pressão de radiação solar, que naturalmente resultaria nesse excesso de aceleração. No entanto, para a pressão de radiação ser eficaz, a relação massa e área deve ser muito pequena. Explorando a capacidade de um objeto tão excepcionalmente fino sobreviver à viagem interestelar, considerando colisões com poeira interestelar e gás, bem como suportando as tensões de tração causadas por rotação e forças de maré, finalmente, o artigo discute as possíveis implicações da forma que Oumuamua possa ter.
Enquanto nosso cenário pode naturalmente explicar a aceleração peculiar do Oumuamua, abre-se a questão de que tipo de objeto pode ter uma proporção de massa para área tão pequena. As observações não são suficientes para fornecer uma definição da forma de Oumuamua e só podemos especular sobre a sua possível geometria e natureza. Embora variações periódicas na magnitude aparente tenham sido observadas, ainda existem muitos graus de liberdade – por exemplo, ângulo de observação, não uniforme de forma reflexiva etc – para restringir definitivamente sua geometria. A geometria não deve necessariamente ser a de uma folha plana, mas pode adquirir outras formas, como, por exemplo, envolvendo uma folha curva, uma cavidade em cone ou elipsoidal etc.
Agora é um pouco tarde para confirmar essa teoria com foguetes químicos ou usando telescópios, devido à distância que o objeto se encontra da Terra, concluiu o artigo. Nossa única esperança em provar ou refutar a potencial origem alienígena do Oumuamua é encontrar outro objeto similar flutuando no espaço. Do contrário, ficaremos com as possibilidades e especulações.
Leia o artigo publicado na íntegra aqui: Could Solar Radiation Pressure Explain ‘Oumuamua Peculiar Aceleraton?
Veja a explicação do cientista Paul Chodas da NASA sobre ‘Oumuamua:
Fonte: CNN, TWP, CfA.
Colaboração: Canal João Marcelo
Tradução: Tunguska legendas
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