Desde os primórdios de nossa civilização, Marte sempre fascinou o homem. Sua ardente tonalidade alaranjada torna-o identificável no céu noturno. Embora menor que a Terra, apresenta muitas semelhanças com o nosso planeta: tem estações e seu dia dura pouco mais de 24 h. Há também uma atmosfera, embora muito leve, e calotas de gelo nos pólos. O solo é macio e tem uma leve cor de laranja, com rochas de muitas formas e dimensões que juncam a paisagem até o horizonte. Mas Marte é muito mais que tudo isso. O planeta pode ter tido significativa influência sobre nossa civilização. Não é à toa que até cientistas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) já admitem que as pirâmides encontradas em sua superfície, na chamada Planície Cydonia, são legítimas e indicam que já foi habitado. Marte é um pequeno planeta frio e distante 56 milhões de quilômetros da Terra. Seu diâmetro é de apenas 6.800 km (a Terra tem 12.700 km) e seu período de translação é de 687 dias. Sua gravidade é tão baixa que uma pessoa que tivesse 70 kg na Terra pesaria apenas 27 em Marte. Em sua atmosfera existem muitas substâncias encontradas também em nosso planeta, como oxigênio, nitrogênio, argônio e uma diminuta quantidade de vapor d’água ? 95% dela são compostos por dióxido de carbono, um gás tóxico para o homem. Sua superfície é caracterizada por grandes acidentes geográficos e dominada por fortes ventos, que chegam a mais de 200 km/h. O maior pico do Planeta Vermelho é o Monte Olympus, com 27.300 m de altura, sendo a maior montanha de todo o Sistema Solar. Para se ter idéia, o monte Everest, no Nepal, mede apenas 8.848 m. Fácil de ser distinguido no céu noturno, mesmo a olho nu, Marte sempre alimentou a esperança de que fosse habitado por seres inteligentes. Entre 1877 e 1890, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli descobriu nele estranhas linhas escuras que saíam dos pólos e se espalhavam por todo o planeta. Florescimento da vida Na época, acreditava-se que tais canais haviam sido construídos por uma civilização inteligente, para buscar água de seus pólos e levá-la até as áreas imaginadas como sendo habitadas, onde era escassa. Quase um século depois, em 1965, a sonda americana Mariner 4 sobrevoou o planeta enviando à Terra imagens de um mundo inóspito, aparentemente inadequado para a vida. Será? O misterioso Planeta Vermelho continua despertando a curiosidade dos astrônomos, que não encontram respostas para muitas perguntas. Suas luas Phobos e Deimos, respectivamente com apenas 23 km e 10 km de diâmetro, por exemplo, possuem características tão estranhas que é difícil admiti-las como satélites naturais. Muitos pesquisadores de vida extraterrestre afirmam que são artificiais, construídas por uma civilização que existiu no planeta há muitos anos e que agora está extinta. A grande maioria dos astrônomos sustenta que tais luas são ocas, o que explicaria seus estranhos movimentos. Desde 1962, 19 missões não-tripuladas, norte-americanas ou soviéticas, visitaram Marte, trazendo uma infinidade de informações sobre sua natureza e condições. Em 1976, as sondas Viking 1 e Viking 2, dos EUA, pousaram na superfície do planeta e transmitiram fotos do local. Analisaram o solo e a composição de sua atmosfera, levando os astrônomos a acreditarem que lá já existiram rios e que ainda há água sob a superfície. Sondas soviéticas também pousaram em Marte, realizando descobertas semelhantes. Há evidências muito fortes de que há alguns milhões de anos o clima do planeta permitia o florescimento da vida. Tal teoria é assegurada inclusive pela própria NASA. A tese ganhou força a partir de 1996, quando cientistas e pesquisadores anunciaram ter descoberto fósseis orgânicos em um meteorito vindo de Marte que teria caído na Antártida há 13 mil anos, embora encontrado apenas em 1984. Esta pedra formou-se, segundo acreditam os técnicos da agência, sobre a superfície de Marte e teria sido lançada ao espaço devido ao impacto de um asteróide. O meteorito