Varginha, que se tornou mundialmente conhecida em virtude da captura de duas criaturas desconhecidas e possivelmente alienígenas, em 20 de janeiro de 1996, pela polícia e pelo Exército, acaba de construir um monumento à Ufologia único no mundo. A cidade do sul do Estado de Minas Gerais que foi notícia em todo o planeta e chegou a ser considerada a “Roswell brasileira”, agora terá algo ainda mais sólido para caracterizá-la como o local onde um dos mais extraordinários casos da Ufologia de todos os tempos ocorreu: uma enorme construção em formato de disco voador, erguida no centro da cidade e revestida de policarbonato, material que parece aço inoxidável. O monumento tem quase 20 m de diâmetro e está no alto de uma torre de cerca de 18 m de altura.
O gigantesco UFO é o resultado da intenção da administração pública atual, a cargo do Partido dos Trabalhadores (PT), de assumir o rumoroso Caso Varginha como atrativo turístico, imortalizando este importante evento ufológico através de marcos, memoriais, estátuas e outras obras. Na época do caso, quando a atenção da imprensa de todo o globo voltou-se para a cidade, a administração municipal era outra e se manteve apática diante dos acontecimentos. No entanto, quando assumiu a prefeitura para o mandato vigente, o dentista Mauro Tadeu Teixeira anunciou que não iria medir esforços para que o caso permanecesse na memória da cidade. Assim, com a nomeação do secretário de Esportes e Turismo, Sebastião Egídio de Mendonça, as ocorrências ufológicas de Varginha passaram a ser uma das metas da prefeitura.
Memorial Espacial — Muitos projetos celebrando o Caso Varginha já estão prontos na cidade, aguardando a parceria de empresas de vários setores para serem efetivados. Entre eles está a construção de um moderno memorial que contará com fotos, painéis, exposição de vídeos, estátuas e bonecos em tamanho natural, ilustrando as principais cenas do caso. Assim serão reproduzidas, passo a passo, as manobras policiais e militares que culminaram na captura de uma das criaturas, às 10h30 daquele 20 de janeiro, e outra na noite seguinte. Entre um fato e outro, ambos muito bem documentados pelos ufólogos capitaneados pelo advogado mineiro e professor universitário Ubirajara Franco Rodrigues – que já foi co-editor de Ufo e hoje atua como seu ativo colaborador –, está a experiência das moças Liliane, Valquíria e Kátia, que na tarde daquele mesmo dia tiveram um encontro com uma das criaturas, num terreno baldio do Jardim Andere.
“Finalmente, o caso receberá a devida atenção por parte das autoridades municipais, que se sensibilizaram com a importância da ocorrência não somente para o município, mas para o Brasil”, declarou Rodrigues, que editou em setembro de 2001, através da coleção Biblioteca Ufo, mantida por esta publicação, o livro O Caso Varginha [Veja encarte Suprimentos de Ufologia, dessa edição]. Foi ele o descobridor da ocorrência que é considerada a mais bem documentada de toda a história da Ufologia Brasileira, passando a investigá-la imediatamente após o acontecimento. E também partiu de Rodrigues a convocação, feita nos dias seguintes ao fato, da comunidade ufológica nacional e de toda a imprensa para registrar o caso, impedindo assim as tentativas do Exército de mantê-lo sob sigilo. Não tivesse sido a imediata e eficaz ação do ufólogo, possivelmente o Caso Varginha jamais teria sido conhecido.
Aspecto Futurístico — Essa iniciativa da prefeitura em reavivar o fato inspirou a construção do enorme disco, com excelente acabamento e aspecto futurístico, idealizado e construído pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), sediada em Belo Horizonte. O projeto do arquiteto coube ao engenheiro Paulo Corrêa, do Rio de Janeiro. A finalidade da Copasa foi fazer o aproveitamento de uma caixa de distribuição de água, que foi revestida pela nova construção em formato de disco voador. Para tanto, resolveu-se transformar o reservatório num monumento de motivo ufológico. Nas palavras de Corrêa, “a idéia do projeto é a de tematizar o município de Varginha, no qual o fio condutor – no caso, o ET – deve ser o norteador das ações, utilizando-o de forma clara e precisa, transportando a explícita mensagem subliminar de que a cidade está em franco desenvolvimento tecnológico, social, econômico”.
Quanto ao uso da Ufologia para um projeto assim, Corrêa justifica que a colocação de um pórtico diferenciado, aproveitando o tema e a utilização do slogan “Varginha, a cidade mais visitada do universo”, causa impacto, surpresa e curiosidade, além de sedimentar e colaborar com a idéia de tornar o município um ponto turístico. “Graças ao imaginário popular de que a existência de discos voadores é considerada inquestionável”, disse. E finaliza: “A simples presença de um pórtico temático já é pólo de atração popular e, com certeza, seus limites seriam ampliados para além da cidade”.
O disco está instalado na Praça Marechal Floriano, ao final da principal via de acesso à Varginha. No entanto, é interessante observar que não se trata apenas de um disco voador feito para simples caracterização de uma cidade, que foi palco de um evento desse tipo. Mas sim de um monumento muito bem acabado, com material reflexivo e iluminação especial, ainda a ser colocada, que poderá ficar a cargo da multinacional Phillips. Por outro lado, já foram encomendadas várias estátuas e painéis de artistas plásticos reconhecidos, que ilustrarão as criaturas observadas naquele 20 de janeiro, cada uma com cerca de 2,5 m de altura. No disco, três delas serão colocadas num patamar logo abaixo, obedecendo as características descritas pelas testemunhas civis e militares, em 1996. Muitos pontos de ônibus de Varginha foram reconstruídos, com coberturas também em formato de disco voador.
Grande movimentação — Em recente entrevista ao ufólogo Rodrigues, o prefeito Mauro Teixeira mostrou-se interessado por Ufologia, declarando que, na época do caso, não estava na administração mas pôde notar que algo muito importante estava acontecendo. “Conversei com várias testemunhas e pude atestar a seriedade e a sinceridade delas”, declarou, confirmando ainda a grande movimentação de veículos militares, inclusive do Exército, que ocorreu naquela data em Varginha, que não era comum. “As autoridades disseram que eram operações de rotina, mas nós sabemos que não podia ser. Nossa intenção ag
ora é deixar à disposição do público, das pessoas interessadas, informações que possam servir para a pesquisa desse evento importante e incomum que ocorreu na cidade”, concluiu.
O secretário municipal de Esportes e Turismo, Sebastião Mendonça, não deixa por menos e em entrevista também gravada pelo ufólogo declarou: “Para nossa cidade, o Caso Varginha literalmente caiu do céu. Varginha, antes conhecida apenas nos meios empresariais e do café, tornou-se agora internacionalmente famosa, porque as pessoas, em todas as partes do mundo, imediatamente ligam seu nome ao acontecimento ufológico”. Para ele, é preciso incentivar mais as pesquisas em torno do que aconteceu na cidade. “Ufologia pode significar a descoberta de que não estamos sozinhos no universo”, declarou.
A prefeitura, em nítido reconhecimento da seriedade do ufólogo Rodrigues – que ainda se mantém firme na investigação do caso e prometeu entregar em breve à Revista Ufo um artigo revelando novidades sobre o caso –, fez dele uma espécie de consultor para quase todos os seus projetos, para garantir que sigam fielmente os aspectos documentados do Caso Varginha.