A Lua “encolheu como uma maçã velha”, revelam imagens da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), que explica esta contração pelo resfriamento interno do único satélite natural da Terra. Essas imagens, publicadas nesta quinta-feira na revista americana Science, mostram modificações na superfície da Lua não detectadas anteriormente, indicando que sua circunferência “retraiu cerca de 100 metros em um curto período de tempo”, explicou Thomas Watters, do Museu Nacional do Ar e do Espaço e principal autor desse trabalho. As conclusões foram tiradas graças às fotografias registradas pelas poderosas objetivas posicionadas a bordo da Sonda de Reconhecimento Lunar (LRO), um instrumento espacial que a Agência colocou em sua órbita a partir de junho de 2009.
As fotos revelam a existência de “escarpas lobuladas” (ondulações) no solo da Lua, estas formações se situam principalmente nas regiões de média altitude, em volta de todo o satélite. A contração e o “enrugamento” da superfície seriam, assim, conseqüências do resfriamento do interior da mesma. Esses traços geológicos já haviam sido captados próximos ao equador da Lua por câmeras panorâmicas durante as missões Apollo 15, 16 e 17, no início dos anos 70, mas 14 novas escarpas lobuladas desconhecidas apareceram nas imagens de alta definição do LRO.
“Um dos aspectos mais impressionantes dessas ondulações lunares é o fato de que elas parecem relativamente recentes”, observou Thomas Watters. “Eles surgiram na superfície lunar provavelmente por causa do resfriamento interno da Lua”, explicou. “As imagens de ultra-alta definição fornecidas pelas câmeras de ângulo estreito a bordo do LRO vão revolucionar nossa percepção sobre nosso satélite”, declarou Mark Robinson, do Instituto da Terra e da Exploração Espacial da Universidade Estadual do Arizona (sudoeste), co-autor desta pesquisa e principal cientista responsável pelas câmeras do LRO.