não passa de um fragmento de pouco mais de dois quilos, batizado de Alan Hills 84001. Vagou por 56,3 milhões de quilômetros e foi atraído pelo campo gravitacional terrestre. ?O que sabemos é que em algum determinado momento houve vida em Marte?, revelou em agosto de 1996 o administrador da NASA, Daniel Goldin. O primeiro cientista a imaginar que Marte tinha luas foi Johannes Kepler, em 1610. Ao tentar resolver o anagrama de Galileu referente aos anéis de Saturno, Kepler pensou que Galileu tivesse, na verdade, descoberto satélites naturais ao redor de Marte. Em 1643, o monge capuchinho Antonio Maria Shyrl declarou ter realmente visto as luas de Marte. Sabemos agora que isso seria impossível com o telescópio da época. Provavelmente, Shyrl deixou-se enganar por uma estrela nas proximidades do Sistema Solar. Já em 1720, Jonathan Swift, em suas Viagens de Gulliver, escreveu sobre duas pequenas luas em órbita do planeta, conhecidas dos ?astrônomos liliputianos?. Em 1750, essas luas foram usadas por Voltaire em um de seus livros, Micrômegas, que conta a história de um gigante de Sírius em visita ao nosso mundo. Em 1774, o capitão alemão Kindermann declarou ter visto a lua ? apenas uma! ? de Marte, calculando seu período orbital como tendo 59 horas, 50 minutos e 6 segundos. Astrônomos liliputianos Mas foi em 1877 que Asaph Hall finalmente descobriu e catalogou Phobos e Deimos. O primeiro orbe está mais próximo do planeta que orbita do que qualquer outro satélite do Sistema Solar ? a menos de 6.000 km acima da superfície. E é uma das menores luas que conhecemos. Na mitologia grega, Phobos é um dos filhos de Ares (Marte) e Afrodite (Vênus). Seu nome significa medo em grego, de onde vem a raiz de fobia. O satélite foi pela primeira vez fotografado com precisão pela sonda Viking 1, em 1977, que descobriu tratar-se de um satélite condenado. Pelo fato de sua órbita estar abaixo da altitude sincrônica, as forças de maré estão atraindo-o em direção ao planeta. Em menos de 100 milhões de anos ele se fragmentará, transformando-se em um anel, ou colidirá com a superfície. Já Deimos é o menor e o mais exterior dos satélites de Marte, sendo também a menor lua conhecida do Sistema Solar. Na mitologia grega, é outro dos filhos de Ares e Afrodite. Seu nome significa pânico em grego. Acredita-se que, juntamente com Phobos, Deimos tenha sido um asteróide capturado pela gravidade do planeta. Cientistas crêem que ambos os satélites possam ser úteis no futuro como estações espaciais, de onde se poderia estudar Marte, ou como paradas intermediárias nas viagens de ida e volta à superfície marciana. Como pode se ver, o quarto planeta do Sistema Solar e suas luas são tema de fascínio para a humanidade. Tal deslumbre remonta aos tempos mitológicos, na antiga Grécia, onde Marte era Ares e considerado deus da guerra. Conforme Hesíodo, o planeta era filho de Júpiter e de Juno. Esta, invejosa de ter Júpiter tirado Minerva de seu cérebro, quis imitar a façanha e produzir um filho sem o concurso de seu esposo ou de qualquer outro homem. Resolveu dirigir-se ao Oriente, a fim de lá encontrar meios propícios para tal. Fatigada do caminho, sentou-se ao pé do templo da deusa Flora, que perguntou a causa da viagem. A deusa, ouvindo seu desejo, mostrou-lhe uma flor maravilhosa, que, pelo simples contato, fecundava qualquer mulher, sem o auxílio de homens. Foi assim que surgiu luz em Marte, que foi confiado a Dáctilos, árbitro dos combates. Ainda de acordo com a mitologia grega, Marte teve inúmeras amantes, mas adorava sobretudo Vênus, esposa de Vulcano, que os apanhou em pleno adultério. E teve inúmeros filhos. É o deus da guerra feroz, sangrenta e brutal, ao passo que Minerva é a deusa da guerra estratégica, hábil e inteligente. Medo e terror Os gregos não o veneravam e diziam ser odiado pelas próprias divindades. Os romanos, porém, prestavam-lhe culto excepcional, chegando a ser um deus nacional. Era o pai de Rômulo e Remo, ligados à fundação de Roma. Dizem que sua voz era mai
s estridente que a de dez mil homens. Os únicos imortais que apreciavam sua companhia eram Éris, a deusa da discórdia, e a amorosa Afrodite, que teve três filhos seus, entre os quais Phobos (medo) e Deimos (terror). Esta ligação também produziu um dos maiores escândalos do Monte Olimpo quando Hefesto, o marido traído por Afrodite, os surpreendeu juntos e prendeu-os numa fina rede de bronze, de modo que todos os deuses pudessem rir de tão obsceno espetáculo. Alguns autores afirmam que as formidáveis Amazonas eram filhas de Ares. Também na ficção científica Marte aparece de forma intensa. O episódio mais conhecido é o que deu origem ao filme Guerra dos Mundos. No dia 30 de outubro de 1938, a rádio CBS e suas afiliadas transmitiram a notícia do que seria uma invasão de marcianos. Segundo o escritor inglês H. G. Wells, centenas de marcianos teriam chegado em suas naves numa pequena cidade de Nova Jersey, chamada Grover’s Mill. Era uma brincadeira, literalmente, mas gerou um pânico gigantesco naquele país. Os méritos da adaptação, produção e direção do programa foram para sempre creditados ao então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles. Sessenta e dois anos depois, a ousadia ainda fascina, e a estória do rádio passou a ter um antes e um depois. O programa foi ao ar na véspera do Dia das Bruxas daquele ano. Foram usados somente sons especiais para dramatizar a tal invasão de marcianos sob a forma de uma cobertura jornalística. Todas as características do radiojornalismo usadas na época ? as quais os ouvintes estavam habituados ? se faziam presentes na reportagem. Tomadas externas, entrevistas com testemunhas, opiniões de especialistas e autoridades, gritos, a emotividade dos envolvidos, inclusive dos pretensos repórteres e comentaristas, davam a impressão de que um fato legítimo estava indo ao ar em edição extraordinária. A CBS calculou na época que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade sintonizou quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se de uma brincadeira. Marte fascina, mas também aterroriza. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas tomaram a dramatização como fato, acreditando que estavam mesmo acompanhando uma reportagem extraordinária. Grande parte entrou em pânico, agindo de forma a confirmar os fatos que estavam sendo narrados: sobrecarga de linhas telefônicas, aglomerações nas ruas e congestionamentos de trânsito provocados por ouvintes apavorados tentando fugir. O medo paralisou três cidades e o pavor ocorreu principalmente em localidades próximas à Nova Jersey. Houve fuga em massa e reações desesperadas de moradores de Newark e Nova York, que sofreram a invasão virtual dos marcianos da história. Guerra Falsa no Rádio Espalha Terror pelos Estados Unidos, foi a manchete do jornal Daily News, de 01 de novembro de 1938. População terrestre despreparada Nos anos e décadas seguintes, experiências no rádio e também em tevês reproduziram o que Welles preconizou: a população terrestre ainda não está preparada para saber com certeza que seres de outros mundos visitam nosso planeta, como ocorre com os UFOs. Muito menos que pretendem invadir-nos ? mas há muita gente nesse universo de quase 6 bilhões de seres humanos que pensa diferente. Um grupo muito especial é composto por seguidores da doutrina espírita, para o qual Marte é objeto de extrema importância. Segundo muitos autores espíritas, o planeta é um mundo habitado por uma civilização muito mais evoluída que a terrestre. Lá não existiriam doenças ou crimes, e nem animosidades entre seus residentes. De acordo com segmentos da doutrina, a aparência física dos marcianos assemelha-se muito à terrestre, diferindo apenas pelo aspecto predominantemente louro e pela ausência de rugas ou marcas de expressão. Grupos de estudos espíritas em todo o mundo, principalmente no Brasil, sustentam que os habitantes de Marte possuem leves protuberâncias abaixo dos braços, ao nível dos omoplatas. Tais saliências os ajudariam a andar sobre o solo marciano, cuja gravidade é bem menor do que na Terra. A vegetação do planeta seria também bastante assemelhada à nossa, variando apenas na coloração das folhas das árvores, levemente avermelhadas. O transporte de marcianos seria feito quase que essencialmente pelo ar, em aparelhos que lembram carros modernos terrestres de linhas arredondadas. Ainda de acordo com o que a doutrina espírita prega, a população de Marte seria composta de homens e mulheres em estado de evolução já desprendido das vicissitudes da matéria. Apesar da ciência acreditar em vida apenas microbiana em Marte, os espíritas imaginam que não tardará para ocorrer um contato efetivo, via ondas de televisão, dos marcianos com a população terrestre. Este contato teria a finalidade de ensinar-nos correção moral, especialmente em virtude dos acontecimentos funestos previstos para o fim do atual século. Esse é o âmago das crenças espíritas: por ser imensamente mais evoluída que a da Terra, a civilização de Marte prestará grande auxílio para nós no futuro ? principalmente porque ambos os planetas são considerados como gêmeos por muitos autores. No entanto, o contato entre as duas civilizações ainda não teria sido efetivado em virtude de as entidades que nos governam impedirem sua realização, por considerarem que ainda é cedo para tal encontro. Os habitantes do vizinho planetário se preocupariam com os destinos da humanidade terrestre, por ser ela a mais atrasada dos planetas do Sistema Solar. Mediunidade versus ciência Ousados autores que seguem tal teoria acreditam que os marcianos possuem toda nossa população recenseada, assim como toda cartografia humana registrada. Defendem que nossos vizinhos planetários teriam acesso à história terrestre, assim como às transmissões de televisão e rádio que veiculamos, e as usam como fontes de estudo. Inverossímil? Com certeza, pelo menos para os mais ortodoxos. Para estes, aliás, a descrição de como seria a vida em Marte pode parecer ridícula. Porém, também foi considerado ridículo Galileu Galilei, quando cogitou o sistema heliocêntrico em detrimento do geocêntrico de rotação do Sistema Solar, em vigência até então. Assim como diversos outros mártires científicos que foram menosprezados ao afirmar teorias novas em oposição às antigas. Tudo por falta de visão dos mesmos que ridicularizaram. Uma das fontes mais inspiradoras para os defensores da vida em Marte seria o espírito Ramatis, que transmitiu ensinamentos aos médiuns Francisco Xavier e Hercílio Maes. Este último, em 1955, publicou a obra que é considera uma Bíblia sobre o assunto, A Vida no Planeta Marte, que teve várias edições desde seu lançamento. Ramatis garante que a ciência terrestre só tomará conhecimento da civilização marciana às vésperas dos acontecimentos expurgativos previstos para muito breve. Enquanto muitos estudiosos de Ufologia defendem que tudo isso não passa de ilusão, o curioso é que tanto Chico quanto Maes receberam informações idênticas sobre Marte por vias mediúnicas, inexplicavelmente. Ambos alegam que uma avançada civilização espiritual de elevado grau de evolução reside no planeta, sendo responsável por muitas das visitas dos chamados discos voadores à Terra. Ramatis seria um ente iluminado na hierarquia da doutrina espírita, tendo vivido parte de sua existência em Marte. Sua obra foi, por muitas décadas, estimulante para o surgimento de teorias sobre a origem e natureza dos seres extraterrestres que nos visitam. Quando a NASA enviou suas sondas ao Planeta Vermelho, e estas transmitiram fotos do que pareciam pirâmides e até uma esfinge, semelhantes às que existem no Egito, os seguidores de Ramatis se entusiasmaram ? estaria provado aquilo que o espírito de luz apregoara. Mas os estudiosos viram nas tais construções apenas restos de uma civilização. Ou seja: quem quer que as tivesse construído, fez isso há milhões de anos e não faz manutenção nos monumentos desde e
ntão. Estaria extinta a população residente em Marte. Polêmica acirrada Os marcianos seriam seres em corpo sutil, em forma de energia e sem matéria, defendem os persistentes espíritas. Pode ser, mas o que se crê mesmo é que os marcianos tenham fugido de seu planeta ao perceberem que algo os atingiria, talvez um asteróide, talvez a explosão de um quinto planeta, que existiria entre Marte e Júpiter e que teria se transformado no cinturão de asteróides. Se essa hipótese for aceita, uma explosão como a que se descreve seria suficiente para inviabilizar a vida no Planeta Vermelho, cujos habitantes, já avançados mesmo há milhões de anos, teriam migrado para outro corpo do Sistema Solar. A Terra? Especulações à parte, A Vida no Planeta Marte acaba de ser relançado, abrindo novamente a polêmica que atiça, de um lado, os cientistas que crêem que o planeta abrigou vida inteligente e, de outro, os espiritualistas e esotéricos que acreditam que a vida naquele mundo não seja material. Para comprovar uma ou outra teoria, ainda temos um longo caminho pela frente. Ainda assim, ufólogos de todo o mundo consideram que Marte pode ser de fato a origem de muitos discos voadores vistos por aqui. Sustentam que provêm de nosso vizinho planetário e que vêm aqui principalmente para estudar nossa humanidade, com qual pretendem que se relacionar no futuro. Mas nem todos os UFOs avistados são provenientes de Marte, admitem os espíritas. Muitos viriam de outros orbes. Ramatis informa que uma viagem de Marte à Terra nas enormes espaçonaves marcianas, de quase 500 m de comprimento, não dura mais do que uma semana. ?No entanto, o que os terráqueos avistam em seus céus são apenas ?naves de reconhecimento’ ou de ?alta gravidade’ ?, explica. Estes objetos seriam pequenos bólidos que servem apenas para explorar o planeta dentro de sua gravidade. Mas, se realmente existe vida superior em Marte, por que não conseguimos encontrá-la quando lá pousaram as sondas russas e norte-americanas? Os espíritas explicam que as imagens desérticas fornecidas por tais sondas e estampadas na imprensa mundial são manipulações holográficas, feitas pelos marcianos. Eles teriam criado isso para proteger-se da belicosa civilização terráquea. Se a versão original de A Vida no Planeta Marte já atraiu milhares de leitores, espera-se que a edição renovada repita o feito. Entretanto, entre um lançamento e outro se passaram 45 anos, o suficiente para que as coisas na Terra mudassem radicalmente. Hoje, as próprias correntes espíritas que admitem vida não-física em diversos orbes do Sistema Solar têm forma totalmente diferente de ver a questão marciana. A doutrina espírita tornou-se mais moderna, incorporada por conceitos oriundos de segmentos da ciência menos ortodoxos e mais vanguardistas. Nesse contexto estão evidentemente inclusas as últimas descobertas feitas pela NASA sobre os monumentos na superfície do planeta, que vazaram de seus secretíssimos arquivos. Algumas teorias levantadas sobre a origem e natureza do que seria a civilização marciana são bastante interessantes. Mesmo assim, Marte suscita mais desconfianças do que certezas. Um passeio pela literatura confiável a respeito mostra que os astrólogos sempre se referem ao planeta como tendo influência bélica sobre os terrestres. Será possível? Segundo os espíritas, os marcianos, como portadores de um estado moral mais evoluído, também têm alta tecnologia, que poderia ser usada como arma de dominação e guerra se estivesse em nossas mãos. Isso parece ser o bastante para repelirmos os marcianos, que aparentemente anseiam por ajudar-nos mais diretamente. Fonte de inspiração Atualmente, tal ajuda tem sido mais magnética ou missionária, através do reencarne de alguns deles entre nós, garantem os estudiosos do assunto. Mas se a astrologia descreve há séculos a influência provinda de Marte como belicosa, Ramatis explica que quando os dois planetas estão mais próximos, os marcianos precisam se proteger da influência magnética desagradável que a Terra proporciona. Sendo assim, utilizam uma espécie de escudo que acaba refletindo de volta a irradiação belicosa terráquea. Esta proteção seria necessária porque muitos dos aparelhos e da tecnologia básica utilizada naquele orbe é de manipulação magnética e sofreria interferência prejudicial com a aproximação das irradiações terráqueas. Ainda assim, não há provas que sustentem tais informações. Os projetos Pathfinder e Surveyor, da NASA, e as antigas fotos de outras sondas que foram ao planeta o descrevem como árido, frio e morto. Não se achou nenhuma única evidência de vida ativa até o momento ? pelo menos é o que assegura a agência espacial. Por isso, fica no ar a pergunta: será que os marcianos vão se deixar fotografar algum dia? Mas o espiritismo não é a única filosofia a ver em Marte uma fonte inesgotável de inspiração. Adeptos do holismo também têm no orbe uma motivação para suas crenças. Segundo os chamados canalizadores ou contatados, em mensagens recebidas, naquele planeta não há fome, guerra, violência ou doenças. Sua civilização dedicar-se-ia especialmente à área científica e médica. Para holistas, o retrato falado de um marciano revela um ser longilíneo, de orelhas pontudas, maçãs do rosto salientes e às vezes um pouco de cabelo, podendo ser até confundidos com um humano terrestre. Mas as semelhanças entre nós e os marcianos se encerram aí. ?Existem muitas diferenças entre os ideais terrenos e os dos marcianos: a humanidade da Terra anseia pela libertação do sofrimento e do trabalho obrigatório, de que ainda tanto necessita, a fim de desenvolver as faculdades criadoras. Há de sofrer o processo compulsório de uma purificação pela dor?, afirma Bashar, o canal norte-americano mais conhecido e respeitado. De acordo com tais preceitos, a coletividade marciana, ajustada aos preceitos de uma vida equilibrada e consciente de todas as obrigações evolucionárias, dispensa a pedagogia do sofrimento e aceita o trabalho na forma de missão educativa ? levada inclusive a outros orbes em condições evolutivas inferiores. ?Aquilo que o habitante da Terra considera um sonho venturoso, o marciano já usufrui na sua existência de paz e alegria?, finaliza Bashar. Utopia? Pode ser, mas há muita gente que crê nessa filosofia. Enfim, abordada sob os mais diversos aspectos e conjecturas, uma possível forma de vida em Marte atrai nosso interesse. A influência deste corpo celeste é inegável. Para se ter mais uma idéia, Cairo, a capital do Egito, é escrita em árabe como El Kaher, que significa Marte neste idioma. Simples coincidência? Talvez, mas um fato é inegável: há muito mais perguntas do que respostas a respeito do Planeta Vermelho. Por que os hemisférios norte e sul de Marte são tão diferentes entre si? O que exatamente causou os padrões de erosão que se parecem tanto com canais na superfície marciana? O que são as misteriosas construções da Planície Cydonia? Se são pirâmides de fato, por que estão numa região daquele planeta correspondente ao Egito, no nosso? Quem as construiu e por quê? Deixamos a conclusão por conta dos leitores… EUSTÁQUIO ANDRÉA PATOUNAS é presidente da Sociedade de Estudos Extraterrestres (SOCEX) e coordenador de listas na internet da REVISTA UFO. Seu endereço é: Rua Felipe Schmidt 515, Sala 112, Centro, 88010-001 Florianópolis (SC). E-mail: socex@terra.com.br. ?A humanidade da Terra anseia pela libertação do sofrimento e do trabalho obrigatório, de que ainda tanto necessita, a fim de desenvolver as faculdades criadoras. Há de sofrer o processo compulsório de uma purificação pela dor? ? BASHAR, o canal norte-americano mais conhecido e respeitado BOX Há vários meios para se conhecer Marte Equipe UFO Não é apenas através do método científico e das viagens que as sondas da NASA fazem ao Planeta Vermelho que podemos saber mais a respeito de seu passado e presente. Há outros meios através dos quais Marte vem sendo intensamente explorado. Um deles envolve sensitivos de diversas corr
entes, no Brasil e exterior, que buscam, através da mediunidade ou canalização, obter informações sobre o que se passa ou já se passou em nosso vizinho. Fonte de estímulo para estas heterodoxas ? e controversas ? investigações são os indícios encontrados pela sonda Viking, em 1976, de restos de uma extinta civilização marciana. No país, apenas dois sensitivos, até hoje, são considerados confiáveis no que diz respeito às informações que garantem ter obtido mediunicamente sobre Marte: Francisco Cândido Xavier e Hercílio Maes. Em épocas diferentes, ambos colheram informações praticamente idênticas sobre uma aludida civilização marciana, que existiria até os dias de hoje. Maes canalizava um espírito chamado Ramatis, enquanto Xavier canalizava sua própria mãe e o chamado ?Irmão X?, conforme suas obras Cartas de uma Morta e Novas Mensagens, respectivamente, por eles ditadas. Tanto um quanto outro foram portadores de notícias chocantes para o ceticismo dos terrestres: uma avançada civilização espiritual e material não só habitaria Marte, como conheceria a Terra perfeitamente. E os marcianos nos visitariam há décadas, em seus discos voadores. Ramatis vai além e, na obra A Vida no Planeta Marte, ditada a Maes, transporta o leitor para o quotidiano da civilização marciana, com suas cidades de fantástica beleza, a futurista arquitetura, meios de transportes e o encanto transcendental dos cenários desse mundo, com um avançado sistema de governo. O espírito estimula a curiosidade e imaginação, permitindo ao leitor penetrar o interior da alegada vida em Marte, com seus usos e costumes, educação e lazer, esportes e estrutura social. ?Os marcianos não são de carne e osso, como nós, e sim seres espirituais que habitam diferentes dimensões, ainda desconhecidas da ciência terrestre?, garante Ramatis, sempre através de seu canal humano. Certamente, a ciência não aceita tais informações e uma parte dos próprios espíritas as contestam. Entre as linhas mais tradicionais do chamado Espiritismo Kardecista, Ramatis é um antigo espírito ligado a grupos iniciáticos hindus e chineses, e teve grande influência sobre vários médiuns e sensitivos brasileiros ? especialmente Hercílio Maes. É dele a idéia de que o futuro da Terra será marcado por grandes transformações e imensos cataclismos. Essas alterações seriam provocadas pela aproximação de um planeta em fase evolutiva bem mais primitiva que a nossa, que atuaria como um ?astro higienizador?, atraindo os elementos espirituais afins. O espírito, através da obra ditada, nos descreve até mesmo os lares marcianos, para descobrir como se vestem e alimentam, como se relacionam e vivem. Em A Vida no Planeta Marte Ramatis explica ainda como são a medicina e as crenças marcianas, as escolas e a ciência praticada por aquele povo ? e alega que no vizinho também há crianças, filmes e até música. Num item particularmente interessante do livro, descreve a avançada energia motriz que movimentaria a vida no planeta e faria funcionar os veículos espaciais que lá são fabricados para viagens espaciais ? inclusive à Terra. ?Marte é um grau sideral à vossa vanguarda e é, também, a vossa futura realidade espiritual?, dita o espírito. Quanto às imagens desérticas fornecidas pelas sondas espaciais norte-americanas, européias e soviéticas, que indicam um planeta estéril, os espíritas têm uma explicação: para a avançada ciência marciana não seria difícil manipular o funcionamento das sondas e produzir emissões distorcidas aos cientistas. ?Um simples holograma poderia criar realidades virtuais insuspeitas, em legítima defesa da paz de seu mundo, visado pela belicosa civilização terráquea?. Ao longo de cinco décadas, desde que foi primeiramente lançado, e de sucessivas edições, A Vida no Planeta Marte já conquistou milhares de leitores no Brasil e exterior. Essa obra fascinante é um instrumento para abertura da consciência a realidades que nos aguardam no futuro. O livro pode ser obtido através do site: www.edconhecimento.com.br ou pelo telefone (19) 3451-5440.